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História Eu quero ser seu anjo - Meu nome é solidão!


Escrita por: M-Botelho

Notas do Autor


Vamos sofrer mais um "tiquinho"?
Hahahaha

Capítulo 82 - Meu nome é solidão!


Fanfic / Fanfiction Eu quero ser seu anjo - Meu nome é solidão!

—Cara, ela já foi embora. Provavelmente está gastando seu dinheiro por aí...

—Eu espero que não, tenho que encontrá-la, preciso saber o que ela tem a dizer para ter certeza de que eu não fiz a escolha errada!


2 horas depois...

Lar doce lar! Entrei em casa às pressas sem me importar com a mala que estava no carro, minha esperança é chegar ao quarto e ver Analu deitada em minha cama. Sei que é impossível depois de ter a mandado embora, queria que Mohana estivesse mentindo e que fosse apenas uma brincadeira e que eu pudesse conversar com ela...

Subi as escadas correndo, e abri a porta do quarto, meu olhos lacrimejaram no mesmo instante. O quarto estava do mesmo jeito, porém faltava algo e não era um objeto, era a minha mulher. Caminhei lentamente até o guarda roupa e percebi que suas roupas não estavam ali, andei até o banheiro e nem mesmo a sua escova de dente e suas maquiagens que eu havia colado estavam no lugar. Voltei decepcionado até a cama e ali vi o colar, me assustei um pouco pois não esperava que ela fosse deixá-lo pois era bastante caro e ela poderia vender e ficar com o dinheiro... Se bem que o cheque não está por aqui e isso me deixou decepcionado, confesso que queria não acreditar que ela havia mesmo pego o dinheiro, mais uma vez eu me enganei.

Desci correndo, furioso... Encontrei Mohana e Juliano na cozinha, ele conversava com a barriga dela enquanto ela acariciava seus cabelos. Queria chamar ele para conversar mas não queria e não podia atrapalhar seu momento em família, ao contrário de mim ele estava feliz e eu respeitaria isso. Fui até a varanda e deitei na rede, fiquei pensando na vida... É difícil imaginar que minha vida possa ter virado de cabeça para baixo, e nessa loucura esqueci totalmente de contar para minha mãe o que aconteceu, mas isso não é conversa para falar pelo telefone no entanto vou ter que esperar até eu viajar para Palmas.

—Ahhhh, você está aí!- Juliano sentou ao meu lado. —Mohana fez o jantar...

—Perdi a fome!- sorri fraco. —Você tinha razão, ela não passa de uma interesseira!- falo derramando as lágrimas. —Não queria acreditar na realidade, hoje eu tive a certeza de que o que vivemos não importava para ela...- solucei. —Ela nunca me amou, Juliano!- senti meu coração arder, uma dor incontrolável.

—Ei, não fique assim... O que houve para você ter a certeza disso? Você estava tão convicto a deixar ela se explicar.

—Ela não merece uma chance, eu estava totalmente errado!- me levantei da rede. —Ela... Ela levou o dinheiro!- falei sentindo a dor me corroer ainda mais.

—Eu disse...- ele me abraçou. —Mas e o colar?

—Ela o deixou para trás.

—Esperta... – comentou. —Preferiu levar o que tinha de mais valor...

—Vou subir e tomar um banho!- falei andando até a sala, ele me acompanhou. —Vai lá na sua mulher, valoriza ela... – sorri depositando um beijo em sua testa. —Você teve sorte, encontrou a pessoa certa, e em meses será papai!

—Não vejo a hora de pegar ele no colo...- sorriu bobo.

(…)

Após tomar banho não me preocupei em descer, estava sem fome. Ao deitar na cama me deparei com o seu travesseiro, percebi uma mecha de seu cabelo negro no meio da fronha, e se antes eu estava triste fiquei ainda mais.

Mas Henrique, é apenas um fio de cabelo”

Para mim é bem mais que isso, é a prova de que um dia ela esteve na minha cama e juntos compartilhamos ótimos momentos, não só de prazer, mas de afeto. Aquele fio negro era um pedacinho dela, sorri ao ver sua imagem aparecer em minha mente, é incrível, eu não consigo odiá-la por muito tempo. Eu a amo!

Me ergui até o abajur e ao seu lado encontrei a nossa foto, aquela na qual eu quebrei o porta retrato na hora da raiva. Deixei as lágrimas caírem, me senti tão vulnerável á ela.

“Você não precisa dela, ela só te enganou.”

“Cadê o Henrique que só vivia nas baladas e tinha todas aos seus pés?”

Eu repetia isso para mim mesmo, talvez eu me convencesse a esquecer ela, voltaria a ser o velho Henrique, sem coração. Mas a quem eu queria enganar? É difícil me reerguer sabendo que qualquer coisa nesse quarto vai me lembrar ela, vai ser mais um motivo para chorar...

