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História Eu sei o que você é - Como o leão se apaixonou pelo cordeiro


Escrita por: plsjessie e lailights

Capítulo 7 - Como o leão se apaixonou pelo cordeiro


Eu definitivamente não queria me mudar.

Pelo menos não agora que tinha tomado coragem para colocar o projeto Garoto Califórnia em ação. O esquema já estava todinho certo para eu me tornar o Troy Bolton dessa geração, quando meus pais anunciaram no jantar que a gente teria que se mudar para a Coreia do Sul.

E nem era para Seul, a capital badalada dos idols, e sim à Jeju, uma ilhazinha que vivia nublada e chuvosa, combinando com o meu humor a partir do dia que eu soube da notícia.

Minha mãe me aconselhou a tentar ver pelo lado bom da coisa, eu estava indo para um lugar totalmente novo, poderia criar uma nova reputação, ser quem quisesse.

Eu costumava ser o “gente boa” da rodinha: tinha as notas na média, era bom nos esportes e nunca negava um favor a alguém. Nem era algo forçado, eu nasci e cresci com esse deboísmo em minha volta e aceitei como filosofia de vida.

Como aquela mulher sabia como me manipular, eu caí direitinho nessa e fiquei animado com as possibilidades, até deixei o cabelo crescer para dar aquele ar misterioso, sabe? Fiquei uma beleza. Dessa vez eu perdia o bv, amém.

Ah é, esqueci de mencionar a quantidade de friendzones que fui posto por causa desse jeito que tinha; tudo bem que eu era um ótimo ombro amigo, mas às vezes só queria dar uns beijos como qualquer outro ser humano, paz.

Nossa mudança foi rápida, mal fiquei uma semana vagabundando e já tinham arranjado uma escola para mim. Eu fiquei nervoso mesmo que fosse fluente em coreano, e se eu trombasse com alguém que falava demais ou sei lá, tivesse sotaque forte e eu acabasse fazendo/falando besteira? Porque comigo sempre foi assim; um mico para batizar o lugar novo e deixar claro meu azar era como uma tradição.

Foi numa das primeiras aulas que conheci Boo Seungkwan. Eu cheguei atrasado na aula de biologia porque me perdi na escola e ele foi minha dupla no laboratório. A primeira impressão que eu tive dele não foi 100% positiva não, ele usava um perfume tão forte que ativava minha rinite e fazia meus olhos lacrimejarem, tentei me afastar um pouquinho dele e inalar o mínimo possível daquele ar para evitar ter uma crise fodida de espirros no meio da aula, mas acho que não deu muito certo já que ele ficou me encarando de um jeito estranho.

Tirando esse detalhe, eu gostei dele. Seungkwan era bom em ser o foco das atenções e me deixava meio hipnotizado. Talvez, só talvez, eu tenha uma queda por pessoas fofas e aquelas bochechas apertáveis dele fizeram eu aguentar todos meus espirros por 2 horas.

Mas como eu disse antes, eu estava há exatos dois dias sem pagar algum mico em público, e é claro que o destino não iria deixar isso passar batido. No intervalo, tentei pegar para provar apenas as comidas que eu conhecia, já que ainda não estava acostumado com os pratos coreanos, então optei por um, aparentemente inocente, sanduíche.

Ah, meus caros, aquele sanduíche do capeta tinha um pedaço colossal de alho no recheio – quem chama pão de alho de sanduíche e resolve colocar desse jeito no cardápio? – e eu como hater #1 de alho tinha que colocar aquilo para fora. O problema foi que me engasguei com aquele troço e me desesperei, já conseguia ver a luz branca quando senti alguém me apertando.

Falar disso agora é até engraçado, mas na hora eu desejei estar morto com todas as minhas forças. Eu fui encoxado por Boo Seungkwan na frente da escola toda e ainda cuspi aquele alho maldito quase no pé dele. Ótima maneira de causar boa impressão.

E o pior foi que causei uma boa impressão mesmo para ele, já que de vez em quando eu o pegava me observando com uma ruguinha na testa e um bico nos lábios; é o crush mais estranho e fofo que já tive na vida. Eu aproveitava para bancar de desentendido e fazer mais cestas no treino do basquete, ou criar os poemas da aula de gramática em tempo recorde – fazer rima era a única coisa que eu era realmente bom.

Teve um dia que não deu para ignorar Seungkwan me observando. Acontece que ele tinha pintado o cabelo de vermelho e eu queria apertar aquelas bochechas até ficarem da mesma nova cor de seus fios. Então direcionei toda essa vontade e mandei aquele olhar 43 quando o peguei me encarando, esses meus lindos olhos castanhos nunca falham. Quer dizer, só havia um pequeno defeito de fábrica que veio com eles, a chamada miopia, a qual me obriga a usar lentes de contato. Mas na verdade elas só acentuam o meu charme, já que deixam meus olhos dourados.

Essas lentes só eram um pouco inconvenientes porque eu morria de preguiça de cuidar delas, só colocava quando precisava mesmo e como a próxima aula seria de literatura tive que ir ao banheiro colocar as benditas. Só que, quando tentei sair, a porta travou, me deixando assustado.

