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História Eu sempre a terei - E novamente, o abismo.


Escrita por: rayantunes

Capítulo 30 - E novamente, o abismo.


Assim que minha mãe abriu a porta, Laurel segurou minha mãe e sorriu pra mulher com olhos cansados que apareceu na porta. Ela abriu um sorriso não muito contente e me abraçou “há quanto tempo Ana” “pois é mãe, eu e Laurel estávamos por perto e resolvemos dar uma passada aqui”. Ela me largou e deu um beijo no rosto de Laurel, educação eu sabia que a minha mãe tinha então ela não se recusaria a deixá-la entrar. “Seu pai saiu, mas se quiser esperar por ele tudo bem” “ele vai demorar?” “provavelmente vai chegar ao final da tarde” “então nem da, viemos pra ficar só algumas horas e depois pegar estrada de novo” nisso Laurel me olhou estranho. Sabia o que ela queria dizer com aquilo, eu tinha dito que íamos ficar pra dormir, mas acabei de mudar os planos.

Depois de uma meia hora conversando sem preocupações, o silencio na cozinha ficou maior que nós, então minha mãe estragou tudo que estava bom. “Tais se dando bem com a faculdade?” “to sim mãe, Laurel é a prova viva disso, comeu strogonoff que eu fiz ontem” “interessante, mas não pensasse em mudar de curso?” “não, eu não vou mudar de curso, por quê?” “você sabe que não gosto muito de te imaginar cozinheira” “mas VOCÊ sabe que é o que eu quero” “não altera a voz comigo, sou tua mãe e quero respeito” “eu to respeitando você, mas eu queria que você respeitasse a minha escolha” “eu já tive que te aceitar sendo lésbica, você ainda queria que eu aceitasse fazendo algo que não tem futuro?”. Nisso eu não aguentei e levantei, Laurel veio atrás. Eu estava no portão quando ela segurou meu braço “amor? Ei, para” “que foi Laurel? Vai me fazer voltar lá e escutar ela jogando mais coisas na minha cara?” “ei, vem cá” nisso ela me abraçou e começou a fazer carinho no meu cabelo “eu só ia perguntar se você quer ir embora, eu te levo pra casa se você quiser” “não quero voltar pra Tubarão” “queis ir pra que lugar então? É só falar que eu te levo” “vamos pra praia”.

O dia estava nublado e a praia estava deserta, me sentei assim que senti a areia ficando mais firme, Laurel ficou de pé do meu lado. O momento se prolongou por vários minutos, o que na minha cabeça pareceu ser horas. “Ana?” acordei dos meus pensamentos e olhei pra cima, pros olhos preocupados, mas acolhedores dela “oi” “tais melhor?” perguntou se abaixando pra sentar “não senta, to melhor, mas quero dar uma volta antes de irmos” “tudo bem, me da à mão, te ajudo a levantar”.

Quando voltamos pro carro, o céu estava desabando e assim que entramos, ela me olhou e perguntou para onde íamos agora “eu não sei” foi a única coisa que consegui responder. Ela simplesmente deu um sorriso e disse pra que eu dormisse se eu quisesse, que quando chegássemos, ela me acordava e foi o que fiz. Quando ela me acordou, notei que o carro estava estacionado na frente da casa dela “você não vem pra cá faz um tempinho já, achei que seria bom ficar um pouco longe de casa e de tudo” “obrigada amor” ela apenas sorriu e me ajudou a sair do carro. Os sorrisos eram sorrisos cansados, mas, da parte dela, sei que eram de certa forma verdadeiros.

A Isa não estava em casa, nem Theo –o pai de Laurel– nem Kauana, ficaríamos sozinhas até o final da tarde, hora que eles voltariam do sitio. Quando eles chegaram, eu estava dormindo já que a tarde não teve muitas conversas com a Laurel pelo fato de eu estar me sentindo um lixo. A Kauana foi me acordar assim que a Laurel a avisou que eu estava ali, mas vendo minha cara de choro ao entrar no quarto com a irmã, Laurel pediu para que ela saísse e se deitou do meu lado. “Ana, não quero te ver assim. To vendo você voltar a ficar naquela de se jogar no abismo que esta na sua frente, a gente fica longe uma da outra a semana toda, não quero que nada te aconteça” eu não conseguia dizer nada. Ela estava ali, buscando entender meu lado depressivo e eu não conseguia lhe dar uma palavra pra saber o que se passava dentro de mim. “Vai querer sair pra comer? Meus pais vão pra um restaurante, se você não quiser, eu vou entender e fico aqui contigo” “prefiro ficar aqui com você” “okay, vou avisar eles okay? Não sai daí” ela me beijou na testa e saiu do quarto. O quarto da mãe dela era do lado, então escutei umas palavras, algumas foram a Laurel dizendo que eu estava muito mal pra sair e outras foram a Isa dizendo que entendia e que gostava de mim.

Os pais de Laurel e a Kau já tinham saído quando ela veio me chamar pra jantar. Eu não sentia fome e me movia como uma morta viva, mas no fundo eu tinha consciência de que eu devia comer nem que fosse pra deixar Laurel menos preocupada comigo. Assim que terminamos, ela me olhou com cautela, como se me analisasse “tais bem?” “você sabe que não” “eu sei, força do habito perguntar” “desculpa se estou sendo grossa, sei que você só esta tentando me ajudar, mas é que as palavras da minha mãe estão martelando na minha cabeça e eu não sei mais o que fazer” a esse ponto eu já estava chorando muito “amor, olha pra mim, vai dar tudo certo e mesmo que não dê, eu vou estar sempre aqui com você”.

Assim que nos deitamos pra dormir, escutei os pais da Laurel discutindo ao quarto ao lado, sei que o casamento deles não vem sendo o melhor, mas Laurel sempre me dizia que eles não discutiam em casa por não querer que Kauana escutasse. A briga não durou nem quinze minutos, mas assim que terminou a Laurel soltou “espero que isso pare” “mas você tinha dito que eles não discutiam em casa” “eles realmente não estavam, mas semana passada isso ai começou” “sinto muito, amor” “tudo bem, eu já estou acostumada, acho que até a Kau já esta” ela suspirou, era como se eu a privasse de contar os problemas dela, pois eu tinha problemas demais. “Não queis conversar sobre isso?” “relaxa amor, não precisa fazer isso, sei que não tais bem” “mas tua situação também não é das melhores, tu sabe que eu to aqui pra você, caso você precise” ela se virou e começou a fazer carinho no meu rosto, seu tom de voz mudou pro tom acolhedor que ela sempre usava quando queria me acalmar “eu sei, por isso estou te dizendo que estou bem e não precisa fazer isso, ainda mais agora” “eu te amo, não se esquece disso” “eu também te amo criaturinha”.

Na manhã seguinte, nos levantamos cedo pra ver o nascer do sol. Logo após o sol nascer, entramos e notamos que Isa já estava acordada, tomando café. Assim que nos viu, fez sinal para que sentássemos e assim que fizemos isso ela segurou minha mão e disse “a gente sempre te acolheu como filha aqui em casa Ana, você sabe disso, gosto do jeito que você faz minha filha feliz, qualquer coisa que você precisar, saiba que você pode contar tanto comigo tanto com o Theo. Se precisar de uma casa, qualquer coisa, pode contar com a gente”. Não foi difícil me fazer chorar até soluçar, mas consegui agradecer ela antes de qualquer coisa. Minha vida uma hora vai melhorar, sei disso, mas essa fase ruim esta detonando com o meu psicológico e não sei se vai ser fácil sair dessa de novo.



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