História Eu Sei Que Você Me Ama - Capítulo 3

Eu Sei Que Você Me Ama! – Capítulo III

9¾

Sete horas da manhã e Baekhyun, milagrosamente, estava acordado.

A verdade é que ele ficou tão temeroso com o que poderia acontecer, que não conseguiu dormir direito e quando percebeu, o dia já estava claro e não tinha mais tempo para dormir. E sem contar que dentro de alguns minutos, Chanyeol estaria ali para lhe pegar e levar até a casa de campo, e só de pensar naquela possibilidade, seu coração acelerou violentamente dentro do peito. A dúvida era... o motivo de estar daquele jeito seria em expectativa pelo que viria, ou medo?

- Byun Baekhyun, deixa de frescura! – falou consigo mesmo. – Ele não vai te fazer nada! E se tentar, é só acertar um chute no meio das pernas e ligar pra polícia – por sorte tinha aprendido que a melhor defesa contra um homem era um chute no meio das pernas... era o método mais eficiente pra fugir.

Respirou fundo, deu uma tapinha em cada lado do rosto. Estava decidido que não ficaria com medo, mas reagiria de acordo com a situação, afinal de contas, ele era um homem ou uma chinchila? E mesmo que não acreditasse em si mesmo, e por mais que chinchilas fossem lindas e fofas, tinha que, pelo menos, fazer de conta, caso contrário não sairia daquele quarto. E até sairia, já que Yejin não o deixaria ficar em casa.

Era complicado. Não podia ter medo de Chanyeol, tinha que encarar aquela situação de frente, e sua motivação maior para encarar aquela uma semana com o rei do ego inflado, era o medo que tinha da própria mãe. Se ficasse, o bicho, Yejin, pegaria, mas se corresse, o outro bicho, Chanyeol... será? Não! Era hora de parar de pensar besteira e agir como o homem que deveria ser.

Levantou-se da cama e foi até o banheiro, e durante o banho, não teve como não pensar em Chanyeol. Caraca! Estaria com ele, na mesma casa, por uma semana... UMA SEMANA INTEIRA, isso, claro, se a viagem de seus pais não fosse prolongada, por que aí teria de ficar mais dias com ele na casa de campo.

E se por acaso acontece seus pais precisarem ficar longe por mais tempo, e Baekhyun não quisesse mais ficar na casa de campo, ele até poderia voltar para sua casa, mas Chanyeol com certeza passaria, pelo menos, uma vez por dia para ver como estava, já que Yejin jamais o deixaria sozinho naquela casa sem a supervisão de alguém de sua inteira confiança, ou seja... Chanyeol, era a bola da vez. É... não tinha como correr. O negócio era aceitar a realidade.

- “Esse cara é meio doido” – o Byun pensou consigo mesmo, refletindo sobre as ações de Chanyeol, lembrando das caras e bocas que ele fazia em frente ao espelho, e inevitavelmente riu daquelas lembranças. – “Também é muito bonito... Isso eu não posso negar, seria idiotice minha dizer que ele é feio, porque ele não é feio, muito pelo contrário, ele é muuuito gato mesmo” – refletia sobre o maior enquanto passava o shampoo em seus cabelos. – “Mas eu não entendo uma coisa... porque ele disse que é apaixonado por mim? Porque tipo... eu não conheço esse cara e nunca nem vi na minha vida, então como é que ele pode dizer que está apaixonado por mim se nunca me viu? ”.

De tudo o que havia acontecido nesse pouco tempo, essa era a questão que mais martelava em sua cabeça, porque... como uma pessoa poderia se apaixonar por alguém que não conhece?

- “E como é que ele sabe que eu gosto de ouvir No Minwoo? Porque o Minwoo é bem flop, então como que ele sabe essas coisas de mim? Será que ele andou me espionando? ” – porém, seus pensamentos foram atrapalhados, quando ouviu a porta do banheiro abrir – Quem é? – perguntou de dentro do box, que tinha os vidros escuros e estava suado por conta do vapor que saía da ducha quente. Baekhyun não podia ver quem era, pois seus olhos estavam cobertos pela espuma do shampoo.