Me levantei e desliguei a luz, a intenção era deitar e dormir mas, mais uma vez as lembranças invadiram a minha mente, dessa vez inalei seu doce perfume que estava grudado no travesseiro, me permiti fechar os olhos á espera de que ao abrir, ela esteja deitada ao meu lado me desejando uma boa noite. Mas aí um choque de realidade, isso não aconteceria mais, simplesmente porque ela foi embora. Eu a mandei ir, e não sei se estou arrependido, na verdade eu não sei distinguir meus próprios sentimentos, uma hora eu sinto saudades, outra eu me sinto extremamente decepcionado. Bipolaridade, talvez seja isso, mas a verdade é que só hoje eu entendi direito aquela frase clichê: “Eu te amo e te odeio, é como se eu atirasse em você e entrasse na frente da bala para te proteger”.

Olhei para a janela e percebi a cortina aberta, liguei o abajur e novamente me levantei da cama. Andei até a janela e me surpreendi com a luz da lua, ela estava diferente parecia sem vida. Que irônico eu achar que tudo á minha volta está tão sem vida quanto eu... Marília sempre me dizia que é nos momentos tristes que saem as melhores composições, não custa tentar. Não é?

O sono já não vinha, as lágrimas rolavam e eu não conseguiria dormir. Peguei meu bendito caderno vendo ali minha última composição, que para o meu desespero foi para ela. Aquela música que eu fiz logo quando ela descobriu sobre a traição, foi um momento tão tenso que pensei que ela não iria me perdoar, mas ela perdoou... Queria acreditar que foi por vontade própria, que ela me perdoou por amor, mas os indícios me levavam na direção contrária.

Virei a página pegando a caneta em mãos, o óculos no rosto e a iluminação da lua e de longe a do abajur... E como numa mágica os versos foram aparecendo na minha mente, passei a noite toda escrevendo, no fim consegui. Não era uma música agitada, muito menos alegre, mas era algo na qual descrevia o que eu estava sentindo, e com toda certeza é um desabafo que serviria como uma história de vida para muitas pessoas que a ouvissem...

Peito machucado, lágrimas caídas pelo chão...
Prazer, fui mais um enganado e o meu nome é solidão!
E o que fazer com falta que você deixou?
E o que fazer com o resto desse louco amor?
E dentro do meu quarto vejo a lua da janela,
Parece meio triste, apagada olhando pra mim
Ela também vai sentir falta de nós dois
Ela já sente falta de nós dois
E nessa hora o palhaço sai de cena
E cada um fica com seu problema
E você tenta descobrir então se ainda me ama ou não
Se ainda me ama ou não
E nessa hora o palhaço sai de cena
E cada um fica com seu problema
E você tenta descobrir então se ainda me ama ou não
Se é verdade ou não

(…)

Acordei cansado, peguei o celular e vi que já passava das duas da tarde, levantei e tomei banho para despertar, flashback da noite passada me deixou novamente triste, mas hoje eu iria mudar isso. Vou voltar para a vida de antes, não vou ficar chorando por algo que não tem mais volta... Desci as escadas e passei pela Mohana e por Juliano que se agarravam no sofá...

—Que pouca vergonha!- falei divertido.

—Que susto!- Mohana se levantou rapidamente e eu gargalhei.

—Calma formiguinha!- recuperei o fôlego.

—Vai sair?- Juliano perguntou.

—Vou voltar a viver.- coloquei a mão no bolso e sorri fraco.

—Co-como?- Mohana arregalou os olhos. —Vocês homens correm para os braços de qualquer mulher na primeira oportunidade.

—Não venha me culpar, sua amiguinha é culpada disso tudo. Foi embora levando o meu dinheiro.

—O QUE?- Ela berrou assustada. —Ela não seria capaz de fazer isso!

—Quem garante?- perguntei debochado.

—Eu conheço ela o suficiente!- disse firme. —Aliás, acabei de me lembrar que ela mandou eu te entregar um envelope quando você chegasse. – fiquei sem entender e ela saiu da sala subindo as escadas... —Aqui está!

—O que é isso?- perguntei.

—Não sei, ela pediu para que eu te entregasse, eu não abri apenas guardei...

Abri o envelope e junto me veio a culpa. Na verdade, um misto de sentimentos se apossaram da minha mente, me senti aliviado, feliz, surpreso e ao mesmo tempo culpado e arrependido. Mohana tinha razão, Analu não havia levado o cheque o que fez meu coração pulsar acelerado ao imaginar na burrice que eu fiz, á essa hora ela e a mãe poderiam estar debaixo da ponte ou algo parecido, pelo que sei o salário dela não é tão grande e, com certeza não conseguiriam comprar uma casa ou até mesmo alugar um apartamento. Um frio percorreu meu corpo, era como se eu tivesse encontrado a porta da esperança, se ela não levou o dinheiro é porque realmente não importa para ela, e mais uma vez eu meti os pés pelas mãos e agora me arrependi.

—Não me diga que esse é o cheque!- Juliano se pronunciou boquiaberto.

—É sim, e tem um bilhete assinada por ela.

"Se me conhecesse de verdade saberia que seu dinheiro nunca me importou. Lamento saber que você me tirou da sua vida sem me deixar explicar... Provavelmente quando você ler isso, vai ser tarde demais!"




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