História Eu Sei Que Você Me Ama - Capítulo 1

Eu Sei Que Você Me Ama! - Capítulo I

9¾

Ele estava no ponto alto do sono, aquele momento único quando a cama é o lugar mais confortável do planeta, ou melhor... da galáxia. As cobertas lhe deixavam na temperatura ideal para relaxar ainda mais enquanto seu pensamento era levado até uma dimensão onde seu corpo parecia flutuar no mais completo e perfeito torpor do sono. Seu travesseiro era tão macio quanto a mais pura e fina seda já fabricada até os dias atuais, e que cobria as macias penas da mais delicada das aves, a qual não tenho a mínima noção de qual seja, mas são dela essas penas.

Certamente que nosso querido protagonista não estava na terra. Estava em um lugar bom, muito bom, do tipo bom pra caralho! Contudo, alegria de pobre dura pouco, sabemos disso, e foi justamente por esse motivo que nosso querido protagonista foi tirado daquele mundo de magia e sonhos de uma maneira nada delicada.

- FILHO DE UMA ÉGUA! – repentinamente, uma mulher enfurecida, entenda-se por Byun Yejin, esbravejou assim que “abriu” a porta daquele quarto no melhor estilo polícia estourando boca de fumo, fazendo o pobre Baekhyun, seu filho, gritar de susto e pular na cama com os olhos arregalados, enquanto sua boca estava tão aberta que acomodaria, sem problemas, um caroço de abacate e três de pitanga – Se você não levantar desta caceta agora, vou te tirar daí debaixo de porrada! – ameaçou, apontando pra aquele que ainda estava com os olhos arregalados e a mão sobre o peito, sentindo seu coração bater descontroladamente – Fui clara? – indagou por fim.

- Sim, Omma! – Baekhyun respondeu, forçando um sorriso amarelo enquanto sentia os lábios tremerem.

- Agora me faça vir até aqui te chamar você de novo – Yejin falou antes de sair do quarto.

- Fina como um calcanhar de elefante – Baekhyun sussurrou pra si mesmo enquanto acalmava a respiração, mas ficou sem respirar outra vez quando a viu madrecita voltando para o quarto, parando na entrada no mesmo instante.

- O que foi que tu disse? – Yejin questionou, estreitando os olhos para seu único filho – Repete! Repete, seu filho de uma… – não terminou a frase, por sorte.

- Eu disse; Nossa! Como ela está elegante! – Baekhyun fechou os olhos e mais uma vez mostrou os dentinhos brancos pontudos num sorriso forçado ao máximo, mas que, com toda certeza, tirava todo qualquer instinto homicida que Yejin pudesse ter... pelo menos naquele momento.

- Hm. Pensa que me engana, é?! – Yejin bem que tentou se controlar, mas não conseguiu ficar séria por muito mais tempo, ainda mais diante daquele sorriso lindo que só Baekhyun tinha – Apenas desça! – ditou por fim.

- Em trinta minutos eu desço, Omma! – Baekhyun avisou enquanto se espreguiçava felinamente sobre a cama, soltando um gemido de preguiça enquanto sentia os músculos esticarem e algumas juntas estralarem.

- Trinta nada, mocinho, cinco! – Yejin cortou a proposta do filho.

- Vinte? – Baekhyun tentou outra vez, cinco minutos era muito pouco, e sabia que não conseguiria tanto em tão pouco tempo.

- Dez! – Yejin estava sendo boa, dobrando o tempo inicial.

- Quinze e não se fala mais nisso! – Baekhyun voltou a dar o mesmo sorriso de antes, sabia que sempre funcionava, pelo menos com ela.

- Contanto de agora! – Yejin avisou olhando a hora no relógio de pulso – Agora atrase um minuto que eu acabo com tua raça antes que pense em pedir socorro a seu pai! – falou sem dar tempo de Baekhyun argumentar e logo saiu.

Baekhyun se espreguiçou outra vez e só então levantou da cama, tirou a camisa do pijama, colocando-a no lugar da roupa suja... no chão. O Byun mais novo estava prestes a entrar no banheiro quando ouviu o celular tocar, deu meia volta e pegou o aparelho. Estranhou ao olhar a tela piscando, pois não tinha qualquer nome de algum contato seu, e muito menos conhecia aquele número.

