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História Eu Sou o Medo (Creepypasta) - O que há depois da escuridão?


Escrita por: UmaEscritora21

Capítulo 1 - O que há depois da escuridão?


ERA APENAS MAIS UM DIA NORMAL.

— Harley o esquisito, Harley o esquisito! — Cantarolava Barlen no pé do meu ouvido —

Todo dia, todo maldito dia esse ruivo me atormenta. E o que eu faço? Fico calado. — Andava pela calçada enquanto Barlen não desgrudava, parecia super-bonder —

— To falando com você vareta! — Ele acertou um soco nas minhas costas o que me fez ir cambaleando para frente deixando os livros caírem —

Permaneci quieto enquanto me agachava recolhendo os livros que haviam caído — Qual é o problema dele? — Ia levantar, mas fui impedido por um chute na costela. Meus livros voaram para longe, os amigos do ruivo viram e pegaram eles chacoalhando-os no ar enquanto arrancaram algumas páginas.

— Isso aqui é seu? — Perguntou David, o garoto loiro —

— Me devolve! — Gritei enquanto levantava do chão com a mão sobre a costela —

— Ops. — O menino jogou o livro numa poça de lama —

Segurei minhas lágrimas. — Eu realmente choro por qualquer coisa — Peguei o livro sujo e corri dali, deixando todo o resto para trás. — Por que logo esse livro! —

Era o livro dado pelo meu irmão, antes dele partir... — lágrimas rolaram pelo meu rosto — Uma pessoa um tanto otimista como eu, iria dizer: Deiri se foi, mas veja pelo lado bom, ele está num lugar melhor e logo você irá velo!

Mas talvez, esse otimismo tenha se esgotado perante os problemas e conforme eu percebia que Os mortos não retornam. Minha costela estava dorida, mas suportável. — Só espero que não fique com nenhuma marca.

O que provavelmente aconteceria. O livro estava sujo e molhado, mas apenas a ponta dele. David não é muito bom de mira. — E isso já me livrou muitas vezes de chegar em casa sujo de ovo podre ou cocô de cavalo. Ou de qualquer animal que ele encontrasse pelo caminho

Queria parar de correr, de fugir como.um covarde e chorar como uma mariquinha. Mas minha mãe já tinha problemas demais para resolver, não tomaria o precioso tempo dela para cuidar de um filho briguento e que provavelmente levaria mas pancadas do que a bateria de um cantor de rock.

***

As aulas ocorreram normalmente, sem bolinhas de papel ou algum utensílio-especializado-em-acertar-meu-crânio. Achei até estranho, mas até que era boa a sensação de paz dentro daquele selva repleta de animais que chamamos de escola.

O sinal tocou e a professora falou um simples "Bom final de semana, turma!" — Um bom final de semana... não para mim. — Sai da sala e caminhei seguindo o mesmo percurso de sempre. Por um excelentíssimo acaso do destino, Jack, David e Barlen estavam bem na minha vista, de costas para um beco escuro, já estava anoitecendo. Dei meia volta com o objetivo de fugir e ir para casa por outro caminho — Em segurança — Mas bati de frente com algo e o mesmo me puxou pela gola da camisa erguendo-me para cima, fiquei frente a frente com a coisa mais assustadora que já vi. Um rosto amassado, nariz grande e torto, o maxilar quadrado e sardas nas bochechas.

— Ora, ora. Harley, o esquisito. Apareceu por aqui para levar outra surra? — Perguntou Jonny, sorrindo —

Reconheci o sujeito graças ao bafo de lixão e a cara de quem levou pauladas quando nasceu. O bafo fétido desse garoto... parecia que alguém tinha aberto uma cova cheia de gambás mortos bem na minha cara. Minhas narinas nesse momento só querem se deslocar do meu rosto e sair sem rumo por aí!

Quanto mais eu tentava fugir, mas rápido ele me encontrava.

Eu era um pedaço de ferro em meio a um monte de ímãs, e ­­­­esses imãs são chamados de socos. A massa de um padeiro sendo esmagada até ficar totalmente no ponto, que era toda reta e amassada, no seu ponto fina. Esse seria eu daqui alguns minutos

Só que meu ponto final nunca chegaria, só iriam parar de me bater quando a luz que ainda insistia em existir nos meus olhos finalmente se apagasse.

— Ei, galera! Nosso brinquedo chegou! — Berrou o grandalhão —

— Ah, finalmente! Estava louco para esmagar a cabeça de alguém! — O ruivo bateu uma mão fechada na outra —

— Por quê...? — Perguntei em lamúrias —

Lágrimas já escorriam do meu rosto sem que houvesse qualquer tempo para segura-las. Minha estabilidade chegara ao limite, tentava ser forte mas já sabia o que me esperava. Socos, pontapés e gargalhadas repugnantes que assombram minha vida por anos e mais anos. E era só isso, apenas as isso... que me esperava

— Olha só, o bebezinho está chorando, que peninha dele. — O ruivo fez uma voz fina — O que fazemos com filhinhos da mamãe em Jonny?

— Esmagamos. — Respondeu friamente, o menino alto que me segurava —

— Isso garotão! — Disse David animado —

— Não fale comigo como se conversasse com seu cachorro, David. Benson. Hilly. — Falou Jonny encarando o menino com os olhos amedrontadores, dando pausas enquanto dizia o nome do garoto —

— Desculpe... — David recuou com um pouco de medo —

Qualquer um teria medo de um sujeito com quase dois metros de altura. Encontrei o chefão da gangue de idiotas. — Na minha mente havia palavras ríspidas, mas só o que saia da minha boca eram gaguejos e lamúrias.

— qual você prefere, lado esquerdo ou direito? — Perguntou Jonny com um sorriso assustador no rosto —

Fiquei mudo. Não tinha entendido.