A cota de mico daquele ano já não tinha sido paga?

Puxei novamente e não abria, aí que percebi que isso não acontecia pois eu tinha girado para trancar quando entrei.

Chwe Hansol, um gênio.

Bati na minha testa ao constatar minha lerdeza sem igual e finalmente abri a porta. Aí aconteceu uma daquelas cenas de novela: Seungkwan caiu nos meus braços. Literalmente mesmo, já que tive de segurar ele, para evitar uma queda que iria ser digna de virar meme.

Me lembro de ter pedido desculpas, mas por dentro eu estava !!!!!!!!! por ter uma razão para apertar ele – e graças a Deus ele não estava usando aquele perfume do primeiro dia!

Tá, não tão por dentro, talvez eu tenha ficado com um sorriso besta no rosto por mais tempo que deveria. Tudo bem, eu confesso que fiquei abobado o resto do dia por ter sido chamado de Hansolie por ele quando nos despedimos, fiquei nervoso e corri para a saída antes que ficasse corado na sua frente e daquele amigo estranho que ele tinha.

Eu ainda não tinha sacado muito bem a dele, de primeira achei que ele namorasse o carinha do último ano que aparecia nos treinos de basquete as vezes, aí depois achei que Seungcheol era o amante e o amigo do Seungkwan namorava o Jisoo, o outro carinha que tinha me ajudado nos primeiros dias porque falava inglês. Mas aí eu vi o Jisoo aos beijos com o Seungcheol – preferia não ter visto – e não entendi mais nada. Só concluí que Jeju era bem moderna.

Depois desse episódio, minhas interações com Seungkwan diminuíram, eu cheguei a pensar que estava sendo muito óbvio e que com certeza ele já tinha percebido essa minha quedinha por ele e estava fugindo de mim. Até que o menino Lee Chan me avisou que teria que trocar de parceiro nas aulas de biologia, na hora eu até fiquei bolado porque o Chan era legal e entendia de uns jogos que eu era viciado – um pré-requisito importante para ser meu amigo. Mas aí ele me disse quem seria minha nova dupla e eu só sorri ansioso. Juro que o escutei resmungando algo como “as pessoas dessa escola são todas loucas” quando saí da sala.

Foi difícil manter a linha “você é meu novo parceiro, vim te avisar” quando o coração estava num boom boom frenético dentro do peito, mas eu consegui. Ele passou a aula toda dormindo em cima de um livro que me esforcei para saber qual era, mas falhei. O sinal mal tocou e eu fui correndo para a biblioteca, não tive coragem de acordar ele ou de chegar perto do Jihoon. Aquele baixinho era meio sinistro.

Acho que o carinha lá de cima estava de bom humor e resolveu facilitar as coisas para mim: além do trabalho ser de biologia, o assunto era sobre as células do sangue. Eu sabia aquilo decorado graças ao professor carrasco que tive no fundamental. Só tive que dar uma lida no livro e lembrar os termos coreanos para o assunto, sobrando tempo para observar Seungkwan emburrado com o assunto.

– Odeio biologia. – ele murmurou contra o livro com um beicinho formado nos lábios.

– Não é nem de longe minha matéria preferida também. – ri – Prefiro história. Sinto como se eu tivesse vivido aquilo. – E era verdade, um dos meus tios era professor de história e cara, ele sabia como contar ela como ninguém. Se bem que não é muito saudável narrar coisas da 2ª guerra mundial para um garotinho antes de dormir, mas a gente releva.

Tentei voltar minha atenção para o livro, mas minha cabeça latejava pela falta das lentes, então eu fiquei encarando as figuras lá, sem coragem de encarar Seungkwan entretido desenhando sabe-se lá o que. Então alguma coisa sua caiu no chão e ele foi pegar. Quando se endireitou na cadeira novamente, perguntou:

– Harry Potter? – questionou e eu o olhei com a provável maior expressão de interrogação, até ver que ele tinha pego o Prisioneiro de Azkaban da minha mochila.

– Sim, eu comecei a reler esses dias. – respondi, esticando a mão para pegar meu livro de volta e tentando evitar entrar em pânico por causa da sua mão manchada de caneta do meu livro novinho. – Tenho muito tempo livre e é sempre bom reler sua saga favorita, certo? – perguntei, jogando verde para descobrir se o crush era potterhead ou não.

– Tempo livre? – ele franziu a testa e eu fiquei um pouquinho decepcionado pela pergunta não ser sobre qual era a minha casa de Hogwarts. – Você faz umas mil atividades extracurriculares e ainda tem tempo livre?

– Digamos que meio que já fiz metade dos trabalhos da escola quando morava em Los Angeles. – respondi, dando de ombros. Depois de uns segundos que me fizeram dar conta que ele tinha acabado de confessar que andava me espreitando por aí, acabei perguntando: – Como você sabe disso?

– E-Eu ajudo a secretária às vezes e li sem querer. – droga, ele tem raciocínio rápido.

– Nunca te vi por lá. – tentei desestabilizar ele de novo, mas ele fingiu que não ouviu e voltou aos rabiscos no caderno.

