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História Eu estou de volta, Sakura - CAPÍTULO XI


Escrita por: NanaSugar

Capítulo 11 - CAPÍTULO XI


Vê-la quase todos os dias o estava aquecendo. Aos poucos lembrava como era antes. Sempre que se despediam ficava com uma sensação de metade. E pouco antes de se verem, uma ansiedade boba corroia-lhe a barriga. Enquanto estava só e sem compromissos acabava se perdendo em pensamentos sobre aquela moça de cabelo rosa. Tão esquisita e falante. Por vezes ingênua demais, outros momentos maliciosa. A companhia certa para ele que não era muito de falar, e sim de ouvir. Apesar de que muitas vezes ela acabava por ser irritante em situações diversas.

Não era como se já não tivesse pensado sobre tudo aquilo. Na verdade remoia as mesmas coisas diversas e diversas vezes. E sempre parecia que havia algo novo descoberto. Porem, o que mais ponderava era o fato de sempre a magoar. Não importava o que ele fazia, por fim, toda vez terminava com a garota que ele tanto prezava chorando. E aquilo o destruía. “talvez melhor para ela seja estar sem mim, afinal”. Aquele velho costume de se culpar por tudo e acreditar merecer a punição que viesse. Apesar disso, não conseguia mandá-la embora ou evitá-la. Por tanto tempo fizera isso e já não sabia mais como. E ainda havia aquele novo sentimento chato, o ciúme. Conviver com todas aquelas coisas o deixava enfadado.

Sentado no sofá de casa, com a foto de quando eram crianças em mãos, via uma Sakura feliz. Uma menina ingênua e tagarela – você não mudou muito nesse ponto – e logo atrás ele mesmo, emburrado e tímido. – será que as coisas poderiam ter sido diferentes? – resposta ele não tinha. Sabia que todas as atitudes que tomou desde sempre havia desenrolado em um grande tufão de problemas para todos. O velho pesar espiou-lhe por sobre os ombros e com um grande suspiro guardou a foto no bolso. Lembrou de toda a viagem que fez, sobre tudo que aprendeu e tudo que sentiu. Soprou o pesar para longe e deitou cobrindo os olhos com o braço.

- não consigo tirá-la da cabeça. Como uma garota tão estranha domina as idéias de alguém como eu? Não temos nada a ver um com o outro. Ela é tão ativa, sorridente, enquanto eu apenas ouço e guardo tudo para mim. Não devo ser uma companhia muito agradável. Sem contar a forma que a tratei por tanto tempo, como ela consegue ainda ter bons sentimentos por mim? Talvez não haja resposta nem para ela mesma... Não é como se eu quisesse compartilhar isso com alguém. Apenas não sei mais o que fazer. Antes era tão fácil. Mesmo que eu não esquecesse, fugir sempre dava certo. Não entendo como ganhou essa proporção. Agora já não importa mais. Se pelo menos meu irmão estivesse aqui eu poderia ter uma opinião diferente sobre o assunto... Mas acho que o máximo que ele faria seria rir de mim e bater minha testa... Itachi você não esta sendo muito útil nesse momento. Acho que o descanso que tive da missão de ontem não foi o suficiente. Esse monte de pensamentos soltos sem fundamento... Vai ver estou mexendo demais em algo simples...

A porta foi batida. Ele sabia que era ela, só podia ser. Levantou devagar – já estou indo – gritou em resposta. Era perto das seis da noite. Quando abriu, do outro lado não era ela, mas sim alguém que ele jamais esperaria receber. Ficou parado na entrada olhando friamente para a pessoa a frente.

- o que você...

- você quer conversar aqui ou...

- eu não tenho assunto com você.

E fechou a porta imediatamente, mas sem batê-la. Deu as costas e foi para a cozinha. Porém quem estava fora continuou lá. Preparou um chá, sentou a mesa sozinho e bebeu. Então mais dois toques na madeira da entrada. Ignorou. Mas da terceira vez a pancada foi rígida e forte, e com isso o jovem orgulhoso Uchiha sentiu-se afrontado. “você conseguiu o que queria”. Foi até lá e abriu a porta de vez. Olhando de cima para baixo foi o mais arrogante possível, demonstrando total desinteresse.

- o que você quer aqui?