— Acho que os dois lados.

Ele me colocou no chão, por um momento achei que tinha desistido de me bater. Foi o contrário. Jonny, o pior de todos os garotos que já tive o "prazer" de conhecer, acertou um soco na minha bochecha direita e enquanto eu cambaleava para trás, atordoado pela pancada, ele socou a bochecha esquerda. Minha visão ficou turva, mal conseguia manter o corpo equilibrado, foi então que cai. O terrível gosto de ferro que tinha o sangue, ficaria na minha boca por bastante tempo. O soco arrebentou a parte interna das minhas bochechas quando se colidiram com o aparelho. Não conseguia sentir dor, apenas medo misturado com raiva e confusao.

Harley, o esquisito! Harley, o esquisito! Harley, o esquisto! — As palavras se repetiam milhares de vezes como uma canção atordoante e irritante. Fazia um barulho horrível, parecia que estavam martelando pregos no meu crânio.

— Calem a boca! Me deixem em paz! — gritei enquanto me contorcia no chão, puxando os cabelos para tentar amenizar o som daquelas malditas vozes que insistiam em se repetir —

— Ele está mandando a gente calar a boca? — Perguntou o moreno, Jack, com um sorriso debochado —

— Ih, o garoto é louco! — Disse o loiro rindo —

— Por que não matamos ele logo? Ninguém vai se importar mesmo. — Perguntou o ruivo, entediado —

— Porque vamos ficar sem nosso saco de pancadas, mané. — Retrucou Jonny —

— Ah, que seja! — O ruivo chutou a lateral do meu corpo — Eu vou acabar com isso, seus covardes!

Barlen arrastou meu corpo para dentro do beco, em seguida, pegou algo que eu não vi e atirou na minha direção. Tudo escureceu. Só havia uma voz, e ela dizia: Amanhã é um novo dia.

Eu tinha morrido?

***

Os garotos arrastaram o corpo morto de Harley até um córrego, onde o jogaram sem mais nem menos. A notícia se espalhou pela cidade: Um menino fora encontrado morto, boiando nas águas sujas de um córrego, seu nome é Harley Welldery Shander. Os pais são Lindsay Morgem Shander e Pitter Ferrot Welldery Os agressores não foram identificado, mas os colegas de classe do garoto disseram que ele sofria bullying, com medo, não disseram quem fazia.­

***

No dia seguinte, logo depois do ocorrida, os 4 garotos teriam marcado para jogar vídeo game. Estavam na casa de David, os pais dele haviam saído em viajem deixando-o apenas com a empregada. Eram exatamente 12:45, então os 4 foram para cama. A noite era fria e chovia, os ventos estavam agitados e as trovoadas não paravam, os pingos grossos de água faziam um barulho alto e tranquilizante quando batiam no teto. — Mas não seria boa aquela noite —

Um raio caiu por perto, apagando as luzes da casa junto as da cidade, tudo estava completamente escuro e os meninos acordaram com o barulho ensurdecedor.

— David, acende a luz! — sussurrou Jack —

— Não tem luz! — David apertava o botão do interruptor para cima e para baixo —

— Faltou luz seus inbecis barulhentos! — Jonny berrou irritado —

— Não tem lanternas por aqui? — Perguntou Barlen —

— Se você conseguir achar elas — Retrucou David —

— Vocês são muito burros mané. — Jonny pegou o celular e ligou a lanterna —

Todos encararam ele com expressão de "Nossa, que óbvio!

— Bando de lesados. David, vai logo pegar a droga dessa lanterna! — O grandalhão já estava impaciente —

— To indo! — David gritou e abriu a porta do quarto —

Jonny apontou a luz para o corredor e quase gritou ao ver a cena.

O chão fazia um caminho vermelha até o corpo dilacerado da empregada, os órgãos jogados por todo lado e na parede, escrito com o sangue dela: AS 03:06 VAMOS BRINCAR.

Os meninos olhavam para aquilo sem reação, os olhos arregalados e a boca aberta como se um grito agudo e histérico estivesse prestes a sair.

— M-mas... o-o q-que... — David tentava falar, mas apenas gaguejava —

Uma risada fina e assustadora seguiu pelos corredores da casa enquanto alguma coisa de ferro era arrastada pelo chão fazendo um barulho agonizante.

— David — Sussurrou a voz, parecia que forçava a garganta para falar — Jack, Barlen e Jonny...

A figura apareceu na frente de todos, suas unhas eram grossos e pontiagudos pedaços de ferro que brilhavam ao lampejar dos raios, a garganta cortada e esmagada pelo objeto de ontem a noite naquele beco, os olhos completamente negros e as veias roxas estavam salteadas sobre sua pele. A criatura sorriu mostrando os dentes, mas logo sua gengiva começou a arrebentar e escorreu sangue descendo pelo seu queijo até cair no chão, fileiras de dentes pontiagudos e afiados como lâminas saíram de sua boca e os dentes normais rolaram pelo chão. Os adolescentes olhavam paralisados e atônitos para aquela anomalia. Foi então que um deles finalmente disse.

— H-Har...ley...? — Jack gaguejou —

Então a criatura encarou o menino.

— As 03:06 vamos brincar.

Outro raio caiu. As janelas se abriram com a força do vento. Os garotos fecharam os olhos bem forte e se retraíram com o susto. Quando olharam novamente para a frete, o mostro havia sumido. De repente, as paredes do corredor estavam repletas de frases. As mesmas frases

EU SEI O QUE VOCÊ FEZ.

O corredor tinha se tornado a cena de um filme de terror, mas não era filme. Os adolescentes estavam, agora, presos nos seus pesadelos, até que Ele resolvesse os matar, não iria liberta-los, não depois do que lhe fizeram. Harley teria sua vingança.



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