Eu tinha que fazer alguma coisa; ficar ali o admirando estava bom, mas eu queria conversar, saber de que casa ele era fã em Game Of Thrones, se preferia Friends à How I Met Your Mother, The Flash ou Arrow, essas coisas importantes. Num impulso de coragem, limpei a garganta e perguntei:

– Seungkwan? – o encarei – Você quer sair daqui e, não sei, conversar?

– Conversar? – ele respondeu depois de desviar o olhar do meu. – Mas e o trabalho?

– Como eu disse, já fiz a maior parte dos trabalhos antes de vir pra cá. – sorri. E era verdade, eu tinha uma mania de guardar todos meus trabalhos, então tinha esse prontinho em casa. – É só traduzir pro coreano e é um dez na certa.

Comecei a guardar minhas coisas na mochila o mais lento que consegui, já que ele parecia ter dado um bug ali.

– Você vem? – perguntei, tentando o trazer de volta à vida.

– SIM! – ele falou alto demais, recebendo um olhar feio do cara do balcão. – Quero dizer... claro. – eu ri disfarçadamente da sua tentativa de ser casual.

Quando nós estávamos saindo da biblioteca que me toquei: eu era o novato ali, não sabia um lugar reservado ou algo do tipo. Sou muito lerdo as vezes.

A gente ia fazer o quê? Ir para o banheiro da porta ruim e ver o pessoal indo no mictório? Parabéns, Chwe Hansol.

– Não dá pra gente ficar perambulando pelos corredores sem recebermos uma bronca. – graças a Deus um de nós dois pensou nisso. – Vem comigo.

E eu o segui até o outro bloco da escola, até ele parar do nada, me assustando, e mudando para uma direção contrária ao caminho já feito.

– Então... – ele quebrou o silêncio. – Harry Potter é tão bom assim? Literalmente todos os meus amigos gostam, mas eu morro de preguiça de ler. – segurei minha indignação diante daquela revelação triste, dizer isso para mim era como dizer para o Papa que você tem preguiça de ler a bíblia.

– É maravilhoso. Merece todos os elogios que você ouviu. – suspirei – O jeito como a história te envolve é incrível, você passa os sete livros se sentindo em Hogwarts. Eu nem sei colocar em palavras pra você.

– Quem sabe eu comece a ler e finalmente aprenda a fazer umas black magic, né? – sorriu. Ele sorriu pra mim!!!!

– Eu posso te emprestar os livros, se você quiser. – sorri de volta, convencido a pregar meu evangelho para aquele ateu.

Eu ainda estava pensando em como fazê-lo enxergar o mundo mágico de HP, quando do nada ele agarrou minha mão e me puxou para trás das salas, saindo do corredor que dava no ginásio.

Aí eu pensei “é agora, meu Deus! É hoje que eu saio dessa seca!”, mas era só o diretor vindo. Não me decepcionei totalmente porque sua mãozinha quente ainda envolvia meus dedos. Eu estava suando frio, nem deu tempo de tentar entrelaçar os dedos direito.

Assim que enfim chegamos no ginásio ele soltou minha mão, me largando lá, nervoso. Corri para a arquibancada, puxei o capuz do meu casaco e coloquei os fones, eu tinha certeza que estava corando de vergonha e não queria que ele visse esse meu lado protagonista do dorama do EXO ainda.

Ele se sentou do meu lado e parecia distraído. Foi aí que eu, para variar, tive uma boa ideia.

– Kwan? – ofereci um dos meus fones.

Ele aceitou e pegou um dos biscoitos que eu tinha tirado da mochila para pegar de novo o meu livro, encostou a cabeça na parede e fechou os olhos, batendo os dedos nas pernas no ritmo da música. Lindo.

Merda.

Um mês de aula e eu já tô aqui exercendo meu papel de trouxa.

Foi aí que Drag Me Down começou a tocar e, bem, era uma das minhas músicas preferidas da época, não consegui evitar de cantar junto.

Seungkwan abriu os olhos e me encarou como se aquilo fosse a coisa mais estranha do mundo.

– Drag me down? – levantou uma sobrancelha ao perguntar. – Com essa cara de emo você gosta de One Direction? – ele riu.

Eu, emo? Mas que absurdo! Eu tinha deixado essa fase morrer lá em 2011. Mas como eu tinha que ser simpático com o pseudo-crush, apenas ri.

– Aquele Harry é bem legal. – respondi casualmente. O Harry não era legal, ele é maravilhoso, nem parece que existe de verdade. Um beijo, Harry.

– Pelo menos o seu favorito não é o Zayn. – ele retrucou. Tive que concordar, ri aliviado por não estar crushando um zquad.

Eu já estava me preparando para perguntar qual era o seu álbum preferido, quando a música pausou com a notificação de mensagem da minha mãe dizendo que precisava de mim urgente em casa.

Que vacilo, mãe.

– Tenho que ir. – eu disse. – Minha mãe precisa de ajuda. – fiz minha melhor expressão de coitadinho. Ela era irresistível.

– Até depois então. – ele respondeu e se levantou para descer as arquibancadas.

