História Eu quero viver, estou morrendo por você. - Capítulo seis: Incômodo.

Sonho - ON

- Desculpa, filha - Mamãe dizia para mim, com aquele rosto exausto, na espera da morte.

Lágrimas transbordavam de mim, estava sufocada. Aquele gosto!

Sangue e minhas lágrimas.

Aquela pelúcia, mas dessa vez não nas prateleiras, e sim nos braços de Nina, que sorria incondicionalmente. Aquele incômodo de novo me cercou pelo meu peito.

Sonho - OF

Abri meus olhos, assustada. Coloquei a mão sobre meu seio na tentativa de meus bartimentos cardíacos voltassem ao normal.

- O quê?! - Perguntei baixo.

Passei minhas mãos pelo meu rosto até o meu cabelo. Havia percebido que estava suada.

Olhei para o despertador ao meu lado, ainda eram 05:43 da manhã. Levantei-me na cama, precisava de um banho.

Eu, absolutamente, detesto suar!
 

×××

Quarto da Clara, 06:11 AM

Após o meu banho, estava escolhendo uma roupa confortável para começar a arrumar meu quarto, pois não haverá aula, já que é Domingo.

Optei por vesti uma regata branca, com algumas rendas sobre meus seios e dois botões dourados um pouco abaixo a renda, no meu entre meus seios, estava acompanhado com um short jeans azul escuro. Amarrei meu cabelo em um coque.

Pronto, agora estava pronta para arrumar meu quarto.

Primeiro, comecei com as janelas. Peguei a cadeira da estante do computador e subi na mesma, facilitando em colocar a cortina no bastão, já o mesmo estando apegado a parede.

Coloquei a cadeira de volta no lugar, e me agachei perto das sacolas que tinha as coisas comprados no Shopping.

Tirei do mesmo alguns adesivos de parede, precisava daquele para organizar o meu quarto. Achei fofinho...

Juntamente com os adevisos, peguei alguns de Corujas. Eu amo elas!

Subi em cima da minha cama e comecei a procurar um ângulo bom para colocar alguns adesivos e as Corujas na parede branca, e não foi muito difícil na procura.

Após ter colados alguns adesivos, ouvi alguns barulhos na porta do meu quarto. Suspirei fundo. Precisava terminar antes do café da manhã.

- Sim? - Sai de cima da cama e fui em direção a porta, abrindo-a - Oi, Thayna.

- Oie - Acenou com a mão - Licença.

Dei passagem para a mesma entrar, ela estava olhando atentamente o meu quarto.

- Finalmente arrumando o seu quarto! - Olhou para mim, batendo palmas animada - Ei, quer ajuda?

- Quero - A minha resposta parecia ter surprendido a mesma, afinal, nunca pedia ajuda mesmo - Não sei onde poderia colocar os quadros neutros que comprei e alguns utensílios de artesanatos pretos, brancos e pretos.

- Que detalhada! - Reclamou, indo até o sacola de compras - Eu tenho uma ideia!

Sentei na cama, encarando a mesma - Qual?

- Poderíamos usar a parede da estante do seu computador para colocar os quadros, e os utensílios de decoração sobre a estante do mesmo. O que achas? - Perguntou, animada.

- Okay, mas os meus livros?

Os meus livros ficavam no espaço vázio da estantes, não quero colocar eles no meu guarda-roupas.

- Poderíamos colocar eles no seu guard-... - Cortei a mesma apenas com meu olhar - Bom, eu tenho algumas prateleiras que não usei-as no meu quarto, podemos pega-las e colocar seus livros sobre a mesma.

Apenas suspirei, concordando com a cabeça. Ela estava sorrindo de mais, e eu não podia estragar sua felicidade.

Peguei meu celular enquanto esperava-a voltar de seu quarto com as prateleiras. Havia duas ligações da Rosa, fora as mensagens, que eu tenho certeza que é dela.

Continuei lendo as mensagens onde a maioria era "Por que foi embora?" "Aconteceu algo?" "Por que a Nina está com o Lysandre?!".

Suspirei, mandando uma mensagem para ela.

"Havia terminado minhas compras. Esse era o meu objetivo"

Poucos minutos depois ela me respondeu. Ué, ainda é cedo, não deveria está dormindo?

"Curta e grossa! Eu tenho quase toda a certeza do mundo que você não deixaria o Lysandre sozinho! Então, desembucha, porquê foi embora?"

"Como assim não deixaria o Lysandre sozinho?"

Mudei de assunto, não por não querer responder, é que o assunto do Lysandre me chamou mais atenção.

"Você parece se dar bem com o Lys-fofo, e.e ... Por isso acho que você não o deixaria"

Tive que concordar com a Rosa, mas quando iria responde-lá, ouvi a voz de Thayna.

- Terminei! Agora sim pode colocar seus livros - Ela esboçou um sorriso.

- O que? - Olhei por de trás da mesma, as prateleiras estavam colocadas na paredes, fora os quadros - Que?! Terminou?

- Sim, enquanto você estava no celular, fiz o trabalho. Gostou? - Seu sorriso ainda estava lá.

- Sim, obrigada! - Agradeci e me agachei, pegando os utensílios e levando até a estante, começando a decora-la. Fiz o mesmo com os livros, dessa vez nas prateleiras - Pronto.

- Vamos comer? Isso me deixou com mais fome que já estava.

