1. Spirit Fanfics >
  2. Eu, Eu Mesma e Minha Ignorância >
  3. Eleven

História Eu, Eu Mesma e Minha Ignorância - Eleven


Escrita por: MadeixasNegras

Notas do Autor


Espero que gostem! :)

Capítulo 11 - Eleven


Fanfic / Fanfiction Eu, Eu Mesma e Minha Ignorância - Eleven

As pastilhas rosadas refletiam a luz, vinda da janela de vidro encardido, na parede do banheiro feminino. Olhando fixamente para o chão, provavelmente sujo e infectado por inúmeros seres que podiam me causar alguma doença, eu tentava inutilmente não chorar. No horário do almoço, eu tinha dito à Grace que esperaria um pouco para contar a ela sobre a morte de Lucy, o que me fez faltar três dias seguidos no colégio, mas nos últimos minutos do intervalo antes das aulas da tarde, eu contei tudo a ela.

Pronunciar aqueles acontecimentos mórbidos e deprimentes me deixaram mais emotiva do que eu gostaria, e antes que a primeira aula da tarde começasse, fui me refugiar no banheiro feminino da quadra interna de esportes. Ninguém ia lá durante o horário de aulas, porque era muito longe e os professores não davam passes para que os alunos fossem até lá. Tudo o que eu conseguia ouvir dentro daquele banheiro era o som abafado da minha respiração. Também fiquei me sentindo mal por passar meu sentimento angustiante de luto para Grace, mas ela queria muito saber, e mesmo depois de hesitar, eu contei.

-Oh, Amie... Meu Deus, eu sinto muito, muito mesmo! - Grace lamentou, sentada ao meu lado no corredor principal, há algumas horas atrás - Se eu soubesse que se tratava de uma morte, eu nunca teria te pressionado. Achei que era algo menos grave.

-Não lamente, já aconteceu. Agora que você já sabe, eu preciso do seu apoio.

-Claro, isso é óbvio, eu vou te ajudar. Não quero que você se enfie numa depressão. Mas, me diz... E o enterro? Ou cremação, que seja? Você consegue lidar com isso? - Grace segurou em uma das minhas mãos e suspirou.

-O enterro é amanhã de tarde... - comecei, quando Grace me interrompeu, mais que depressa.

-Pode contar comigo, ouviu bem? Se você quiser, eu vou junto com você.

-Não, Grace. Você tem seus assuntos e eu não quero que você perca seu tempo. - recusei, apesar de querer que Grace fosse comigo.

-Perder meu tempo? Imagine, Am! - Grace exclamou, tentando me persuadir.

-Grace, é sério. - disse, fitando seus olhos grandes e brilhantes - Eu prefiro lidar com isso sozinha. Meu pai vai estar lá e eu não quero que você o conheça, ele é uma pessoa desprezível. Por favor, entende o que eu digo?

Grace desviou o olhar e encolheu as pernas, tentando ficar mais confortável no piso duro e frio do corredor. Aquele ambiente era tão cinzento e deprimente que até o lindo tom de pele castanho escuro de Grace parecia opaco.

-Se é isso o que você quer, não vou contrariar... E Hazel? Ela poderia ir com você, já conhece o seu pai.

-Ela só o conhece pelas coisas que eu comentei sobre ele ao longo dos anos. Nunca o viu pessoalmente, o que é uma dádiva, mas eu também ainda não comentei com ela. Você é a única que sabe sobre isso, e eu prefiro que fique assim por enquanto, ok? - falei, correndo meu olhar pelo piso do corredor.

Grace apenas assentiu em silêncio. Poucos minutos depois da nossa conversa, o sinal das aulas da tarde soou e eu fui para a aula de Geometria, me separando de Grace. Os acontecimentos ficaram retornando à minha mente e eu estava à beira de um colapso. Não aguentei mais do que uma aula depois do que disse à Grace e vim para o banheiro da quadra no intervalo, e não planejei voltar lá para o andar de cima tão cedo. Felizmente, as aulas da tarde duravam muito menos tempo do que as da manhã, logo o sinal das quatro bateu, e enfim eu pude sair daquele banheiro com a dignidade intacta por não ter chorado na frente de outras pessoas.

