História Eu não sou gay - Jikook - Five

JIMIN POV's ON 

Na saída da escola Jungkook sai com seus amigos, então eu não me aproximo e fico o seguindo apenas com o olhar, eu não me lembrava onde era a casa dele, então teríamos que ir juntos, suspiro pesadamente, o que iria acontecer lá? Me distraio olhando para meus pés e acabo perdendo Jungkook de vista, olho em volta mas não o encontro, balanço os ombros, talvez se eu não for a casa dele será melhor, eu já consegui decorar as falas mesmo, não teria problema, o professor nos obrigou a ensaiar todas as aulas depois do intervalo, minha garganta seca ao me lembrar do ensaio. 

FLASH BACK ON 

Jungkook só precisava dizer as falas, o professor pediu que nós nos "beijássemos" hoje, ele precisava avaliar se o beijo parecia verdadeiro, engulo seco quando Jungkook suspira se aproximando perigosamente de mim, lembro-me do ensaio em sua casa, onde tudo pareceu tão real, naquele momento também parecia, eu podia notar o brilho do desejo nos olhos de Jungkook, os meus não deveriam estar diferentes, enquanto Jungkook pronunciava as últimas falas antes do beijo, e antes do término da peça, minha garganta secou, meu coração acelerou, eu não sabia o que fazer, meu corpo se arrepiou por inteiro, eu saberia o que deveria fazer, mas como faria isso? E se desse errado? E se...fosse realmente um beijo, de verdade, e não apenas um de teatro, eu estava nervoso e ansioso ao mesmo tempo, queria e não queria aquilo, então escuto Jungkook dizer suas falas: 

-...me beije Jisung-ah, tem muito tempo que espero para tocar seus lábios e sentir seu gosto, me beije.- Jungkook pronuncia entrando em seu personagem por completo quando ele diz aquilo, ele estava tão...sexy? Mordo meu lábio, eu já sabia o que deveria fazer, seguro seu rosto com minhas mãos delicadas, e ele aperta minha cintura, por um momento, apenas naquele breve momento, existia apenas eu e Jungkook no mundo, ninguém mais, nem o professor, sua filha, ou qualquer pessoa que estivesse presente nesse universo, apenas eu e ele, apenas nossos olhares fixos um no outro, apenas nossas bocas, que, de certa maneira, clamavam uma pela outra, mesmo que naquele breve momento onde estávamos apenas fazendo nossos papéis, fecho meus olhos e entreabo meus lábios, puxando Jungkook para mais perto de mim, nossos lábios se colam, e simulamos um beijo, nossas línguas não se tocaram, isso me incomodava de certa forma, Jungkook me apertou mais ainda como se quisesse algum tipo de contato maior, um contato de nós não podíamos ter, um contato que não deveríamos ter, então, sinto algo quente invadir minha boca, aquilo era a língua dele, a língua de Jungkook, abro meus olhos assustado, mas logo me entrego aquele beijo que começava a se tornar real, quando íamos aprofundar mais o beijo, escutamos uma voz, que me pareceu muito irritante naquele momento, nos interrompe. 

-M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O! E nessa hora as luzes se apagam e as cortinas de fecham, bang! Ficou tão realista...-O professor diz de uma forma orgulhosa, olho timidamente para Jungkook que tinha um semblante irritado, provavelmente pelo professor ter nos interrompido. 

Eu tinha beijado Jungkook, quer dizer, Jeon Jungkook, um garoto que eu mal conheço mas que já faz meu coração bater mais forte e que me deixa cheio de dúvidas, tinha me beijado, e eu tinha cedido, facilmente. 

FLASH BACK OF 

-Mas dessa vez eu não irei ceder, eu irei pra casa.- Digo a mim mesmo já do lado de fora da escola, suspiro pesadamente, olho para meus pés e continuo caminhando para minha casa, me afastando da escola, e de Jungkook, algo dentro de mim não queria isso, algo dentro de mim queria ir lá e ceder a tudo, ceder aos toques daquele garoto, ceder aos seus beijos, mas eu não podia, eu não devia, quando aumento a velocidade de meus passos, sinto meu braço ser puxado fortemente, e eu sou prensado contra um muro qualquer, fecho meus olhos esperando o pior. 

-E-eu não tenho dinheiro, por favor, pegue meu celular, mas, m-mas me deixe ir, não faça mal a mim, por favor.- Digo quase chorando, eu já estava perto de casa, e pode-se dizer que o bairro aonde eu morava não era nem um pouco nobre, ou seguro. 

