História Eu odeio amar Park Chanyeol - Um ruivo no meu quarto

Estou atrasado, DE NOVO. Grande novidade não é mesmo? Afinal já perdi a contas de quantas vezes eu já cheguei atrasado ainda essa semana. As pessoas me olham como se eu fosse um louco, correndo no meio da rua, mas o que elas querem que eu faça? 
Droga se eu chegar assim na faculdade, os inspetores e os professores vão reparar que eu sai e eu vou me ferrar ainda mais. 
Solto um suspiro.
Eu sai só para comer em algum lugar decente (porque a comida da faculdade é horrível) e para comprar coisas necessárias para a vida, por exemplo mangás, filmes, enfim, coisas que me mantém bem longe de vida social com outras pessoas. Agora o fato é, que, eu posso sair da faculdade com permissão? Posso, claro, não sou prisioneiro daquela merda. Mas tem dois pontos pelos quais eu saio escondido, o primeiro é que vão perguntar aonde eu estou indo, e se eu responder: "A comida da faculdade é uma merda quero comer algo decente" eles vão rir da minha cara e não vão deixar eu sair. O segundo ponto é que, sejamos positivos, tudo com um pouco de adrenalina fica mais divertido não é mesmo? E é com esse pensamento que eu chego no estacionamento da faculdade suando e ofegante. Entro pela porta mesmo, e não pelo buraco na parede, já que nesse momento não teria ninguém por ali. 
    Vou correndo para a minha aula, subo as escadas, passo pelo corredor até chegar na frente da porta. Apoio as mãos nos joelhos e paro para respirar um pouco, quando me recupero da falta de ar faço postura e bato na porta já preparando minha cara de fofo, a qual ninguém resiste. O professor me vê pela janela da porta e faz um sinal para que eu entre, entro já esperando o maior esporro da minha vida, mas não, ele apenas aponta para uma cadeira vazia no fundo da sala passando a mão no rosto. 
Meio assustado com a ação, mas ainda feliz por não ter me ferrado, sigo até o lugar indicado e  apenas me sento, olho para o professor que voltou a dar sua aula com aquela cara de cansaço de sempre. Viro para meu lado direito e vejo Jongin. Peço um papel e um lápis (coisas que eu não tinha no momento porque esqueci de pegar) ele me olha com cara de tédio. Meu amigo era meio sádico e tenho certeza de que queria que eu me ferrasse. Logo me empresta as coisas e volta a fazer o nada que estava fazendo antes.
    As aulas do dia acabam, e eu me levanto quase de imediato, não aguentava mais ficar sentado. Eu ia começar a andar em direção a porta quando sinto algo atingir a minha cabeça. Me viro e vejo que era aquele demônio do Jongin que tinha tacado uma bolinha de papel em mim.
— Diga.... — Falo fazendo cara de cu e falando com um toque de irônia. Sou grosso mesmo fazer o que?
— Queria que você tivesse se ferrado Baekkie, a aula estava tão chata.... Mas enfim diz ai o que foi que foi que você comprou?
— Imaginei pela sua cara de tédio. Nada de mais, a continuação daquele mangá que eu estava lendo outro dia, um filme que o vendedor me empurrou e um salgadinho.
— Que bosta hein.... — Ele fala fazendo uma careta— bom tanto faz, vamos?
Ele fala e eu apenas faço que sim com a cabeça. Saímos da sala de aula e fomos em direção a uma salinha escura que ficava no segundo andar no final de um corredor estreito e escuro. Entramos e nos jogamos ali mesmo em alguns pufes que tinham no chão. Aquele lugar não era exatamente um clube, era apenas uma salinha inútil da faculdade que eu e meus amigos transformamos em um cantinho para nós, afinal somos todos um bando de antissociais e assim poderíamos ficar quietos na nossa sem ninguém nos perturbar. No momento só estávamos eu e Jongin, mas logo o resto do povo chegaria. E foi pensando isso que a porta se abre e Kyungsoo e Minseok entram pela porta seguidos por Luhan e Tao. Os dois primeiros entraram apenas acenando de leve com a cabeça e murmurando um oi, logo indo para seus cantinhos quietos como sempre; já os dois últimos.... Chegaram fazendo aquele circo, como sempre, estavam sempre brigando não importava o motivo.
