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História Eu sempre a terei - O mais feliz da vida.


Escrita por: rayantunes

Capítulo 35 - O mais feliz da vida.


Estávamos na casa da Soso, todas prontas e jantando antes de irmos pro show. Tarah se achou fácil em Criciúma e disse já estar adorando a cidade mesmo só tendo passado rápido de carro. Laurel parecia estar muito mais feliz, apesar de que vez ou outra eu a pegava com um olhar triste mesmo estando com um sorriso no rosto, mas deixei isso de lado, pois por mais que ela estivesse triste no fundo, ela estava se esforçando para não demonstrar.

Saímos uma hora antes da abertura da casa pra garantir que ficaríamos lá na frente do palco. Conhecendo a colher como eu conhecia, íamos chegar e ninguém estaria na frente do palco, pois as pessoas nunca dão muita bola pro show de abertura.

Os vinte minutos até o local do show foi eu e Tarah cantando Terminei indo aos berros, achando que estávamos arrasando na cantoria. Assim que a Soso estacionou a Laurel foi a primeira a descer e logo colocar a cabeça pra dentro do carro e falar “preciso falar contigo Ana” desci fazendo careta e sem entender, mas fui atrás dela. Ela parou a uns metros do carro e me abraçou “obrigada por hoje” “mas pelo que exatamente amor?” “sei lá, por tudo, mas especialmente por hoje, se não fosse esse show eu provavelmente estaria em casa, pois não sei se seria bom você ir lá em casa com aquele clima” “to aqui pra isso amor, sabe disso. Mas se é pra noite ser boa mesmo, vamos pro show?” ela se afastou e abriu um sorriso sincero “vamos claro”.

O show de abertura foi com a banda Ultrajet e eu era amiga do baixista, então estava lá na frente cantando as musicas como se não houvesse amanha. Tarah acabou se separando da gente, pois encontrou outros amigos lá, mas quando a Ultrajet acabou ela nos encontrou lá na frente. Começamos a ver os instrumentos serem arrumados e os áudios sendo testados e eu, mesmo já tendo ido duas vezes no show deles, ainda sentia o frio na barriga.

Logo o Luis entrou e começou as batidas de Que isso fique entre nós. Em seguida entrou o Vinicius, o Diego e o Rodrigo e quando a musica já estava seguindo e fluindo ela entrou linda e radiante e a platéia inteira começou a gritar e aplaudir no ritmo das batidas da bateria. Logo estavam todos cantando junto a Uyara e eu estava de frente pra ela, quase cara a cara com Laurel do meu lado, cantando a musica inteira comigo. O sorriso não saia do meu rosto enquanto eu gritava a musica, ainda mais essa. Às vezes eu a cantava pra Laurel e dava um beijo no rosto dela, esse com toda certeza ia ser o melhor show da Banda mais bonita da cidade.

A musica que tocou depois foi Canção pra não voltar, as palavras que a Uyara falava pra platéia me deixava arrepiada, mas quando a musica começou eu derramei algumas lagrimas. Abracei Laurel e novamente cantei a musica inteira pra ela e dessa vez ela cantava comigo. A vibe do show estava diferente dos outros, a platéia estava mais envolvida, os calafrios com as letras eram maiores e tudo estava perfeito. Quando a musica foi chegando ao final e o ritmo diminuindo, a platéia inteirinha cantou junto e assim foi ficando só as nossas vozes e os instrumentos, foi maravilhoso.

Começou Solitária e eu não aguentei, gritei essa musica do inicio ao fim. “Cansei de ser joguete cacete” é a frase que mais amo na musica, sempre a falava lembrando da minha ex. Laurel sempre dizia que essa musica me descrevia inteira, eu sempre ria mesmo sabendo que era verdade. O show só estava nas três primeiras musicas e eu já estava num estado de felicidade que nem sabia descrever, mas eu via que Laurel também estava assim, então a abracei, virando de costas pro palco e a beijei. Não sou muito de fazer essas coisas em shows, pois quero ir pra curtir, mas senti a necessidade de fazer aquilo, naquele momento, naquela vibe e com aquela musica.

O auge do show, em minha opinião, foi quando começou Deixa eu dormir na sua casa, essa musica me quebrava sempre que eu a escutava, mas ela junto com a platéia me deixou em pedaços. Eu já tinha escutado ela uma vez quando fui na casa da Laurel, quando estávamos só uns três meses juntas, aquela tarde foi quando eu perdi um pouco da vergonha que eu tinha com a Laurel, foi uma das melhores tardes que tivemos.

