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História Eu estou de volta, Sakura - CAPÍTULO LVI


Escrita por: NanaSugar

Capítulo 56 - CAPÍTULO LVI


Para Sasuke a resposta era óbvia: levar a esposa atrairia riscos para o bebê; e isso era o que ele menos queria. Não pretendia discutir com ela, sabia que ela perceberia que essa era a melhor escolha. Apesar disso, Sakura não tinha tanta certeza. Afinal para uma família é crucial a união em todos os momentos possíveis. Era no que acreditava já que cresceu com esse exemplo dentro de casa.

Quando sentaram a mesa naquele almoço, não falaram sobre o assunto. Não havia o que se dizer. Agiram normalmente como todos os dias. Sakura serviu o marido, ambos comeram e conversaram sobre coisas do cotidiano e se despediram perto das duas da tarde. O Uchiha tinha trabalho a fazer.

Sozinha em casa, Sakura sentia-se ociosa. A todo o momento pensava sobre a viagem, e se deveria ir ou não. Abriu a janela da sala e sentou no sofá. Jogada com uma perna sobre o braço da cadeira e a outra sobre a mesinha de centro. Pegou o livro que deixara ao lado e começou apenas a folheá-lo. Apesar de tentar não conseguia se concentrar. Passou pouco tempo ali. Na cozinha tirou da geladeira um pudim. Iria comer ele todo!

A hora parecia se arrastar. Não havia nada pra fazer. Ainda nem era três da tarde. Deitou no corredor de madeira e ficou pensativa.

- eu o entendo não querer que eu vá. Mas ainda assim não sou apenas eu, somos dois. Ele prefere ficar sem a gente por tanto tempo a nos levar? Além do mais, se fosse tão perigoso quanto ele faz parecer ele não teria pedido a Kakashi-sensei pra me levar.

Ela levantou os braços e escorou sobre o rosto cobrindo os olhos.

- talvez eu devesse falar sobre isso com alguém... Sei lá, é uma decisão não tão simples. Dentro de mim eu quero ir, quero muito. Mas ao mesmo tempo eu sei que ele tem boa parte da razão em não querer que eu vá. Não sabemos o que será encontrado no caminho.

Sakura levantou devagar e foi até o telefone. “pra quem eu poderia ligar pra falar disso?” veio a mãe na mente, mas não havia dito a ela sobre a gravidez, e sabia que se ela soubesse aconselharia, não, a obrigaria a ficar em Konoha a todo custo. Deu-se conta que as únicas pessoas que sabiam de sua gravidez eram seu marido e sua melhor amiga Ino. Isso! Poderia falar com Ino sobre sua situação. Correu ao telefone, mas parou antes de discar os números. Não poderia passar a vi da fazendo isso, pedindo socorro a Yamanaka sempre que não soubesse a escolha certa a fazer. Aquilo era algo que deveria decidir por conta própria. Respirou fundo, e até se sentiu mais adulta com esse pensamento. Pôs o telefone de volta na base e saiu para o jardim.

Sentada na varanda notou que o céu já estava num tom roxo. Que coisa! Quanto tempo havia passado ponderando que não percebera a escuridão se aproximando?! Junto do arroxear do céu, camadas de nuvens vinham também. Pareciam bastante carregadas de chuva. Dava para ouvir os trovões tímidos longe e a claridade dos relâmpagos. Entrou assim que recolheu a roupa. Deu tempo apenas para isso. Logo uma grande chuva já molhava tudo que alcançava. O telhado grunhia quase como um tremor com as pancadas da água.

Sakura correu para o quarto com o frio que fazia na casa e se aconchegou dentro do edredom na cama larga. Alisava o ventre enquanto ouvia a barulheira lá fora pelas frestas da janela fechada. Deitou e cobriu a cabeça.

- meu amor – começou falando com a própria barriga – acredito que temos que conversar dessa viagem eu e você. Não acha?

Ao som duma grande trovoada, encolheu as pernas e tremeu com o susto.

- talvez seu pai tenha razão... Você é a coisa mais preciosa que temos agora e eu não poderia te colocar em perigo. Sabe, eu quero muito, muito mesmo ir com o papa. Porque fiquei tanto tempo sem ele que tenho medo de perdê-lo outra vez. Eu sei que os sentimentos dele estão ligados aos meus. É por isso que você existe. Mas ainda sim tenho medo da distância e do tempo. Talvez seja um sentimento bobo de grávida, o que acha? Todavia não posso me deixar mover por algo tão egoísta. Não sei o que acontecerá nessa viagem. Não sei os riscos mesmo que possa não haver nenhum. Ainda sim, você vem primeiro e precisa nascer num lugar seguro envolta de pessoas que eu possa confiar pra me ajudar a te trazer. Já imaginou – Sakura soltou uma risada – eu e seu papa no meio de uma floresta estranha e tu resolves naquele momento nascer?! Quem faria esse parto? Sasuke iria ficar... Coitado! Não da nem pra imaginar a agonia. Num lugar esquisito sem higiene, sem ajuda, apenas eu, ele e a sorte.