— Olá...— tentei falar para os dois que se olhavam de cara feia— o que houve dessa vez?
— Nada não, é só que essa criatura acha que sabe mais do que eu em tudo, e que eu consequentemente estou sempre errado— Luhan fala olhando feio para Tao.
—Eu não fiz nada de mais Baekkie! É só que essa criatura adora fazer tempestade em copo d’agua!
— Ah claro...sou eu que faço tempestade que em copo d'agua agora...— fala Luhan irônico revirando os olhos em resposta a Tao. 
— Não vou gastar minha saliva contigo, não hoje nem agora, então se me der licença— Tao falou cheio de ironia na voz, virou de costas e foi para um cantinho mais obscuro da salinha. 
Era estranho Tao recusar uma briga, mas até entendi essa reação dele, deve estar com a cabeça latejando por causa da ressaca, e o Luhan enchendo seu saco nessas horas deve ser péssimo. Eu não bebo, nem saio escondido para festas, como o Tao fez ontem, então não sei como deve ser.
Tento segurar o riso e não fazer nenhum comentário maldoso, afinal Luhan era do tipo muito sensível, o que fazia vez ou outra ele parecer um tanto infantil, é um ser que gosta de estar certo em tudo, e não suporta críticas, ainda mais se vindas de Tao, mas é uma ótima pessoa, além de extremamente bonito, objetivo de vida, um dia ficar com o Luhan. Mas só jeito que esse garoto é disputado, não vai acontecer. Já Tao me lembra um pouco uma diva, gosta de estar acima de todos, e quando não está ou está na lama, levanta a cabeça e finge que tem o controle da situação, sempre joga a verdade na sua cara não importa se vai machucar ou não, e acho que por esse fato ele acaba sendo sim um ótimo amigo, bom eu só acho. No final os dois são bem parecidos, e por serem tão parecidos, de vez em quando se torna algo insuportável os dois estarem juntos. Mas já aturo eles, faz um tempo, mas só nessas de nos encontrarmos nessa salinha, até porque não curso a mesma coisa que eles, que pior ainda cursam administração (o materia chata) e ainda na mesma sala.... 
Deve ser um inferno nessa sala....
 Meus pensamentos são interrompidos quando ouço algo caindo no chão. Olho para os lados assustado com o barulho, mas vejo que era só Minseok que tacou todos os cadernos no chão, e sinceramente eram muitos. Minseok é do tipo estudioso, cursa design gráfico, e tem uma carinha de santo, mas não me engana não, só quem já viu esse garoto bêbado sabe o quão santo ele não é (E só quero deixar bem claro que ele beija muito bem). Em minha opinião quando a pessoa está bêbada você descobre várias coisas que não sabia sobre ela, afinal ela não vai te esconder nada, ou seja a grande dica é, se você quer descobrir algo de alguém, embebede essa pessoa.
Estava ficando entediado, olho em volta e pego na minha sacola de compras o mangá que tinha comprado, Sword Art Online terceiro volume. Eu estou apaixonado por essa história, sei que tem o anime e tals, mas esse mangá também é muito maravilhoso. 
Quando abro a primeira página resmungo um “a partir de agora eu morri” para as pessoas em volta como se dissesse não me atrapalhem, e começo a ler imaginando que iriam me deixar em paz. Estava com um sorriso de orelha a orelha de tão animado para começar a ler. Li umas dez páginas e vi Jongin saindo de fininho, ignorei e voltei a atenção de volta para o mangá.
Se passaram uma meia hora e agora eu estava na parte do clímax da história, já teria acabado de ler se um ser chamado Luhan, que claramente ignorou o " a partir de agora eu morri" não tivesse puxado conversa comigo, mas me livrei dele quando ele cansou de mim apenas respondendo uns “aham” e foi embora reclamando que eu sou grosso, sou mesmo já disse, garoto mais carente de atenção, eu em. Estava finalmente sossegado e ainda mais animado para voltar a ler, quando Jongin me entra na sala e me diz a seguinte frase:
— Baekkie, tem um cara esquisito junto da porta do seu quarto e o diretor está dando a chave para ele.