- Alô? – falou Baekhyun assim que atendeu a ligação.

- Byun Baekhyun? – uma voz grave, marcante e um pouco rouca logo se fez presente, deixando Baekhyun mais intrigado, porque não conhecia ninguém com aquela voz, o mais próximo disso era Kyungsoo, mas não era pra tanto.

- Eu mesmo... quem é que tá falando? – Baekhyun não reconhecia aquela voz. Nunca a tinha ouvido, na verdade, mas pelo que soava, apesar de grave, não era velho, mas também não tinha sua idade.

- Não está reconhecendo minha voz? – o rapaz de voz marcante questionou num falso drama.

- E eu deveria? – Baekhyun ironizou, rindo em seguida – “Só pode ser trote de algum babaca” – pensou ele.

- Oh! Mas é claro que deveria! – dramatizou falsamente – Não acredito que não reconheceu minha voz, Baekhyun! Minha voz! Aigoo! – manteve o drama. Mesmo sem conhecer o dono daquela voz, Baekhyun imaginou sua expressão de “sofrimento”.

- Assim... se você me disser quem é, poderia ajudar bastante, sabe?! E caso não tenha se tocado ainda, eu tenho um celular, não uma bola de cristal – mesmo tendo acabado de acordar, e por mais “lento” que estivesse, Baekhyun não recordava daquele número, muito menos daquela voz. Definitivamente, não!

- Não acredito que estou passando por isso! Aish! Céus! O que fiz pra merecer tamanho sofrimento? – o dono da voz misteriosa continuava naquele falso drama descarado. Ainda permitiu-se forçar umas fungadas, bem dramáticas.

- Yah! É o seguinte, fera, eu não tenho tempo pra gracinhas, nem saco pra idiotices, ainda mais a essa hora da manhã, entendeu?! Quem quer que seja você, não conheço sua voz e nem sei de onde saiu, então, se quiser me dizer quem é, eu agradeço, se não, eu vou desligar essa porcaria agora mesmo! – Baekhyun havia perdido a paciência, o que não era lá seu forte. Na verdade, nunca foi.

- Ok! Esquentadinho você, hein?!– o rapaz divertiu-se com o jeito esquentado de Baekhyun – Vou dizer quem sou – ditou por fim.

- E quem é você? – Baekhyun indagou impaciente. Estava curioso para saber quem era evidentemente, e se fosse algum de seus amigos, já estava certo de manda-lo para um lugar não muito agradável, mesmo não podendo falar palavrões, mas mandaria nem que fosse na linguagem figurada.

- Sou seu namorado, oras! – o rapaz do outro lado foi direto e sem rodeios em resposta, porém era notável a animação e, principalmente, a certeza em sua voz.

- É O QUE? – Baekhyun gritou tão alto que a garganta doeu – Você é quem? – Baekhyun pela segunda vez naquele dia estava com os olhos arregalados. Como assim esse desconhecido era seu namorado?

- Aigoo! Baekhyun, sou eu, o seu namorado – falou docemente, porém a certeza em sua voz era tanta que chegou a confundir Baekhyun por breves segundos.

- Mas eu não tenho namorado! – Baekhyun exasperou-se na ânsia de rebater aquela afirmação sem fundamento – Eu tenho? Não! Tenho namorado não! Tá doido é?

- Não tem ainda, baby! Mas quando me conhecer, vai querer na mesma hora, tenho certeza! – afirmou decidido, dando mais uma risadinha logo em seguida.

- Eu mereço! – Baekhyun riu de si mesmo. Não acreditava que estava passando por aquilo.

- Claro que merece, baby... você merece tudo de melhor no mundo, por isso tem a mim! – o rapaz desconhecido voltou a afirmar alegremente.

- Escuta aqui, ôh… Ah… Seja lá você quem for, vai procurar outro pra encher o saco, tá ligado?! – Baekhyun não deu tempo pra o outro retrucar e encerrou a ligação, indo imediatamente pra o banheiro, tirando a roupa no caminho. Estava atrasado – Cara maluco… vem dizer que é meu namorado. E eu lá tenho namorado?! Nem sei mais o que é isso! – riu do próprio comentário – Tem coisas que só acontecem comigo, e essa agora era só o que me faltava... Um doido dizendo que é meu namorado, eu, hein?! – falou consigo enquanto entrava debaixo da água quente do chuveiro, ainda pensando na ligação que havia acabado de receber.