-O que? Eu não vou fazer nada com você, nada que você não queira.- A pessoa diz próxima ao meu ouvido, aquela voz, eu a conhecia, abro meus olhos e vejo Jungkook em seu uniforme escolar, um pouco suado, ele devia ter corrido atrás de mim, ele tinha um sorriso sacana nos lábios. 

-J-Jungkook..?- Eu digo confuso 

-Aonde você estava pensando que ia hum? Vamos almoçar na minha casa hoje, lembra? Temos que ensaiar, a peça é daqui duas semanas.- Não consigo dizer nada, apenas assinto e o empurro, e começo a andar na direção contrária, pra onde eu achava que Jungkook morava, viro em uma rua e sinto meu braço ser novamente segurado daquela maneira bruta. 

-Minha casa não é por ai.- Ele ri e me solta entrando em outra rua, logo uma mansão, a mansão de Jungkook aparece, nós entramos eu cumprimento as empregadas que se surpreendem com meu ato, Jungkook joga seu casaco escolar em uma delas que parecia acostumada com aquilo, eu apenas entrego o meu velho casaco a ela educadamente e agradeço, Jungkook revira os olhos. 

-Leve nosso almoço em meu quarto, almoçaremos lá.- Jungkook diz rudemente, eu estava me irritando com aquela atitude dele, minha mãe era empregada doméstica, e vê-lo tratando aquelas pobres mulheres daquela forma, me irritava, porém eu não digo nada. 

-Sim senhor.- A empregada diz em um sussurro e faz uma reverência entrando em um dos grandes corredores da mansão, quantos cômodos aquilo tinha? Chegamos ao lugar que eu me lembrava ser o quarto de Jungkook, ele abre a grande porta branca e entramos num quarto preto gigante com adesivos e pôsters por todas as paredes, ele joga sua mochila em um canto qualquer junto de seu tênis e em seguida se joga na cama pegando seu celular no bolso e começando a mexer em suas redes sociais, eu porém, fico encostado no batente da porta apertando fortemente a alça de minha mochila, eu queria fugir dali, eu sabia que iria ceder, pelo simples fato de não conseguir sair dali, porque eu queria aquilo, eu queria beijar Jungkook e deixá-lo molestar meu corpo da forma que quisesse, isso me assustava, esses pensamentos, esse consentimento da minha parte, porque eu o desejava tanto assim? 

-Jimin...- Jungkook me chama com a voz calma e eu o olho saindo de meus pensamentos.- Venha até aqui.- Ele diz dando leves tapinhas ao seu lado na cama, eu nego com a cabeça envergonhado, eu não podia me deixar levar tanto assim, não de novo, mesmo que eu fosse gay, não queria com Jungkook, não poderia, eu queria que fosse especial, com alguém especial.- Eu não estou pedindo Park Jimin, estou mandando.- Seu tom estava mais sério, eu abaixo a cabeça. 

-N-não quero, n-nós temos que ensaiar,- Digo tentando me manter firme. 

JUNGKOOK POV'S ON 

Aquilo estava me estressando, porque ele não queria? Porque estava resistindo? Eu desejava Park Jimin, eu queria beijá-lo, nunca desejei tanto beijar e estar perto de alguém assim, não até eu descobrir que Jimin seria meu par naquela peça de teatro, pensamentos como "Eu não sou gay, ou sou?" Rondavam minha mente direto, me perturbando, mas quando eu estava com Jimin, era apenas eu e ele, o mundo todo deixava de existir, e eu saia de mim, perdia minha sanidade mental, e não era mais hétero, aquilo me assustava, mas eu o queria, eu precisava sentir Jimin novamente, precisava beijá-lo, dessa vez sem nenhum professor para nos atrapalhar, apenas eu e Jimin, não que eu quisesse transar com ele, quer dizer, eu quero sim, mas, quero que seja com o consentimento de Jimin, quero que ele sinta prazer e concorde com isso, eu jamais faria algo que ele não quisesse, mas naquele momento, eu precisava beijá-lo, ao menos isso, não sei quando esse sentimento ficou tão forte, ou quando Jimin deixou de ser aquele garoto cujo eu nem sabia que existia e se tornou uma necessidade para mim, mas quer saber? Que se foda tudo isso, eu vou beijá-lo, Park Jimin me pertencerá, ao menos hoje, mesmo que fiquemos só nos beijos, mesmo que ninguém possa saber, eu não me importo, eu apenas quero sentir aqueles lábios macios e carnudos em cima dos meus novamente, sua língua em minha boca fazendo uma dança sexy, me levanto e puxo Jimin até minha cama jogando sua mochila em um canto qualquer do quarto e em seguida o jogando em minha cama e ficando por cima dele, seus olhos me encaravam assustados. 