Me arrepio todo, murmuro um “bosta” e saio correndo em direção ao meu quarto. Estou sempre correndo por aí, que incrível! 
O que acontece é que eu não tenho colega de quarto porque eu sobrei no sorteio, não tinha ninguém para ficar comigo, e sinceramente eu amei a ideia, porque digamos que ter o quarto inteiro só para mim é algo maravilhoso, e eu torcia para que esse dia não chegasse nunca, o dia que eu teria um colega de quarto. Infelizmente esse dia chegou, e isso foi comprovado quando eu vi no final do corredor um menino adentrando o meu quarto e o diretor na porta. Ainda bem que eu sou uma pessoa organizada, afinal se o quarto estivesse uma bagunça eu me dava um tiro.
Tento parecer não muito desesperado e desacelero o passo para passar na frete do diretor que ao me ver abre um sorriso que eu descreveria como no mínimo falso. 
—Baekhyun este é seu novo colega de quarto, o nome dele é Chanyeol.
Ele fala e eu examino o garoto ruivo de cima abaixo, e ele pelo jeito faz o mesmo comigo. Ele era muito mais alto que eu e isso me deixou envergonhado, odeio me sentir baixinho perto dos outros. De repente eu reparo aquele silencio constrangedor pairando no ar, e para quebra-lo eu me aproximo e estendo a mão murmurando um “prazer” e forçando um sorriso, afinal toda a minha liberdade de ter o quarto só para mim acabou por causa dessa criatura. Ele então apertou a minha mão de volta e sorriu também, e jesus amado que sorriso maravilhoso o desse garoto! Acho que corei um pouco e ele reparou soltando minha mão e olhando para baixo. Soltei um riso constrangido e olhei para a porta, o diretor já tinha ido embora. Eu não fazia ideia do que falar então apenas o encarei brevemente, virei de costas e deitei na minha cama, peguei o meu mangá que eu tinha levado para o meu quarto e voltei a ler ignorando a existência do garoto, que fez o mesmo, deitou em sua cama, mas em vez de ler começou a dormir e eu não pude evitar de ficar o observando um pouco. Era um ruivo alto, com dentes bonitos, orelhas grandes e que ficava muito bonito dormindo. Usava um jeans muito rasgado e um casaco de moletom, e não posso negar que ele ficava muito bonito naquela roupa. Seus cabelos bagunçados deram um ar fofo a ele dormindo. 
Mas no que você está pensando Baekhyun? Você acabou de conhecer o menino e já está dando uma de stalker, você sabe muito bem que é bem creepy observar alguém enquanto dorme. Por mais que ele seja realmente muito bonito e você queira muito chegar perto dele de novo... Baekhyun isso não é certo para de pensar nesse garoto!
E foi no meio desses pensamentos todos que eu reparei que ele estava com os olhos abertos e via que eu não parava de o encarar. Fiquei completamente vermelho e escondi meu rosto com o mangá tentando fingir que eu estava lendo. 
— P-porque você estava me observando? — ele perguntou e eu engoli em seco
— Eu..... brisei um pouco enquanto olhava para o lado — dou essa desculpa, e parece que ele acreditou por que pareceu mais relaxado.
— Você faz curso do que? — ele me pergunta puxando assunto enquanto esfregava os olhos e olhava para o teto de uma forma fofa.
— Eu faço fotografia, e você?
— Sério? Eu também!
— Olha só que coincidência não é mesmo? — Falo sorrindo de canto 
— Pois é....
O garoto então se senta na cama entrelaça as mãos apóia os cotovelos nas pernas e olha para frente pensativo. 
— Você pode me mostrar a faculdade? Não conheço nada por aqui e já vi que o lugar é enorme.
— Amm... Claro... Quer ir agora?
— Tanto faz
Ele dá de ombros e eu me levanto da cama. Apoio meu mangá na cabeceira e vou em rumo ao banheiro olhar minha situação no espelho, não estava tão mal assim. Jogo um pouco de água no rosto e volto para o quarto. Olho para o menino.
— Vamos?
