1. Spirit Fanfics >
  2. Eu sempre a terei >
  3. Saudade.

História Eu sempre a terei - Saudade.


Escrita por: rayantunes

Capítulo 33 - Saudade.


Os dias passaram devagar, quanto mais eu queria que o final de semana chegasse, mais ele demorava pra chegar. As aulas o dia inteiro só fazia com que eu ficasse louca, mal prestava atenção, mas no mínimo eu teria presença. Tarah não apareceu dois dias pra estudar, ficava em casa com aquele menino da nossa sala, menino do qual ainda não sei o nome. “Eu definitivamente preciso perguntar isso a Tarah quando chegar” pensei comigo.

Por mais monótonos que tenham sido meus dias, a empolgação era visível em mim. Eu acordava disposta e feliz todos os dias, por mais que eu estivesse triste, eu colocava musica e me animava. Eu liguei para Laurel todos os dias ao meio dia, que era o horário que ela subia pra casa pra almoçar. Ela sempre se demonstrava feliz, creio que era de fato felicidade. “Amor, tais bem de verdade? Mesmo, mesmo?” “eu to sim amor, só estou cansada” “tem certeza?” “tenho sim menina preocupada” “eu fico né, tu é minha namorada, eu não tenho como não ficar” “ta bom namorada, mas eu só to cansada mesmo” “tudo bem então, vou desligar agora, preciso voltar pra aula” “ta bom, te amo” “também te amo”.

Já era quinta feira, dois dias pro show, ou um e meio, pois já era oito da noite. Tarah chegou depois de ter faltado mais um dia de aula, logo que ela entrou, começou a falar da noite sensacional que teve e logo pensei “só à noite? Duas horas sensacionais?” ri comigo mesma e disse “senta ai e conta tudo” “ai Ana, fazia tempo que eu não me sentia assim, nem mesmo com o Ramon, por mais que eu o amasse, não era assim” “tu sabe que não era assim porque tu namorava a distancia né?” “eu sei né, mas não sei explicar o motivo pelo qual é tão bom estar com o Alex” “o nome dele é Alex então?” “eu já não tinha te falado? Pensei que já, mas enfim, me deixa continuar...” e lá se foram uma hora e meia dela falando que estava apaixonada, mas no final ela soltou “mesmo o Alex sendo um amor, sinto falta do Ramon” ai eu já não entendi mais nada.

“Porra Tarah, você chega em casa dizendo estar feliz com o Alex e me solta isso?” “eu sei, eu sei, mas é que com o Ramon era diferente” “tu é de gêmeos né?” “sou sim, por quê?” “cara, tu é bipolar, só podia ser de gêmeos” “não acredito que você ta falando isso” por mais séria que ela tenha ficado ao falar isso, ela soltou um sorriso no final “sua louca dos signos” “não ouse me chamar assim sua bipolar”. Começamos a rir e foi difícil parar, mas depois de uns dez minutos meu celular começou a tocar e vi que era Laurel me ligando “cala a boca Tarah, é a Laurel” “nossa, grossa” “oi amor” falei colocando o dedo na frente da boca, para que Tarah ficasse em silencio “oi Ana, vocês duas vão vim como pra Criciúma, no sábado?” “ainda não sabemos amor, por quê?” “eu podia ir buscar vocês né?” “não guria, tais louca? Não é caminho amor, pode deixar que a gente se vira” “ata okay então” ela ficou em silencio, porem, não desligou “amor, ta acontecendo alguma coisa que você queira me contar?” “tem, mas eu preciso contar pessoalmente”. Odiava quando ela fazia isso, pois eu ficava ansiosa demais pra essas coisas.

“É sobre a gente?” “se for parar pra analisar, a gente entra sim” “como assim?” “não é sobre a gente, mas juntando tudo, a gente ta no meio também” “ata, se for assim então ta bom, mas você ta bem?” “não muito” “ei, não tem como você me contar por telefone?” “não sei, eu preferia estar com você quando eu contar” “é muito ruim?” “mais ou menos” “okay, mas não fica assim não viu? Sábado eu vou tentar ir mais cedo, ai a gente se encontra no parque pode ser?” “pode sim, vou desligar agora amor, to cansada e preciso dormir” “okay, vê se te cuida, amanha ao meio dia eu te ligo. Te amo serhumaninho” “também te amo criatura”.

