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História Eu estou de volta, Sakura - CAPÍTULO LIV


Escrita por: NanaSugar

Capítulo 54 - CAPÍTULO LIV


A nova de que a mulher estava grávida deixou Sasuke feliz, mas mais que isso, o perturbou profundamente. Todos seus planos agora teriam de ser alterados por causa dessa pequena vida que estava a caminho. Depois que Sakura dormiu, o rapaz levantou na madrugada sem fazer ruídos, e seguiu até a roupa suja do dia anterior. Enfiou a mão em um dos bolsos e encontrou o documento que havia pegado com Kakashi. Não poderia deixar a esposa saber da existência dele. Não mais.

Saiu do quarto silencioso e levou o papel dobrado até o lixo da cozinha. Soltou-o lá certo de que Sakura não o notaria e o cobriria de entulho logo. Voltou pra cama e deitou-se ao lado dela. A moça respirava profundamente. Ótimo! Ela não acordara.

Aquela manhã Sakura levantara revigorada. Parecia brilhar. Muito cedo desceu e preparou o café da manhã e tratou de acordar o marido. Comeram juntos como fazia nos dias que não estavam atarefados. Falando sobre tudo e ao mesmo tempo nada. A rosada sorria com tudo, estava plena. Mas seu esposo demonstrava em meio os silêncios momentâneos certa estranheza. Inteligente a Uchiha não comentou nada sobre isso, apenas observou.

- deveríamos preparar um quarto pro bebê? Eu não sei ainda, já que não tem muito tempo...

- eu também não entendo dessas coisas de crianças.

- hm... Acho que vou falar com a Hinata.

- sim.

Assim como pela manhã, Sasuke continuou estranho o resto do dia. Ela não sabia o que podia ser, mas sabia que não perguntaria diretamente. O marido não era muito de responder quando confrontado abertamente. Preferiu então esperar que ele mesmo dissesse algo. No fim ele não contou nada.

Outro dia começou e mais uma vez de volta a rotina. Sakura levantou antes do marido e foi trabalhar. Receberia o resultado do exame de gravidez. Assim que chegou ao hospital procurou saber apesar de que já sabia a resposta. Ino veio lhe da o documento confirmando a gravidez. “eu sabia!” ela fez com os lábios enquanto caminhava na direção da amiga. Sakura sorriu e respondeu da mesma forma “eu já sabia”. Desde o início do mês aquele estava sendo o dia mais corrido. Muita gente dando entrada doente. Aparentemente uma virose acometia a Vila naquele verão. Como de costume as duas foram almoçar juntas no mesmo lugar de sempre. Durante a conversa matinal onde colocavam as fofocas em dia Yamanaka reparou que a amiga não estava tão bem quanto deveria.

- você parece bem pensativa.

- pareço? É só impressão sua.

- não. Eu conheço você, testuda. Aconteceu alguma coisa.

- não aconteceu nada.

- hm... Você tava toda empolgada contando como o Sasuke reagiu ao saber que ia ser pai e tal, e agora ficou meio triste ou sei lá o que é. Sabe que pode me contar o que é né?

Sakura suspirou e enfim resolveu desabafar.

- eu não sei. Sasuke está estranho. Passou o dia todo distante, como se algo o aborrecesse. Tenho medo de ser por causa dessa criança... Talvez ele não quisesse ser pai tão cedo.

Ino franziu as sobrancelhas claras ao ouvir aquilo.

- já perguntou a ele?

- não. Se esse for o motivo ele não vai quer dizer pra não me magoar, eu acho.

- e o que vai fazer? Deixar assim mesmo?

- ainda não sei. Eu te digo se planejar algo... Yamanaka pegou no rosto da amiga para acalentá-la – não fique assim. Tenho certeza que tem uma explicação plausível e que não tem nada a ver com esse bebê!

No fim do expediente quando chegou em casa a rosada mais uma vez não achou o marido. Havia outro recado como os comuns que sempre encontrava debaixo da porta-retrato. “talvez não volte hoje. não me espere. Se cuide e durma cedo por nosso filho. Sasuke”.

- que grande surpresa – ela murmurou ironicamente pra si mesma.

- não... Deve ser só cansaço do dia de hoje.

Depois do banho Sakura foi preparar a própria janta. Enquanto cortava as verduras deu-se conta que havia feito mais do que necessário. Estava preparando porção para dois. Soltou a faca por um instante e suspirou. Inesperadamente lágrimas tomaram-lhe os olhos.

- por que isso agora?

Esfregou o braço no rosto pra dissipá-las e recompor a postura. “eu tenho que comer por dois agora de qualquer forma”. Terminou de triturar os legumes e os colocou numa grande tigela. Enquanto pegava os ingredientes, rodava a cozinha quase como se estivesse dançando. O fazia e falava consigo mesma.

- por que ele está tão esquisito? Eu fiz alguma coisa? Acho que não. Não é como se ele estivesse bravo. É quase decepcionado... Aquela mesma expressão de quando era sozinho. Por que ele estaria se sentindo sozinho novamente? Será que ele se arrependeu de ter casado comigo, e só agora está percebendo isso?

