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História Eu quero - Dor de cabeça


Escrita por: Hiperbole

Capítulo 3 - Dor de cabeça


 

Acordo com uma puta dor de cabeça latejante. Quero brigar comigo mesma por ter bebido, mas estou muito indisposta para isso no momento. Só me fez lembrar do porquê odeio beber.

Percebo o quanto cheguei alta ontem pelo simples fato de ter me esquecido de fechar as cortinas, e a luz do sol invadiu todo o quarto pela manhã. Como um vampiro me escondo entre cobertas e travesseiros. Olho de lado pela brecha do cobertor e vejo que já são 9:00h. Dou graças a Deus por ser sábado e não ter que me despedir da cama tão cedo.

 

Ouço toques na porta.

- Camila, ainda está dormindo? Ally fala já abrindo uma brecha com a porta.

- Sim estou! Resmungo alto o suficiente para que ela ouça, enquanto ponho o travesseiro sobre o rosto abafando minha voz e diminuindo a luz nas minhas pálpebras ainda fechadas.

- Se tivesse dormindo não teria respondido. Ela entra, se senta ao meu lado na cama, retira o travesseiro e aquela bendita claridade me arde os olhos. Ainda assim me recuso a os abrir - Queria conversar com você.

Me mexo na cama e resmungo me negando a acreditar que tenho que acordar.

- Mila estou com medo. Sua voz embargada me chama atenção, então me convenço de que é melhor abrir os olhos.

- Medo de quê? Falo ainda com a voz rouca.

- Eu não sei... percebo que ela realmente estava aflita. Apesar de não dizer, sabemos que ela se refere ao pedido de Nando.

- Eu amo o Nando disso eu não tenho dúvida, mas sabe...  casamento é pra sempre. Ela me olha com aqueles olhos assustados.

- O “pra sempre” te assusta? Apenas constato.

- Muito. Ela abaixa a cabeça. Me arrumo na cama de uma forma que fico sentada de frente pra ela.

- Ally, desde a faculdade eu já sabia que de todas nós você seria a única que se casaria e teria uma vida socialmente perfeita antes dos trinta. Ela me lança um olhar surpreso. - Não que você seja previsível... Tento me consertar. - Mas porque essa é quem você é. A menina perfeitamente correta, organizada, educada, de boa família. Do tipo “moça pra casar”. Falando assim, até eu mesma se gostasse da fruta me interessaria por você. Ela abre um sorriso angelical e me dá um leve tapa no braço.

- Estou falando sério Mila.

- Eu também. Pense bem, o Nando te ama, te escolheu pra dividir uma vida com ele. Tem ideia da grandiosidade disso?

- Claro que tenho, isso assusta e você não está ajudando muito . Fala olhando para o nada.

- Não deveria deveria assustar. Olha pra mim. Estou com o Austin a 4 anos. 4 ANOS... e você viu como ele ficou nervoso só com a ideia de se casar comigo? Não que eu queira casar, na verdade nem penso nisso agora, mas a Ally não precisa saber. - Estou ferrada amiga. Até pra me pedir em namoro eu tive que pressionar ele. Rimos juntas da minha desgraça amorosa.

- A verdade é que vocês têm tudo pra dar certo. Tá na cara isso. Falo acariciando o seu braço.

- Eu te amo, sabia? Ela fala com ternura, como uma irmã fala pra outra.

- Eu sei. Sorrindo com ar de convencida.

- Ei, fiz café da manhã pra você. Vamos, comemorar a sua promoção, ok? Faço cara se surpresa até por que não queria que ela tivesse percebido o meu desanimo por “dividir” a noite com ela, afinal eu estava feliz por ela, mas Ally me conhece o suficiente pra me entender mesmo sem trocarmos palavras. A puxo pra um abraço e ela corresponde.

- Levanta logo antes que a esfomeada da Dinah coma tudo e você sabe que ela é capaz. Ela diz ainda me abraçando.

Ao levantar da cama, toco meus pés no chão, o rápido movimento me faz lembrar que estou de ressaca e paro um segundo pra que meu corpo se encontre no espaço. Caminho até o banheiro enquanto domo com os dedos o desgrenhado do meu cabelo em um rabo de cavalo mal feito. Jogo água em meu rosto e escovo os dentes, Ally me aguarda sentada do jeito que a deixei na cama.

