História Eu estou de volta, Sakura - CAPÍTULO XII

Sakura contou quatro dias que não tinha noticias de Sasuke. De inicio achou que ele poderia está em missão, mas depois do segundo dia começou a ponderar a idéia de que ele deveria está doente. Por fim decidiu ir a casa dele. Preparou algumas coisas para levar e colocou numa bolsa de compras. Era próximo das cinco da tarde. Como costumeiramente, chegou à porta, bateu e gritou:

- Sasuke-kun! Sou eu!

Após uma curta espera ele abriu. Ela entrou e tirou os sapatos. Sorriu e mostrou a ele as coisas que havia trago. Justificou-se alegando acreditar que ele estava doente ou algo assim.

- como tenho te visto bastante ultimamente, estranhei sua ausência então pensei o pior, desculpa.

E riu tímida. Ele ficou parado onde estava a olhando sem expressão. Observava cada movimento que ela fazia. Naquele dia ela estava com um suéter verde e um short branco. Uma tiara vermelha adornava a cabeça, colocando para trás parte da franja. Ele notou que havia um corte na mão dela – o que foi isso? – pegou o braço dela e trouxe próximo ao rosto. Ela um pouco envergonhada com a aproximação repentina, puxou de volta e respondeu gaguejando – eu machuquei antes de vir. Enquanto colocava algumas coisas na sacola passei os dedos na faca sem querer. Eu sou um desastre, eu sei. – e sorriu aberto para ele. Mas ele ainda estava estranho. Calado mais que o normal. Parecia até irritado. Sakura estava acostumada com a imparcialidade dele e ignorou indo até a cozinha enquanto falava. Ele parou na porta de onde ela estava. A garota tirou as coisas da sacola e colocou um avental pendurado perto da pia. De costas para ele lavou as mãos. – vou fazer algo para nós dois. – Sasuke demonstrava um pouco de impaciência. Então a interrompeu bruscamente no meio do que ela dizia.

- por que você está fazendo isso?

- ãn? Você não quer que eu cozinhe isso?

Ele coçou a cabeça agoniado.

– Sakura, você sabe ao que me refiro.

ela se virou um pouco confusa. Colocou as verduras sobre a mesa e sua expressão não era mais tão alegre. Suas bochechas já não estavam ruborizadas.

- por que você veio?

- eu já expl...

- por que você continua vindo? O que você acha que vai ganhar se encontrando comigo? Quando eu finalmente paro de ir até você, você me procura...

A garota tremeu um pouco. Com certa dificuldade desatou o laço que deu no avental e o pendurou de volta ao lugar dele. Então caminhou na direção de Sasuke. Esse deu alguns passos para trás.

- o que você acha que vai receber de mim? Tudo é uma desculpa para estar comigo. Tudo é um pretexto para vir aqui. O que DIABOS você quer?! 

Nesse momento ele se alterou. Sem entender direito ela foi rapidamente para a sala, dirigindo-se à saída.

- eu não me sinto bem. – falou ela cobrindo a boca. Uma tristeza sem tamanho tocava-a. Ele se virou e a seguiu. Quando ela alcançou a entrada, com a voz falha disse:

- eu não entendo porque você está agindo assim. Mas eu vou embora, eu já entendi que não sou mais bem-vinda...

Mas antes de descer o degrau, ele a segurou pelo pulso firme. Ela parou e assim ficaram um curto tempo. Ela puxou o braço, porém ele não soltou. – me deixe ir! – ela gritou sem olhar para ele. Nenhuma resposta foi dada.

- por que você não me deixa ir?!

Então ela o encarou enquanto as lágrimas escorriam. Sua testa estava franzida e seus olhos brilhavam. Sasuke desviou o olhar. Ela bateu na mão dele, todavia ele não a largou.

- por que você está fazendo isso comigo? Isso é algum tipo de brincadeira sádica? O que você quer de mim?!

Então o corpo dela começou a ceder ao chão. Ele retrucou – não faça isso. – ela sentou no piso e enxugando o rosto respondeu:

 – por que não?

- por que te ver chorar me quebra por completo.