- Sou eu! – Chanyeol falou encantado ao ver a silhueta do Byun através do vidro do box. O pequeno tinha um corpo lindo demais, e só não era considerado divino por ser, também, profano demais aos olhos de Chanyeol. Fez questão de apurar bem a vista, para tentar ver o máximo que conseguia, mas o máximo que conseguiu captar foi o desenho da bunda alheia.

- HÃ? O QUÊ? QUE PORCARIA É ESSA? – Baekhyun alarmou-se, tentando cobrir suas partes íntimas – SAI DAQUI, TARADO! SAFADO! SOCOOOOOORRO! AHHHHHHHHHHHHHHHH! – gritou desesperado. Tudo de olhos fechados, detalhe.

- Hei... HEEI! Calma! – Chanyeol tentou acalmar Baekhyun ao mesmo tempo que controlava a vontade de rir de todo o alarde que o outro fazia. Tão escandaloso. – Eu não vim te espiar, não... Até porque, com esse vidro escuro nem dá pra ver nada, só a sombra – fez um bico frustrado por não poder ver nada, mas, ainda assim, tentava.

- Veio fazer o que aqui, então? – Baekhyun indagou grosseiramente, um pouco mais tranquilo por saber que o outro não poderia vê-lo, mas nem por isso deixou de proteger as partes íntimas, poderia ser só conversa afiada de Chanyeol.

- Vim trazer a toalha que você esqueceu de pegar – o maior explicou, rindo do jeito estressado de Baekhyun. Definitivamente ele herdou muita coisa da mãe, e aquela, era uma das características, e arriscaria dizer a mais marcante. – Tá aqui em cima do vaso – colocou a toalha onde havia indicado e saiu do banheiro, fechando a porta em seguida.

Depois de ouvir a porta fechar, Baekhyun lembrou que realmente havia esquecido a toalha, na verdade, ele sempre esquecia dela, mas, por precaução, tentou olhar através do vidro do box, mas não viu nada, apenas um borrão só. Tirou o shampoo, lentamente, abriu o vidro e percebeu que estava sozinho realmente, e sobre o vaso estava a toalha que Chanyeol havia deixado.

- “Ele realmente veio trazer a toalha” – pensou assim que olhou para a toalha, então voltou a fechar a porta do box e terminou o banho, se enxugou, secou os cabelos e foi até o quarto. Colocou uma bermuda branca, uma camisa social rosa, seu inseparável casaco listrado e desceu para a sala, encontrando seus pais conversando tranquilamente com Chanyeol.

Forçou um sorriso para os três, afinal de contas, tinha que forçar a simpatia quando a mãe estava por perto. Olhou rapidamente pela sala e viu que o único lugar vago era no sofá menor, do lado Chanyeol, já que no maior estavam as malas de seus pais.

- Que milagre é esse? Byun Baekhyun acordado uma hora dessas? Isso pra mim é novidade – ironizou Yejin.

- Bom dia pra a senhora também, Omma – Baekhyun retribuiu no mesmo tom e forçou um sorriso cínico, que morreu segundos depois, quando revirou os olhos.

- Menino olha lá como tu fala comigo, hein? E revira esses olhos pra mim de novo que eu te quebro os dentes num murro, e daqui pra frente tu só vai mostrar as gengivas quando for sorrir de novo – Yejin ameaçou apontando o punho fechado na direção do filho o filho, que logo rebateu com algum resmungo que ninguém conseguiu entender. – E não me testa que tu sabe que minha paciência foi reprovada no Imetro! Eu acabo com a tua raça, Byun Baekhyun!

- Eu vou fazer uma denúncia! – o Byun ameaçou. – Eu vivo sendo ameaçado todos os dias. Isso é quase um cárcere privado.