Subi as escadas que levavam ao piso do corredor principal silenciosa e discretamente, e sem nenhuma surpresa, ninguém percebeu que eu tinha ido embora. Andei até o meu armário, respirando fundo, e peguei os livros com anotações de dever de casa. Não enxerguei Miles nem Grace na saída, então resolvi não enrolar e ir o mais rápido possível para casa, mas não foi bem isso o que aconteceu. Quando eu passei do corredor para o pátio, pude ver Hazel encostada numa das pilastras da entrada com a mochila em um dos ombros, me acompanhando com o olhar. Sabia que ela iria falar comigo.

-Obrigada por atender minhas ligações. - Hazel começou, com um tom de voz tão cheio de remorso que eu nem pude responder sem hesitar.

-Não tenho psicológico pra falar com você agora, Hazel. - disse, ao passar por ela diretamente.

Hazel me segurou pelo pulso e me puxou para um dos cantos do pátio, perto de onde ela tinha acendido um cigarro no primeiro dia de aula. Suas feições eram duras feito concreto, e a firmeza com que ela me puxou para os fundos do colégio me fez ter a certeza de que Hazel não estava brincando.

-O que você pensa que tá fazendo?! - exclamei, tomada totalmente de surpresa.

-Não tem psicológico pra falar comigo agora? Que gracinha, eu também quase perdi a cabeça tentando falar com você durante a semana! - Hazel me soltou e eu senti minhas bochechas queimarem - Pensei que algo sério tinha acontecido, mas nem retornar minhas mensagens você retornou!

-Por que eu deveria? - retruquei, ao me afastar de Hazel, que lançou um olhar fulminante.

-O quê? Como assim?

-Não se faça de idiota! - soltei, tentando manter o nível da voz num patamar aceitável - Eu vi você e o Carter naquele maldito quarto na festa. Vi o que vocês estavam fazendo.

O sangue se esvaiu do rosto de Hazel, deixando-a mais pálida do que ela realmente já era. Seus olhos se arregalaram e ela tentou argumentar, balbuciando com um tom bem mais baixo.

-Nem tente negar! - interrompi Hazel antes mesmo de ela começar a tentar justificar alguma coisa - Eu vi com os meus próprios olhos o que você fez, e não tem justificativa nenhuma. Você traiu o Miles descaradamente, mentiu pra mim, e ainda acha que tem algum direito de saber por onde eu andei durante esses dias?

Minha garganta pulsava, ansiando por gritar e extravasar a minha raiva e insatisfação com as coisas estúpidas que Hazel vinha fazendo, mas eu me segurei. Se eu gritasse, perderia totalmente a razão. Um silêncio constrangedor se estendeu entre nós, e tanto eu quanto Hazel ficamos estáticas. Nós duas não tínhamos noção do que estávamos fazendo ali, discutindo histericamente no pátio do colégio. Ao mesmo tempo em que eu queria derrubar Hazel nas lixeiras perto de nós, eu queria pedir desculpas por discutir e ir embora com ela, como nós fazíamos antes de toda aquela situação ridícula acontecer. Só que o orgulho falou mais alto.

-Por quê, Hazel? Por que você escondeu isso de mim? - balbuciei, com o coração acelerado.

As sobrancelhas ralas de Hazel se curvaram e eu pude ver suas pálpebras tremerem involuntariamente. Tive a impressão de que ela estava se segurando muito, - assim como eu -, para não gritar e perder a razão na discussão. Ela sabia que estava errada. Hazel mordia sua mandíbula tão forte que eu pensei que seus dentes pudessem rachar, e escolheu as palavras meticulosamente antes de me responder, passando suas unhas na palma da mão internamente. Era a mania mais esquisita dela. Nunca tentei entender.

-Eu te conheço há quase seis anos, Amie. E em seis anos eu pude perceber que você adora julgar o que não te parece certo. - Hazel suspirou e olhou para baixo, logo voltando o olhar para mim - Você iria me julgar, toda convicta de que só você é correta o bastante, que só você pode criticar os outros, e eu não suportaria ouvir o seu discurso egocêntrico outra vez.

Boquiaberta. Eu estava boquiaberta. Nunca, nem em um milhão de anos, eu achei que Hazel se sentisse daquele jeito. Sempre assentindo e concordando com tudo o que eu dizia. Nunca imaginei que ela sentisse tanta raiva, tanto remorso, e eu não conseguia nem imaginar do quê. Mas ali, vendo Hazel gesticular e falar aquelas palavras daquele jeito, me dei conta de que, talvez, eu fosse uma megera.

