História Eu e você. - Distância.

- Disney?! - Will olhava para mim como se eu fosse louca.
- Por que não?  - Eu dava pulinhos de alegria.
- Eu ainda estou nessa cadeira de rodas. - Ele se irritou. - Eu já te disse que é horrivel para pessoas paraplégicas, tetraplégicas.
- Will, eu vou te falar uma coisa e depois disso, se você não quiser ir, eu aceito, ok?
Ele suspirou e balançou a cabeça.
- Como você já deve ter percebido, você ganhou uma filha pré - adolescente, ou seja... perdeu esses anos todos com ela. Não seria maravilhoso vocês dois em uma viagem que ela iria, com certeza, amar.
Uma batida na porta pode ser ouvida no mesmo instante.
- Willian?  - Sra. Clark entrou no quarto.
- Sim, mamãe?
- Eu preciso conversar com você. - Ela parou de falar e me encarou. - Em particular.
Balancei a cabeça, pedi licença e sai.

 WILL POVS ON:

- Então,  mãe?  O que devo a sua ilustre presença?
- Bom, Will... - Ela sentou na minha cama, de frente para mim. Colocou as mãos sobre o seu colo. - Eu e o seu pai estamos nos separando.
Minha mãe me olhava como se eu tivesse 5 anos de idade. O cuidado como ela falava demonstrava isso.
- Tudo bem? - Eu tentei afirmar, mas saiu como uma pergunta. Minha testa estava enrugada, como de costume.
- Eu sei que vai ser doloroso para você e...
- Mãe. - Eu a interrompo. - Eu já sabia que isso ia acontecer e sinceramente... preferi assim.
Coloquei as minha mãos na dela, reconfortando-a.
- Então, tudo bem para você?
- Claro, mãe. O que for melhor para vocês...
Ela respirou aliviada.
- Seu pai estava tendo um caso com uma mulher mais jovem.
Fiquei sem jeito, pois já sabia de algo pela Lou.
- Willian Trainor?  Você já sabia?
- É... ah, mãe.... Tenho fisioterapia agora.  - Comecei a andar com a cadeira, mas Camila foi mais rápida e segurou - a. 
- Eu não acredito que você sabia e não me contou. 
- Eu não sabia se era realmente verdade.
- Não minta pra mim, Willian.
- A Louisa tinha me contado a  algum tempo.
- Ela também sabia? - Os olhos da minha mãe ficaram arregalados. 
Droga. Clark estava ferrada. Abri a boca para falar que não,  mas era tarde. Minha mãe saiu praticamente correndo.

                               ***

LOUISA POVS ON:

- Quem sabe você poderia achar uma garota legal que nem nas ilhas Maldivas? - Perguntei para Nathan, debruçada na bancada da cozinha.
- Louisa, fora da minha casa.
Antes mesmo dele responder, Sra.Clark apontava o dedo para a porta da cozinha, visivelmente irritada.
Tomei um susto. Por que ela estava tão nervosa a ponto de me colocar pra fora da casa?
- O que aconteceu?  - Eu perguntei.
Antes dela responder, Will chega correndo com a cadeira de rodas.
- Mãe, pare.
- Você sabia que o Jack estava tendo um caso. - Ela não parecia com aquela senhora elegante que conheci.
Abri a boca para responder, mas foi em vão. Nada saia de lá. Meus olhos foram parar em Will.
- Eu só não tinha certeza.
A mulher estava apoiada em um dos armários da cozinha, tentando manter a compostura.
- Eu não me importo com isso. Apenas vá embora.
Nathan me olhou com uma cara assustada e eu fiquei sem reação. Fui até uma sala, peguei minha bolsa e sai.
- Louisa, espere. - Will me chamava. - A minha mãe está brincando, não está,  mãe? 
Ele estava desesperado.
Eu sai sem olhar para trás. Talvez uma lágrima tenha saído dos meus olhos, enquanto Will gritava o meu nome.
Eu já estava andando a alguns metros da casa dos Trainor. Quando ouvi alguém gritar meu nome. Continuei andando, mas uma mão me segurou e eu rapidamente limpei as lágrimas que insistiam em sair.
- O que aconteceu? Por que você está chorando? - Sam me olhou preocupado. 
Abracei ele e recomecei a chorar. Ele enrugava a testa e acariciava meus cabelos.
- Vamos sair daqui.
Sam me levou até a ambulância,  que estava parada na frente de uma bela casa.
- Esse é o meu carro por enquanto.
- Você está a serviço?  Eu não quis atrapalhar...
- Eu acabei de atender uma senhora que estava com a pressão alta. - Ele entrou no carro, depois de me ajudar a entrar. - E você não me atrapalha nunca.
- Quer me contar o que aconteceu?
- Eu fui demitida.
Sam arregalou os olhos e me encarou.
- Sinto muito, Lou. Tenho certeza que você vai arranjar um emprego o mais rápido possível e...
- Não é pelo emprego que eu estou assim. - O Interrompi.
- Não?
Balancei a cabeça negando. Mais uma fungada no nariz.
- Eu não posso mais encontrar o Will.
- O que houve?
- Eu simplesmente não consigo ficar perto dele... Ele já está melhorando e... Não vai ser o mesmo.
Não sei porque diabos contei isso para Sam, talvez esse seria o último dia que nos veremos.
- Talvez você devesse esquecer ele. Ele te faz mal, Lou.
- Não. - Coloquei as mãos na cabeça. Não queria acreditar nisso.
- Você está mal por ele.
- Não, Sam.
- É, sério. Eu acho que...
- Você não tem que achar nada. - Eu enrruguei a testa. Meu tom de voz saiu frio. E eu ,simplesmente, sai da van.