- Ah! Então tua vida é um cárcere privado? Me paga o que gastei contigo até hoje e te manda daqui! – Yejin rebateu. – Quero ver se tu consegue sobreviver 48 horas fora de casa. Eu duvido! DU-VI-DO!

- E assim começa mais um dia nessa família louca – Dobin falou após soltar um longo suspiro. Tinha um sorriso leve no rosto, enquanto via Baekhyun e Yejin iniciarem mais uma das várias discussões matinais, que nada mais eram do que uma forma diferente de se desejarem bom dia. Se aproximou do Park e sentou ao lado dele. – Acostume-se, Chanyeol... é assim todos os dias. E no dia que não acontece, você sente falta – falou para o maior, que assistia a tudo, prendendo a vontade de rir.

- Eu me acostumo; eu me acostumo – foi a única coisa que Chanyeol falou em resposta. O resto do curto tempo que permaneceu ali, ficou apenas por observar Baekhyun e a mãe “brigando”. Ambos com as mãos na cintura e o tronco inclinado para a frente.

Chegava a ser engraçado, quase fofo, porque os mãe e filho eram do mesmo tamanho e falavam do mesmo jeito. Até a voz era um pouco parecida, a diferença era que a de Yejin era um pouco mais grave. Sim! Yejin tinha a voz um grossa, meio rouca. Em outra situação, poderia ser considerada sexy, mas naquele momento... não era mesmo.

- Ah! Se eu pudesse prever o futuro – Yejin se lamentava enquanto seguia para a cozinha com Baekhyun atrás de si. O gênio não o deixava fugir da briga, tinha que enfrentar. – Se eu soubesse que seria assim, as coisas teriam sido muito diferentes – lamentou-se.

- Mas eu não pedi pra nascer, tá?! Só pra avisar – rebateu Baekhyun ainda na sala. Estava em pé, parado na entrada da cozinha. – Essa foi uma decisão que vocês tomaram sem me consultar primeiro... só acho.

- Pois é! Realmente, você não pediu... e se pedisse, eu pensaria dez mil vezes antes de abrir as pernas pro teu pai! – Yejin falou da cozinha. – Mas a culpa foi minha... eu sei que a culpa foi toda minha! Eu fui muito otária. Bastou ele vir com aquele papinho besta, falando no ouvido, aí a trouxa aqui fez o que? Abriu as pernas mais rápido que político corrupto quando abre a mão pra receber propina. O problema é porque na hora é uma foda tão maravilhosa que a gente nem pensa no futuro, sabe?! Mas depois que o orgasmo nasce é a gente que se fode de verdade e pro resto da vida, e o pior é que no final a gente nem goza.

Depois da última frase de Yejin, nem um dos que estavam na sala conseguiram ficar sérios. Os três explodiram em risadas histéricas. Chanyeol era o que mais ria, e ria tanto que sequer conseguia ficar sentado, caiu de joelhos no chão, abraçando a barriga, enquanto ria como se não houvesse amanhã. Por mais que estivesse acostumado com o jeito louco daquela mulher, uma coisa era ela no trabalho, e outra, completamente diferente, era ela junto a família. Cada vez mais ele se encantava com aquele jeito tão verdadeiro e que era tão dela, e tinha mais certeza ainda de que Baekhyun havia herdado muita coisa dela.

- Yejin, meu amor, o que será que o Chanyeol vai pensar da nossa família? – Dobin indagou da sala, assim que conseguiu controlar as risadas.

- Meu querido, O Chanyeol não tem nada o que pensar, entendeu?! Aqui não existe a opção pensar... é bom que se acostume, isso sim! – Yejin gritou em resposta da cozinha.

- Olha, Chanyeol, sobrou pra você! – Dobin apontou pra o Park, rindo daquele jeito tranquilo que só ele tinha.

- Tô ferrado! – afirmou Chanyeol, que ainda estava no chão, antes de voltar a rir, sendo acompanhado por Dobin.