-Carter provavelmente contou as coisas distorcidas pra você, mas não importa. Você ia me julgar de qualquer jeito, não é? - Hazel afinou a voz, tentando imitar o meu tom - Seria idiota se você fizesse isso, Hazel! Não faça isso, Hazel! Não faça aquilo, Hazel! Isso é idiota, isso é ridículo, isso não faz sentido! E se fizer sentido pra mim? Eu não concordo com o seu juízo de valor! Na verdade, eu nunca nem perguntei pra você o que você achava! Eu não preciso da sua aprovação!

Abri a boca para tentar argumentar e acalmar Hazel, mas dessa vez, foi ela que me interrompeu.

-Nem abra a boca pra dizer que o assunto sou eu e que sou eu que tô errada, porque eu sei disso!

Hazel enrubesceu e começou a chorar, passando as mãos pelo rosto, como se tentasse tirar algo que estivesse atrapalhando do rosto.

-Por que você não pode me aceitar do jeito que eu sou? Com os meus cigarros, meus amigos novos, minhas festas, meus relacionamentos?

-Hazel, eu sempre quis o melhor pra você. Sou sua melhor amiga há seis anos, você mesma disse! Olha por quantas coisas nós passamos! Eu te aconselhava pra te deixar feliz e fazer você ver o que era errado e o que era certo! - comecei, relutante, tentando convencer Hazel de que eu não a estava julgando, e sim tentando abrir os olhos dela - Nós estamos juntas há tanto tempo e, de repente, você muda?

-Você não é minha mãe, tá legal? Será mesmo que tudo o que você acha certo tá realmente certo? Você não comete erros?! Pois então agora é a minha vez, entendeu?! - Hazel se aproximou e apontou o dedo indicador no meu peito, me empurrando e o batendo no ritmo de suas palavras - Pare de ser egocêntrica! Você julga todo mundo, todo mundo! Hipócrita! É isso que você é, uma hipócrita! Passei dias e dias na sua casa sem nunca mencionar o Carter e os meus problemas porque você nunca quis saber! Tudo só gira em torno de você!

Hazel me empurrou nos ombros e eu cambaleei para trás, como se eu não pesasse nada. Um zumbido estridente soou no meu ouvido, intenso, me fazendo pensar que talvez eu tivesse ficado surda. Conforme Hazel se esgoelava e cuspia aquelas palavras de ódio, minha boca se curvava para baixo sem que eu quisesse, e internamente, eu sentia como se eu estivesse inflando e inflando cada vez mais. Eu sabia que Hazel falava coisas sem sentido às vezes por puro estresse, mas o pior de toda aquela situação era o fato de eu escutar aquelas coisas e, a cada minuto, perceber que Hazel estava certa.

-Desde o dia em que eu sentei aqui e acendi aquela porra de cigarro, você vem me tratando mal! Como se eu não fosse ninguém! Como se eu não fosse digna da sua amizade estúpida!

-Pare com isso, Hazel! Para! - me aproximei dela e a empurrei nos ombros, fazendo-a calar a boca bruscamente - Você acha que fumar é bom? Não é! Você acha que andar com aqueles idiotas é bom? Também não é! E sabe do que mais, sabe do que mais?! Eu só fui naquela maldita festa por causa de você! Pra proteger você e te vigiar, pra você não fazer nenhuma merda, como você sempre insiste em fazer!

Já era, eu estava gritando. Gritando, vermelha, praticamente cuspindo as palavras na cara de Hazel, que me olhava com os olhos arregalados, encurralada na parede de tijolos dos fundos do colégio, como um animal indefeso. Eu nunca gritei daquele jeito com ela, mas depois que Hazel falou tudo e mais um pouco para mim há poucos minutos, era a minha vez de explodir.