Sorri minimamente para ela.

- Sim, vamos.

×××

Passei o resto do Domingo estudando e lendo livros, algumas vezes navegava pela internet, mas quando estava pronto para dormir, meu celular apita.

Era uma mensagem do número desconhecido.

- Poderia me encontrar no Clube de Jardinagem amanhã?

Perguntei quem era, mas a pessoa não me respondeu. Só isso me causou uma imensa curiosidade, mas não iria perder meu sono por isso.

×××

Biblioteca, 09:34 AM

Estava no intervalo, novamente no computador e novamente procurando emprego.

- Ah... - Suspirei profundamente, levantando minha cabeça para cima, dando de cara com o Lysandre - Ah! - Gritei voltando para minha posição normal.

- Desculpa, te assustei? - Ele riu da minha reação.

Eu fiquei encarando o Lysandre alguns segundos até que ele parasse de rir e meu coração voltasse ao normal. Ele retribuiu o olhar, mas desviou dando atenção ao computador atrás de mim.

- Procurando emprego? - Voltou seu olhar a mim, tinha algo nos olhos dele. Esperança e vibração?

- Sim - Foi a única coisa que eu disse, aliás aquele incômodo voltou para mim.

Algo me faz querer ficar perto e longe do Lysandre.

- Achou algum? - Voltei meu olhar para o dele.

- Não.

Eu quero sair daqui! Esse incômodo sempre está comigo.

- Entã- .... - Cortei-o, automaticamente me lembrando do Clube de Jardinagem. Alguém estava me esperando, mas não que eu fosse lá, apenas queria sair daqui.

- Licença - Falei alto, tentando passar pelo Lysandre, mas ele continuou na minha passagem - Eu preciso passar. Estou com pressa!

- Para quê? - Ele franziu a testa.

- Alguém me espera no Clube de Jardinagem.

- Era eu, mas você não veio, então com procurar você - Explicou-se.

"Porra", foi a única coisa que eu pensei.

- Ah... - E agora?! Lysandre trás essas mudanças em mim, estou nervosa! - Bom, então vou voltar a procura de emprego.

Sentei-me na cadeira, pesquisando novamente. Lysandre se sentou ao meu lado.

- Por que você não vai na entrevista da lanchonete?

Sentia seu olhar penetrar em mim, olhei para ele. Foi a pior coisa que eu poderia fazer naquele momento. Senti meu corpo paralisar e queimar por dentro. Aquele olhar era uma mistura de emoções! Curiosidade, vibração, esperança...

- Sou péssimas com pessoas - Eu poderia me esforçar, mas era eu trabalhando com o Lysandre.

O garoto que me incômoda sem motivos, mexe com meu corpo e meus pensamentos.

- Então, por que a papelaria? - Congelei.

- Por que... Eu vou me esforçar para ser gentil - Não dava para mentir a ele, sempre me pega!

- Então, porque não na lanchonete? - Suspirei.

- Não sei...

Ouvi ele respirar fundo, senti sua mão sobre a minha. Olhei para ele surpresa. Meu coração estava palpitando muito rápido.

- Qu- ... - Fui cortada!

- Vem comigo - Ele começou a me puxar delicadamente.

Iria falar algo, mas tenho certeza que iria ser cortada.
 

×××

Corredor, 09:54 AM

Lysandre me levou até o seu armário, e abriu o mesmo. Levando meu olhar.

- S-sabe... poderia fechar os olhos? - Ele olhou para o corredor, esperando que eu fechasse o mesmo.

Suspirei, e fechei meus olhos. Meus coração estava levemente alterado.

- Pronto? - Perguntou.

- Sim.

Eu não conseguia ouvir nada e isso estava me dando angústia.

- Abras as mãos - Ordenou.

- O quê?! - Não entendia. Por que deveria abrir minhas mãos?

- Apenas abra!

Assim fiz, abri minhas mãos, mas eu quero abrir mesmo é meus olhos. Sai dos meu devaneios quando senti algo macio por cima dela, apertei o troço.

Meu coração começou a bater rápido ao pensar que poderia ser aquela pelúcia. Abri meus olhos sem a permissão de Lysandre.

Estava certa!

O meu sonho de Domingo veio a minha cabeça, mas meus sentimentos passaram deles. Algo estava acontecendo com meu coração hoje, sempre batendo rápido perto do Lysandre. Além disso, agora quero sorrir.

Por que quero sorrir?

Não consigo conter o meu sorriso, e olhei pro mesmo. Lysandre estava surpreso com a minha reação, mas sorriu também. Esse sorriso, certamente, tem uma coisa significativa para mim!

- Obrigada - murmurei.

- Não quero sua gratidão. Quero um sim.

- Sim? Que sim? - Olhei para ele confusa. Como assim "sim"?

- Sim em que vai tentar trabalhar na lanchonete.

Por alguma coisa minha felicidade morreu. Eu pensei que ele tivesse comprado isso para mim por que havia gostado e não querendo algo em troca.

- Tome - Devolvi a pelúcia. Fiquei encarando o chão.

- Hã? Por quê?! - Seu tom era de indignação e confusão.

- Você apenas me deu isso para receber algo em troca! - Levantei meu tom de voz. Eu queria jogar a pelúcia, mas não tive coragem, então apenas deixei no chão e sai dalí o mais rápido. 

×××