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História Eu sempre a terei - Cometemos um erro?


Escrita por: rayantunes

Capítulo 46 - Cometemos um erro?


Depois de eu ter meu surto no terraço do prédio eu decidi ter um tempo exclusivo pra mim mesma, ou pra coisas que me ajudariam a me entender. Já tinha descido e estava há duas horas deitada na cama, escutando For You da banda Fife na versão acústica e do nada me deu um surto artístico e fui pegar meus lápis aquarela, alguns potes de água e comecei a desenhar na parede de cima da minha cama, que era uma tela gigante e vazia, como eu, vazia e eu tinha que preenche-la. Cometei então a fazer alguns desenhos que me representava na época que tinha cabelo grande, o desenho começou a ficar enorme e exatamente no centro da parede. O desenho se protagonizava com a personagem tendo suas mãos no rosto e os cabelos sendo cortados.

Logo começou a tocar Ligth Outside do Rusty Clanton e meu corpo foi levado junto a musica, cada acorde do violão e cada tom da voz do cantor iam me conduzindo de um modo leve e calmo pelo meu quarto e eu me sentia como se fosse um pássaro voando no por do sol perto do mar. Eis que peguei um lápis azul e um preto e comecei a desenhar um pássaro brotando do cabelo da personagem que já estava desenhada. Comecei a usar mais água e isso fazia com que a cor fosse escorrendo, o que na minha cabeça simbolizavam todas as lagrimas que eu já tinha derramado naquele quarto.

Nos cantos da parede, comecei a escrever letras de musicas, tanto das que estavam tocando, tanto de musicas que fazia anos que eu não ouvia. Começou então a tocar Neptune do Rusty Clanton e foi ai que escutei alguém batendo a porta “Ana? Posso entrar?”. Era a Maju, que até onde eu sabia iria embora depois de amanhã, pois a mãe dela a queria em casa. “A porta ta aberta Maju” ela entrou com um ar de cansaço, e reparou na pintura que eu estava fazendo, então seus olhos brilharam “meu deus Ana, isso é lindo” meu rosto ficou corado, mas não falei nada. Me sentei na borda da cama e ela se sentou do meu lado. Ela colocou a mão por cima da minha e todo clima se tornou particularmente único de um jeito que eu já tinha vivido. As paredes pintadas, o pisca-pisca que eu havia colocado na semana passada e então eu me toquei, eram exatamente como se eu estivesse no quarto dela, há dois anos. Começou a tocar Die Trying do Michl e meu coração começou a disparar, meu corpo estava se dirigindo a ela e quando eu vi, nossas bocas estavam quase se tocando.

Ainda lembro todas as sensações que eu tinha quando a beijava, era como se o mundo parava e era tudo sempre muito lento de inicio, exatamente como agora. A música estava quase acabando quando eu enfim a beijei, era como se eu tivesse me achando de novo. Eu esqueci de todo mundo a minha volta e só me lembro de All We Are do Andy Kong começando e depois meu cérebro se desconectando do mundo lá fora, era novamente eu e Maju num mundo que é e sempre foi só nosso quando nossos corpos se tocavam. Parei o beijo e ainda de olhos fechados comecei a sentir o rosto dela com as pontas dos dedos. Isso me fez sentir como se estivesse afundando no mais profundo da alma dela. É difícil explicar as sensações que tenho quando eu sinto a Maju.

Meu corpo começou a ficar quente sem ao menos estarmos nos tocando. Então comecei a deitá-la e fui beijando seu corpo como se ele fosse a obra de arte mais preciosa que tem no mundo. Em seguida tirei minha camisa e ela fez o mesmo, nossos corpos da cintura pra cima estavam nus e aquilo me fez lembrar que ela tinha certa vergonha dele, então olhei nos profundos olhos castanhos dela e disse “você tem o corpo mais lindo que eu já vi na minha vida”. Foi ai que minha mente voltou ao mundo, mas somente na musica, então escutei You Didn’t Need Me do Anders entrando no refrão e foi ai que toda intensidade de dois corpos se conectando começou. Ela me beijou com mais força e intensidade e eu fui no ritmo, a seguindo como se estivéssemos trilhando em uma nevoa se sentimentos. Ela estava quase gemendo, somente com o toque de nossas bocas, então fui descendo minha mão até que chegasse enfim na sua calça, começando a tocá-la e sentindo cada músculo do corpo dela reagindo. Ouvi-la gemer me dava um misto de alivio, amor, tesão e “quero mais”, eu sentia amor quando a tocava, e isso eu não sentia nem com a Laurel.

Meu desejo era continuar, mas parei no instante que ela pediu. “Ana, você sabe o que a gente ta fazendo?” “não, mas eu sei que eu te amo e isso não foi uma transa normal” “não, eu sei que não foi e a gente tava fazendo amor e isso é a primeira vez que eu sinto tudo isso” “mas você me ama também?” “porra, é claro que sim” “mas a Laurel...” nisso ela colocou as mãos na boca e seus olhos se encheram de lagrimas, mesmo sendo eu que namore com a Laurel, quem se desesperou foi ela. “Maju, calma” coloquei minha mão no seu rosto e senti minha mão ficando quente, enquanto enxugava suas lagrimas. “Eu sei que isso tudo vai ser muito fudido, que você volta pra casa amanhã, que eu namoro com a Laurel já tem quase dois anos, mas eu vou resolver okay? Eu dou meu jeito, confia em mim?” de repente ela parou de chorar e suas mãos foram ao meu rosto “eu já confiei minha alma pra ti, desde o dia que a gente se conectou assim pela primeira vez, é óbvio que irei lhe confia isso agora”.

Ficamos deitadas escutando minha playlist, ficamos lá por três horas e meia, pois tocou a playlist inteira. Assim que ela parou, escutei alguém abrindo a porta do ap, provavelmente era a Tarah, então me virei pra Maju e falei “não demonstra nada pra Tarah okay? Eu confio demais nela, mas ela e a Laurel às vezes conversam e ela pode acabar contando pra ela. Isso vai ter que ficar só entre a gente até que eu consiga corrigir tudo, pode ser?” “ta bom”. Assim que terminarmos de conversar ela entrou no quarto “meu deus, isso aqui é mesmo teu quarto? Não entrei no ap errado e isso é o quarto de outra pessoa não?” “não sua babaca” disse rindo “o quarto é meu mesmo, só tava precisando colocar meus sentimentos pra fora” “olha, ficou muito foda viu” “valeu Tarah” ela sorriu e saiu dizendo que ia preparar o jantar.

O jantar foi muito descontraído e era como se eu soubesse que meu lugar na terra era ali e agora, sentindo felicidade de estar jantando com elas e somente elas. Por um dia inteiro eu esqueci da existência de tudo, era só nós três num ap clichê e pequeno no Bairro Dehon. Aquele infinito com um fim delimitado me fez sentir viva de novo, mas no meu subconsciente eu sabia que amanha isso acabaria e eu teria que colocar um fim em algo, que ainda não sabia o que seria.



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