O show já estava se encaminhando pro final, quando os acordes de Reza para um Querubim começaram, eu nunca gritei tanto por ter escutado um simples acorde. Eu amava aquela musica com todas as minhas forças e a cantei inteirinha com os olhos fechados, eu amava sentir a letra em mim, as batidas, tudo. Mas foi quando o Marano começou a cantar que cada extremidade do meu corpo de arrepiou, a voz dele é de um tom grave e aveludado que me toca na alma, aquela voz é maravilhosa. Eu só voltei a realidade quando Laurel me cutucou, perguntando no meu ouvido se eu estava bem, apenas sorri assentindo.

A penúltima musica foi Se eu corro, musica que eu já cantei varias vezes pra Laurel e assim fiz, quase a musica inteira eu a olhava enquanto ela também cantava me olhando. O coro da platéia era lindo de escutar, eram só a platéia, o violão, a Uyara e o Marano cantando e foi lindo demais. Mas foi quando a musica chegou na parte animada que o fervo começou, ainda mais quando a musica acabou e a Uyara falou para abrirem uma rodinha, pois iam descer pra platéia e as batidas de Oração começaram. Foi uma festa só no meio da platéia e eu amava quando eles faziam isso, me sentia completa quando isso acontecia.

Depois de todos voltarem para o palco, Uyara agradeceu o publico presente e disse que era satisfatório voltar ao Colher de Chá, pois o povo de Criciúma e região era acolhedor demais e faziam um ótimo espetáculo junto com a banda.

Assim que o show acabou, Laurel me olhou com um sorriso de orelha a orelha e me beijou. “Esse show foi um dos melhores que eu já fui na minha vida” eu ainda estava sem saber o que falar, então apenas concordei com a cabeça. “Preciso ir no banheiro antes de irmos embora, vai comigo?” “claro, vamos amor”. Depois de um show maravilhoso desses eu nunca que iria pensar que uma coisa ruim iria acontecer, mas foi ai que eu me enganei.

Na fila do banheiro, com laurel abraçada em mim, caindo de sono, uma menina me chama e fez com que ela levantasse a cabeça, assim como eu. Assim que olhei, vi que era Clare “OI ANA há quanto tempo né” logo notei a voz embargada dela e imaginei que ela tivesse meio alterada já. “Pois é Clare” ela mal me deixou terminar e já foi tirando Laurel dos meus braços e vindo pra me beijar “Clare, que porra você esta fazendo?” antes que ela respondesse ou que eu ao menos tivesse uma reação, Laurel já tinha a tirado de cima de mim e dado um soco nela. Eu claramente achei exagero da parte dela e a puxei pelo braço, logo colocando minhas mãos no rosto dela “amor, por que você fez isso?” “não esta claro? Ela ia beijar você” “eu sei, mas você bateu nela, bastava a tirar de cima de mim” “não a defenda, por favor!” ela fez uma cara de nojo misturado com decepção “então você devia estar me traindo com ela, pra estar assim” meu coração se despedaçou ao escutar aquilo “para Laurel, amor, eu nunca faria isso”. No meio de toda confusão, foi juntando gente, as amigas de Clare já tinham a socorrido e pelo jeito ela estava bem, mas acabei não notando a presença de Tarah que logo levou Laurel para fora do local.

Já estávamos todas do lado de fora, encostadas no carro, quando Laurel enfim pediu desculpa “amor, eu não sabia o que estava acontecendo, mas eu precisava disso, desculpa” “eu desculpo, mas confia em mim quando eu te falo que nunca aconteceu nada comigo e aquela menina” logo Tarah se meteu dizendo que era verdade e que ela era a prova disso. Laurel começou a chorar e eu não aguentava a ver daquele jeito então a abracei e ela correspondeu me abraçando com força e sussurrando que me amava e não queria me perder “tu não vai me perder, Laurel”.

Já estávamos na casa da Soso, deitadas no colchão no chão do quarto dela. Laurel estava deitada de costas pra mim, eu morria cada vez mais por dentro a vendo assim, então me virei também, pra chorar baixinho comigo mesma. Depois de uns dez minutos, ela sussurrou meu nome e eu de imediato virei. Ela estava virada pra mim, eu não conseguia ver seu rosto, então coloquei a mão nele e notei que ela estava chorando e ela fez o mesmo. As duas se aproximaram e assim nos beijamos e ela se deitou no meu peito. Nenhuma palavra foi trocada, apenas continuamos chorando e dormimos.


Notas Finais


Não lembro se já havia mencionado a "Colher de Chá", mas deixo aqui a explicação: é uma casa de shows que tem aqui em Criciúma, onde só toca musicas indie, toca rock, rap e gêneros do tipo.


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