Eu fiquei para trás e aquela súbita coragem passou por mim de novo, segurei minha mochila bem forte e corri até ele, dando um beijo na bochecha e me despedindo. Não olhei para trás com medo de que minha coragem se dissipasse.

Cheguei tão rápido em casa que assustei minha mãe e rolei os olhos quando ela disse que não precisava mais da minha ajuda porque já tinha conseguido recuperar a senha do e-mail. Não acredito que saí correndo que nem um maluco por causa da senha do e-mail, meu Deus. Que vacilo.

Fui para o quarto tentar voltar a ler Harry Potter ou até fazer o bendito trabalho de biologia, mas acabei jogado na cama imerso numa preguiça tão forte que nem abrir os olhos dava vontade, quase um coma. Até que senti aquele serzinho entrar sorrateiro pelo quarto e se jogar na cama, pulando para chamar minha atenção.

A única que me tirava daquele estado de inércia, e também a única criança que eu gostava nesse mundo: Sophia, minha irmãzinha.

Eu sempre paro tudo o que estou fazendo para atender os chamados dela, mesmo que às vezes seja servir de personagem para as aventuras dos brinquedos. Da última vez eu fui o supervisor de uma barbie espiã, que também era cozinheira e estava em busca da receita do melhor bolo do mundo.

Sophia parecia ter esse efeito encantador com todos; nossa nova vizinha até deixava ela destruir as florzinhas que cultivava no jardim da frente de sua casa, desde que a viu colocando uma delas no cabelo da mamãe, e pediu para colocar nos dela também.

Inclusive, mais tarde eu vim descobrir que essa vizinha era mãe do amigo estranho de Seungkwan, que ao me ver no jardim da casa dele com Sophia no colo, só deu um sorriso indecifrável e entrou com Jisoo a tiracolo, que por sua vez acenou simpático antes de ser arrastado casa a dentro.

Dessa vez Sophia estava com seu lado artístico aflorado, então fez diversas obras abstratas na parede do quarto e em mim. Fiquei coberto de tinta e glitter, quase um habitante da capital dos Jogos Vorazes. Eu acho que tinha tinta até no meu cabelo porque com alguns minutos aquilo começou a coçar e eu não soube o que fazer, a não ser colocar um sorriso sofrido nos lábios e esperar a mamãe voltar para poder tirar tudo aquilo do meu corpo.

Após tortuosos vinte minutos com aquele glitter pinicando no meu corpo, mamãe chegou e eu tive que correr para o quintal, já que ela me proibiu terminantemente de deixar o banheiro todo molhado, coisa que sempre acontecia quando eu tomava banho. Não me pergunte como, porque eu realmente não sei o que diabos fazia para molhar até o espelho. Claro que não tinha nada a ver com as performances que eu fazia no banho.

Estava lá eu esfregando meus braços – tirando meu couro – na tentativa de tirar aquele glitter maldito de mim, quando tive uma sensação estranha de estar sendo observado. Não liguei e continuei o banho, tendo que tirar a camisa porque glitter é igual areia de praia: onde você menos espera, ele se esconde. À essa altura eu apostava que tinha impregnado até na minha alma.

E na hora que fui pendurar a camisa molhada no pequeno varal dali, olhei para cima depois de ouvir um barulho e encontrei uma plateia.

Seungkwan, Jeonghan e Jisoo estavam me espreitando da janela do segundo andar.

Eu fiquei tão assustado que não consegui nem rir da cara que eles fizeram quando encarei de volta, mas foi hilário. Seungkwan estava estático como uma das vítimas da medusa; Jisoo tinha os olhos arregalados e Jeonghan, em pânico, tentava segurar algo que escapava pela janela.

E eu fiquei lá com uma expressão meio .jpg

Eles não tentaram disfarçar nem nada, só fecharam a janela e eu entrei para casa com medo de estar sendo observado por mais gente.

– Filho, que isso? – meu pai indagou quando eu entrei. – Tá parecendo aquele vampiro dos filmes que sua mãe gosta. – completou, risonho.

Estou sendo afrontado em minha própria casa.

– Eu não sou o Edward. – bufei. Onde já se viu?!

– Fazendo essa cara de desgosto só fica mais parecido. – deu uma gargalhada e voltou para a sala.

Era só o que me faltava e o sol também. Cheguei num ponto que eu brilhava até sem glitter.

Depois de finalmente tomar um banho decente, voltei ao quintal para pegar umas blusas e percebi uma caneta caída no muro. Deve ter caído ali quando eu peguei aqueles três me vigiando. Não era nem uma caneta bonitona, daquelas que você não empresta nem para a própria mãe. Pelo contrário, era daquelas que você deixa as pessoas ficarem porque já está falhando.

Mesmo assim, peguei a bendita e decidi devolver pro Jeonghan, só para ver a reação dele. Atravessei o jardinzinho e toquei a campainha umas 300 vezes, até um Jeonghan todo descabelado vir na porta inicialmente com uma carranca que dizia claramente um “quem diabos ousa me interromper?!”, que mudou em segundos para um daqueles típicos sorrisos estranhos que ele me lançava.

– Uh... Você deixou isso cair no meu quintal... – a entreguei com minha melhor cara de paisagem.