9¾

E, milagrosamente, Baekhyun estava pronto no tempo estimado por Yejin, sua mãe, que no momento se encontrava na cozinha terminando de preparar o café da manhã de sua família, que se resumia à própria, seu esposo, Byun Dobin, e Baekhyun. Este, assim que terminou de comer, fez o caminho diário para seu curso de línguas, de onde estava prestes a entrar de férias. Aquele seria o último dia de aula, pelo menos do módulo em que estava, por isso havia planejado sair com Yixing, seu amigo, depois que a aula tivesse um final, pois só se veriam após trinta dias.

9¾

Baekhyun saiu de casa com a mochila nas costas e o fone ligado ao celular, que tocava sua música predileta naqueles dias, Rockstar, do No Minwoo, do CD Icon Iconic On The Disco. E embalado pela dançante batida da música, Baekhyun foi andando pra o curso, já que, graças a sua mãe, havia saído quase uma hora antes do horário, por isso preferiu ir andando tranquilamente e apreciando a paisagem.

Já estava passando pelo parque central, que ficava próximo ao curso, quando seu celular voltou a tocar, então Baekhyun prontamente atendeu à ligação pelo fone mesmo, sem se dar ao trabalho de checar quem estava lhe ligando.

- Sim? – Baekhyun falou assim que atendeu a ligação.

Acreditava que poderia ser Yixing, que sempre ligava quando chegava mais cedo no curso, pois o chinês não gostava de ficar sozinho. Na verdade, tinha medo da solidão.

- Oi, baby! – era o mesmo rapaz misterioso que havia ligado mais cedo.

- De novo? – Baekhyun indagou espantado, quase num grito. Foi difícil não falar mais alto e disfarçar a expressão de espanto.

- Oh que lindo! Baby reconheceu minha voz... Gosto assim! – o rapaz falou animadamente do outro lado da linha – Amor, pra onde está indo agora? – indagou por fim.

- Como é a história? Bebeu urina do capeta, fera? – Baekhyun falou um pouco mais alto, rindo em seguida – E eu lá te devo satisfação? – estava espantado com a ousadia daquele cara.

- Aigoo! Como meu namorado, você deveria sim, me dizer onde está indo – afirmou sério, como uma repreensão, porém sua voz se mantinha doce.

- Aish… Cara chato do caramba! – Baekhyun resmungou consigo mesmo, respirando fundo a fim de se controlar, pois não queria chamar a atenção das pessoas que passavam por ali – Escuta aqui, esse cara que eu não conheço... me erra ok?! Me deixa em paz, apaga meu número, que eu não sei onde conseguiu, enfim... Não me enche o saco e me esquece! – tentava se controlar pra não falar muito alto, já que estava no meio da rua e não queria que os outros pensassem que ele era louco ou coisa parecida.

- É impossível te esquecer, baby! – falou calmamente, deixando Baekhyun nervoso.

- Eu devo ter cagado na cruz em outra encarnação ou então é encosto, só pode! – Baekhyun revirou os olhos, não acreditava que estava naquela situação.

- Claro que não, baby – mantinha o mesmo tom animadamente doce, que estava irritando Baekhyun ainda mais.

- E PARA... de me chamar de baby! – terminou a frase com os dentes cerrados, Baekhyun estava perdendo o controle – Odeio que me chamem de baby e odeio você me chamando de baby, então para!

- Está bem, esquentadinho, não precisa ficar assim – uma risada divertida e meio nasalada soou pelo fone.

- Então não me liga mais, imbecil! – Baekhyun determinou e encerrou a ligação – Que cara louco – falou sozinho, ouvindo a música voltar a tocar. Respirou fundo algumas vezes e tentou não pensar no que havia acabado de acontecer. Só podia algum palhaço, babaca, e idiota querendo fazer graça com sua cara.

Distraiu-se com a música que tocava no celular e quando percebeu, chegou ao local de seu curso, e logo na entrada encontrou Yixing, que já estava com o celular na mão.