Ele faz que sim com a cabeça e saímos do quarto. Mostro coisas importantes como o refeitório, as quadras, o lugar que dava para o estacionamento as salas que ele precisava saber e por fim levei ele na salinha obscura, como eu gostava de chamar. 
— Olha, assim, não repara que meus amigos são loucos tudo bem? E se algum deles der em cima de você, ignora. — Falo e ele arregala os olhos, rio baixo e abro a porta antes que ele pudesse falar algo. 
As pessoas olham e vêem alguém novo, e como eu esperava Luhan pulou da cadeira em que estava sentado e veio em um piscar de olhos ver quem era a pessoa ao meu lado. Quando disse para Chanyeol que alguém poderia dar em cima dele, me referi principalmente a Luhan e a Tao, nunca vi gente tão atirada quanto esses dois! Bom mas pelo o que vi o Tao não estava por perto. 
— Baekkie quem é o garoto novo? — perguntou Kyungsoo.
Esse garoto me dava calafrios, sério ele tem um olhar gélido, e eu nunca sei dizer se ele está feliz, triste ou o que for. Sinceramente tenho medo dele, mas tenho a esperança que algum dia ele seja legal comigo, ninguém pode ser tão frio assim.
— Esse é o Chanyeol, meu novo colega de quarto. Chanyeol este é o Kyungsoo, e este que não para de olhar é o Luhan — Luhan me encarou me fuzilando com o olhar mas logo se voltou para Chanyeol.
— Prazer, sinto muito por você ser colega de quarto justo dessa desgraça que é o Baekhyun.
— Não começa Luhan!
— Mas eu não fiz nada! 
E foi aí que eu ouvi um som vindo do meu lado. Em tão pouco tempo fizemos ele rir, o riso dele era bom de ouvir. 
— Me diga Chanyeol você é hétero? — Luhan perguntou para ele. 
Chanyeol passou a mão no cabelo, parecia desconfortável com a pergunta. Fiquei chateado porque queria saber a resposta. 
— Luhan! — repreendo o mesmo.
— Mas denovo? O que foi que eu fiz agora? 
Me aproximo dele e falo no seu ouvido.
— Seja mais discreto! Você acabou de conhecer o garoto vai com calma!
Ele bufa alto e revira os olhos. Olha o relógio.
— Bom pessoas eu vou indo, o Sehun me espera.
Ele fala passando pela porta.
— Desculpa por isso. — Falo para Chanyeol — O Luhan é meio sem noção.
— Tudo bem, ele é engraçado.... Desculpa se for indelicado mas ele é gay não?
— A não se preocupa, sim ele é. — falo sorrindo — Bom... O resto das pessoas são o Kyungsoo, Minseok e Jongin. O Tao não está no momento. 
Aponto para cada um dos meninos que vão acenando com a cabeça.
— Eles são a parte normal dos meus amigos. — Rio e me sento.— fique a vontade.

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Se passaram 1.... 2.... 3.... Dias. 1 semana.... 1 mês... 3 meses... E aquele ruivo foi se tornando cada vez mais próximo de todos, inclusive de Kyungsoo o que foi uma grande surpresa para mim. Mas além disso me parecia tudo normal, íamos para a aula, para a salinha e para o quarto, mantemos essa rotina mas nem sempre estavamos juntos. Em três meses Chanyeol entrou para o time de basquete da faculdade e não só entrou como de tornou o astro do time. E nesse tempo ele conseguiu me tirar de pelo menos 40 furadas por chegar atrasado também. Ele conquistou a faculdade inteira com aquele jeito dele. E as vezes eu me pegava o observando em tudo. Olhava para ele na aula, olhava para ele no quarto, as vezes eu ia em seus treinos de basquete também. Estava sempre o observando sem nem reparar. Mas ao mesmo tempo quando eu reparava, ou ele percebia que eu o encarava, eu me sentia estranho e procurava disfarçar. O típico "Aja naturalmente que o senpai está vindo", e é o que está acontecendo agora. Estava tão destraido pensando nisso enquanto olhava para ele que nem reparei que ele estava me encarando de volta. E foi aí que para tentar disfarçar que não estava olhando eu mudei o lado que estava sentado e nisso o meu casaco se enroscou na cadeira  e eu me desequilibrei caindo no chão. 