 Tarah estava me encarando quando desliguei “o que aconteceu Ana?” “não faço a mínima ideia, mas vamos mais cedo pra Criciúma, no sábado” “vai você, eu não conheço ninguém lá, não quero ter que ir contigo encontrar a Laurel, eu vou mais no final da tarde ou  sei lá, eu dou um jeito” “beleza, vou ver horário de ônibus então, pois sem você eu não posso dirigir” “verdade, eu sempre esqueço que tu ainda tem dezessete e nem carteira tem” “né? Eu to sempre dirigindo, nem parece mesmo” “pois é. Ana, se tu vai de ônibus eu vou de carro?” “acho que sim né” falei fazendo uma cara de “isso é meio óbvio”. Fui dormir logo após ver o horário do ônibus, ia pegar o que saia ao meio dia da rodoviária de Tubarão, sendo assim eu iria chegar não muito tarde em Criciúma.

Acabei acordando uma hora mais cedo que o normal, e no que peguei o celular vi que tinha mensagem da Laurel “bom dia amor”. Fiquei confusa, por que ela acordaria tão cedo? “Bom dia amor, o que faz acordada tão cedo?” enviei a mensagem e coloquei o celular do lado do meu travesseiro, ela devia só ter acordado e voltado a dormir, mas eu vou aproveitar que acordei e vou tomar banho. Assim que tirei minha roupa e fui ligar o chuveiro, notei que não tinha água “que merda, será que só não tem ou cortaram?”. Me vesti novamente e desci para o térreo, para ver se o porteiro estava, mas logo que apareci na portaria notei algumas pessoas reunidas na frente do prédio, pessoas ainda de pijama, no frio de final de agosto e na escuridão das cinco da manha.

Assim que cheguei à porta escutei e vi o que estava acontecendo “não acredito que esse cano tinha que estourar justo hoje” “e como eu vou tomar banho pra ir trabalhar?” “alguém já ligou pra empresa responsável pela água?” “eles tem que resolver isso, olha a poça que já esta isso aqui em menos de uma hora estourado”. Depois de tantas reclamações, decidi nem ir muito perto e acabei subindo de novo “se eu não vou poder tomar banho, vou me encher de perfume e ir pro campus”.

Sai muito cedo, sabia que não teria ninguém além de um ou dois professores no campus, mas decidi ir mesmo assim. Sabia de um lugar que dava pra subir no telhado e decidi ir sozinha pra lá, pra poder ver o nascer do sol. Levei comigo a metade do ultimo beck que eu tinha e meus fones de ouvido, neles estavam tocando a playlist que Laurel fez pra mim “com ela”, estava no aleatório, e no momento estava tocando Haunted da Beyoncé.

Assim que me deitei no meio do terraço senti como se a musica dominasse todos músculos dos meus braços, que estavam erguidos em direção ao céu e dançavam no ritmo da musica. Era como se a musica tivesse mais alta que meus próprios pensamentos e quando se trata de Beyoncé, eu não conseguia me controlar.

O sol começou a aparecer assim que a musica tinha acabado, começou a tocar Somebody Else do The 1975 e sem nem hesitar, um sorriso surgiu no meu rosto e eu lembrei da Mary, a guria que me apresentou a The 1975, a melhor amiga/rolinho que eu já tive na minha vida, que hoje não tenho mais tanto contato como no final do ano passado e começo desse ano. Lembrei da noite em que ela me apresentou essa musica, ela cantava a plenos pulmões e ria sempre que eu a encarava cantando. Lembro das viagens de ônibus que fizemos depois do cursinho escutando essa musica e a cantando, ela foi a melhor coisa que me aconteceu depois da Laurel. Fiquei com ela somente por umas duas ou três semanas, mas depois que paramos, eu peguei um carinho enorme por ela e ela sendo dois anos mais nova que eu, eu a adotei como irmã mais nova e sempre tentava a proteger de tudo. A Mariana foi uma pessoa especial na minha vida que eu acabei perdendo contato depois que vim morar em Tubarão, eu sinto falta dela.

A musica já tinha acabado e mais três tocado sem que eu notasse. O sol já estava fora do horizonte e então me dei conta que eu tinha que descer antes que alguém me pegasse no terraço. Antes de descer abri meu whats e procurei pelo contato dela, que ainda estava salvo com um coração do lado. Abri a conversa e mandei “estou com saudade de você nenê”. Sabia que ela estava estudando de manhã e que poderia ver a qualquer momento, mas me senti feliz por ter mandado aquela mensagem, retomar de onde paramos era meu objetivo e eu queria muito vê-la novamente.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...