- Eu já ia te ligar agora! – Yixing falou assim que viu Baekhyun se aproximando.

- Imaginei isso – Baekhyun ditou enquanto se aproximava do amigo chinês – Mas vamos entrar, o sol tá quente e eu tô com sede – arrastou Yixing consigo prédio a dentro.

- Hi guys! What's up! – Andy, o professor de Inglês falou animadamente assim que viu os dois alunos entrando no prédio.

- Hi teacher! How are you? – Baekhyun respondeu prontamente, mostrando um enorme sorriso, orgulhoso de seu desempenho.

- I'm fine, and you? – Andy apertou a mão de Baekhyun, que afirmou estar bem com um aceno de cabeça, e virou-se pra Yixing – And you Yixing? How are you? – apertou a mão do outro aluno.

- I'm two! – Yixing respondeu sorridente, mas seu sorriso morreu quando viu Baekhyun rir de si – Porque está rindo, Baek?

Baekhyun se preparava para responder o motivo de estar rindo dele, quando ouviu o celular tocar outra vez, e ao ver o número, seu sorriso morreu e a expressão feliz deu lugar á uma enraivecida.

- Você de novo? Me deixa em paz, imbecil! – Baekhyun falou grosseiramente, quase gritando.

- Calma, Bacozinho – o mesmo rapaz misterioso falou com a voz doce – Só estou ligando pra te avisar que hoje à noite, vamos nos encontrar na sua casa, ok?

- É O QUE? Eu vou encontrar quem? Tá drogado? Comeu merda? E outra... Baconzinho, é o cacete! – Baekhyun naquele pouco tempo já estava tão saturado daquele cara que esqueceu até onde estava. Seu rosto estava vermelho de raiva e as sobrancelhas juntas.

- Calma, não precisa ficar desse jeito, esquentadinho – o rapaz riu de Baekhyun – Acho que lá pras oito eu chego na sua casa, ok?! Beijos, minha coisa linda! – falou e logo encerrou a ligação, deixando Baekhyun extremamente irritado, e os outros dois, assustados.

- O que foi isso, Baekhyun? – Yixing se assustou com a reação de Baekhyun.

- Um imbecil tá ligando pra mim desde a hora que acordei pra falar besteira – Baekhyun respondeu enquanto respirava fundo na tentativa de se acalmar. Não sabia quem era, mas queria muito socar a cara dele.

- E ele diz o que? – Andy indagou curioso, já que Baekhyun nunca agiu daquele jeito. Sempre foi calmo, na medida do possível, claro.

- Que é meu namorado – Baekhyun respondeu ainda bufando. Para ele, aquela era a coisa mais absurda que alguém já havia dito – Agora vê se pode uma coisa dessas?

- Como que é? – Yixing também estava espantado com aquilo.

- Isso que você ouviu! Ele disse que era meu namorado, mas que eu não sabia disso, porque eu não o tinha conhecido ainda – Baekhyun falou um pouco mais calmo, mas ainda revoltado – E ainda teve a ousadia de dizer que ia lá em casa hoje à noite!

- Deve ser trote, Baekhyun – Yixing falou sereno, tentando acalmar o amigo ao segurá-lo pelos ombros e fazer um carinho ali.

- Sééérioo? – ironizou Baekhyun revirando os olhos. Às vezes a lerdeza do amigo o impressionava.

- Claro, Baekhyun... pra um cara ligar assim, do nada e falando essas coisas, só pode ser trote – Yixing falava como se tivesse resolvido o “mistério”.

- Cara, o que seria de mim sem você? – Baekhyun indagou falsamente, abraçando o amigo em seguida.

- Que nada, Baek, amigos são pra essas coisas – Yixing respondeu enquanto correspondia ao abraço, se sentindo útil e muito feliz por isso.

- Ok, meninos, os outros chegaram, vamos entrando, hm? – Andy chamou os alunos pra dentro. Como seria o último dia, os estudos seriam mais intensos e cheios de atividades pra fazer durante o período de férias.

9¾

Durante o resto da manhã focaram-se apenas em estudar, tirar dúvidas, treinar conversação e tudo mais. Depois de uma rápida pausa para o almoço, voltaram a estudar por mais umas horas para só então Andy liberar seus alunos, que estavam aliviados, pois estavam oficialmente de férias.

