História Eu posso não dizer - Mas eu gosto muito de você

Eu posso não dizer

Mas gosto muito de você

Aomine não era muito de falar sobre sentimentos e nem de admitir fatos, era muito retraído e raramente era sincero consigo mesmo, ele preferia ocultá-las e comentar sobre uma boa revista pornô só para descontrair. Isso não mudou nem quando Kise apareceu em sua vida, metendo o narizinho onde não foi chamado.

Entretanto, embora ele não dissesse nada, ele sentia, principalmente quando tais sentimentos envolviam o intrometido do Kise. O tal loiro metido a psicólogo do amor.

Ele poderia não dizer, mas adorava quando Kise o encarava emburrado, inflando as bochechas de forma infantil e franzindo o cenho levemente. Insistindo em dizer que Aomine ainda cairia de amores por alguém. Só que a grande verdade, era que Aomine já havia caído em seus encantos há muito tempo, porém, era algo que o moreno não admitiria nem que lhe pagassem.

Ele poderia não dizer, mas amava a forma como Kise contava animado sobre qualquer coisa, com os olhos dourados brilhando numa ansiedade admirável. Ele não se importava de ficar horas do dia o ouvindo tagarelar sobre tudo ou nada, porque Aomine gostava de sua voz, mas era algo que não diria em voz alta em hipótese alguma.

Ele poderia não dizer, mas gostava de mexer nos cabelos do loiro quando ele dormia no sofá do apartamento em que dividiam. Com algum filme desinteressante demais para que nenhum dos dois prestasse atenção na televisão. E mesmo que Kise o dissesse no dia seguinte que sentiu os carinhos na cabeça, Aomine mentiria descaradamente.

Ele poderia não dizer, mas gostaria muito de beijar o loiro, um beijo daqueles cheio de sentimento e mãos segurado a cintura ou a nuca com força. Um beijo com desejo, vontade e tesão. Mas Aomine não diria isso em voz alta, e nem o faria.

Aomine poderia deixar de dizer várias coisas, mas Kise sabia muito bem de todas elas.

Kise sabia dos sentimentos do moreno para com si, porém, esperaria o tempo que fosse até que ele o confessasse.

Kise sabia que ele gostava de sua voz, mas não o provocava, porque esperaria que ele admitisse, falando num bom tom para que tudo e todos ouvissem.

Kise sabia que ele lhe fazia cafuné quando caia no sono, e o provocava apenas para vê-lo mentir e fingir que era imaginação do loiro. Ele o provocava porque esperava que ele parasse de negar, Kise não se incomodava, na verdade, amava todos os cafunés já recebidos.

Kise sabia que Aomine tinha vontade de beijá-lo, sabia porque ele também tinha vontade de beijar o moreno. De enroscar os dedos no cabelo dele, de suspirar rente ao seu ouvido e de morder o lábio inferior dele. Ele tinha vontade, mas esperava que Aomine tivesse a coragem para puxar Kise para um beijo de tirar o fôlego.

Talvez demorasse mais algum tempo para que Aomine começasse a dizer e agir, talvez ele nem mesmo o faça, mas Kise estaria ali, o esperando. Porque ele sabia que Aomine gostava dele, e isso era recíproco.