Ele deixou a expressão vacilar um pouco com o constrangimento e assentiu. Eu assenti de volta e virei de costas para ir de volta pra casa, mas fui interrompido.

– Hansol, certo? – assenti – Se o Seungkwan falar algo relacionado a vampiros pra você, entra no clima, tá? Não me pergunte o porquê agora, só faça. – e entrou, me deixando mais confuso do que já sou normalmente.

Quê?

Primeiro meu pai, depois esse maluco, eu mereço mesmo.

Saí falando sozinho até meu quarto e voltei para a inércia de sempre. Agora sem ninguém para interromper já que a Sophia estava cochilando no sofá da sala. E eu estava prestes a imitá-la quando meu celular começou a vibrar como um louco com o alarme que eu tinha programado para me lembrar de entregar as hqs que peguei na biblioteca na escola.

A multa da biblioteca era uns bons wons por dia e eu não podia me dar o luxo de perder dinheiro por bobagem. Peguei minha bicicleta e torci pro local não ter fechado ainda. Eu achava estranho funcionar fora dos horários de aula, mas fazer o que né.

Deus resolveu quebrar uma para mim e a biblioteca ainda estava aberta, fui o mais depressa até o balcão onde o atendente emo me lançou um olhar de repreensão por eu ter chegado ali tão afobado e ter batido no balcão de leve.

Tá, não foi tão de leve, eu escorreguei na entrada e bati minha costela ali, mas tudo bem.

Fiz a entrega e aproveitei para pegar umas hqs novas. Fui andando calmíssimo até a prateleira, até ver Jihoon hyung pendurado numa, lutando por um livro. Decidi ficar ali e ver se ele caía, e dei uma olhadinha em quem também brigava pelo livro.

Ele mesmo, Boo Seungkwan.

Eu acho que o destino gosta de mim porque em todo lugar eu encontro com Seungkwan. Mais uma vez, obrigado criatura que rege nossas vidas, tô te devendo uma.

Como se não bastasse eu encontrar ele ali, foi me dada mais uma oportunidade de o apertar, já que ele escorregou no nada e ia cair feio no chão se eu não corresse a tempo de segurá-lo.

– Oi Kwan. – falei usando todas minhas forças para manter a expressão serena.

– O que você tá fazendo aqui?! – eu relevei o grito por conta do susto, se não tinha ficado magoado. Quem reage assim sendo salvo de uma queda? – Oi, Hansolie. – pronto, nem um pingo de mágoa ou ressentimento por aqui, eu fui completamente desarmado por esse apelido.

– Vim pegar umas HQs que vi aqui esses dias. – respondi. – E você? Pensei que fosse ficar com aquele seu amigo do cabelo longo hoje. – sorri, cínico.

– Ahn... – os olhos dele vagaram pela estante de livros atrás de mim. – Eu resolvi seguir seu conselho e começar a ler Harry Potter. – pegou um livro atrás de mim e mostrou.

– Bom, acho que você não quer começar pelo último. – disse pegando o livro da mão dele, esbarrando de propósito nos dedos quentinhos. – Aqui. – entreguei o exemplar de A Pedra Filosofal. – Esse é o primeiro. – sorri gentil para retribuir o sorriso tímido dele.

– Eu esqueci de pesquisar a ordem. – se justificou e eu ri. Jesus, como ele é adorável!

– Eu até te explicaria agora, mas falei pra minha mãe que voltaria logo. – levei a mão até minha nuca.

– Ah, eu também. – suspirou e me acompanhou até o balcão.

– Aposto que você é da grifinória. – eu juro que tentei me segurar, mas o sentimento fanboy foi mais forte que eu e falou por si só. – Eu sou da lufa-lufa. – expliquei, orgulhoso. Sou muito lufano, sim senhor.

Diminuí o passo para que o caminho até o balcão demorasse mais e comecei a tagarelar sobre as casas, falei até de Sonserina. Ele respondia às vezes com um “legal”, claramente não entendendo nada do que eu estava falando, mas eu continuava porque nunca tive alguém para compartilhar meu amor por Harry Potter, e isso era bem triste.

Quem sabe ele se interessava e virava um potterhead?

Quando chegamos ao balcão o atendente emo parecia tão distraído que nem notou que eu dei as HQs uma por uma, atrasando o trabalho dele de registrar. Aquele namorado dele nem estava sentado no balcão como de costume, e sim numa cadeira afastada encarando eu e Seungkwan com o mesmo sorriso estranho de Jeonghan.

Aproveitando a lentidão e distração do emo, pedi uma caneta emprestada. A peguei e puxei o braço de Seungkwan delicadamente para rabiscar meu número nele. Ri sozinho vendo ele estremecer surpreso com a aproximação.

– Se tiver alguma dúvida, é só me mandar uma mensagem.

“Mas, Hansol, você poderia ter escrito num papel o número.” No braço foi mais icônico, e ele não teria o risco de perder.

– Agora tenho que ir. – apontei com a cabeça pra saída. Ele murmurou um "Tchau" e eu dei um passo em direção a porta.