-Graças a você, eu tive uma das piores noites da minha vida! Eu não queria ir naquela festa, mas fui por causa de você! Você me fez deixar a Lucy doente, à beira da morte, sozinha em casa! - bati com o meu dedo indicador no peito de Hazel, assim como ela havia feito, e pude ver o arrependimento de Hazel se precipitar em forma de lágrimas quentes, escorrendo pelas maçãs do rosto dela - Você me deixou sozinha naquele sofá e mentiu pra mim, dizendo que ia embora, mas ia, na verdade, se esfregar com o Carter no andar de cima! Eu fiquei lá por mais tempo por causa de você, que tinha dito pra eu me divertir! E graças a você, eu fui espancada no tapete da sala por Luke Warren e ainda tive o prazer de ver a sua traição pela fresta do banheiro do andar de cima! Era eu que estava lá!

Dei um passo brusco para trás e fiquei olhando Hazel encostada no muro do colégio, estática e vermelha, ofegante, com as mãos pregadas na parede de tijolos vermelhos, tentando se agarrar a algum alicerce emocional.

-Acho que nenhuma de nós tem mais nada a dizer. Estamos quites agora. - atestei, ao cruzar os braços.

"Estamos quites agora". Minha voz ecoou dentro da minha cabeça, me fazendo lembrar de quando bati no rosto de Luke antes de sair do armário de vassouras na noite da festa. A lembrança só me fez ficar mais angustiada, guardando um rancor tóxico e que aparentemente iria durar para sempre. Hazel desencostou do muro e passou uma das mãos no braço, olhando para o chão de concreto cinzento. Ela limpou seu rosto úmido com as costas da mão e me fitou, novamente. Não consegui dizer mais nada, porque o impulso já tinha passado. A raiva estava se dissipando e se transformando em mágoa e rancor. Minha boca se curvou, como se eu estivesse prestes a desabar em choro, e não queria se abrir.

-Se você não tiver mais nada pra dizer e jogar na minha cara, eu vou embora. Já é muito desaforo que eu vou levar pra casa hoje. - Hazel arrumou sua mochila em um dos ombros e colocou seu cabelo atrás das orelhas, dando um suspiro gutural - Vá em frente, pode me julgar. Eu sou uma vadia traidora, não sou?

Não consegui dizer nada. Hazel se contentou com o silêncio.

-Quer saber, vou fazer um favor e sumir da sua frente. É o melhor que eu poderia fazer agora.

Hazel ajustou a mochila nos dois ombros e saiu correndo em um piscar de olhos. Foi como se ela nunca tivesse estado ali, escandalizando na minha frente. E, num piscar de olhos, eu também fui embora. Tão rápido quanto se encheu de gritos histéricos, os fundos do colégio ficaram vazios e silenciosos. Saí do colégio de bicicleta quando começou a chover. Não me importei de pegar chuva. Fiquei pelos arredores do colégio, pedalando a esmo, sem rumo, remoendo as palavras de Hazel na minha mente, até que a chuva engrossou e eu fui obrigada a parar num ponto de ônibus vazio para não ficar totalmente encharcada. 

-Isso me lembra de quando Hazel e Miles ficaram pela segunda vez. - disse, tirando o excesso de água dos meus cabelos embaraçados.

Eu sabia que tinha sido uma grande burrice pegar chuva daquele jeito, mas eu não tinha nada a perder. Havia brigado com Hazel, decepcionado Miles, deixado Grace na mão... Estava destruída. Em ruínas, não fazendo ideia de como me reconstruir diante de tanta desgraça. Enquanto a chuva caía sob o teto frágil do ponto de ônibus, fiquei pensando em como as coisas haviam mudado para pior desde a volta das aulas, depois do Dia de Colombo, lá em outubro. Tudo tinha piorado de uma maneira astronômica, e eu não conseguia ver sentido em quanta coisa tinha acontecido num estalar de dedos. 

"Lucy tá morta. Hazel brigou comigo pela primeira vez em anos. Miles e Grace estão decepcionados comigo. Meu histórico escolar tá manchado permanentemente pelo resto da minha vida. E eu vou ter que ver o Derek amanhã", pensei, amargamente.

Aparentemente, lamentar era a única coisa que eu sabia fazer sem que algo de ruim acontecesse. No fim de tarde chuvoso daquela sexta-feira, eu chorei sem escrúpulos sentada no ponto de ônibus deserto da Pendleton Street, pouco abaixo da entrada do colégio. Alguns carros passavam de vez em quando, os pneus jogando água da calçada na barra da minha calça. 

