História Eu realmente senti sua falta - Paulicia - Capítulo 1 - Eu voltei!

Pov Paulo

Dois anos já se passaram desde de que eu fiz as malas e deixei tudo para trás, minha família, meus amigos e o amor da minha vida, hoje eu estou voltando depois de dois anos. Muita coisa aconteceu durante esse tempo.

Flashback on
06/12/2019

Como eu, um garoto de 15 anos, vou viver sozinho por aí? Eu acho, não, eu tenho certeza que essa é a maior merda que eu estou fazendo, mas se eu fizesse isso minha família e meus amigos correriam perigo, eles são tudo para mim.
Nesse exato momento eu estou no aeroporto internacional de Guarulhos para pegar um avião para o interior do Rio Grande do Sul, agora vocês me perguntam, por que Rio Grande do Sul Paulo? E eu respondo para vocês meus caros, eu preciso sumir do mapa, se não eu vou estar completamente fudido.

2 semanas depois...

Eu estou morando com uma família que eu entrei em contato lá em São Paulo, por meio de um site de mochileiros, eu não sou um mas deu certo do mesmo jeito. Eu contei a minha situação a eles e aceitaram ficar um tempo morando com eles, é claro eu tenho que ajudar na casa, ajudar no negócio da família    - no qual é bem bizarro - mas nada demais comparado ao que eles estão fazendo por mim. A família é composta por três pessoas: a Maria, que é a mãe, ela é um amorzinho, nada se compara a minha mãe de verdade, mas é um amorzinho. O Eduardo, o pai, ele é bravo, até agora nunca tive uma conversa de verdade com ele. E tem a Luísa,ela é da minha idade, é linda, não se compara a Lilicia mas é bonita, tem me ajudado com a  adaptação.

Um ano depois...

Eu nunca estive tão depressivo como estou agora, não sei da minha família a um ano, o que mais me reconforta é a companhia da Luísa, nós estamos namorando, eu ainda não esqueci a Alícia nem nunca vou esquecer, não se esquece o amor da sua vida tão rápido, mas eu estou "empurrando com a barriga" toda essa situação. Quando contamos que estávamos namorando eu quase fui expulso de casa, mas seu Eduardo ficou com dó e me deixou ficar .

Um ano e meio depois...

Estou planejando a minha volta, acho que se eu voltar vai ser melhor, eu tenho medo do que pode acontecer, mas eu sumi do mapa de verdade.  Estou morrendo de saudade de todo mundo, principalmente da Marce, espero que ela não esteja namorando o Mário. Falando em namorar terminei com a Luísa, seu pai me expulsou de casa e desde então eu vivo em pousadas ou albergues, já cheguei ao ponto de me dormir na rua, e nesses dias em que isso acontece eu presencio coisas que nenhum ser humano deveria presenciar. É nessas horas que eu me pergunto se valeu a pena, se eu deveria ter jogado tudo para o alto e arriscado a vida daqueles que amo, isso soa tão egoísta mas é o que tenho pensado nos últimos dias.

Flashback off

Pov Narradora

Paulo está na frente da casa em que passou toda sua infância e boa parte da adolescência. Ele escuta risadas, parece que Marce está dando uma festa com os amigos de infância de ambos, o carro dos pais não está na garagem.
Na mão Paulo só tem uma malinha, aquelas que você carrega dentro do avião. O rosto dele é de medo, arrependimento e saudade, muita muita saudade. Ele só precisa de um pouco de coragem, só um pouquinho para tocar aquela campainha e rever todos aquele que ele ama tanto.

Pov Marce

A campainha toca. Quem será que é? Todos já estão aqui. Alícia, Adriano, Mário, Laura, Daniel, Carmem, Majô, Cirilo, Koki, Bibi, Valéria, Davi, todos... menos o Paulo, ah como sinto falta dele me enchendo, ah como sinto falta do meu irmãozão.
- Alícia, porra, vai abrir a porta! - grito o mais alto que posso para ele ouvir, ela bufa e vai.

Pov Alícia

Eu fui abrir a porta, já que a fofa e delicada da Marce pediu gentilmente para mim. Ela mudou muito desde que o Paulo foi embora, se tornou mais fria. Quase ninguém toca no assunto, já se faziam dois anos e ninguém sabia dele, todos sem excessão perderam as esperanças. Como eu sempre digo dia 05/12/2019 vai ficar para história. Eu sinto muita falta dele, dele me irritando e me fazendo rir. Eu sinto falta até do cheiro dele. Até hoje ninguém sabe o por que dele ter ido, todos ficam nesse questionamento sempre.

Abri a porta e não acreditei no que eu vi, na minha frente estava Paulo Guerra a única coisa que eu consegui fazer foi chorar e abraçar ele, o mais apertado que eu pude, não estava nem aí pelo o que os outros iriam dizer depois, o amor da minha vida estava na minha frente depois de sumir e ninguém ter notícias.
Ele respondeu o abraço na mesma intensidade, ambos choravam. Eu só consegui escutar o espanto de todos e o chororó também.
- Eu realmente senti sua falta, Paulo!