História Eu estou de volta, Sakura - CAPÍTULO IV

  Por fim em casa, quase esquecera que iria sair com Yamanaka àquela noite. Tomou um banho pra refrescar quando a campainha tocou. Colocou uma roupa confortável e abriu. Ino estava parada na porta com uma sacola enorme. Ela levantou uma sobrancelha e franziu o cenho sem paciência. – eu sabia que você não estaria pronta. Na verdade sabia ate que NÃO lembraria que VAMOS sair hoje! – Sakura pulou num susto rápido e riu envergonhada – DESCULPA INO! – mas de uma cara fechada a galega abriu um grande sorriso.

- sabe o que isso significa?

- naao...

- já que você não separou nada pra usar, terá que vestir o que eu colocar pra você!

Sakura arregalou os já enormes olhos verdes. Trancaram a porta da casa e ela logo foi sendo obrigada a tirar o pijaminha que usava. Ino a entregou a sacola – aí! Vista ele. Quando bati o olho imaginei logo em você! Vai ficar perfeito!

- tenho um sincero medo do que você escolheu pra mim.

- você vai amar! Tem um decotão LINDO!

Tirando a roupa do saco, Sakura já foi falando – sabe que eu não tenho... Hm... Peitos como você. Não fico bem de decote... – mas essa foi a surpresa. A frente dele era completamente fechada. Um lindo vestido vinho comprido de costas nua.

- Ino, e o decote?

Quando Sakura o vestiu, sua amiga foi pro seu lado e mostrou um grande decote que havia indo do inicio da coxa ate os pés deixando a perna direita completamente nua. Os olhos verdes da jovem brilharam de encantada que estava com aquela peça.

- eu disse que era a sua cara, né?

Em meio a gargalhadas e brincadeiras Ino a ajudou a se aprontar. O cabelo preso apenas com a franja solta de lado e um lindo salto preto. Por fim as duas saíram prontas. Yamanaka a levou a um restaurante onde Sai e outro rapaz as esperavam. Ao se aproximarem a Jovem de olhos azuis já lhe foi cochichando – aquele é um amigo meu que disse que queria conhecer você melhor, então mesmo que não role nada, seja legal – Sakura deu um beliscão na amiga e sussurrou “quando é que eu não sou legal?”. Na porta do restaurante ela então reconheceu o homem. Era o mesmo com quem conversara a tarde. Sorriu abertamente para ele.

- Kaito!

Ino a olhou desconfiada - vocês se conhecem?

- Sim. Tivemos oportunidade essa tarde de conversar um pouco.

- Oh acho que isso facilita as coisas, não é mesmo? – pronunciou-se Sai. E em seguida virou para as duas – Ino você está deslumbrante e Sakura, não achei que diria isso, mas você está elegante. Nem parece você.

Uma veia subiu de leve a testa grande da garota, mas por causa de Kaito se conteve. Os dois casais entraram. Conversaram bastante e riram também. Depois do jantar decidiram ir a um lugar mais descontraído e chegaram num karaokê. As meninas já haviam tirado os sapatos e Ino um pouco bêbada ria de tudo. Sakura se limitou pra não perder o controle. Os dois garotos subiram e cantaram e todos acompanharam. Teve a vez das meninas que riam uma da outra mais que cantavam. No balcão fizeram apostas e quem perdia cantava uma sozinho. Alguma música que significasse muito pra cada. Um pouco alterada Sakura perdeu e teve que cantar. Escolheu uma música que a fazia lembrar muito do Uchiha, mas quando Ino viu o que poderia acontecer, da amiga sair dali chorando desenfreada, ela mesma subiu abraçou Haruno e mandou trocar a canção para uma que era importante pras duas. E juntas de braços dados elas fizeram o lugar colorir. Já mais de duas da manhã. Todos já muito cansados e Ino dando cochilos nos braços do namorado decidiram ir pra casa. Sai pediu desculpas por não poder acompanhar o casal e levou Ino com ele. Kaito ofereceu o braço pra Sakura que aceitou. Levando os sapatos nas mãos, os dois voltaram conversando sobre tudo. Coisas boas, ruins. Acontecimentos passados e futuros. Sonhos, casos e tudo mais que lhes vinha a mente.

