Enquanto todos tentam sair da escola, eu tento chegar ao oitavo ano, que é a sala onde se deu início o incêndio e também a sala onde meu irmão estuda.
Tentar ir contra essa maré de pessoas é a mesma coisa que nadar contra a correnteza, e isso é realmente muito difícil.
Quando finalmente chego próxima a parte onde fica o ensino fundamental, vejo que está tudo em chamas tirando um pedacinho ou outro.
Escuto gritos de desespero vindos da sala do oitavo ano, e isso, apesar de eu não querer admitir, me deu mais esperanças do que eu gostaria de ter.
Quando eu estou prestes a atravessar a chamas e chegar até a sala do meu irmão, alguém segura meu braço e me puxa alguns passos para trás.
Olho para quem me puxou, me segurando para não mandar ele ir se lascar. Que mer**. Não se pode mais fazer nada nesse mundo?
– O que você quer? – eu pergunto irritada.
O ruivo me olha incrédulo, é um dos meninos da minha sala, o que ele está fazendo aqui?
– Você é louca? Temos que sair do colégio! – ele exclama, no mínimo incrédulo com o que eu estou fazendo.
– Ah! Tenha santa paciência, né! Olha aqui, ruivinho falsificado, se você tem medo de se queimar é só sair daqui - eu digo e atravesso as chamas.
Sim, eu acabo de atravessar as chamas e não, isso não é uma novidade para mim. Descobri que podia fazer isso a alguns anos atrás.
Empurro as lascas de madeira que estão queimando para longe de mim, admito que isso está deixando a minha roupa toda queimada, mas, sinceramente, eu estou pouco me lixando para isso, a única coisa que me importa agora é achar o meu irmão.
Os gritos vão ficando cada vez mais fracos, mas eu continuo indo, me aproximando, escuto o barulho de tosses secas.
Através da escura "cortina" de fumaça, eu vejo um grupo de pessoas amontoadas ao canto da parede, qie é o único lugar que ainda não está em chamas.
Uns estão tossindo e outros estão desmaiados.
Vejo meu irmão ajudando uma menina a permanecer em pé, duas meninas estão chorando e o resto ou está desmaiado ou está xingando coisas não muito legais.
– Ei! Tá tudo bem? – eu pergunto, me aproximando.
Derek me encara incrédulo, também, não é para menos né, acho que eu devo ser a última pessoa que ele esperava fazer parte da "equipe de resgate".
Passo pelo grupinho de pessoas e vou até a parede.
Bato na parede até fazer um buraco grande o suficiente para que todos passem.
Olho para baixo, apesar de alto, a queda daqui causa no mínimo um pulso quebrado e no máximo um traumatismo craniano.
Meu irmão nem se atreve a me olhar, talvez por medo de mim, mas eu já estou acostumada, sempre é assim.
Agora, só nos falta fugir do fogo...
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