 

Chegamos na cozinha e Dinah estava enterrada dentro da geladeira. Ally me olhou maliciosamente e eu entendi sua intenção. Nos aproximamos lentamente para que ela não nos percebesse ali.

- Peguei! Gritei próxima a ela.

Ouvimos barulhos. Dinah deixou o bolo cai no chão bateu a cabeça na prateleira da geladeira e se virou com o rosto assustado sujo de chocolate.

Ally e eu não resistimos e caímos na gargalhada. Era cômica a cara da Dinah tentando entender o que estava acontecendo.

- Vocês são duas idiotas! Fala brava limpando o chocolate do rosto. – Me fizeram perder uma fatia de bolo. Isso é até criminoso.

Ainda rindo nos acomodamos no balcão da cozinha.

- Bem feito, isso que dá não nos esperar pra tomar café. Ally fala brincando e me servindo um como de suco.

- Que seja. Dinah fala limpando a sujeira que fez no chão.

Reparo na mesa e vejo que Ally se preocupou em monta-la pra mim, a tempos não tínhamos momentos assim. A correria do dia a dia não nos deixava ter momentos tranquilos juntas e principalmente manter a geladeira cheia. Fico agradecida pegando o ultimo pedaço de bolo antes que Dinah visse. Descasco rapidamente uma banana e me calo mordendo-a.

- Então, me conta, como se sente senhorita promovida? Dinah pergunta se juntando a nós.

- Sinto que a ficha não caiu, nem liguei pros meus pais ainda.

- Estou orgulhosa.

- O que vão fazer hoje a tarde? Ally fala se levantando pra pegar café.

- Austin quer me mostrar mais uma música, ele vem pra cá hoje.

- Quando é que esse menino vai crescer, em? Você não devia alimentar isso.

- Dinah é o sonho dele...

- Que não pagam as contas Mila, não pense que eu não vi você dando dinheiro pra ele.

- Isso não é da sua conta.

- Gente, vamos mudar de assunto? Ally quebrou a conversa.

- Bom, tenho um encontro hoje a noite. Dinah falou me encarando.

- Com que? Ally curiosa.

- Um cara que conheci na ultima reunião de trabalho.

- Só você consegue paquerar enquanto trabalha. Sou áspera. 

- Isso é um dom.

- Não, isso é antiprofissional. Corto-a me levantando pra pegar café.

- Hoje ela tá afiada... Dinah fala pra Ally dando uma garfada na minha fatia de bolo.

- Não se atreva. Falo encarando-a.

Dinah ergue o garfo e ameaça a honra do meu bolo novamente. Corro em direção ao mesmo e o pego, Dinah se levanta. Estamos cada uma em uma extremidade da bancada brincando de gato e rato.

- Parem com isso! Ally se levanta. Não quero vocês fazendo vergonha no meu casamento, em? Imagina o comentário dos convidados vendo as minhas madrinhas comendo como loucas. Dinah e eu nos olhamos surpresas enquanto engulo em uma só mordida meu bolo.

- Madrinhas? Falo de boca cheia.

- Sim, vocês são praticamente minha família. Não tem como não serem minhas madrinhas. Ally fala gesticulando com um copo na mão.

- Quero só te lembrar que não entendemos nada sobre casamentos. Dinah diz se sentando.

- Não deve ser tão difícil assim, só precisamos fazer a lista de convidados, organizar os padrinhos, escolher o bufe, procurar um vestido... Ally continua tecendo uma lista interminável de afazeres como se fosse a coisa mais simples do mundo.

Lanço um olhar pra Dinah como quem pede socorro.

- Hei... vai com calma aí Allycat, já me perdi. Dinah interrompe.

- Talvez fosse melhor pedir ajuda, contratar uma cerimonialista. Sugiro. 

- Pode ser, só sei que preciso de vocês do meu lado. Completa Ally.

- Ai meu Deus... acho que vou precisar mesmo de um remédio pra dor de cabeça. 

Ela riem de mim.



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