No térreo do prédio os dois pararam um frente ao outro. O AP em que Haruno estava morando era no segundo andar. Não havia mais ninguém na rua, e as janelas das casas já estavam todas fechadas. As luzes que iluminavam a rua eram apenas as dos postes e portas. Por alguns minutos ficaram apenas frente a frente. Kaito passou a mão no rosto da jovem que já estava de cabelo solto. Estavam visivelmente cansados.

- você é ainda mais bonita nessa luz, sabia?

Sakura sorriu sem jeito olhando para o lado. Estavam a alguns palmos de distância. Ele retirou a mão. A fitava com olhos doces escaneando cada ponto do rosto. Quando se fixou em sua boca. Ela percebeu. Um turbilhão de pensamentos a dominaram naquele momento. E os sentimentos mais fortes eram medo do novo e algo a mais que a impedia de dar um passo a frente. Lentamente ele se aproximou mais. Levantou o queixo dela com os dedos delicadamente e com as duas mãos amparou seu rosto. Então deixou escorrer as pálpebras até se fecharem. Um único beijo quente. Ele encostou os lábios em sua testa e se afastou devagar.

- Boa noite, Sakura.

Ela o olhou firmemente e sorriu. Kaito ainda a encarou naqueles profundos olhos verdes, e sorriu de volta.

- Boa noite, Kaito.

- eu a espero entrar por segurança. – ela riu, não precisava de proteção, mas aquilo a deixou envaidecida e feliz. Então abriu a porta do prédio e entrou. Da janela da própria casa acenou para ele quando virava a esquina, e esse sumiu na escuridão da madrugada gelada.

O álcool e todas as estripulias da noite a deixaram muito exausta. Tirou os sapatos e tombou na cama. Ainda ficou acordada deitada de bruços pensando. Riu consigo mesma e agradeceu ele não ter avançado mais que um beijo na testa. Não sabia como seria nem como reagiria se ele tivesse a beijado de verdade. A visão girava um pouco. Ainda deu algumas risadas sozinha sob efeito do sake. Mas apagou na cama.

Na manha daquele mesmo dia, Sasuke esteve em reunião com Kakashi, agora Hokage. Durante a longa conversa no gabinete, trataram de assuntos formais. Quando a reunião acabou, ele ainda ficou por lá. No horário de almoço Kakashi o chamou. Os dois foram ate a cantina. Nesse momento Kakashi já estava mais relaxado. Parecia o mesmo sensei de sempre. Sentados a mesa ele começou.

- você parece mudado Uchiha Sasuke. Mas ainda assim, parece o mesmo garotinho que foi meu aluno.

- você não parece ter mudado muito, sensei.

- Naruto e Sakura já sabem que você está de volta a Konoha?

- não. Eu quero me organizar aqui antes. Por enquanto me contento com o que você puder me falar sobre eles...

Kakashi riu do jeito do garoto meio tímido e serio. – posso te dizer algumas coisas, mas as mais interessantes acho melhor deixar que você pergunte a cada um.

Apoiado no braço direito Sasuke pareceu um pouco impaciente com o que ouvira. Rindo o Hokage o acalmou:

– não são coisas graves. Por exemplo, a Sakura agora mora sozinha. O Naruto... Bom, acho que dele você tem que perguntar por si mesmo.

Então o almoço chegou e foi servido. A garçonete deu as boas vindas ao jovem e saiu.

- achei que não seria reconhecido...

- você quer dizer que “queria não ser reconhecido”. As pessoas não o apontam mais. Elas entenderam. E o que você e seus companheiros fizeram naquela batalha... Estão todos em cima no conceito das pessoas aqui. Ate o “renegado” Uchiha.

Passando a mão sobre o cabelo preto de Sasuke, convidou para começarem a refeição. Ficaram quietos enquanto comiam. Antes do fim o sensei notou o jovem calado e pensativo alem do costume.