A pessoa a frente sorriu o encarando nos olhos.

- parece que os boatos eram verdadeiros afinal.

- eu não dou a menor importância para o que você acha. Diga o que quer ou dessa vez eu...

- é uma ameaça?

- é um aviso.

- acha que pode fazer alguma coisa contra mim?

- não seja tolo de tentar tirar a prova.

- cuidado com a língua, Uchiha Sasuke. Não se conta vantagem quando ainda não se começou a brincar.

E se aproximaram o suficiente para ouvir a respiração um do outro. Mas a tensão foi reduzida no momento que o jovem de cabelo longo se afastou dando dois passos para trás.

- eu não vim brigar com você. Não sou um moleque. Como na hora em que cheguei, eu estou propondo uma conversa. Pode ser aqui, ou podemos ir a outro lugar.

- qualquer coisa que você queira tratar comigo pode ser dita nessa porta, não tenho a menor intenção de me sentar novamente com você.

- não seja tão orgulhoso. Eu vim em trégua. Gostaria que ouvisse o que tenho a dizer e também quero saber a sua posição dentro disso tudo.

Sasuke suspirou fundo, e apesar de não gostar da idéia, concordou. – então entre, não é preciso ir a outro lugar. – educadamente o outro rapaz entrou depois dele pedindo licença. Sentaram na sala de estar. Cada um frente ao outro. Sasuke não ofereceu nada. Então Kaito começou:

- vou ser realista com toda a situação. Eu conheci sua colega quando fui internado, como você já sabe. Naquele tempo eu não sabia nada sobre ela, apenas o sobrenome. Não me encantei menos por isso. Desde que tive alta, minha maior intenção era encontrá-la e agradecer tudo que ela fez por mim. Acabei por acaso descobrindo que uma amiga minha, a Ino, era a melhor amiga dela. Então comecei a perguntar sobre a Sakura a ela. E sempre que ela me falava dela, você estava incluído de alguma forma. Então comecei a conhecer sobre você sem ao menos ter te visto uma vez. E sempre que o assunto cercava as tristezas e preocupações da Haruno, você era o ponto principal. No começo eu tive pena dela. Uma mulher tão bonita presa a uma situação como essa. E quando eu a conheci a achei mais incrível que nas conversas das pessoas...

Sasuke o encarava enigmático, sem transparecer qualquer sentimento ou pensamento sobre o que o outro homem falava. Apesar de tudo ouvia atentamente recostado no sofá. Takamoto continuava falando.

- bastou que nos encontrássemos algumas vezes. Ela é realmente apaixonante. Toda aquela vivacidade e inquietude são as coisas mais estranhas e atraentes nela. Foi inevitável, acho que era óbvio que eu acabaria por sentir algo. E eu sei que de alguma forma, e isso você também deve saber, de alguma forma eu também mexi com algo dentro dela.

Com aquela frase segura, Sasuke estremeceu de leve. Coçou o nariz, mas não falou nada.

– eu estou disposto a conquistá-la. E vou tentar a todo custo. Mas também sabemos que, você ainda está ali dentro dela de alguma forma. É algo visível pra qualquer um. A forma como ela olha pra você... Droga, queria que ela me olhasse daquele jeito. – cerrou o punho de leve – a questão aqui é: o que você quer exatamente dela?

Kaito ficou serio e se calou. Sasuke abriu um pouco mais os olhos. Muitas coisas passaram em sua mente, mas foi capas de dizer apenas – eu não... Quero nada dela. – afinal não poderia exigir nada dela. As coisas já pareciam enroladas muito antes de alguém qualquer como Kaito vir lhe cobrar respostas. Inconformado, Kaito ajeitou-se na cadeira. Ainda pensou ficar de pé, mas não o fez. Iria manter aquele diálogo a um nível focado e maduro. Fechou os olhos e respirou fundo.

- você... Não quer nada da Sakura? Você volta depois de anos, vai a casa dela e depois disso passa a vê-la periodicamente, não, eu diria religiosamente, e tem a cara de pau de falar friamente que não quer ABSOLUTAMENTE nada dela?

O Uchiha sorriu com um pouco de desprezo – por que isso te irrita tanto? Achei que era o que queria ouvir.