Baekhyun, que ainda estava em pé em frente à cozinha, já tinha parado de rir, e mesmo mantendo aquele “ar” alegre do pós riso, ficou a observar como Chanyeol se dava bem, tanto com seu pai quanto com sua mãe, pareciam bem íntimos na verdade. Quanto ao “É bom que se acostume” ele preferiu nem tentar pensar naquilo, porque tinha certeza que coisas absurdas brotariam em seus pensamentos, e já estava assombrado demais com os pensamentos da noite. Definitivamente, não precisava de mais.

Pelo que se lembrava do que o grandão havia dito, há três anos ele trabalhava com Yejin, na mesma empresa, porém, nunca tinha ouvido a mãe falar nele... ou então já tinha ouvido, mas não se lembrava. Fosse uma das duas a alternativa que explicava aquele fato, Baekhyun nem teve tempo pra pensar sobre o assunto, pois Yejin chamou os dois para comer, já que a viagem deles seria mais longa e ela precisava arrumar os últimos detalhes, tanto da viagem quanto da dedetização da casa com Dobin e não queria que eles se atrasassem demais.

Silenciosamente, Baekhyun e Chanyeol seguiram para a cozinha, onde Yejin já tinha preparado tudo para que os dois comecem. A mesa estava muito bonita, com algumas frutas, iogurte, pão, presunto, queijo e demais coisas. Era óbvio que tudo aquilo era por conta de Chanyeol, mas Baekhyun achou por melhor não comentar nada e se aproveitar de tudo aquilo, então se sentou para comer, mas ficou um pouco nervoso, pois Chanyeol sentou ao seu lado.

- Baekhyun, meu filho, sirva Chanyeol por favor, sim? – Yejin pediu, estranhamente doce.

- Eu servir ele? – com os olhos arregalados, Baekhyun indagou exasperado, como se aquele pedido fosse o mais absurdo que já havia recebido de sua mãe.

- Sim! Servir Chanyeol – Yejin reforçou, já um pouco menos delicada – Qual o problema nisso? Sua mão está podre? Não! Sofreu um derrame e perdeu os movimentos? Também não! Então porque não quer servir a visita? Me diz?

- Yejin, não se preocupe, eu mesmo me sirvo... não tem problema! – Chanyeol lançou um sorriso forçado pra Yejin, mas ao olhar pra Baekhyun, deixou transparecer um pouco de sua frustração sentida naquele momento, com um suspiro significativo.

- Não! Eu sirvo! – Baekhyun segurou o pulso de Chanyeol, que estava prestes a segurar a jarra com suco. Não era justo que fizesse essa desfeita com Chanyeol... não depois do que ele havia feito por si no dia anterior, quando mentiu para defendê-lo. Servi-lo era o mínimo que podia fazer – E eu perguntei aquilo porque a senhora nunca me mandou servir visita alguma, Omma – justificou-se com a desculpa mais plausível existente, e apelou aos céus para funcionar.

- Então está certo... sirva-o que eu e seu pai vamos resolver os últimos detalhes pra nossa viagem – Yejin avisou e saiu da cozinha, deixando os dois sozinhos.

- Vai querer o que? – Baekhyun indagou “delicadamente” assim que a mãe saiu. É... ele era uma versão masculina da mãe, não restavam dúvidas.

- Você! – a resposta de Chanyeol foi direta e veio acompanhada de um sorriso enorme, deixando Baekhyun vermelho.

- Falo de comer, idiota! – Baekhyun tentou não transpassar a vergonha que estava sentindo, mas a julgar pelo calor em seu rosto e orelhas, o Park já tinha notado, com certeza.

- Vo… – Chanyeol daria a mesma resposta, só que adornada de um sorriso descaradamente pervertido, mas foi impedido. De novo.

- Completa a palavra e quebro essa jarra na tua cara agora! – Baekhyun ameaçou, segurando a jarra de vidro com as duas mãos, pronto para colocar em prática o que havia dito. E sei olhar assassino era a prova daquilo.