Assim que saíram do prédio onde estudavam, Baekhyun e Yixing foram andando para o shopping, onde assistiram ao filme que já estava para começar, e algumas horas depois estavam andando para a saída do complexo.

Já era noite e hora de cada um voltar para sua respectiva casa.

- Vai fazer o que nas férias? – Yixing indagou enquanto andava junto a Baekhyun, rumo à parada de ônibus.

- Vou ver ainda... Talvez eu viaje ou fique em casa, acho que hoje à noite eu decido isso – Baekhyun respondeu calmamente – E você?

- Vou ficar aqui e ajudar meus pais na loja – Yixing respondeu com um sorriso bobo no rosto, mostrando sua famosa covinha.

- Huum... Sei cá sua vontade de ajudar seus pais na loja – Baekhyun falou com um sorriso sacana no rosto.

- É sim! – Yixing afirmou tentando passar seriedade nas palavras, mas falhou terrivelmente quando seu rosto ficou vermelho.

- Porque você não fala de uma vez pra o Suho que gosta dele? É tão mais fácil! Tá na cara que vocês se gostam – Baekhyun não entendia o porquê de Yixing ser tão devagar.

- Aish! Baekhyun, não é tão fácil assim – Yixing tentou argumentar, mas estava claro que ele tinha mesmo era vergonha de revelar seus sentimentos para o outro, que trabalhava na loja de seus pais.

- Sua mãe gosta dele, seu pai também... eles sabem que você não gosta do rachado, mas sim do comprido... então o que falta? – Baekhyun parou de andar e também fez Yixing parar de andar e ficar em sua frente, assim que segurou seus ombros.

- Coragem! – Yixing respondeu por fim.

Yixing baixou a cabeça, suspirando pesadamente em seguida. Queria tanto ter coragem o suficiente pra se declarar pra Junmyeon e contar-lhe de seus sentimentos, mas simplesmente não conseguia, pois o essencial para chegar até o outro e falar não tinha. Coragem.

- Aish! Yixing... simplesmente respira fundo e beija o cara. Arrisca! Depois vê no que vai dar – Baekhyun tranquilamente aconselhava o amigo, quando sentiu o celular tocar novamente e o sangue esquentar instantaneamente – Se for aquele idiota de novo, vou mandar ele tomar naquele canto – falou enquanto retirava o celular do bolso, mas respirou aliviado quando viu que era sua mãe – Omma? – falou de maneira doce assim que atendeu a ligação.

- O príncipe vai demorar pra chegar ou vai ser preciso eu mandar uma carruagem pra ir buscar você, oh alteza? – questionou Yejin, com sua costumeira “delicadeza”. Baekhyun já tinha avisado que jantaria em casa.

- Estou indo pra casa agora mesmo, Omma – Baekhyun respondeu sorridente, sua mãe era sempre tão direta e “delicada”. Ela nem respondeu nada, apenas desligou o telefone, como sempre – Vou indo nessa, Yixing, o general ligou, e quando o chamado chega, já sabe, né?!

Yixing bem conhecia a mãe de Baekhyun, este então, apenas despediu-se do chinês, que seguiria andando para sua casa, que ficava bem pertinho de onde estavam, e logo pegou o ônibus que lhe deixaria perto da sua.

O trajeto até o “quartel general”, vulgo lar, por algum milagre foi bem rápido, e logo que chegou em sua casa, a primeira coisa que fez foi avisar aos mais velhos e seguir direto pra o banheiro, onde tomou um relaxante e longo banho, para só depois, descer e jantar com seus pais.

- Baekhyun, eu e sua mãe precisaremos viajar – Dobin, o pai de Baekhyun, avisou assim que terminou o jantar.

- Vão ficar muito tempo fora? – Baekhyun apenas rolou os olhos. Já estava acostumado com essas viagens dos pais, só não gostava de ficar sozinho por muito tempo.