Sério desisto da vida. A sala inteira olhou para mim e eu só me estiquei no chão. Contei até trinta respirei fundo e levantei. Levantei a cadeira e me sentei comi se nada tivesse acontecido. Jongin ria que nem tonto. Tenho que me lembrar de bater nele depois. A aula continuou e também finalmente acabou. Minha primeira reação? Levantar ir até Jongin e empurrar ele. 
— Seu trouxa. — falo olhando para ele e vendo o mesmo voltar a rir.
— Ah Baekkie nem vem, foi hilário
— Não foi não... Seu sádico!
— Sou mesmo.
Ele fala sem parar de rir. Logo alguém chega por trás e segura meus ombros me assustando. Viro para trás.
— Chany!!! Quer me matar do coração? — pergunto fazendo bico
— Talvez... — Ele fala sorrindo de canto e eu reviro os olhos.
— Vocês dois são trouxas. Aishh. Depois disso vou até embora viu.
Falo me virando e começando a andar. Mas logo alguém segura meu pulso... E eu sabia que aquela era a mão do Chanyeol. Me viro olhando para baixo. Ainda não me acostumei com aquele menino sempre ficava vermelho perto dele.
— Baekkie não vai embora não, você prometeu almoçar comigo. — Ele fala fazendo bico.
— Ah é né... Tinha esquecido. Miane...
— Anyo... Bom mas vamos? Estou com fome.
Faço que sim com a cabeça e vejo Jongin me olhar com um sorriso malicioso na cara. Mostro o dedo do meio discretamente para ele e olho pra frente ouvindo o riso sarcástico do mesmo. Foi aí que eu reparei que o Chanyeol ainda não tinha me largado e do pulso ele passou a segurar a minha mão... E logo começou a me puxe para o refeitório. E eu parecendo um pimentão fui atrás dele. Saímos da sala e fomos até o refeitório em silêncio. Um silêncio com certeza constrangedor. Quanto chegamos ele soltou minha mão para pegar a comida. E então sentamos.
— Baeekie? Posso te fazer uma pergunta? — Ele fala quebrando o silêncio.
— Você acabou de me fazer uma mas pode fazer outra... — Eu falo e ele ri.
— Porque você sempre fica tão vermelho quando eu estou perto de você?
Fica um silêncio. Eu não sabia o que responder.
— P-p-porque... Não sei... Se eu pudesse escolher eu não ficava....
Novamente silêncio.
— E porque você sempre fica me observando? Não vem me dizer que você brisa porque eu sei que não é a verdade...
Eu estava vermelho. Muito. Um tomate. Queria sair correndo e me enfiar em um buraco. Mas não foi necessário porque Minseok veio se juntar a nós com a sua comida.
— Annyong. — Digo olhando para baixo e cutucando minha comida com o garfo. O clima estava muito estranho...
— Ei gente estou muito feliz eu tirei a mesma coisa que o Kyungsoo na prova... — Ele fala e nós dois nos viramos para ele. A gente sabia que era importante para ele então ignoramos o clima e fomos dar atenção.
— Parabéns Min... Você se esforçou muito... — Chanyeol falou primeiro.
— É... Parabéns... quando você falar isso para ele, tenho certeza que ele vai ficar feliz por você... — falo forçando um sorriso. Afinal eu tinha que ficar feliz meu amigo tirou a nota máxima na prova mais difícil do ano...
— Eu espero que sim... — Silêncio — Ei é impressão minha ou está um clima meio estranho aqui?
Minseok era meio lerdinho de vez em quando. Não mais que Lay que era nosso veterano que falava com a gente de vez em quando. Mas era um pouco. 
— Ah não... Impressão sua... — falo tentando disfarçar. E até que soou convincente.
— Ah que bom então. — Ele fala sorrindo.
Vejo de soslaio Chanyeol me encarando. Ele se aproximou e sussurrou no meu ouvido.
— Quando a gente for para o quarto eu vou cobrar o final daquela conversa...