- Hei! Pera lá, esquentadinho, fica calmo! – Chanyeol ergueu as mãos em sinal de paz, e medo. – Não precisa ficar assim... só fiz uma brincadeira – mostrou um autêntico sorriso amarelo.

- Então não me venha com gracinhas, senão eu faço uma besteira e acabo com tua raça em dois tempos – Baekhyun manteve o tom bravo.

- Vai ficar viúvo antes mesmo de casar, hein?! – Chanyeol falou como quem não queria nada, mas ao ver Baekhyun erguer a jarra de novo, segurou suas mãos. – Ok, ok, ok, ok, parei! Amiiiigo! Siiim... deixa essa jarra colada na mesa, hm?! – riu por fim.

- Hm! – Baekhyun nada respondeu, apenas lançou um olhar atravessado para o outro. – Vai querer o que? E se fizer gracinha de novo, já sabe – voltou a erguer a jarra.

- Um pedaço de melancia, por favor! – Chanyeol pediu, mostrando uma expressão falsamente inocente.

- Só? – para Baekhyun não era possível que um homem daquele tamanho comece tão pouco.

- Não... depois eu peço outra coisa – Chanyeol falou com um sorriso aberto.

- E porque não pede tudo de uma vez logo? – pela lógica de Baekhyun, o correto seria, colocar tudo de uma vez no prato pra não perder tempo colocando mais depois.

- Porque se eu fizer assim, você não falaria mais comigo, e eu gosto de falar com você – viu Baekhyun lhe entregar o prato com o pedaço grande da fruta – Obrigado! – sorriu novamente, antes de comer o primeiro pedaço da fruta

- De nada – olhou estranho pra Chanyeol – “Esse cara é louco!” – pensou consigo antes de se servir.

Baekhyun comia tranquilamente, perdido em seus pensamentos, enquanto, discretamente, observava Chanyeol para ver se já tinha terminado ou não de comer o pedaço de melancia que o tinha entregue.

- Mais? – Baekhyun indagou assim que percebeu que Chanyeol tinha terminado o primeiro pedaço.

- Me passa só o presunto, por favor! – Chanyeol pediu, já que o pão estava mais longe de Baekhyun e seria demais pedir que ele pegasse o pão, estando esse mais próximo de si. – Obrigado, de novo – agradeceu assim que o outro o entregou a pequena bandeja de inox com o presunto, e ganhou apenas um sorriso em resposta, não era muito, mas já era alguma coisa, e melhor do que nada.

O tempo passou rapidamente e depois de alguns minutos, sem muitas conversas a mais, Baekhyun e Chanyeol já tinham terminado de comer e estavam caminhando em direção à sala, quando Baekhyun fez menção em subir a escada.

- Onde vai? – Chanyeol perguntou assim que viu o outro se afastar.

- Pegar minhas malas – Baekhyun explicou já subindo os primeiros degraus tranquilamente.

- Já estão no carro – Chanyeol informou com um sorriso vitorioso nos lábios.

- Como assim? – Baekhyun espantou-se com a notícia e parou no meio da escada.

- Quando fui te entregar a toalha, já desci com as malas e guardei – Chanyeol explicou, mostrando seu melhor sorriso.

- As duas? – Baekhyun se perguntou como tinha passado no quarto e não tinha percebido aquele fato.

- Inclusive a bolsa de costas – Chanyeol riu levemente, enquanto impulsionava o corpo pra cima e pra baixo usando a ponta dos pés – Guardei também o HD externo, que você esqueceu em cima da mesa do PC.

- Mas tem meu celular – mesmo que Chanyeol tivesse carregado suas malas e sua bolsa, tinha que pegar o celular e os fones, pois não viajava sem seus fones.

- Olha aqui – tirou do bolso e estendeu o celular, que estava enrolado aos fones, pra Baekhyun, que ficou sem palavras e desceu os degraus.

