1. Spirit Fanfics >
  2. Eu sempre a terei >
  3. Velhas amizades nunca mudam.

História Eu sempre a terei - Velhas amizades nunca mudam.


Escrita por: rayantunes

Notas do Autor


Pra quem acompanha a história, sabe que as cidades ainda não tinham nomes e ficava meio confuso de decifrar, mas decidi colocar o nome dos lugares onde moro. A Ana faz faculdade em Tubarão, mas mora em Içara que é cidade vizinha de Criciúma e a Laurel mora em Urussanga e faz faculdade em Orleans.
Boa leitura e espero que gostem.

Capítulo 25 - Velhas amizades nunca mudam.


Minhas malas já estavam na porta e eu estava pronta pra sair, mas Laurel estava atrasada, correndo pela casa como se não soubesse o que estava fazendo. Eis que escuto ela gritar “achei” “achou o que amor?” ela apareceu ofegante na sala “achei teu anel” “e eu tinha perdido ele?” “você tirou noite passada amor, não lembra?” “pra falar a verdade eu não lembrava não” “enfim, pega, vamos que teu ônibus sai em vinte minutos e ainda nem saímos”. Na pressa ela só jogou minhas malas no banco de trás e foi afobada pelo caminho “Laurel, calma que eu não vou perder o ônibus, são só cinco minutos o caminho” “desculpa, vou mais devagar”.

Assim que chegamos, ela encostou, me olhou e falou “te cuida, quando chegar lá me liga e quando chegar em casa me liga também” repeti as mesma palavras na minha mente, ela tinha isso sempre roteirizado, sempre que eu vinha a casa dela ela falava isso, eu achava meigo e gostava do sentimento de rotina sempre que ela se despedia. “Ta bom amor, me ajuda com as malas?” ela abriu um sorriso “claro”. Eram só duas malas, mas ela fez questão de levar as duas.

Meu ônibus já estava esperando, então ela levou as malas enquanto eu comprava a passagem. Antes de embarcar ela me entregou os fones “você vai precisar” “são só 45 minutos amor” disse começando a rir “eu sei, mas queria que você fosse escutando uma coisa” ela pegou meu celular e ficou mexendo. Quando me devolveu estava em uma playlist que ela mesma tinha feito, o nome era “com ela” e eu achei aquilo um gesto muito fofo da parte dela. “Obrigada amor” “não precisa agradecer, quando formos viajar de novo, a gente já tem o que escutar” nisso eu a beijei e embarquei. Da janela ela dublou que me ama e eu disse o mesmo.

Estava tocando The a Team do Ed Sheeran quando eu comecei a pensar nessas duas semanas. Eu olhava pra paisagem, que era mato e mais mato. Minha vida tinha começado a ser boa sempre agora, com a Laurel, com a mãe dela, com a faculdade, tudo enfim esta se alinhando e indo bem. Só me deixava triste pensar que chegando em casa, se meus pais estivessem, as perguntas iam brotar e minha felicidade ia murchar. Meus pais se esforçam pra demonstrar que gostam da Laurel e que gostam de me ver feliz, mas sei que no fundo eles desaprovam esse namoro e acima de tudo, desaprovam o fato de eu estar fazendo gastronomia. A Laurel sempre me ajudou com isso, dizendo coisas positivas, mas no fundo isso machuca ainda.

Desci na rodoviária e voltei a ligar pros meus pais, sem resposta ainda. Então decidi que estava aqui para aproveitar pra visitar um amigo. Fui pra agenda e vi o nome dela lá: Soso. Fazia tempo que eu não a via, mas resolvi ligar mesmo assim. Ela atendeu no terceiro toque “oi Soso” “MEU DEUS” a escutei gritando “ANA HÁ QUANTO TEMPO” comecei a rir de imediato, tinha esquecido a loucura que era ela “ei, tais em casa?” “to sim, não vai me dizer que tais aqui?” “sim, eu to, tava querendo te ver” “AI MEU DEUS, SÉRIO? Tais aonde?” “SÉRIO” gritei me esquecendo que ainda estava na rodoviária “eu to na rodoviária, Soso” “vou ai te pegar, me da vinte minutos” “okay”. Eu me sentia muito dependente sendo a única do grupo de amigos que ainda tinha 17 anos, mas eu sempre tinha carona garantida e isso me deixava feliz.

“Deixa tuas coisas no meu quarto, Ana” “ta bom, teus pais não estão em casa?” “não, eles viajaram com meu irmão” olhei pra ela com a cara de quem queria fazer merda e ela logo respondeu “nem vem, tu sabe que eu não posso” “ah Soso, vai, só uma coisa pequena. Faz tempo que não fazemos nada assim” “olha, tenho uma proposta melhor” “ta bom fala” “ainda lembra o que é pik nik coletivo?” “MEU DEUS ISSO AINDA EXISTE?” “guria, mês passado teve até dois. Mas enfim, vai ter um nesse final de semana, se tu for ficar na cidade, a gente vai e se diverte” “beleza, mas temos que chamar todo mundo, o Stephen, a Sophia e os meus amigos da escola” “ta bom, a gente chama, vamos fazer daquele pik nik uma festa de boas vindas pra ti” “o louca, eu só to aqui pras férias” “eu sei Ana, mas me diz qual foi a ultima vez que você veio pra Criciúma?”. Foi ai que eu notei, fazia pelo menos uns cinco meses que eu não via meus amigos. “Okay, seja como quiser então” “a Laurel vem? Faz muito tempo que não a vejo” a expressão ela ficou triste.

Soso e Laurel são amigas há muito tempo, depois que começamos a namorar e principalmente depois que entrei pra faculdade e comecei a morar longe, a Laurel não conseguia mais conciliar as idas para Tubarão e Criciúma, o que acabou a afastando de todos os amigos dela que moram aqui. Isso me deixava mal com um sentimento de culpa, ainda mais que o nosso primeiro termino teve isso como motivo. Ela tinha começado a me deixar de lado pra ter mais tempo com a família e amigos, namoro a distancia é meio punk por essas razões.

“Soso, pode deixar que ela vem e eu nem vou me importar se vocês ficarem agarradas o tempo todo” a tristeza no olhar dela sumiu e ela abriu um sorriso enorme. Ela pulou no meu colo pra me abraçar “cara, que saudade que eu tava de você” “eu também tava” “você vai ficar aqui a semana toda então?” “olha, não sei, eu teria que avisar meus pais que eu to na cidade, mas eles não atendem” “queis que eu te leve lá? São só quinze minutos, se não tiver transito claro” “você faria isso por mim?” “ah para né, claro que eu faria” “então vamos”.

Quando chegamos a casa estava toda fechada, entrei, bati e ninguém respondeu. Resolvi então ir à minha madrinha pra saber se ela sabia de algo. Pedi pra Soso esperar no carro que em cinto minutos eu voltava. Quando voltei, ela perguntou preocupada “aconteceu alguma coisa com os teus pais?” “não, eles simplesmente resolveram tirar férias e foram viajar, e decidiram que esse mês eles não usariam tecnologia a não ser a maquina fotográfica da minha mãe” Soso me olhou sério, mas logo caiu no riso. “vamos pra sua casa então, tenho roupa pra passar uma semana” “VAMOS”. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...