Parei e me veio de novo aquela coragem súbita que surgia não sei de onde. Voltei rapidamente e deixei um selinho estalado na bochecha dele, saindo praticamente correndo em seguida.

A partir daquele dia – que foi bem louco por sinal – nós dois conversamos frequentemente pelo celular. Ele era divertido e curioso, e eu prontamente respondia qualquer questionamento que fazia sobre HP. Às vezes eu me empolgava além da conta e contava umas teorias cheias de spoilers e ele mandava uns memes da Britney Spears com o guarda-chuva me ameaçando, mas tudo na paz.

Mamãe estava feliz de eu ter arranjado um “amigo” e liberou ele vir aqui em casa pra gente maratonar os filmes de HP e tudo mais. Claro que ela conhecia a cria dela e sabia que eu já estava arrastando um caminhão por ele, então antes dela me dar permissão, segurou meu rosto com as duas mãos, olhou dentro dos meus olhos e disse: “Cuidado com a friendzone, querido.”

E claro, ela me fez limpar a casa todinha com a desculpa de eu estar recebendo visita. E quando eu digo toda a casa, foi toda mesmo, até no quintal eu fiz a geral. Eu nem reclamei porque estava nervoso demais, a gente ia ficar sozinho e, meu pai amado, eu estava prestes a ter um AVC. Foi bom me manter ocupado.

Faltava uma hora para ele chegar e eu resolvi passar o tempo com Sophia, que brincava animada com os novos bonecos que tinha ganho do papai: o Homem de Ferro e o Capitão América. E como na historinha dela eles estavam numa nave voando, eu era encarregado de ficar com ela no colo andando pela sala e fazendo os barulhos de tiro.

Uns vinte minutos depois alguém tocou a campainha e eu fui assim mesmo, com ela no colo, atender. Abri um sorriso tão grande quando vi quem era que Coringa teria inveja se visse.

– Oi, Kwan. – eu o saudei e Sophia repetiu, fazendo ele sorrir e eu quase me derreter ali mesmo.

– Oi Hansol. – ele me respondeu ainda olhando pra Sophia.

– Entra. – dei espaço para si. – Essa é Sophia, minha irmã, o amor da minha vida. – dei um beijinho na testa dela. – Sophi, esse aqui é o amigo que eu te falei, lembra? – ela acenou positivamente e esticou os braços na direção dele, que a pegou no colo sem hesitar.

– BOO! – ela apoiou as mãozinhas na bochecha dele e eu segurei um suspiro na garganta. Aquela era, sem dúvidas, a cena mais adorável que eu tive a honra de presenciar em toda minha vida. E pra completar ele também apertou as bochechas dela e ficou repetindo o quanto era fofa.

Se Jesus me arrebatasse naquele momento eu iria feliz.

Ela saiu do colo de Seungkwan e ele se sentou no sofá observando a sala, passou os olhos pela coleção de moedas do papai e os quadros antigos da família. Ele pareceu hipnotizado pelo piano e por pouco eu não comentei que sabia tocar. As oportunidades aparecem e você tem que agarrar elas, risos.

– Sophi, você não acha que o Boo deveria brincar com a gente também? – comentei e ele saiu do transe. Sabia que não seria capaz de negar nada pra pequena e eu estava adorando aquela interação deles.

Dez minutos de muitas aventuras das brincadeiras da Sophia depois, eu segurava o Homem de Ferro e Seungkwan segurava o Capitão América, que depois de muitas brigas descobriram que se amavam. Eu não sei de onde essa menina tira essas histórias.

Mamãe apareceu descendo as escadas numa velocidade considerável pra quem estava usando salto e pegou Sophi no colo, murmurando o quanto elas estavam atrasadas pra festinha da escola. Mas como mãe não é mãe se não fizer o filho passar vergonha, antes de trancar a porta, parou e nos encarou por uns segundos.

– Juízo, Vernon. – disse, sorrindo previamente por saber como eu ficaria vermelho com aquela insinuação.

– Vernon? – Seungkwan indagou assim que ela saiu.

– Err... – eu pigarreei – Esse é meu segundo nome. Hansol Vernon Chwe. – expliquei sem olhar para ele. Nem precisava ver meu reflexo pra constatar o quanto eu estava corado e sentia meu rosto quente. Uma droga ser tão pálido. – Vou pegar os filmes.

Subi rumo ao banheiro e joguei uma água no rosto para que aquele vermelho pimentão passasse mais rápido. Peguei o box com os DVDs e arrisquei perguntar se ele estava com frio; recebendo uma resposta positiva, voltei e vasculhei os armários dos cobertores, pegando apenas um.

– Você se importa de dividir? – perguntei meio incerto. Não era do meu feitio mentir pra ganhar vantagens, mas pra tudo tem uma primeira vez.

– Não mesmo.

É hoje.

Deixei o filme no ponto e fui preparar a pipoca. Voltei rápido e ele timidamente jogou o cobertor nas minhas pernas, ficando bem do meu lado enquanto eu colocava a pipoca na mesinha da frente.

