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História Eu e você. - Um novo plano.


Escrita por: Winchester17

Capítulo 5 - Um novo plano.


- Eu não piso mais os pés naquela casa. - Will saía disparado pelos gramados e eu tentava alcançá - lo.
- Will, espera. Will.
Me coloquei na frente da cadeira, que foi parada bruscamente.
- Não acredito que você está brigando com uma garota de 14 anos. Sério.
- Ela interrompeu o momento que eu espero a 2 anos.
Cruzei os braços e respirei fundo. Por que ele tinha que lembrar disso a todo instante?
- Lily é a sua filha. Ela tem o seu sangue. - Estava cansada de ter que explicar esse fato a ele.
- Exatamente. Ela só tem o meu sangue. Só isso.
Will me lançou um olhar sombrio e seguiu com sua cadeira de rodas.

                                                                                                                 ***

Os dias se passaram tão devagar e tediantes. Parecia o meu início naquela casa e como foi difícil ser aceita lá.
Segunda de manhã,  Sra. Trainor me pediu para ficar com Will até as 20 horas, pois tinha um jantar de negócios e Sr. Trainor nem passava em casa.  Continuei a arrumar algumas coisas dentro de casa, estava distraída cantando uma música qualquer,  quando Nathan apareceu, me dando um susto.
- Nat, que susto!
Ele deu risada.
- Ele já está vestido.  Eu já vou indo.
- Tudo bem. - Eu sorri para ele. - Te vejo amanhã. 
- Qualquer coisa me liga, Lou. Tchau.
Nathan saiu.
Abaixei os dedos e meu sorriso se transformou em careta. Will estava cada vez mais rabugento comigo e isso me deixava irritada.
Fui até o quarto em que ele estava. Will me olhou de rabo de olho e franziu a testa.
- Não já está na sua hora?
- Sua mãe pediu para que eu saísse às 20.
Ele não respondeu.
- Quer alguma coisa?
Ele continuou sem responder.
- Olha, se você. .. - Eu estava com um dedo levantado para dar uma bronca nele.
- Quer ver um filme francês comigo?
Abaixei o dedo e mesmo não querendo eu sorri.
- Farei esse sacrifício por você,  Trainor.
- Ah Louisa, eu sei que você é apaixonada por pornô francês.
- Will! - Dei um gargalhada alta e estranha.
Ele me acompanhou. Saí galopando até o sofá e me sentei.
Começamos a assistir e eu já gostei do início.  Era a história de um homem que  se apaixonara perdidamente por uma garota que morava em outro país. Percebi que ele havia dormido no meio do filme.
Me levantei e cobri o seu corpo imóvel. Quando eu ia sair, a mão dele moveu, mas não foi um espasmo qualquer. Foi um movimento de abrir e fechar.
Minha respiração ficou ofegante e eu cheguei perto dele. Talvez possa ser imaginação minha. É, eu desejava tanto que ele voltasse a ter seus movimentos que meu inconsciente mostrava o que eu queria.
Balancei a cabeça,  desviando os pensamentos e quando eu abri a porta Will começou a gemer alto.
- Me tire daqui. Mãe!! Mãe!!!
Corri até a cama e fiquei o chamando. Mas ele não abria os olhos.
- Will, você tem que acordar! - Eu o balancei.
Trainor abriu os olhos e ficou me encarando, com uma dificuldade para respirar.
- Calma. Respira. - Coloquei a mão na testa dele. - Respira...
Minha voz ia suavizando ao perceber que ele ia se acalmando.
- Sonhei que a minha mão mexeu. - Sua voz era quase inaudível.
Arregalei os olhos e ao mesmo tempo eles ficaram cheios d'agua. Será que ele conseguiu mexer as mãos?  Nem respondi, saí tão rápido do quarto que derrubei a estátua estranha que me encarava nos dias de faxina.
Peguei o celular e disquei o número de Camilla. Caixa postal.
- Sra, Trainor... Me ligue com urgência.  Aconteceu... aconteceu uma coisa muito importante.
Desliguei e me apoiei na porta do quarto.
- Clark. - Will falou um pouco mais alto. - Pode vir aqui?
Respirei fundo e cheguei no quarto com as sobrancelhas levantadas e um sorriso tímido nos lábios. 
- O que aconteceu? Por que você saiu assim do quarto?
- Eu... Esqueci uma panela no fogo.
Eu sabia que ele não tinha acreditado, mas preferi manter a mentira... Não queria trazer falsas esperanças. 
- Talvez você devesse limpar esses cacos de cerâmica... - Ele sorriu despreocupadamente.
Olhei pro estrago que tinha feito no chão.
- Sua mãe vai me matar. - Fechei os olhos bem aparentados.
- Essa era a escultura mais cara da Grécia. - Suas sobrancelhas levantaram e aquele ar irônico voltou. - Acredito que ela nem perceberá.  - Seus olhos se apertaram em um sorriso, provavelmente da cara de pavor que eu estava.

                                                                                                                ***

- Eu encontrei Patrick na frente da minha casa. - Falei me ajeitando na cama ao lado de Will.
Nós estávamos conversando a algumas horas.
- O corredor ainda quer ter uma chance com você. 
- Hum... Eu acho que não... Ele estava com a "noiva mais que perfeita" - Evidencie as aspas com as mãos.  - Acho que Patrick queria se gabar.
- Se gabar? Mas o que ele tem na cabeça? 
Dei risada do que ele falou.
- Se gabar pela mulher que estava com ele. Ela, sem duvidas, tem um corpo melhor que o meu.
- Pare de se depreciar, garota. - Will me olhou e me deu um sorriso de canto. - Aposto que você deve ser melhor que ela um milhão de vezes. De qualquer maneira. .. Eu prefiro você.
- Tenho a leve impressão de ter escutado você falar que isso não ia dar certo. - Me virei totalmente para ele.
Trainor ficou calado por um momento, suas linhas de expressão da testa mostravam que ele estava tenso.
- Sério, Will... Eu queria que desse certo.
- Não quero que você fique presa em um relacionamento com uma pessoa que não consegue nem comer sozinha.
- Eu não me importo. Eu me sinto bem quando estou com você. E eu te amo, Will.
Nem percebi o que eu tinha acabado de falar, saiu da minha boca como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Ele fechou os olhos por um tempo e como não podia virar para me olhar, ele focou na parede.
- Eu também te amo, Lou. Mas é pro seu bem...
Como eu queria gritar com ele, dizer que era tudo bobagem. Quem tinha que decidir isso era eu.
- Eu acho que não vou aguentar por muito tempo.
Eu tinha dado um passo muito importante na minha vida, desde a forma como eu pensava sobre mim mesma. Quero mudar, ser uma Louisa Clark diferente.
- Você é livre. Pode sair daqui a hora que quiser.
 Apenas fitei o teto e pensei em tudo que eu poderia arriscar.
- Talvez você devesse me ajudar a formular os meus planos... Sei lá... Eu não quero me separar de você,  nem que seja só para sermos amigos.
- Acho que não...
- Por favor, Will. É o que eu peço pra você. - Falei tocando delicadamente nas suas bochechas. - Me ajude a fazer com que minha vida valha a pena.




 



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