- Valeu! – Baekhyun agradeceu assim que pegou o celular das mãos de Chanyeol. Não soube o que dizer sobre isso, estava mais do que claro que Chanyeol o estava paparicando.

- Já estão prontos, meninos? – Yejin indagou assim que colocou a cabeça no alto da escada.

- Sim – Chanyeol respondeu sorridente.

- Ele te serviu direitinho? – Yejin questionou a Chanyeol enquanto descia tranquilamente a escada.

- Claro... ainda me deu melancia na boca – Chanyeol falou numa falsa empolgação, que morreu quando sentiu o tapa que Baekhyun deu em seu braço.

- MENTIRA! – Baekhyun gritou, revoltadíssimo – Deixa de ser mentiroso que eu não fiz nada disso... mentiroso! – olhou feio pra Chanyeol, que massageava a parte dolorida.

- Você é forte, hein? – Chanyeol fez careta enquanto passava a mão sobre o braço – Oush!

- Isso é jeito de tratar a visita, Byun Baekhyun? – bradou Yejin assim que viu a cena – Eu não deveria rodar a mão na tua cara agora? Deveria!

- Mas eu não dei melancia na boca dele – Baekhyun defendeu-se nervosamente.

- E daí? E se tivesse dado, o que é que tem? – Yejin botou as mãos na cintura – Ele quem vai te levar e te aguentar lá na casa de campo, dar melancia na boca dele era o mínimo que você deveria fazer!

- Ok, meninos, tenham uma boa viagem! – Dobin falou tranquilamente enquanto descia a escada, dando aquele assunto por encerrado – Chanyeol, tenha consciência que você está levando meu bem mais precioso, portanto, cuide muito bem dele, por favor.

- Não se preocupe, Dobin, o tratarei como ele merece – Chanyeol fez uma breve reverência – E obrigado pela confiança depositada em mim.

- Eu quem agradeço por você poder cuidar dele – Dobin também fez uma breve reverência para Chanyeol.

Baekhyun assistiu aquela cena um pouco confuso, mas assim como minutos antes, não teve muito tempo para pensar, pois Yejin o tirou de seus devaneios quando o levou até o carro, enquanto fazia várias recomendações a Chanyeol, que assentia a tudo tranquilamente.

- Cuidem-se, e por favor, Chanyeol... cuide bem do meu bebê – pediu Yejin com um sorriso bobo no rosto.

- Omma, eu já disse que não sou mais bebê, que coisa chata! – o Byun mais novo reclamou.

- Chata vai tá tua cara depois que eu sentar a mão nas tuas fuças, garoto! – ameaçou mais uma vez. – Agora me responde de novo pra tu sentir o gosto da minha cutícula na tua garganta. Responde, filho de uma...

- Pode deixar que eu cuidarei muito bem dele, Yejin – Chanyeol se colocou entra mãe e filho e sorriu. – Não se preocupe! – assegurou.

- Tchau, Omma, Appa... até daqui uma semana, talvez – acenou para os pais enquanto se acomodava no carro em que Chanyeol tinha ido na noite anterior.

Sem mais palavras, partiram assim que ouviram o ronco do motor daquele carro. Baekhyun estava em completo silêncio, apenas observando o interior daquele carro que era em couro preto costurado com linhas vermelhas, assim como o painel que era todo preto com alguns detalhes cromados e outros em vermelho. No painel também era possível ver vários botões, que para Baekhyun lembrou muito um avião ou aquelas naves dos filmes de ficção.

A viagem seguia tranquilamente, naquele conversível com o teto aberto, permitindo o vento balançar livremente os cabelos tanto de Baekhyun quanto de Chanyeol, que a todo o momento estava atento às ações do outro, ao mesmo tempo em que também o admirava. O clima estava um pouco frio, apesar de ainda ser verão, mas isso era devido a uma frente fria que se aproximava rapidamente e deixou o clima um pouco mais frio e provavelmente esse frio se estenderia até o outono.

