História Eu não sou gay - Jikook - Eleven

JUNGKOOK POV ON 
-Por que eu sou um tolo Jungkook...e porque eu te amo, muito.- Ele diz a última parte um pouco mais baixo, meus olhos se arregalam, então ele me amava, Jimin realmente me amava, eu levanto minha cabeça sentindo meu rosto ser completamente molhado por lágrimas grossas que desciam sem parar, vejo Jimin sorrir de forma triste pra mim, ele esperava uma resposta, eu sabia disso, eu queria falar, mas antes que eu consiga formar as palavras em minha garganta Jimin sai do quarto, eu sinto como se meu coração tivesse acabado ser arrancado de mim, e realmente tinha, meu coração era inteiro de Park Jimin, e agora ele estava e estava indo embora e o levando consigo. 

-Jimin...- O chamo mais alto que consigo, sem resposta, sinto as lágrimas em meus olhos aumentarem a velocidade em que caíam e começo a soluçar.- Eu também te amo Jimin...- Digo num fio de voz sentindo meu peito doer cada vez mais. Eu não imaginava que amar doeria tanto assim. 

*** 

-Jeon Jungkook, come alguma coisa, você tá com uma aparência horrível!- Jin diz me entregando um sanduíche, eu tento negar mas ele praticamente enfia o lanche na minha boca me obrigando a comer, dou uma mordida e sinto um tapa em minha cabeça. 

-Aigoo!- Digo nervoso e me viro pra trás vendo TaeHyung desacompanhado, ele se senta ao meu lado olhando pra mim seriamente. 

-Desencana Jungkook, faz uma semana que ele terminou com você.- Tae diz e revira os olhos 

-É, mas eu amo ele TaeHyung, e não é em uma semana que eu vou deixar de amar alguém.- Digo sério e dou outra mordida em meu sanduíche 

-É, mas, nesse tempo que se passou eu não vi você fazer nada Jungkook, em momento algum eu vi você tentando falar com ele pra tentar voltar! 

-Não é fácil assim Kim TaeHyung! Você sabe muito bem o que meu pai faria comigo e.... 

-Jungkook, quem foi que disse que amar seria fácil? Quem disse que pra amar você não teria que se sacrificar e sentir dor? Ainda mais você, que ama outro homem, é preciso passar por algumas situações difíceis para poder ser feliz.- Ele me corta de maneira séria, eu engulo em seco, eu sabia que ele estava falando sério, e sabia também o que tinha que fazer. 

-Onde está Hoseok?- Pergunto tentando mudar de assunto. 

-Ah, ele está com Jimin, eu 'tava' lá também, mas resolvi vir fazer companhia pro senhor zumbi.- Ele usa o apelido que eu havia ganhado por estar parecendo um morto vivo desde Jimin me deixou, eu rio, Hoseok e Jimin tinham ficado bons amigos, talvez até demais, mas eu não reclamava, não queria que Jimin ficasse sozinho. 

-Vocês se inscreveram no show de talentos da escola?- Hoseok chega e abraça TaeHyung por trás, que dá um pulinho de susto mas logo sorri e dá um selinho no namorado. 

-Eu sim, eu e o Jin vamos cantar juntos.- Tae diz orgulhoso e Hoseok sorri 

-É verdade, vamos cantar "Even if I die, it's you"- Jin diz orgulhoso e Tae concorda sorrindo 

-Eu, o Nam e o Yoongi tínhamos nos escrito pra cantar uma música de nossa autoria, vulgo Cypher, mas aí o Yoongi viajou. Então resolvemos cantar solos, eu vou cantar "1 Verse" (n/a: souapaixonadaporessamúsicasocorro) e Namjoon vai cantar...- Hoseok parecia pensativo 

-Do You.- Namjoon chega e se senta ao lado de Jin que o beija, eu sorrio, geralmente eu ficava com o Jimin e com os garotos, mas agora, eu estava sozinho, que karma. 

-E você biscoito?- Tae me pergunta 

-Ah...eu me inscrevi também, não vou falar o que eu vou cantar, não ainda.- Digo e sorrio de lado, TaeHyung revira os olhos 

-Jimin também se inscreveu pra cantar.- Hoseok diz 

-Sério? Que música ele vai cantar?- Pergunto animado, seria uma música pra mim?  

-Não sei...- Hoseok diz desanimado e meu sorriso some. 

*** 

Eu passei praticamente minha aula inteira olhando pra Jimin, que em hora alguma tirou sua atenção do professor ou do caderno pra olhar pra mim, aquilo estava acabando comigo, e se eu não fizesse algo a respeito, eu iria sofrer ainda mais. 

*** 

O sinal bate e eu vejo Jimin quase saindo da sala de aula, corro até ele. 

-JIMIN!- Grito e seguro seu pulso para que ele não vá sem falar comigo 

-Mas o que é que...- Ao dar de encontro com meu rosto, que estava muito perto do seu, ele arregala os olhos e entreabre a boca, mas nada diz, apenas fica me encarando esperando que eu fale algo, eu solto seu pulso e ele se mantém parado na minha frente sem tentar se distanciar, apenas esperando que eu fale. 

-Jimin, me perdoa, por favor, me dá uma segunda chance. Por favor.- Eu praticamente imploro, vejo seus olhos se arregalarem, as palavras pareciam não se formar em sua garganta, mas repentinamente ele sorri sarcástico e endireita sua postura, eu engulo em seco com medo do que sairia daquele sorriso sarcástico. 

