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História Eu sempre a terei - O futuro parece distante demais.


Escrita por: rayantunes

Capítulo 17 - O futuro parece distante demais.


Eu estava sozinha no ap, escutando uma playlist indie no ultimo volume. Os finais de semana eram os únicos dois dias que se podia fazer barulho no prédio, então aproveitei isso e o fato de estar sozinha pra dançar só de camisa e cueca. Aprendi com uma série que a gente precisa desse momento só pra gente às vezes, nem que seja uma dança de tinta segundos.

Quase não escutei Laurel batendo na porta. Quando abri notei que ela tava com cara de quem não dormia há dias. No automático eu a beijei e a convidei pra entrar, vi um sorriso surgindo no rosto dela quando fiz isso e foi isso que lutei pra que não acontecesse, pois assim eu tinha certeza que ela também tinha esperanças. Perguntei como ela estava e se queria beber algo “aceito água, cansa ter que subir essas escadas”. Quando eu cheguei à cozinha que eu notei que ainda estava só de camisa e cueca, aquilo foi meio constrangedor, não sabia se isso era apropriado pra momento, mas continuei daquele jeito. Não queria que ela pensasse que eu não queria que ela me visse daquele jeito.

Ficamos nos olhando por umas três musicas. Minha playlist nunca pareceu tão bad quanto naquele momento. ”Então...” enfim falei. Ela me olhou e seus olhos encheram de lagrimas e eu de fato não sabia o que fazer, já que ela raramente chorava e ultimamente vivia chorando. Me aproximei dela e a abracei “Laurel, você ainda me ama?”. Antes que ela me respondesse, senti seu coração batendo mais forte, parecendo que ia saltar do peito dela a qualquer momento. “Eu ainda te amo, meu amor por você é tão grande que nem sei se tem como acabar assim, de uma hora pra outra” “mas você pensou em terminar?” ela se afastou. Olhou nos meus olhos e disse “a distancia faz a gente pensar coisas ruins, certo? Eu admito que pensei nisso umas duas vezes desde o dia que vim aqui, mas pensei nisso por que eu queria acabar com o sofrimento de sempre estarmos longe e não por que não te amo mais”. Isso fez com que eu mesma refletisse se ainda a amava. Eu tava confusa, a distancia me fez pensar que eu estava “desamando” ela, mas agora com ela aqui, na minha frente, eu posso dizer em alto e bom som que eu a amo. Quando parei de viajar nos meus pensamentos, notei que a musica tinha parado e que ela estava me olhando. “Ana, você ainda me ama?” abri um sorriso tímido e carregado de tristeza, mas consegui dizer algo antes de começar a chorar “é claro que eu te amo”.

As duas não sabiam o que fazer e acabou as duas chorando por quase uma hora, sem dizer uma palavra. Perguntei se ela estava com fome já me levantando pra pegar algo, ela não respondeu, só segurou minha mão e pra que eu não fosse pra cozinha. “Tu acha que a gente ainda tem esperanças?” “não sei quanto à gente, mas eu tenho esperanças, você tem?” “tenho, tenho até demais” isso fez com que eu me sentasse novamente. Eu sabia que isso tinha que ser resolvido, e fugir pra outro cômodo não era a melhor escolha. “Não quero que a gente termine, Laurel, mas tu me magoou quando disse que não sabia se ainda me amava” “desculpa, eu me arrependo todo dia de ter dito aquilo. Foi no calor do momento, eu tenho certeza dos meus sentimentos por você. O problema é que quando ta longe, da uma esfriada” “okay, nessa parte eu te entendo. Mas quando eu te vi na porta, eu não pude negar pra mim mesma, eu ainda te amo” ela sorriu e dessa vez o sorriso foi sincero. “Mas tu sabe que não podemos deixar esfriar toda vez que você ou eu for embora, por que ai uma hora não esquenta mais”. O sorriso dela tinha sumido assim que eu falei o “mas” e aquilo me deixou mal.

A sala ficou silenciosa de novo, mas dessa vez foi por tempo demais. A casa estava escura e nossos rostos estavam sendo iluminados somente pelas luzes que entravam pela janela da varanda. Ela estava com a cabeça no meu ombro e aquilo era reconfortante, por mais que eu já sabia que tinha acabado, ter aquele momento só com ela era do que eu tava precisando. “Laurel, a gente precisa resolver isso” “eu sei, mas ao mesmo tempo em que eu sei que final isso vai ter, eu não quero ter esse final”. Ela sempre sabia mexer comigo, ainda mais quando falava essas coisas olhando no mais fundo da minha alma. Foi olhando pra ela que comecei a questionar se eu realmente queria terminar. Ela estava tão linda na pouca luz que encontrava seu rosto que me senti horrível por querer terminar com ela. “Tu acha que a gente conseguiria continuar tendo o relacionamento que temos? Ou você acha que podemos melhorar em algo?” ela pareceu surpresa com a pergunta, mas eu queria e precisava saber sobre o que ela pensava. “Olha, eu acho que a gente pode melhorar, deixamos claro que ainda nos amamos. Poderíamos tentar chamadas no skype todas as noites, pois isso é o mais próximo de contato que podemos ter” a ideia não era ruim, mas aquilo ainda não me convencia.

Já eram umas duas da manhã e estávamos as duas ainda sentadas na sala, mas agora estávamos comendo pizza e bebendo suco. A gente ainda estava no escuro só com as luzes e algumas velas que eu tinha colocado na sala, pra criar um clima. Depois que a pizza acabou, ela acabou dizendo que tava com saudade de mim, que queria deixar isso de lado um pouquinho e matar a saudade. Ia ser uma transa de despedida, eu sabia, mas sabia que ia ser uma das melhores.

O toque delicado dela estava diferente. O tom da voz dela era diferente. Era como se eu fosse algo frágil que ela tivesse que manusear com cuidado, aquilo sempre me atraia nela, mas no que ela começou a me beijar, eu não consegui segurar o choro. “Ana, que foi? To fazendo alguma coisa errada?” “não, relaxa. Você ta fazendo certo, mas não sei se isso tudo é certo”. Ela se afastou e sentou do meu lado. “Laurel, a gente devia estar resolvendo a situação, não colocando de lado por estarmos com saudade. Eu to com muita saudade do teu toque, mas eu sei que se a gente fizer isso, as visões vão mudar e a gente vai achar que ta tudo bem e que podemos continuar nisso” ela me olhou com os olhos cheios de lagrimas “então você acha que a gente deve terminar?” “não, mas eu queria ficar um tempo sozinha, pra pensar no que vai ser do nosso relacionamento” “tais pedindo um tempo então? Mesmo sabendo que um tempo é o mesmo que terminar?”. Eu senti o tom de tristeza na voz dela e aquilo me cortou, me feriu, me machucou muito. “Desculpa, Laurel. Eu não queria que isso acontecesse, mas acho que é o certo. Mas eu quero que você fique aqui até amanha. Acho que pelo menos isso podemos fazer pra matar a saudade”. Ela não falou nada, só concordou com um aceno de cabeça e foi pegar as coisas pra dormir.

Aquela noite foi ruim, choramos as duas até pegarmos no sono. Ela fazia carinho no meu cabelo e em uma hora soltou um sussurro “eu te amo”. Ela devia achar que eu já estava dormindo, mas eu escutei e queria dizer pra ela que eu também a amo, mas não disse. Permaneci em silencio com as palavras dela ecoando na minha mente e assim, dormi em meio a um sofrimento que parecia que nunca teria fim.



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