História Eu quero ser pai - Único

– YUKIIIIIIIIIIIIII! – Shuichi abriu a porta num estrondo, acabando com a paz de seu namorado e toda vizinhança. E daí? Quero que me contem alguma novidade! Nada? Tudo bem, então lá vai a mais recente loucura de Shuichi.
E lá se vai o meu sossego, pensou Yuki, que estava sentado em frente a seu computador terminando seu novo livro... Bem, parece que não irá terminá-lo tão cedo.
– YUKI! YUKI! YUKI! – o rosado chamou – Eu tenho uma surpresa para você, YUKIIIIIIIIIII!
– Que tipo de surpresa? – o loiro perguntou, arqueando a sobrancelha com um pouco de raiva. Yuki não era muito fã de surpresas e Shuichi sabia muito bem desse fato. Melhor nem se lembrar de sua festa surpresa de aniversário... Ou será que... Não, é melhor nem comentar.
– Yuki, está preparado?
– De você, Shuichi, eu espero qualquer coisa...
– Nós vamos ter um filho! – ele exclamou animadamente enquanto empurrava um carrinho de bebê cor de rosa que estava cheio de roupinhas e brinquedos.
–... Com exceção disso.
– Amanhã nós vamos ao orfanato buscá-lo! – seus olhos estavam brilhando de tanta empolgação, o que não é difícil de acontecer, mas dessa vez estava ainda mais exagerado. O menor pegou algumas roupinhas e as entregou para Yuki, sem para de sorrir por um instante. – Olha Yuki! Não é lindo?
– Shuichi, quando você decidiu que iríamos adotar uma criança?
– Hoje, quando estava voltando do ensaio.
Como alguém pode decide que quer ter um filho tão de repente? Essa era demais até para o Shuichi, que é a pessoa mais... Mais... Bem... A pessoa mais “Shuichi” do planeta.
– Shuichi, o que passou pela sua cabeça? Nada, como sempre. Você vai ligar para o orfanato e cancelar essa adoção.
– P- Por quê? – o menor indagou gaguejando com os olhos cheios de lágrimas. O poder das palavras de Yuki é impressionante, elas são capazes de mudar seus sentimentos tão rapidamente - Yuki... Você não quer ter um filho comigo?
O loiro abriu a boca, mas nem teve tempo de se pronunciar. O rosado correu para o quarto e fechou a porta. Abraçou o travesseiro com força, limpando suas lágrimas com a ponta do edredom.
– Shuichi... – chamou calmamente, abrindo a porta vagarosamente.
– Vai embora! – gritou com raiva    
– Shuichi, eu só estava...
– Por que você é sempre tão mau comigo? Por que gosta de me deixar triste? Por que v...
Yuki rapidamente tomou os lábios do menor. Não demorou a pedir passagem com a língua. No início Shuichi negou, lembrando-se que estava com raiva do comportamento frio de seu namorado, mas depois de algum tempo (pouco tempo), o menor cedeu. Entrelaçou os braços no pescoço do loiro, se esquecendo de todas as vezes que ele havia lhe magoado. Estavam tão próximos que mal sobrava espaço para ar entre eles. Fazer o que? Aos poucos se afastaram, pois eles ainda precisavam respirar.
– Pode me escutar agora?
O rosado assentiu.
– Eu quero muito construir uma família com você, mas ainda não chegou à hora.
– Mas eu... – Shuichi tentou impor-se, mas logo foi interrompido pelo loiro.
– Você é muito imaturo para ser pai. Quando você conseguir entender o que significa ser pai, nós poderemos adotar uma criança. Tudo bem?
– Tudo bem. – concordou um tanto desanimado, mas aos poucos voltou a sorrir e abraçar o pescoço de Yuki, aconchegando-se no corpo do maior - Só promete que não vai ser um pai durão.
Deu-lhe um selinho breve nos lábios e sorriu levemente com o canto da boca:
- Se você prometer que vai ser uma boa mãe, idiota