-O meu perdão tá por dois milhão, e eu não trabalho com drama não.- Ele diz e eu abro a boca pra responder á ele, mas sinto um dedo pequeno em meus lábios, percebo que Jimin havia colocado seu dedo indicador em cima de meus lábios, me calando, percebo que ele tremia. 

-Mas amor...- Eu o chamo por aquele apelido e vejo lágrimas se formando no canto de seu olho, imediatamente ele retira seu dedo de meus lábios e limpa seus olhos de forma rápida. 

-Um choquinho de realidade sempre é bom, mas pelo que vejo, no seu caso tem que ser explosão (n/a: Opa, você disse "Wtf Bangtan"?) né Jungkook? Você sabe muito bem o que tem que fazer pra eu te perdoar.- Ele diz e se prepara pra sair de perto de mim, eu o seguro pelo pulso o trazendo pra próximo de mim novamente, dessa vez o seguro ainda mais próximo pela sua cintura. Ele ficou tenso. 

-Eu não tenho dois milhões.- Eu digo e sorrio, Jimin ri e me empurra com tudo. 

-Vê se cresce Jungkook!- Ele diz e se afasta rapidamente. Sinto lágrimas se formando em meus olhos enquanto vejo Jimin saindo pela porta. É, eu sabia exatamente o que tinha que fazer, e era isso que eu faria, eu me recuso a perder, me recuso a perder Jimin. 

*** 

Eu estava em frente aquela porta grande e branca, minha mão estava trêmula, mas eu precisava fazer isso, eu precisava ter Jimin de volta pra mim, bato na porta e a abro um pouco. 

-Appa...- Chamo com um pouco de medo observando meu pai, que estava com o rosto enfiado no computador mas no momento em que eu o chamo, me encara, deixando o computador de lado.- Eu preciso conversar.- Digo e entro na sala fechando a porta atrás de mim. 

-O que é que você quer garoto?- Ele me pergunta sério, sinto meu lábio tremer. 

-É algo sério, por favor, podemos conversar?.- Digo e me sento na cadeira que ficava do outro lado da mesa, ele cruza os braços e relaxa na cadeira me encarando ainda muito sério. 

-Agora que você já me fez parar o que eu estava fazendo, vá em frente, o que tem pra dizer?- Ele diz aumentando meu nervosismo. 

-O que você acha sobre pessoas...garotos homossexuais?- Pergunto rapidamente antes que minha coragem vá embora, vejo a expressão de meu pai mudar pra uma ainda pior. 

-É ridículo, é nojento, é uma vergonha, eu tenho nojo quando vejo dois homens de mãos dadas, pra mim homem é homem e mulher é mulher. Deus criou o homem e a mulher para ficarem juntos, o resto, é apenas um bando de sem vergonhas. Quando morre um gay, meu coração se alegra, pois é uma vergonha a menos pra sociedade, um lixo a menos. É isso que eu acho de pessoas homossexuais Jungkook, mas, porque está me perguntando isso?- Meus olhos se arregalam, meu corpo treme, meu peito se agita em revolta, eu já estava inventando uma desculpa qualquer pra fugir daquela situação sem ter que dizer a verdade, mas então as palavras de Jimin vêm a minha mente, me fazendo criar coragem pra falar. 

-Eu sou gay pai. 

"Vê se cresce Jungkook!" 

-E estou completamente apaixonado por um garoto. 

"Você sabe muito bem o que tem que fazer pra eu te perdoar." 

Assim que termino de falar, sinto meu rosto ser atingido de uma forma tão forte que me faz cair no chão, percebo que meu pai havia me dado um soco. 

Mas as coisas não pararam por aí, meu pai me levanta e me joga contra a parede me fazendo gemer de dor e voltar ao chão. 

-Você é gay Jeon Jungkook?- Ele cuspia as palavras em mim.- FICA EM PÉ SEU VIADINHO NOJENTO!- Ele grita e me levanta novamente pelo colarinho da camisa, me acertando outro soco, sinto meu corpo doer ao atingir o chão pela terceira vez, meu rosto estava doendo tanto que chegava a estar dormente, eu só conseguia chorar, meu pai me batia tão rápido e tão forte que eu não tinha forças pra me defender, o sinto desferir chutes na lateral do meu corpo com toda a força que conseguia, eu cuspo sangue, minha visão estava turva, eu não tinha forças, mas mesmo assim o vejo tirando o cinto e começando a me acertar sem parar, até que tudo fica preto e eu não vejo ou sinto mais nada. 

-Você é um lixo.- O escuto dizer e sinto algo molhado em meu rosto, ele havia cuspido em mim. 

*** 

Acordo no meu quarto, jogado no chão, tento me levantar mas meu corpo doía como nunca, minha cabeça parecia o inferno, as lembranças invadem minha mente e eu começo a chorar. 

Depois de algum tempo consigo finalmente me levantar, com um sorriso no rosto, agora meu pai já sabia, agora eu e Jimin poderíamos ficar juntos. Com muita dificuldade vou até a minha escrivaninha e pego meu celular procurando por um contato específico, disco o número, após três toques escuto a outra voz do outro lado da linha. 

-Jungkook...?- A pessoa do outro lado da linha me pergunta. 

-Mãe, eu preciso da sua ajuda...