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História Eu sempre a terei - Tempestade de sentimentos.


Escrita por: rayantunes

Capítulo 36 - Tempestade de sentimentos.


No meio da tarde já estávamos cada uma indo embora, eu de carro com Tarah e Laurel de ônibus. Tarah não parada de falar sobre o show e eu gostava de vê-la naquela empolgação, assim não estávamos as duas na merda. Meu pensamento estava longe, pensando na Laurel e no que aconteceu no final do show. Meu coração ainda dói com as palavras que ela tinha falado, mas quando eu chegasse em casa eu tomaria um banho frio e dormiria, assim os pensamentos se arrumariam na minha cabeça.

Assim que chegamos, comecei a desfazer a minha mala e notei que tinha uma carta ou talvez fosse só um bilhete. Quando o peguei vi que era a letra da Laurel, meu coração gelou. “O que será que ela escreveu? E por que ela escreveria e deixaria na minha mala, em vez de mandar mensagem?” logo abri, pois queria entender o motivo daquilo. Assim que abri, vi que não era nada logo, então respirei fundo e comecei a ler “Queria Ana, isso é a coisa mais clichê que eu já fiz em toda a minha vida. Peço que não ria da minha cara e nunca conte sobre isso pra ninguém. Ultimamente tenho muitas crises de ciúmes e te peço desculpas, mas to escrevendo pra te lembrar que dia três ta chegando. Espero que você esteja preparada. Te amo.”

“Que merda que ela pensa que vai fazer?” gritei pra Tarah assim que ela levantou os olhos da carta – pois é eu mostre pra Tarah. “Ana, só relaxa, tu sabe o que ela vai fazer” “não, não sei, o que é?” “porra Ana, vai à merda, tu me falou isso ainda no começo do ano, mas eu é que não vou repetir né” “nossa Tarah, muito obrigada” “não venha com esse tom irônico, tu e a Laurel vêem planejando isso a um tempinho já não é minha culpa que a sua memória seja horrível” foi ai que eu me lembrei o que era e gritei “O MOTEL” “ISSO Ana, o motel” “mas por que ela me escreveria uma cartinha clichê pra isso?” “as pessoas são estranhas, amiga” “realmente” disse rindo.

Fui deitar logo depois, sem jantar mesmo, pois estava com dor demais por conta do aparelho. Assim que fechei os olhos meu celular tremeu, era mensagem da Laurel “falta 14 dias, te amo muito” isso ficou bem aleatório, já que ela tinha me deixado no vácuo desde manhã, mas logo perdi o sono com essa tortura psicológica que ela vinha fazendo.

Era mais ou menos três da manha quando consegui enfim pegar no sono, mas logo as seis meu celular despertou e eu me recusei a acordar, então decidi que faltaria hoje. Sim, eu falto demais pra uma pessoa que tem bolsa, mas com as notas que eu tenho faltar vez ou outra não tem problema. Antes de voltar a dormir, dei uma olhada no whats e vi que não tinha respondido a Laurel, então abri a conversa e mandei um “bom dia” com corações e desejei boa aula. Larguei o celular e virei pro lado, cai no sono em menos de cinco minutos, como sempre.

Acordei de um sonho ruim e logo notei que já eram dez horas. Minha cabeça não funciona quando acordo de sonhos ruins, mas fingi que nada aconteceu e fui tentar comer algo. Assim que sentei na mesa, lembrei que não peguei meu celular e levantei bufando e notei que hoje não ia ser um dia bom, eu estava de TPM e com cólica, nada de bom acontecia quando eu estava assim.

Assim que peguei o celular, tinha quatro mensagens da Laurel, me dando bom dia e perguntando o motivo de eu ter faltado “porra Tarah” logo pensei. Tarah é uma colega preocupada, mas às vezes ela passa dos limites. “Oi amor, não fui por que estava cansada, fui dormir muito tarde” mandei e já larguei, sabendo que ela estava na faculdade e provavelmente não me responderia, mas assim que o larguei já tremeu “Ah, tudo bem amor, só achei que você tivesse passado mal. Como esta a dor nos dentes?” “ta melhor que ontem, mas ainda dói pra comer” “toma aquele remédio que te dei, sabe que eu já passei por isso, aquele remédio resolve” “só vou comer algo e já tomo ele” “ta bom” esperei alguns minutos pra ver se ela falaria mais alguma coisa, mas já que ela não falou, perguntei pra ela como ela estava conversando comigo se ela devia estar na faculdade “eu to na faculdade, mas o professor não veio” “ata, entendi”. A conversa parou ai, o que não era mais novidade.

Acabei dormindo até as sete da noite, pois o remédio me deixou sonolenta e não resisti a minha cama me chamando. Acordei com o barulho do pessoal na sala e assim que abri a porta, pareceu que ninguém sequer sabia da mina existência e eu adorei aquilo. Passei reto e fui tomar um banho, mas logo Tarah apareceu do meu lado falando que era melhor eu nem entrar lá “tão usando drogas lá dentro?” “pior” “tão transando” “exato” “ah Tarah, ta falando sério? Essa hora e já estão assim?” “sim ue” “ah vei, assim não da, to saindo” “onde você vai assim tão tarde?” “dar uma volta, e pelo amor de deus, não vai correndo avisar a Laurel, pois eu já sou grandinha pra me cuidar”.

Sai de chinelo, shorts de dormir e minha flanela, nem meu fone eu peguei, não tinha nem rumo, só queria sair daquela casa e só voltar quando todos já tivessem ido embora, coisa que eu sabia que era difícil de acontecer, pois normalmente aquilo que eles chamam de festinha dura até meia noite ou duas da manha. Notei que minha carteirinha do ônibus estava no bolso da flanela, então decidi entrar no próximo ônibus que passasse e se ele fosse pra casa do meu amigo, eu iria pra lá. O Samuel morava quase no Farol Shopping e pra minha sorte o ônibus que passou ia pra lá.

Assim que desembarquei e toquei o interfone, ele pareceu preocupado em me ver ali àquela hora da noite, mas disse que já ia descer pra abrir a porta pra mim. “Ana, o que houve?” disse ele me abraçando “TPM Muka, só TPM” “sério mesmo?” “sério sim. Só queria sair um pouco daquele ap, pra não enlouquecer” “tudo bem, pode ficar essa noite se quiser, mas se quiser te levo pra casa de carro mais tarde” “eu agradeceria se tu me levasse, não fui pra aula hoje, preciso ir amanha” “okay, vamos subir então, tenho um pote de sorvete pra ti lá no meu congelador” “af, te amo Muka”.

Subimos e ficamos jogando conversa fora, até que ele começou a falar do namorado dele e ai a conversa ficou um tanto séria, ele falou que o namorado vinha o tratando mal, mas sempre pedia desculpas logo em seguida e isso o fazia perdoá-lo. Disse que ele deveria sair de um relacionamento assim, mas antes de dar qualquer outro conselho, ele me interrompeu perguntando da Laurel, aquilo me feriu, pois vi em seus olhos que ele estava sofrendo e que precisava colocar aquilo pra fora, então em vez de responder a pergunta dele, falei “Samuel, vem aqui” nisso ele se aproximou e eu falei “você não precisa sofrer por ele” não cheguei a terminar de falar e ele começou a chorar, e depois de dois minutos começou a desabafar. Aquilo me fez bem e fez bem pra ele, ele se sentiu leve e eu me senti longe de tudo que estava acontecendo.

Logo, não notamos que já era meia noite, então ele falou pra eu pegar o pote de sorvete do congelador e irmos pra minha casa de uma vez “vamos psicóloga” “vamos caro paciente de coração partido”.



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