As gotas de chuva recocheteavam ruidosamente no asfalto, e eu percebi que a chuva iria demorar para passar. Esperei até escurecer. Logo, lá estava eu, - sozinha, ao lado de uma bicicleta -, numa estrada vazia e iluminada pelos postes amarelados que ali estavam. Fui embora para casa na primeira oportunidade. 

Aquela foi a primeira sexta-feira em que eu fui dormir cedo. Não me lembro de muita coisa daquela noite deprimente, mas lembro que acordei de manhã no outro dia um pouco menos angustiada. A persiana estava fechada, deixando a atmosfera do quarto sombria, mas assim que abri a janela, me surpreendi. 

A chuva do dia anterior tinha rendido um céu azulado, com muitas nuvens espessas e fofas, deixando transpassar alguns tímidos raios de sol. As poças na calçada refletiam a luz solar de uma maneira nostálgica e alguns galhos e folhas mortas estavam espalhados pelos gramados, como se a chuva forte de ontem tivesse servido de descarga para limpar tudo o que estava espalhado por aí. Funcionou bem.

Resolvi que iria me preparar o quanto antes possível. Logo antes do meio dia, tomei um banho demorado e me arrumei para o enterro. Vesti um casaco de malha preta por cima de uma camiseta violeta. Ao me olhar no espelho, sorri. Violeta era a cor favorita de Lucy. 

Meu almoço foi breve, mas agradável. Optei por ir ao Frank and Mary's Diner, um lugar ao qual eu e Lucy íamos bastante quando ela não tinha paciência para cozinhar. Era comida caseira, e Lucy era uma cliente assídua naquele lugar em seus primeiros anos, logo depois de se mudar para Cortland. Ela costumava dizer que o rosbife de lá lembrava a Inglaterra, por isso gostava de lá, além do fato de o casal de proprietários ser um amor. Nunca questionei. 

Antes mesmo de se entrar no restaurante, era possível sentir o aroma de óleo fritando e o barulho da carne fritando na grelha gordurosa. Era o meu tipo de lugar. Era mais ou menos uma hora quando me sentei num dos estofados ao lado da janela. O restaurante estava cheio, até mais do que o normal para o horário de pico. Não demorou muito para que uma garçonete me atendesse, mascando um chiclete cor-de-rosa.

-Qual é o especial do dia? 

-O Lumberjack. Dois ovos fritos ou cozidos, duas panquecas, uma escolha de carne com tostadas e café, por oito dólares.

-Vou querer um cheeseburger com fritas da casa e uma limonada.

A garçonete se virou e foi atender outra mesa com o meu pedido em mãos. 

"O Lumberjack é muito pra mim, prefiro meu hambúrguer", pensei, com um risinho nos lábios.

Enquanto meu almoço não chegava, me peguei observando o movimento dos carros na Homer Avenue, imaginando o que Derek iria me dizer mais tarde. Não sabia o que esperar dele. Provavelmente, iria choramingar sobre alguma besteira. Desde que ele passou a mandar recados na secretária eletrônica, refleti bastante sobre a nossa relação. Mas, naquele momento, acima de tudo, eu refletia sobre Hazel, e sobre como eu iria falar com ela novamente. Mais do que tudo, eu queria nos unir outra vez, apesar de tudo o que Hazel vinha fazendo. 

Ela foi a única que me acompanhou durante todos os meus anos em Cortland, e eu fui a única que conversou com ela desde o momento em que Hazel se mudou de Chicago. Nós duas éramos o suporte uma da outra. Anos de companheirismo não poderiam acabar por causa de uma briga no pátio do colégio. Meus pensamentos se desvaneceram quando a garçonete do chiclete chegou com o meu hambúrguer e um copo suado de limonada. Agradeci e me concentrei em comer as batatas primeiro, lembrando de Lucy.

"Lucy. Ela poderia me dizer o que fazer", imaginei.

Pensei no que Lucy faria. Quebrei a cabeça por um tempo, até que, depois da primeira mordida no hambúrguer, me dei conta do que faria antes de ir ao cemitério. Teria que funcionar, pelo bem da minha amizade com Hazel, mas se não desse certo, eu teria que me convencer de que a amizade com Hazel não duraria mais.


Notas Finais


E então, o que acharam da briga das duas? Espero que tenham gostado do capítulo! :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...