- tem alguma coisa incomodando você?

Desviando o olhar do vazio, ele olhou Kakashi nos olhos. Estava cansado realmente. E a noite fora mal dormida e desconfortável. Além de todas as coisas que viu e ouviu. Mas balançou a cabeça em negação. – é apenas cansaço da viagem pra cá. Ah, Hokage... Eu quero saber... Não. Deixe pra lá.

E foi se preparando para ir embora. Mas o homem que cobria o rosto o pegou pelo pulso.

- Sasuke, esteja ciente que você é um ninja de Konoha. Mantenha-se preparado caso eu solicite seus serviços.

Surpreso não disse nada, ficou apenas olhando para frente parado. Então sorriu de leve – certo.

Na volta para casa sentia o corpo pesado e fadigado. Enquanto seguia se perguntava quanto tempo viajou sem dormir direito, ou ate mesmo sem dormir. Estava feliz em está de volta ao lugar onde nasceu.

- acredito que no fim das contas, a minha mente nunca saiu desse lugar.

As pessoas passavam apressadas e o comércio borbulhava. Conseguiu caminhar sem ser notado. Em sua trilha pensava sobre muitas coisas. A consciência já não pesava como foi durante quase toda a vida. Passava na rua na qual Sakura morou com os pais. Olhou para a sacada da janela que era do quarto dela e lembrou-se de uma estranha historia que ela mesma contara no tempo que ele ficou em Konoha antes de ir embora da ultima vez. Sobre um “Sasuke alternativo” e a realidade paralela em que Ele a tinha visitado ali e lhe levado uma rosa. – engraçado lembrar a cara que ela fez contando isso – e como um sorriso discreto levantou os cantos dos lábios finos. Ao chegar em casa lembrou que não estava ainda com as chaves. Decidiu então buscá-las apenas pela noite, aí poderia conversar a vontade com Naruto. Deu seu próprio jeito de abrir a porta e entrou. Estava tudo muito organizado e limpo. Subiu ao quarto e abriu as janelas. Em seu próprio ritmo tirou os sapatos e a camisa que usava as colocando organizados num canto. Sentou a cama e jogou o corpo para trás. Olhando o teto de madeira e sentido a brisa, veio à memória a Sakura da noite passada. As coisas que ela falou de forma triste, mas ao mesmo tempo engraçadas da forma que apenas ela sabia fazer.

E sem perceber, estava revivendo o momento em que a viu trocar de roupa. Parou subitamente e se sentou. – eu não deveria ter visto isso – e deitou novamente com a mão no rosto. Estava constrangido consigo mesmo. Mas não conseguia parar de pensar. E sua mente trazia viva a imagem dela lentamente deslizando as alças do sutiã e suas costas nuas, a cintura fina, até mesmo a bendita renda da calcinha branca. O cabelo rosa caído sobre os ombros. De quão atraente ela ficou com sua camisa velha apertando de leve seus seios. Naquele momento até a própria respiração havia ficado mais quente. Então deu um grande suspiro e virou-se de lado na cama de cara fechada e totalmente envergonhado das coisas que não conseguia tirar da cabeça. Deu um gemido de insatisfação. Tentou focar em outra coisa, mas estava excitado demais para isso. Apertou o pênis com a mão por cima da roupa. Agoniado, ficou de pé. Foi ate a cômoda. Então a abriu e pegou a camisa que a garota tinha usado, não precisou aproximar do rosto para sentir o cheiro dela no tecido. Porém a guardou do jeito que estava e fechou a gaveta. Jogou-se em cima do colchão de rosto no travesseiro. – você não deveria ter ficado olhando! – se perguntou numa situação contrária, se a própria Sakura ficaria olhando-o, mas viu que era uma idéia muito estúpida e que só estava tentando arrumar uma desculpa para se sentir melhor por ter visto ela nua.

- Sakura, você é mesmo irritante... - e aos poucos acabou adormecendo.