A tempestade caía do outro lado da janela enquanto os respingos das gotas escorriam pelo vidro formando formas que seu cérebro já não mais tentava adivinhar. Contemplando o céu tempestuoso repleto de raios e trovões, questionou-se da sua mais pura forma assim que notara o clarão do relâmpago. Absorta assim, indagou a si própria por quando: Quando?
Quando deixou de sentir ou de existir? Ou melhor, como retomar a fazer parte da existência nesse mundaréu gigante repleto de nuvens das mais variadas formas? Não podia mais voar e muito menos pisar no solo, pois suas asas estavam pesadas demais para esvoaçar e os pés leves demais para perdurar. Apenas flutuava, presa no não ser.
Queria sentir, rir e sorrir. Queria saltar, tocar e falar. Queria extravasar, gritar e bradar. Desejava também poder protestar, reclamar e proclamar. Clamava por ação, agitação e um mísero empurrão. Almejava até mesmo um simples esbarrão. Por fim, ansiava por muitas coisas enquanto mantinha-se imóvel presa a si mesma, mas além de cobiçar o seu conturbado mundo interior, havia uma simples comoção; embora quisesse somente vivenciar, ela queria mesmo era apenas chorar.
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