Eu olhava. Ele olhava.
Nós olhávamos para mim.
Eu via a mim mesma no espelho, mas diferente, talvez esse reflexo fosse mais a fundo hoje. Eu já me assustava, era essa a verdade então?
Mas como poderia?
Não era eu, a corajosa, que sabia o que queria e lutava até o final por isso?
E mesmo assim tudo o que eu via eram olhos perdidos, distantes; mãos tremendo levemente; e meu peito em respiração profunda.
Eu e ele comentamos sobre o que pensávamos, e nos surpreendemos com as palavras de cada um de nós.
— Não, eu não vejo assim. Olhe essa sua postura ereta, seus ombros erguidos, tem poder, como se você estivesse preparada para qualquer situação; seus olhos bonitos, que procuram acolher os que precisam de ajuda. — Ele diz.
Sua fala me fez olhar novamente. Olhando para a imagem no espelho, repensei, dessa vez não sendo pessimista demais.
É, talvez eu pudesse enxergar isso agora, enxergar o que ele disse. Pode ser.
Ele me fez melhor; me vê de uma maneira diferente. Ele conseguiu me fazer enxergar algo de bom em mim, quando eu mesma não via, deve ser como dizem: "A beleza está nos olhos de quem vê."
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.