Ele estava conseguindo tirar Kaito do sério. Mas esse ainda não se deixou abater. Forçou o corpo para frente apoiando os cotovelos nas pernas, e falou em um tom suave, mas rígido.

- eu sinceramente não sei o que se passa dentro da sua cabeça. Talvez o que eu vou falar agora não faça a menor diferença pra você, mas eu direi mesmo assim. Tudo que ouvi a seu respeito em relação a ela estava certo. Tudo que você faz é deixá-la confusa, talvez pra lavar seu próprio ego, não sei, e sem nenhum respeito você a deixa e a faz acreditar em esperas tolas. Deve até se divertir em fazê-la de idiota... Não entendo o que ela enxergou em alguém como você... Você nem deve ter noção, mas eu sei sobre todas as vezes que aquela garota entristeceu por sua culpa. Ouvi de amigos, ouvi dela, apesar da forma como ela contou ter sido suavizada. Sei das pessoas que riram por causa da ingenuidade dela de esperar algo de você. Não deve te pesar em nada. Só a sua presença nessa vila já causa um grande mal a Sakura. Agora pode está tudo bem, mas logo você fará algo para machucá-la como sempre fez. E você sabe que eu tenho tanta razão que não diz nada! Como você consegue ficar com essa cara imparcial enquanto digo essas coisas?! – Kaito acabou por levantar alvoroçado – você pretende fazer algo para afetá-la de novo, não é?! Demonstre um pouco de respeito por ela e lhe diga de uma vez que não se importa. Que doença mental você tem, Uchiha Sasuke?! Seu ego é tão grande a ponto de precisar está sempre pisando nos sentimentos de alguém?! Pois fique sabendo, seu garotinho mimado, que eu não vou deixar que faça isso de novo com ela. Não deixarei que a faça mal, não deixarei que a magoe com palavras como está acostumado a fazer, nem deixarei que lhe toque um fio de cabelo!

Com aquela frase Sasuke ficou de pé. Havia um vazio enorme em seu olhar. Numa voz baixa e debochada disse:

- você vai me impedir?

O rosto de Kaito já estava um pouco vermelho com a irritação. Havia perdido parcialmente o controle.

- você acha que pode me impedir de chegar perto dela? Você sabe que, mesmo que eu não mova um dedo, ela viria até mim a qualquer custo, não é?

Aquelas palavras foram ao limite de Takamoto. Esse enfurecido agarrou a gola da camisa do outro que ainda permanecia quieto com um sorriso de zomba no rosto.

- não ouse falar dela assim!

- eu falo da forma que eu quiser de quem eu quiser.

- você faz pouco da única pessoa existente que ainda acredita em você! Você é realmente patético.

Então Kaito o soltou, acalmando-se mais.

- você não a conhece, Uchiha Sasuke. Pra falar dela dessa forma. Pelo que vi, pra você ela é apenas uma boneca sem valor...

Então se virou e caminhou para ir embora. Sasuke ficou ali parado apenas o observando. Uma frase parou Kaito em seu percurso.

- você não me conhece, garoto.

Ele fincou os pés no chão. E se virou devagar.

- você não me conhece, muito menos conhece a Sakura. Você só sabe o que lhe foi contado. Não era você que estava com ela e precisou defendê-la quando ninjas a atacaram por ser apenas uma menina. Não foi a sua mão que ela segurou enquanto acreditava está morrendo em meio a um nevoeiro depois de uma luta quase insuportável. Você não a viu te defender de inimigos enquanto estava sem forças para fazer alguma coisa, muito menos sentiu borbulhar ódio e desespero ao vê-la ser surrada a sua frente. Não foi você quem perdeu o controle e nem foi o seu corpo que ela abraçou em choro enquanto fervia de um poder maior que o suportável. E graças a voz dela eu tornei. O medo de perdê-la você nunca teve, não perder para alguém, e sim que sua vida se fosse do seu corpo... Eu me lembro de cada momento que a pus em risco e cada momento que a salvei. Lembro sim de todas as vezes que a vi chorar por minha causa. Lembro de como a tratei tão mal a ponto de merecer uma surra por isso. Se eu fechar os olhos eu revivo o momento em que tentei matá-la, mas não teria coragem de fazê-lo. E cada olhar que ela me lançou com preocupação e remorso, todos eles ficaram cravados em mim! Cada palavra fria que lhe dei, cada decepção que lhe causei... Eu provavelmente sou seu torturador, como todos fazem parecer. Mas não me venha dizer que não me importo! Que não a conheço! Eu sei quando ela rir envergonhada coloca o cabelo atrás da orelha, sei que quando se empolga as bochechas ficam vermelhas, sei que quando está interessada seus olhos parecem maiores e conheço a risada estranha que ela dá quando algo sai do controle. Eu sei muitas coisas sobre aquela mulher que para você aprender levaria no mínimo dez anos para notá-las. E eu vejo que sempre que a deixo em casa a noite, por muitas vezes isso acaba por fazer mais mal a ela que bem. Eu vejo naqueles enormes olhos verdes um nó de sentimentos que a machucam enquanto ela sorrir pra mim...