- Pelo menos uma semana, mas você vai precisar ir pra casa de campo – Dobin informou, vendo a expressão de Baekhyun mudar de tédio para surpresa, então logo tratou de explicar – É que vamos dedetizar a casa, sua mãe disse que estão aparecendo muitas baratas na cozinha, e você lembra o que aconteceu da última vez que ficou aqui quando dedetizaram a casa, não lembra?

- Nem me fale! – Baekhyun sentiu o corpo inteiro arrepiar só de lembrar daquele trágico dia – Nunca vi tanta barata na minha vida.

- Pois então... você, durante esse tempo, vai ficar na casa de campo, tudo bem, filho? – questionou Dobin.

Na casa de Baekhyun as coisas funcionavam de modo bem diferente do tradicional. Era Byun Dobin que, na maioria do tempo, era doce, calmo, compreensivo e sempre vivia sorrindo, era um brincalhão nato, enquanto Byun Yejin, sua esposa, era um pouco mais... peculiar? Talvez sofresse de dupla personalidade, ou tripla, quem sabe? Mas o caso é que ela conseguia ser dois extremos ao mesmo tempo. Yejin conseguia ser bruta e delicada, podia ameaçar exibindo em seu rosto, um sorriso cálido e carinhoso, enfim... naquela casa, eram todos loucos e potenciais objeto de estudo pela Nasa ou Área 51, ou qualquer outro laboratório secreto que investigasse coisas fora do normal.

- Por mim, sem problemas, mas quem vai me levar? – questionou o baixinho – O senhor lembra que eu não sei dirigir, né? Quer dizer, que eu não posso! – alfinetou, olhando torto para a mãe.

Com o passar do tempo, Baekhyun aprendeu a aceitar todas as vontades de seus pais, pois, querendo ou não, elas seriam cumpridas, então não teria como fugir. E ele também gostava da casa de campo. Gostava daquele lugar, ficava longe de tudo. Respirar ar puro era sempre bom, principalmente para sua saúde, que nunca foi das melhores.

- Não se preocupe, já resolvi isso – Yejin respondeu sorridente.

- E quem é que vai me levar? – Baekhyun viu sua mãe abrir a boca para responder, mas a campainha tocou.

Instantaneamente o coração de Baekhyun acelerou, pois lembrou das ligações que havia recebido mais cedo. Olhou imediatamente para o relógio, na parede, mas não era nem sete da noite. Estaria enlouquecendo por acreditar que aquele doido que o ligou logo mais cedo apareceria ali, ainda mais com sua mãe presente. Riu de si mesmo por ter acreditado naquele trote. Yejin jamais permitiria que algo assim acontecesse. E mesmo que o tal louco botasse os pés em sua casa, bastaria gritar por socorro que ela mesma se encarregaria de escorraçar o cara debaixo de cacete.

- Vou ver quem é, só um momento! – Yejin falou e já se levantou, seguindo até a porta.

Baekhyun não acompanhou sua mãe no trajeto até a porta, apenas voltou a comer o que havia sobrado do jantar enquanto conversava com seu pai, que falava na viajem e na possibilidade de ela se entender por mais alguns dias. Depois de um tempinho, ouviu sua mãe o chamando e prontamente a obedeceu. Chegando à sala a encontrou conversando com um rapaz que até então nunca tinha visto na vida.

- Filho, esse é o Chanyeol, Park Chanyeol! – Yejin falou animada, mas uma animação que raramente demonstrava – É ele quem vai te levar para a casa de campo e ficar lá com você – informou – Fique fazendo companhia a ele enquanto vou limpar a cozinha com seu pai, eu venho logo, tá? Dez minutinhos no máximo – falou sorrindo pra o filho, e então se virou pra Chanyeol – Fique à vontade, Chanyeol – fez uma breve reverência e logo foi pra cozinha deixando um silêncio incômodo pra Baekhyun, que não sabia como agir diante daquela situação.

Foi então que Baekhyun abriu a boca para falar algo, mas Chanyeol foi mais rápido.

- Acho que cheguei um pouco mais cedo do que o combinado, né?! Desculpa! – Chanyeol falou com um enorme sorriso no rosto, deixando à mostra seus dentes incrivelmente brancos e perfeitos.

Baekhyun reconheceu aquela voz e imediatamente travou diante de tal fato. Era aquele atrevido que o estava importunando desde a hora em que acordou?

CONITNUA...