Ele fala e eu me arrepio. Sempre tive fraco por pessoas sussurrando na minha orelha. Não importa o que elas estiverem falando. Bate aquele arrepio...
Suspiro fundo e me levanto me despedindo dos dois. E qual a primeira coisa que eu faço? Exatamente! Saio correndo pela faculdade que nem um retardado mental atrás do Jongin ou do Kyungsoo para ver se eu podia dormir no quarto deles, e repetindo mentalmente para mim mesmo que o Chanyeol não mexia comigo.
Entrei na salinha obscura e como imaginei encontrei os dois na sala. E estavam sozinhos. Ótimo.
— Vocês dois. — falo apontando para eles.
— O que você quer Baekkie? — Fala Jongin com uma cara de entediado.
— Posso dormir no quarto de vocês hoje?
Eles se entreolham em silêncio.
— Não... — Respondem em uníssono e voltam a fazer o que estavam fazendo antes.
— Mais porque? — Pergunto fazendo bico.
— Porque não... Porque você quer dormir no nosso quarto? — me pergunta Jongin com um sorriso nos lábios. Provavelmente já sabia que tinha a ver com Chanyeol.
— É que... Ah... O... Aishh eu não consigo falar.
— Você está a fim do Chanyeol. — Dessa vez é Kyungsoo que fala. Claro que me assusto com isso ele não costumava dirigir a palavra a mim.
— Ei! Que calúnia! Não estou não... 
— Ah claro... E a gente é burro e acredita nisso. — Ele responde — Baekkie larga de ser trouxa. Você vai dormir no seu quarto não importa a merda que dê com o Chanyeol e ponto. Cria vergonha na cara garoto olha a sua idade! 
Fico boquiaberto com o que ele me disse e alterno meu olhar entre Jongin que segurava o riso e Kyungsoo que me encarava com seus olhos frios. 
— Está bem se é assim... — Suspiro fundo — Você deve estar certo sobre a a parte de eu dormir no meu quarto... Bom... Vou indo então...
Falo me virando e saindo sem nem me preocupar de eles iam falar alguma coisa. Sim eu fazia muito isso.
 Eu tinha a tarde inteira livre e sabia que nela não ia ver Chanyeol que estava no treino de basquete. Então eu subi no terraço onde nunca tinha ninguém. Era o meu cantinho. Eu ia lá sozinho, para ficar pensando na vida. Era até que freqüente. Mas desde que Chanyeol chegou não vim mais aqui...
Vou até um dos lados onde estava a grade e seguro a mesma com as duas mãos olhando para longe.
Ah Chanyeol... Desde que esse garoto chegou eu fiquei tão confuso. Sempre que eu o vejo é uma mistura entre querer fugir e querer se agarrar nele, entre dar um tapa ou beijar, entre odiar e amar. E não é odiar exatamente ruim, mas é porque ele me faz sentir coisas estranhas...Eu nunca senti algo assim antes por ninguém. É um sentimento estranho... Eu sinto como se eu não quisesse me afastar, como se... eu precisasse da presença dele o tempo inteiro perto de mim... Como se nesses três meses ele tivesse se tornado não só um simples amigo. Uma amigo bem próximo... Próximo até demais... Ele aprendeu tanto sobre mim mas eu não sei nada dele. E é esse mistério que me faz querer me aproximar cada vez mais. Ele é diferente de todos que eu já conheci. Mas tenho medo que seja um sentimento de... Curiosidade... E no final acabar me decepcionando com o que encontrar. É... Park Chanyeol é o maior mistério da minha vida. O seu sorriso brilhante. Os seus cabelos vermelhos e sedosos. Suas pernas compridas. Seus olhos profundos. Seus labios carnudos... Tudo em Park Chanyeol parecia perfeito. Mas tudo era desconhecido. Misterioso. Será que seria o certo me jogar no desconhecido? E se der errado? Ah... Como eu odeio amar Park Chanyeol.
— Baekkie?
Ouço a voz mais doce que já ouvi... Me viro de frente para ele. Ele estava lá. Estava um contraste bonito. Eu estava inteiro de preto e ele... Ele estava vestido inteiro de branco, e em suas mãos segurava uma rosa da mesma cor do seu cabelo.
— Chany...