Foi aí que parou de falar, pareceu perdido nos próprios pensamentos. A visão que Takamoto teve era um homem solitário e confuso de pé em uma sala de estar. Quase sentiu dó daquela pessoa. E quando Sasuke voltou a si arrependeu-se de todas aquelas coisas que compartilhou sentindo-se envergonhado demais para dizer mais. “eu tenho extrapolado meus limites por isso. Não posso me deixar perder” Franziu a testa em dor. Então antes de sair, Kaito disse:

- se até você ver as coisas assim, talvez devesse se concertar primeiro antes de querer metê-la nos seus problemas. Ela não é uma porta de escape, Sasuke. Ela é uma pessoa com uma vida.

Por fim o Uchiha ficou sozinho rodeado de preocupações. Devagar caminhou até o fim do corredor de casa, parou sem tomar nenhuma direção. Estava escuro e o único som ouvido era do vento que passava pela janela. Escorou na parede e sentou. Sentia-se um pouco perdido. Ficou repetindo para si mesmo “eu preciso dela, mas ela precisa de mim?”. De certa forma Kaito tinha razão em dizer que ele sempre acabava por magoar Sakura. Entendia a preocupação dele em relação a ela. Isso o tirava do sério. Aquele moleque petulante veio apenas para deixar claro seu interesse e afrontá-lo. “ela não é um prêmio” disse em voz alta como se quisesse que alcançasse o outro de alguma forma. Decidiu tomar um banho longo para relaxar de todo o estresse, e tentar colocar os pensamentos no lugar certo.

O banheiro quente do vapor da água o acalmava. Decidiu analisar toda a conversa sem tomar um lado. Apenas ver os fatos e tentar o máximo se colocar no lugar de Sakura. Afinal, aquela estranha discussão só existiu por causa dela. Mas era praticamente impossível não se irritar. A única coisa que ficava firme em suas idéias era o fato de Kaito querer a mesma garota que ele. Colocou o braço esquerdo sobre a beira da banheira e repousou a mão direita sobre ele.

- eu paguei todas as minhas pendências... Por que isso agora? Por que toda essa incerteza dentro de mim?

Não havia palavras para descrever como estava naquele momento. Tudo parecia misturado e fora de ordem.

- Talvez ele tenha razão. Talvez seja melhor mesmo que eu a deixe. Fiz isso mais vezes que posso contar. Eu vejo o buraco que deixo nela quando vou embora... Mas sou egoísta demais para evitá-la. Eu não consigo... Talvez eu deva apenas deixar as coisas se apagarem do jeito que estão agora. Quem quer que fale deve ter razão em condenar as minhas atitudes. Ele deve ser a melhor solução para ela.

Saiu e enquanto se vestia imaginou caso aquele homem realmente a conquistasse. Ele tocaria aquele cabelo, a abraçaria e sentiria seu cheiro, ela sorriria para ele com tudo de si, e seria a ele que ela se entregaria. E isso o travou. Começou a sentir um calor que veio dos pés e logo estava em todo corpo, que tremia leve. Seu rosto estava vermelho e seu olho ativou por conta própria o sharingan. Então gritou e esmurrou a parede ao lado.

- MALDIÇAO! Eu não consigo! Eu não consigo...


Notas Finais


Por favor (às meninas que sempre comentam) me diga, acha que eu deveria postar + um hoje ou esse tamanho é suficiente pra um dia? Eu nao tenho muita noção.


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