A visão de Baekhyun olhando os prédios e as casas era linda, ele usava óculos escuros, o que dava um charme especial à sua feição serena, que fazia Chanyeol suspirar literalmente enquanto se dividia entre prestar atenção na estrada e admirar o jovem ao seu lado, e para que pudesse fazer isso melhor, estava no mínimo da velocidade exigida naquela via.

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- Está gostando? – Chanyeol indagou assim que ficou incomodado com aquele silêncio que dominava o veículo.

- Unhum! – Baekhyun respondeu com a voz um pouco fraca, detalhe que não passou despercebido por Chanyeol.

- Está se sentindo bem? – Chanyeol indagou assim que notou que o outro estava mais calado que o normal.

- Unhum! – Baekhyun tentou passar a imagem de que estava bem, porém falhou quando respirou fundo e ficou tonto.

- Baekhyun, fala pra mim, o que está sentindo? – Chanyeol diminuiu a velocidade e encostou o carro no acostamento da rodovia, tocando no rosto de Baekhyun, o sentindo suar frio – Você tomou o remédio pra enjoo?

- Não – Baekhyun desistiu de fingir que estava bem, estava prestes a vomitar.

- “Porque não lembrei disso, porquê? ” – Chanyeol pensou consigo mesmo – Espera só um pouco, ali na frente tem um posto de gasolina, eu paro lá e vejo se tem algum remédio, tá?

- Tá bem – Baekhyun mal conseguia falar, já sentia aquelas incontáveis voltas no estômago, assim como os calafrios decorrentes daquele estado.

Chanyeol acionou um dos vários botões do painel, fechando o carro, assim como levantou os vidros até a metade, deixando apenas um vento fraquinho passar, para deixar o interior do carro mais arejado. Estava preocupado, pois Baekhyun estava passando mal.

Já havia sido informado tanto por Yejin quanto por Dobin que a saúde de Baekhyun era muito frágil, e que ele ficava doente com extrema facilidade, e justamente por isso que a atenção a ele tinha que ser redobrada.

Por sorte o posto estava a pouco mais de duzentos metros de onde tinha parado, assim que estacionou, desceu e abriu a posta do lado de Baekhyun, que permanecia sentado, olhando para cima e respirando fundo. Estava pálido e suava frio, e só de ver isso, Chanyeol sentiu o coração apertar. Rapidamente entrou na loja de conveniência, comprou uma garrafa de água, e voltou para o carro, ficando de frente pra Baekhyun, que estava no mesmo estado.

- Se sente melhor? – Chanyeol indagou preocupado.

- Um pouco – Baekhyun respondeu com a voz um pouco fraca.

- Qual o nome do remédio? Tem uma farmácia ali dentro, eu compro um – informou Chanyeol.

- Não precisa, tem na minha bolsa – Baekhyun respondeu.

- Qual das três? – Chanyeol deixou um sorriso rápido escapar, pois ele só estava levando uma mala grande e uma bolsa pequena.

- A que tem o chaveiro do Icon – Baekhyun respondeu, sentindo a primeira ameaça de vômito chegar.

- Do Snake Eyes? – Chanyeol só queria confirmar.

- Isso!

Sem mais falar nada, Chanyeol abriu a mala e logo viu o chaveiro ao qual Baekhyun se referia, retirou a mala e assim que a abriu, logo viu a necessaire maior na qual estavam todos os remédios de Baekhyun, e diga-se de passagem, não eram poucos. Procurou o remédio para enjoo, destacou o pequeno comprimido rosa e levou até ele, vendo-o engolir o mesmo com ajuda de um pouco de água. Chanyeol colocou a necessaire de volta na mala, deixou tudo como estava antes, fechou a mala do carro e voltou para o lado do Byun, que parecia mais tranquilo.

- Se sente melhor? – indagou tocando na testa de Baekhyun, sentindo que estava mais quente.