-Jungkook...- Sua voz era fraca 

-Shh, não fale nada, não agora, deixe para falar depois, por hora, apenas me beije, me beije Park Jimin.- Eu disse colocando meu dedo indicador sobre seus lábios e imitando as falas de meu personagem, Jimin não disse nada, apenas fechou os olhos e entreabriu os lábios, consentindo para que eu fizesse aquilo, aproximei meus lábios dos seus sendo correspondido imediatamente, as pequenas mãozinhas de Jimin foram para o meu pescoço fazendo um carinho ali, me arrepiando, enquanto uma de minhas mãos estava ao lado da cabeça de Jimin sustentando meu peso, minha outra estava em sua cintura, o beijo era maravilhoso, posso arriscar dizer que foi o melhor beijo de minha vida, nossas línguas tinha sincronia, se enroscavam fazendo uma dança sexy em nossas bocas, Jimin tinha cheiro de sabonete, eu sorrio entre o beijo mordendo seu lábio inferior, quebrando o beijo por falta de ar, escuto um gemido baixo de Jimin quando eu passo a atacar seu pescoço, sinto meu membro dar sinal e Jimin se assusta soltando um gemido surpreso quando minha ereção toca a sua que já começava a ficar dura, eu rio sarcástico contra seu pescoço, então eu não era o único que ficava daquela forma a final de contas. 

-Jungkook...- Ele me chama novamente dessa vez ofegante pelo recém beijo que havia tirado o fôlego de nós dois. 

-Sim?- Digo calmo o encarando, vejo que seus olhos estavam cheios de lágrimas.- Jimin? O que houve?- Pergunto preocupado, vê-lo chorar cortava meu coração, eu não era do tipo de me preocupar atoa, meus amigos diziam que eu não tinha nenhum tipo de sentimento, que meu coração ficava no dedão do pé, que eu amava pelo fígado, porém, Jimin mexia comigo de uma forma que ninguém jamais mexeu, aquilo me deixava tão assustado. 

-E-eu não quero transar.- Ele diz e vira o rosto pro lado, eu vejo se pescoço marcado e sorrio de lado. 

-Jimin.- Digo sério e ele me encara, eu sorrio levemente e coloco a mão que antes estava em sua cintura em sua bochecha, fazendo um carinho ali.- Eu jamais faria algo que você não quisesse, eu apenas...queria te beijar, não sei porque eu só...- Foi minha vez de virar o rosto pro lado, eu não iria assumir tudo o que Jimin fazia comigo, todo o desejo que ele despertava e mim, mas aquela altura, acredito que ele já tenha percebido. 

-Então me beije.- Eu o olho confuso 

-O que?- Pergunto sem entender muita coisa, mas o olhar desejoso de Jimin me fez sorrir e aproximar nossos rostos novamente roçando nossos lábios, ele também me desejava, Jimin me queria assim como eu queria a ele, aquilo fez meu coração pulsar fortemente, Jimin fecha os olhos e eu também, então a porta se abre bruscamente e eu a encaro assustado e vejo uma das empregadas com um olhar assustado, seus olhos se arregalam ainda mais quando ela me vê naquela posição com Jimin, eu o encaro e ele estava corado fortemente. 

-Senhor Jungkook, seu pai está aqui, e está vindo para seu quarto.- Ela diz rapidamente  

-Meu...pai?- Repito o que ela disse e a vejo assentir freneticamente enquanto olha para os lados, eu volto a mim e me afasto bruscamente de Jimin pegando minha mochila no chão e pegando os papeis com as falas que estavam em um bolso qualquer da mochila e entregando a Jimin que pareceu entender imediatamente e começamos a ensaiar de um ponto qualquer. 

-Jungkook..?- Escuto uma voz rígida e séria falar, engulo seco e olho para a figura que estava na porta me observando. 

-Pai...-Digo em um sussurro, eu sentia medo, aquele olhar gélido me dava medo, eu senti vontade de chorar naquele momento, era quando meu pai estava por perto que tudo ia por água a baixo, minha máscara de garoto durão e mal educado, sem sentimentos e que não sente dor, era quando ele me olhava daquela forma que a máscara caia e eu me mostrava um verdadeiro garoto medroso que não ousava responder ao seu pai como eu costumava fazer com os professores ou qualquer pessoa, eu jamais desrespeitava aquele homem, eu sabia muito bem o que ele era capaz, percebo o olhar assustado de Jimin, provavelmente, a figura de meu pai , seu olhar frio e penetrante, sua voz que não esboçava nenhuma emoção não transmitiam medo apenas para mim mas eu mesmo estava assustado demais para tentar de alguma maneira tranquilizar Jimin.