Eu já tinha visto aquele filme ao ponto de saber algumas falas de cór, isso significava tempo extra para observar as reações de Seungkwan e me aproximar devagarzinho. Foi mais ou menos quando a pipoca acabou que eu arrisquei colocar minha mão em sua cintura, o abraçando de lado. Para minha alegria ele não rejeitou, ao contrário, se esgueirou no abraço e apoiou a cabeça no meu ombro.

O cabelo dele cheirava aqueles shampoos de embalagem bonita que a mamãe me proibia de usar pra dar banho no meu finado hamster. Eu não arrisco dizer do que era o cheiro porque eu sou ruim em definir, mas era bom. Eu poderia fechar os olhos e ficar ali apreciando o calorzinho que ele me passava e aquele cheirinho delicioso, mas tinha que fingir que estava concentradíssimo no filme.

– Tiraram a primeira interação do meu shipp. – ele reclamou formando um biquinho emburrado e me tirou do transe.

– Ahn? Que shipp? – eu realmente não me lembrava de nada em especial, a não ser que ele esteja falando de...

– Harry e Draco. – ele disse simplista e eu me virei para encará-lo.

– Você shippa drarry? – eu não queria acreditar. Que ultraje!

– Shippo, ué. Você não?

– Claro que não! – eu ri, mas foi de nervoso. –Eu shippo dramione. – ele fez uma cara de quem comeu e não gostou.

– Não acredito que estou dividindo um sofá com alguém que shippa dramione.

Eu é que não conseguia acreditar que estava sendo traído desse jeito, logo com drarry. A minha vontade era expressar minha indignação diante desse fato, porque jamais – nunca! – eu ia aceitar que estava afim de alguém que shippa drarry.

Fiquei tão agitado com isso que mal percebi que disse a última parte em voz alta.

– O quê? – ele ouviu e eu acho que até meu coração parou. Puta merda.

– Que o quê? – o jeito era se fazer de desentendido. Vai que cola?!

Ele voltou a insistir e eu apenas apontei pra alguma cena aleatória que na hora inventei ser importante e merecia atenção. Não foi convincente, mas funcionou. E eu me senti melhor porque, talvez, só talvez, eu de relance tenha visto que ele estava corado.

E isso era um bom sinal, eu acho.

O resto da tarde foi tranquilo, eu pude voltar a apreciar aquele cheirinho e calorzinho bom de si. E mais de perto, porque ele colocou o lençol em nossa volta e se encolheu no meu peito quando começou a chover e, consequentemente, relampear.

Se meus pais não tivessem chego, era capaz da gente dormir ali.

Minha mãe não deixou Seungkwan ir embora sem dizer mil vezes o quanto ele era fofo e fazer um sinal de positivo para mim discretamente quando ele estava de costas.

Mas como minha vida não é perfeita, na segunda-feira seguinte a essa maravilhosa tarde, minha rinite atacou e eu fiquei sem condições de ir pra escola, e, pra completar, a chuva do dia anterior fez a internet cair, resultando num eu incomunicável por longas 24 horas.

Na terça feira eu já levantei com vontade de voltar pra cama porque lá fora caía uma neve monstruosa. Me senti naquele episódio de Todo Mundo Odeia O Chris, que só ele ia pra escola e as aulas são canceladas. Talvez minha mãe tivesse um pouco de Rochelle dentro dela.

Lá estava eu, com aquela cara de quem queria estar morto na entrada da escola, tentando não cair com aqueles tênis que definitivamente não foram feitos pra se andar no gelo, quando vi Seungkwan do outro lado. Ele parou para acenar pra mim e o restante aconteceu em câmera lenta.

Soonyoung, o garoto simpático da outra turma, vinha descontrolado numa bicicletinha, sem a capacidade de freiar, apenas gritar em alto e bom som “Cuidado”. Na direção da bicicleta, ele, Boo Seungkwan, aquele drarry shipper incapaz de se mover a tempo.

Eu peguei um impulso e escorreguei com os tênis no gelo, conseguindo empurrar Seungkwan, mas perdendo o equilíbrio e caindo com ele no chão por cima de mim.

Arfei com a dor de ter caído naquele gelo com a maior força possível, adeus costas saudáveis. Ele se levantou rapidamente e eu me sentei ali pra tentar me recuperar do tombo. Nem tivemos tempo de dizer nada porque o sinal da escola tocou e todos foram obrigados a irem pras salas.

Depois de quase um horário inteiro reclamando da vida, eu me dei conta que fiquei à milímetros de distância da boca de Seungkwan com a escola inteira de plateia. Afundei minha cara no caderno e grunhi baixinho sentindo o constrangimento tomar conta do meu ser.

Jesus, eu não podia ter uns momentos românticos normais?

As aulas seguintes passaram rápido até, ou eu estava distraído demais pensando nos meus dias de luta que nunca tinham fim.

Quando saí do laboratório de química, Seungkwan me esperava no corredor com o monitor no encalço dele. Menti que estávamos indo na biblioteca e quando seguimos um caminho diferente, tentei perguntar o que ele queria, recebendo nem uma mísera explicação em troca, apenas um “Vem comigo” que eu obedeci sem pestanejar.

