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História Eu sempre a terei - Nós não nos falamos já faz um bom tempo.


Escrita por: rayantunes

Capítulo 31 - Nós não nos falamos já faz um bom tempo.


Laurel fez questão de me levar em casa no final da tarde de domingo, ao me deixar na frente de casa, ela falou para que eu a ligasse caso qualquer coisa viesse a acontecer, mas eu sabia que não a ligaria. Entrei no ap e joguei minha mochila ao lado da porta, entrei em meu quarto e me joguei na cama. Acabei dormindo e só acordando no outro dia com Tarah me chamando pra almoçar, mas eu não me sentia bem o suficiente para levantar.

Uma semana se passou, eu mal a notei passando. Eu chorava dia e noite e se não chorava, ficava apenas trancada no quarto olhando pro nada, sem falar com ninguém, nem mesmo com Laurel. Já era sábado e meus planos continuavam sendo ficar na cama, mas quando eram duas horas, Tarah bateu na porta dizendo que alguém tinha chegado perguntando por mim “quem é Tarah?” “eu não conheço, mas ela falou que é tua amiga” “fala pra ela entrar, vou destrancar a porta”. Escutei passos e elas conversando baixinho, como se quisessem esconder algo ou era Addict With a Pen do Twenty One Pilots que estava tocando um pouco alto demais, me impossibilitando de escutá-las.

“Ana?” continuei imóvel, deitada de costas pra porta “olha, seja lá quem for eu não to num dia bom” “eu sei, por isso eu to aqui” eu reconheci aquela frase, aquele tom de voz acolhedor que só ela tinha, era Amy. Meus olhos se encheram de lagrimas assim que virei e a vi parada ali na porta com um sorriso, que eu sabia muito bem que queria dizer “eu to aqui”. “Caralho Amy” foi a única coisa que conseguir dizer antes de jogar meu peso aos braços magros dela e começar a soluçar de tanto chorar “isso, chora, coloca pra fora. Eu to aqui pra ti agora”.

Quando eu enfim consegui parar de chorar, ela falou que estava com saudade de mim e dos roles que a gente dava. Falou sem parar da faculdade, ela tinha recém mudado o curso para psicologia e ela estava feliz com a mudança, pois enfim estava fazendo o que realmente queria. Depois de tanto falar, ela suspirou “sua vez, o que tem acontecido contigo desde a ultima vez que nos vimos?” “muita merda” “tem certeza Ana? Só tem coisa ruim acontecendo na tua vida?” “ah, não são só coisas ruins, admito, mas...” “sem ‘mas’, tu só foca nas coisas ruins, venho te avisando sempre que não é pra ser assim Ana. Tu é incrível guria, não se machuca desse jeito” “eu não sei explicar o porquê de eu ser assim, já tentei fazer isso muitas vezes, você é a prova disso” “olha só, a vida não é sempre boa, eu sei disso Ana, mas lembra do que eu te falei? Que quando tu entrasse na faculdade tudo ia melhorar, pois você ia conhecer gente nova, ia ser melhor e feliz, que de nada adianta sempre estar triste” - eu estava bêbada nesse dia, mas lembro bem das palavras dela -. “Eu entrei na faculdade e fiz novas amizades, mas cá estou eu” “o que aconteceu pra você estar assim?” “minha mãe...” “aquilo de novo? Eu já passei por isso, já te falei o que você precisava ouvir, mas você continua se machucando” “Amy, deixa isso de lado um pouco, eu tava com saudade de você”.

Passamos o dia fumando e escutando Twenty One Pilots, tudo sem trocar uma única palavra. No final da tarde, saímos do quarto em busca de comida, já que estavam as duas mortas de fome. Acabamos fazendo brigadeiro com coco ralado e doce de leite, que foi a melhor coisa que eu comi em anos. Tarah estava sem entender muito bem o que estava rolando, mas vez ou outra ela só sorria ao ver que eu estava sorrindo também.

Amy ia passar a noite aqui, fez isso por mim, pois queria que eu desabafasse mais. No começo da noite ela se virou e disse que eu tinha que entrar em contado com a Laurel “como você sabe disso?” “a tua colega de quarto me puxou de canto e pediu, não a culpe, acho fofo a preocupação dela com você” “eu ligo então” “vai lá pra varanda, o céu ta lindo e qualquer coisa tu não vai ficar tão mal” “okay”. Sai do quarto e me sentei na varanda, de fato, o céu estava lindo. Peguei meu celular e hesitei em ligar, mas faz uma semana que não dou noticias, já estava mais do que na hora.

Ela atendeu logo no primeiro toque “oi, não fala nada, queria me desculpar. Desculpa por ser uma idiota contigo e não ter dado valor a você nessa semana, eu não estava bem, mas às vezes eu fujo um pouco dos limites. Você é minha namorada e merece saber das coisas” ela ficou em silencio por uns segundos que pra mim pareceram horas “eu tava com saudade de escutar sua voz” isso me fez sorrir e lembrar o porquê de eu ainda estar aqui e não ter me jogado da sacada do ap nessa semana. Embarcamos em uma conversa super boa, nada de falar da minha mãe, nada de falar da faculdade, nada de coisas ruins, foi como ser só eu e ela no mundo.

“Advinha quem ta aqui em casa?” “quem amor?” “a Amy, aquela menina que eu comentei com você algumas vezes” “é eu lembro, a primeira menina que você ficou” notei o tom na voz dela, ela não era de sentir ciúmes, mas notei que isso a incomodou “sim, a que me ajudou a sair de todos os fundo de poço” ela suspirou e num tom alegre disse “é bom saber que tens amigos assim” “sim, mas além de amigos eu tenho uma namorada muito boa com essas coisas também” “eu te amo viu, não me deixa mais sem noticias” “desculpa por essa semana, de verdade. Eu também te amo, não gosto do sentimento de afastamento quando eu faço essas coisas” “tudo bem, entendo o teu lado criaturinha” - eu sentia falta até do tom de voz que ela usava ao falar “criaturinha” – “amor, eu tenho que ir dormir agora, ta mega tarde e a Kau já reclamou que to falando alto demais” “tudo bem amor” “te cuida” “pode deixar”.

Quando entrei no quarto, vi que Amy estava dormindo, ou pelo menos foi o que eu achei, pois só me deitei ao lado dela e ela perguntou como tinha sido “foi bom, acho que to me sentindo mais leve agora, obrigada por ter vindo Amy” “vou ser uma espécie de psicóloga particular a partir de hoje okay? Se você precisar de alguma coisa, me liga, tu sabe que eu não mordo e sabe o quanto és importante pra mim e pelo visto, pra outras pessoas” ela falou isso na maior calma do mundo, com os olhos fechados, como se estivesse em transe e prestando atenção nas minhas neuras. 



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