- é o que?! Você acabou de me expulsar da sua casa. Gritou comigo e não me deixa ir! E ainda diz que me ver assim te deixa mal?! – ela levantou e foi pra cima dele, já não chorava mais, estava irada. – você veio até mim, ficou atrás de mim todo esse tempo, pra chegar o momento em que cansou de brincar com meus sentimentos! Que joguinho estúpido é esse que você alimenta?! Seu objetivo é me tirar do sério?! – ela enfiou o dedo no peito dele e ficou o forçando para trás – você conseguiu! HÁ HÁ!

Ele segurou apertada a mão dela que o empurrava. Em nenhum momento a olhou nos olhos. De rosto baixo a colocou contra a parede, travando o corpo dela com o próprio corpo.

- Tsc! Você é realmente irritante, sabia?

Ela estava mais confusa. Sua atenção redobrou naquele momento. O coração batia com força e rapidez.

- eu não tenho nada de bom para te oferecer. Eu sou responsável por todas as suas lembranças ruins. Eu sei a dor que eu te causo mesmo sem querer. E eu tentei deixá-la livre de mim! Mas você não consegue me enterrar...

Então pôs o braço na parede apoiando-se sobre a garota franzina. Podiam sentir o cheiro um do outro. Podiam ouvir suas respirações. Levemente quando o peito dele enchia de ar encostava contra o dela. A jovem estava paralisada. Não sabia o que dizer nem o que pensar. Era a situação mais bizarra e improvável que já acontecera na vida dela.

- Sakura... Eu não cheguei naquele dia que fui te ver. Na verdade, eu já estava em Konoha há certo tempo. Eu não sabia se deveria te encontrar. Na noite que eu cheguei, você estava aqui em casa sozinha. Eu a vi entrar... segui todos os seus passos pelo lado de fora. – então ela começou a fazer um mapa na própria cabeça das coisas que fez nesse dia em questão. Com isso lembrou e um grande constrangimento a abraçou por completo. 

– eu não deveria ter... Feito o que fiz. Pela janela do meu quarto eu a observei. Veja eu não tenho orgulho disso, não me entenda mal, apesar de ter sido uma péssima atitude minha... Eu a vi trocar de roupa. Eu não ia, mas não consegui não olhar... Há tempos você está dentro da minha cabeça, mas desde aquela noite, eu não consigo esquecer... Por isso você merece algo melhor que eu. Nesse momento você está visivelmente apavorada comigo e a única coisa que eu deveria fazer e não consigo é parar de desejá-la agora com tudo dentro de mim...

Ao fim dessa frase ele a encarou nos olhos passando por cima de toda vergonha. Ela não sabia como reagir. Estava no nível mais alto de constrangimento que já passou. Sasuke desceu o olhar pouco a pouco até a boca dela, e a garota percebeu. Ela também notou que ele estava levemente vermelho. A ponta dos narizes se encostava, e podiam sentir o ar sendo espirado roçando no lábio superior. Então devagar ele tocou seu corpo com os dedos, passando a mão leve por seu quadril até as costas, puxando-a mais para si que podia. Sakura sentiu todos os músculos dele rígidos, e pressionado sobre seu corpo. Ela ficou mais quente. Deu um leve gemido. Abriu mais a boca e fechou os olhos devagar. E quando seus lábios estavam finamente se tocando, um medo repentino despertou a jovem e ela desviou-se dele.

- agora é que eu realmente não sei o que pensar!

Visivelmente nervosa, correu rápido até a entrada e pegou os sapatos. Sem calçá-los abriu a porta. Olhou para ele parado onde havia o deixado, pensou em dizer algo, porém palavra nenhuma veio à mente. E foi embora correndo deixando tudo para trás. Sasuke não se moveu. Levou um tempo para entender o que tinha acontecido, e o que tinha dito, e o que tinha feito. E por fim deu-se conta que havia seguido totalmente contrário do que decidira antes. O coração parecia que sairia pela boca, os músculos do corpo todo vibravam. Ainda sentia o calor dela nos braços, e gravara a expressão que ela fez quando a abraçou para si. Mordeu o lábio inferior, apertou o pênis sob a calça e respirou fundo.

- mas o que acabou de acontecer aqui?