Ele me levou até um parquinho abandonado que ficava próximo do ginásio, e se não fosse ele ali, eu já teria corrido de medo. Aquele lugar era medonho, parecia set de gravação de clipe pra banda de rock satânica.

Eu devo ter puxado essa veia de exagero da mamãe. O lugar era até bem normal.

Ele deu dois passos pra trás e respirou fundo. Eu já me tremi todinho, e nem foi por causa do frio.

– Hansol. – ele me chamou sorrindo. E não era aquele sorriso bonito que eu gostava, era um estranho. Tipo Jeonghan. – Eu sei o que você é.

Espera.

O que estava acontecendo?

– O que?

– Não adianta nem negar. – ele parecia ter certeza do que dizia. – Você não come alho, é bom nos esportes, inteligente, seus olhos mudam de cor, você brilha no sol, tem um piano na sua casa. – contou nos dedos. – E o mais importante: me salvou hoje cedo rápido demais. Não precisa mais fingir. Eu já sei. – cruzou os braços.

– Sabe o que? – eu sabia o que ele estava insinuando, só não queria acreditar.

– O que você é. – bufou. – Um vampiro.

Ah não.

Puta que pariu.

Isso não pode ser...?

Meu crush achava que eu era uma réplica de Edward Cullen.

Eu busquei todas as forças que eu tinha pra não soltar a gargalhada mais alta do mundo todo porque lembrei do conselho do amigo dele.

“Se o Seungkwan falar algo relacionado a vampiros pra você, entra no clima, tá?”

Agora tudo fazia sentido.

Eu encarei o chão, respirei fundo e invoquei os deuses do teatro pra me ajudar naquele momento crítico. Coloquei um sorriso sugestivo no rosto e caminhei até ele.

– É, Seungkwan. – dois passos. – Você me pegou. – mais um passo. – infelizmente agora que você mostrou que sabe sobre mim... – mais um passo, o encurralei numa árvore. – Eu vou ter que morder você. – passei meus dedos congelados daquele frio desgraçado no rosto dele, pra ganhar credibilidade. – Nada pessoal, sabe. Só... coisa de vampiro.

Ele fechou os olhos e eu tive que segurar o riso mais uma vez. Era agora ou nunca.

Passei o nariz pelo pescoço dele, e olha, se eu fosse um vampiro mesmo era RIP Seungkwan. Deu vontade de morder de verdade, mas deixei isso pra mais tarde.

Ele tinha prendido a respiração e essa foi minha deixa pra segurar o queixo dele e fazer algo que queria faz tempo.

Dar uns beijos em Seungkwan.

Um, dois selinhos e a minha coragem já estava acabando, então comecei a me afastar e planejar como eu iria correr dali com aqueles tênis escorregadios.

Aí ele puxou a barra do meu casaco me obrigando a ficar ali, iniciando o nosso primeiro e icônico beijo. E logo veio o segundo... e o terceiro... e eu parei de contar.

Porque eu, Hansol Vernon Chwe, pela primeira vez na história tinha tido um crush correspondido. E ninguém poderia me chatear naquele momento.

A não ser pela campainha chata da escola nos expulsando.

Fomos de mãos dadas até a saída e os amigos de Seungkwan nos olharam surpresos quando sorrimos cúmplices e demos um selinho de despedida, pra deixar claro a única coisa que eu sou.

Caidinho por Boo Seungkwan.


Notas Finais


finalmente vocês descobriram o que hansol é!!!¡!!!

e ele é infelizmente um dramione shipper hard (DRARRY Q MANDA!!!!)

nós estamos mto felizes de postar esse capítulozao e esperamos q vcs tbm!!!!!!

obrigada a @pjmari que betou o capítulo (desculpa por te trancar como a Beyoncé fez com a Sia e fazer vc trabalhar)

esoqvé ganhou uma fanart so cute que a naju fez
deem uma olhada no IG dela: https://www.instagram.com/p/BOSabQxDeSa/

A @lailights fez esse capítulo praticamente sozinha, ela merece parabéns pois ela não é fã de Harry Potter e as referências ficaram mto toppdogg

como nao iremos postar o último capítulo nesses últimos dias do ano aqui vai nossa mensagem pra vocês:

Aproveitem os momento que vão vir, não fiquem só resmungando que o ano foi ruim, pense nas coisas boas que aconteceram na sua vida ao longo desses 365 dias porque algo de bom aconteceu nesse meio, nem que seja só uma risada por uma piada boba ou uma nova amizade, vejam o mundo pelo lado positivo e não vivam nessa aura de negatividade aí não.

Leiam a sua saga favorita de novo, pode ser Crepúsculo ou Harry Potter ou Jogos Vorazes ou Percy Jackson ou qualquer uma daquelas sagas que existem aí e eu não poderei listar porque são inúmeras, ou se não for uma saga, leia seu livro fave e se divirta. Se você não gosta de livros simplesmente façam algo que façam vcs se sentirem bem e felizes, e não se prendam a coisas ruins, elas não valem a pena.

Um feliz ano novo pra vcs, que 2k17 seja mto bom e cheio de verkwan jihancheol e tds os otp q a gente ama

(menos dramione)

lessica ama vcs <3


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