A moça se descobriu finalmente e sentou.

- é por isso que não posso arriscar você. Queria tanto poder ver os olhos do seu pai quando te visse assim que viesse ao mundo. Mas não! É melhor que ele a conheça aqui em Konoha, mesmo que isso só aconteça quando você já estiver falando suas primeiras palavras. Vou dizer a ele que ele tem razão. Assim que ele chegar vou lhe contar minha decisão. Mesmo que eu não o tenha, eu terei a você.

Passou a palma no ventre sentindo um estranho conforto e ao mesmo tempo uma tristeza por ter tomado essa decisão.

A chuva não cessou a noite toda. Já tarde alguém bateu a porta. Sakura foi rápida ao abrir. Sasuke entrou ensopado tirando logo a capa encharcada e a soltando na entrada pra não molhar o resto da casa. A rosada correu e trouxe uma toalha. Na hora que estendeu o pano, ele tirou escondida uma sacola plástica com algo dentro. Quando abriu, Sakura encontrou o jantar dos dois. Foram ao quarto para o marido se trocar e lá mesmo decidiram comer. Sentados na cama com a comida em mãos, a moça tomou coragem de falar. As bochechas brilhavam vermelhas, quase como se fizesse força pra soltar as palavras.

- anata!

Ele a encarou.

- eu disse que estava decidindo. Certo?

- sim.

- pois bem, eu decidi.

- e o que decidiu?

Ela suspirou. Com isso ele já sabia a resposta.

- eu vou ficar em Konoha até você voltar.

Sasuke não sorriu praquilo, nem fez qualquer sinal de desagrado. Apenas assentiu com a cabeça. Quando acabaram de comer e ele tomou os pratos pra levar a cozinha, antes de sair disse:

- amanhã então falarei com o Hokage e avisarei que estarei partindo pela madrugada do dia seguinte.

Aquela noite fria os dois dormiram abraçados debaixo dos cobertores. Sasuke não falava, mas sabia que sentiria imensa falta de momentos como aquele, especialmente do calor da mulher. No dia seguinte ele foi ao gabinete de Kakashi como dissera que faria. Voltou pra casa logo. Iria aproveitar o último dia que tinha com a esposa antes da longa jornada. Passaram à tarde em casa e de noite foram jantar fora. Sakura escolhera o restaurante. Não parecia triste, mas ela estava. Apesar de sorrir o tempo todo pra ele, dava pra ver no semblante a diferença.

Sasuke a contemplava mais que de costume. Estava obstinado a gravar Sakura na memória exatamente como naquela noite, pra quando sentisse sozinho, visualizá-la rodando na calçada enquanto tagarelava com todos os dentes a amostra.

Passeavam na noite clara, diferente da anterior. As ruas acesas pareciam de outra cidade. Sakura guiou o marido pelo caminho até chegarem numa grande praça. Estava vazia exceto pelos postes. Ela o pegou pela mão e o puxou para um local exato.

- foi aqui sabia?

- o que? – ele perguntou olhando em volta.

- foi aqui que você me pediu em casamento.

Ele não mudou de expressão, mas apertou mais a mão da moça. Sakura sabia que ele se sentia da mesma forma que ela por está deixando outra vez seu lar. Mas que era preciso.

- quando nosso bebê nascer, eu irei trazê-lo aqui sempre, até o dia que você voltar finalmente pra casa. Então anata... Como quer ser chamado?

Sasuke a encarou confuso com aquela pergunta estranha – como assim?

- vou ensinar a esse filhotinho aqui a te chamar de alguma forma, né? O que você prefere: otou-san, chichi, papa...?

O Uchiha colou os olhos e riu daquilo – papa parece melhor pra mim.

Sakura sorriu largamente. O vento esfriava cada vez mais até que enfim decidiram voltar pra casa. Não queriam saber que horas eram, pois na madrugada Sasuke partiria. E quanto mais tarde ficava mais perto da hora de dizer adeus chegava.


Notas Finais


Tenho certeza que foi uma surpresa ver um capítulo novo tão rápido né?!
"Mas ela só posta um a cada milhões de anos!!!"
Isso foi antes das férias baby!
Tá menor que de costume, mas tô guardando mais legal pro próximo.

Curiosidade - sabia que chichi também é papai em japonês?

Eu sempre posto assim que acabo de escrever, então esse capítulo saiu do forno agorinha! Espero que tenha gostado. Até o próximo!


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