Nesse momento, sem querer, deixou a vasilha de louça escorregar dos braços. A mesma bateu na quina da mesa e se desmanchou no chão sujando tudo. Dessa vez não apenas algumas lágrimas lhe vieram aos olhos e sim uma grande cachoeira de tristeza começou a vazar em seu rosto sem dó. Depressa se ajoelhou para catar as peças maiores, e acabou por cortar as pontas dos dedos nos cacos.

- PARE DE SER TÃO DESASTRADA, SAKURA!

Gritou pra si mesma. A visão turva, devido o choro, quase não lhe deixava achar a pia. Lavou as mãos depressa e se sentou a mesa pra se acalmar. Chorava tanto que soluçava. Depois de algum tempo começou a recuperar o fôlego da normalidade.

- mas o que foi isso agora?!

Olhou para o lado esquerdo e viu aos pés a comida e os pedaços da louça espalhados. Em seguida fitou as pontas dos dedos. Eram cortes superficiais. Limpou delicadamente as bochechas e suspirou fundo. Havia recuperado o controle.

- não foi por causa de Sasuke esse choro, essa sensibilidade... Até por que não faz sentido algum eu me acabar em prantos por causa de uma bobagem dessas!

Sorriu ainda com os músculos faciais doendo – eu sou muito besta mesmo. Obviamente ele não se arrepende de nada, nem é culpa da nossa criança. Deve ter um motivo lógico pra ele está do jeito que está. Ino tem razão, preciso falar com ele se eu quiser ajudar.

Esfregou as duas mãos no rosto e gargalhou finalmente encontrando motivo pra tanta choradeira.

- só pode ser da gravidez! Meus hormônios... Meu Deus, se eu já sou emotiva normalmente imagina agora assim!

Logo ativamente limpou a sujeita que fizera com esfregão e água. No fim sobravam apenas os pedaços da tigela. Catou os cacos cuidadosamente pra não se cortar de novo e os colocou num envelope improvisado pra enfim jogar no lixo. Quando procurou o cesto de não recicláveis que tinha separado na cozinha estranhou haver um papel nele. “papeis são recicláveis. Não me lembro de ter jogado isso aqui”. Tirou o papel dobrado e jogou dentro o lixo que tinha juntado.

Sem muita curiosidade caminhou com a folha em mãos até o outro cesto, mas antes de soltá-lo acabou abrindo por abrir. Quando viu inicialmente o carimbo do Hokage no canto inferior seus olhos se arregalaram. Um documento provavelmente importante solto ali?! Sentou pra ler com atenção. Talvez tivesse caído das coisas do Uchiha sem ele perceber. Notou a assinatura e a rubrica de Kakashi e pra própria surpresa, do outro lado havia espaço em branco sobre o nome não de Sasuke e sim o dela mesma.

"KONOHAGAKURE NO SATO

Venho por meio deste declarar a autorização do desligamento de Uchiha sakura do Hospital Konoha. A mesma passará a servir como kunoichi aos interesses da Vila e do Hokage. Sendo assim enviada em missão especial para auxílio de Uchiha Sasuke, a partir da entrega deste documento oficial assinado no gabinete do Hokage.

Hatake Kakashi"

Sakura segurou a boca aberta. Estava um pouco confusa, mas logo a confusão deu espaço à raiva. Era por causa daquilo que o marido estava estranho? E que “missão especial” era essa afinal? Quando ele tocaria no assunto? Sasuke havia jogado o documento fora por conta própria e não desleixadamente como pensara antes? Desde quando ele escondia aquela petição e quem dera entrada nela? Socou o papel no bolso irritada. Podia sentir o rosto queimar. Fosse a mudança emocional causada pela gravidez, fosse simplesmente raiva por se sentir feita de idiota, não podeira e nem queria conter aquela sensação de desgosto. Eram perguntas sem resposta naquele momento. Teria de esperá-lo chegar e abordá-lo na hora certa. Então aliviou o peito soltando todo ar e o enchendo novamente de ar fresco. Sorriu pra si calmamente. Sentou no sofá da sala e se esticou para alcançar o telefone.

– veremos isso amanhã, Uchiha Sasuke – murmurou enquanto discava alguns números.

- oh, alô? É da pizzaria? Sim um pedido pra entrega.


Notas Finais


Demorei pra postar esse porque tive um bloqueio criativo esses últimos dias.

Curiosidades (uma das minhas partes preferidas!):

- konohagakure no Sato pra quem não sabe é "vila oculta da folha" literalmente.

- kunoichi não tem um significado próprio sendo então visto como um código. Desmontando o kanji "mulher" forma a palavra kunoichi. Eram obviamente ninjas mulheres treinadas da mesma maneira que os homens, com ênfase na sua principal característica "o feminino". Eram ensinadas na arte de seduzir e envolver o inimigo pra que esse baixasse a guarda - ninguém espera que uma frágil mulher indefesa possa ser uma arma!

Eu poderia adentrar mais sobre as kunoichi, mas como é muita informação vou deixar só esse basicão pra quem não souber.


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