- Unhum! – informou olhando bem a feição preocupada de Chanyeol. De certo modo era bom saber que alguém fora seus pais se preocupava consigo daquela maneira – Pode continuar, Chanyeol – pela primeira vez, se referiu a Chanyeol pelo nome, espontaneamente.

- Tem certeza? – Chanyeol ainda estava incerto se Baekhyun estava ou não em condições de seguir viagem, pois ainda faltava um bom pedaço até chegarem à casa de campo.

- Tenho sim, até porque esse remédio me dá muito sono – Baekhyun explicou com a voz um pouco fraca ainda, mas para reforçar que estava melhor, forçou um sorriso que saiu fraco, mas já era alguma coisa.

- Tá bem... Mas qualquer coisa me avisa que eu paro, tá? – Chanyeol tocou mais uma vez no rosto de Baekhyun, não que precisasse, mas era tão bom tocar naquele rosto, que qualquer oportunidade lhe era válida.

Bastou apenas um aceno de cabeça de Baekhyun, e Chanyeol voltou para o seu lugar de antes e logo estavam de volta na estrada. Como dito por ele mesmo, assim que o remédio fez efeito, Baekhyun adormeceu profundamente, o que de certo modo deixou Chanyeol mais tranquilo. Em dado momento ainda parou o carro para acomodar melhor Baekhyun, assim que deitou um pouco mais o banco, e sob sua cabeça, colocou um travesseiro. Queria deixá-lo o mais confortável possível, e só então se permitiu seguir viagem um pouco mais tranquilo.

Durante o caminho ainda recebeu uma ligação de Yejin, explicou rapidamente o que havia acontecido, fato que em nada espantou Yejin, já que na maioria das viagens Baekhyun sempre esquecia de tomar o remédio, e por isso sempre acontecia o mesmo, mas Chanyeol agiu da maneira certa, fato que deixou tanto Yejin quanto Dobin satisfeitos e tranquilos em saber que Baekhyun estava nas mãos certas.

Bastou pouco mais de uma hora de viagem e estavam na casa de campo, que era, por sinal muito bonita, pequena, porém a área ao redor era muito grande, e tudo cercado por um imenso muro de pouco mais dois metros e com cerca elétrica. A casa era bastante simples por ser antiga, tinha apenas dois quartos e um banheiro, sala e cozinha, tudo muito rústico e bem preservado. A “modernidade” era notada do lado de fora, pelo muro com portão elétrico e a piscina aquecida, assim como uma pequena sala de jogos, na qual Baekhyun sempre passava um bom tempo sempre que viajava para lá.

Chanyeol esperou o portão abrir, entrou com o carro e o estacionou na única vaga existente para carros, retirou tanto as malas de Baekhyun quanto as suas e as levou para o interior da casa. Já estava certo que cada um ficaria num quarto, porém, o quarto que Chanyeol ficaria, no último período de tufões, uma das janelas quebrou e deixou o quarto inabitável, pois estava completamente mofado, o que deixou Chanyeol muito preocupado, por conta da forte alergia de Baekhyun, que ainda dormia tranquilamente no carro.

Depois de arrumar tudo no outro quarto, Chanyeol abriu todas as janelas da casa, exceto do quarto danificado, dele cuidaria depois, e só então foi acordar Baekhyun, para que pudesse desfrutar daquele lugar lindo e tão agradável.

Ao chegar perto dele, ficou perdido nas feições tranquilas do mais novo, aproximou-se para poder acordá-lo com o mínimo transtorno possível, mas aqueles lábios entreabertos e rosados o estavam chamando de uma maneira inimaginável, tocou seu rosto fazendo um leve carinho, afastou os cabelos que estavam em sua testa e em seguida passou os dedos por suas sobrancelhas, seu nariz, seus lábios, inconscientemente foi se aproximando do rosto de Baekhyun, a tal ponto que podia sentir sua respiração quente e tranquila.

Naquele momento, só queria fazer aquilo que sua mente gritava em desejo... queria beijá-lo.

CONTINUA...