Pov's Alicia
. – Maria Joaquina! – Valéria chamou. – Deixa eu terminar de falar!
. – Fala logo, Valéria! – Majo respondeu. – Eu quero destruir esse garoto!
. – Hoje não é o seu dia de sorte: – Valéria começou. – Primeiro você cai na pegadinha do secador, aí tem que vir pra escola com o cabelo molhado, depois cai na pegadinha do rímel, tem que vir pra escola sem maquiagem, e como se não bastasse...
. – Se não bastasse o que, Valéria? – Pergunta Maria Joaquina, ainda encarando Paulo. – O que ele fez agora?
. – O Paulo não fez nada, mas provavelmente a Sophie e a Sophia vão te achar bem estranha sem maquiagem. – Continuou Valéria. – E elas estão vindo bem aí.
. – QUÊ? – A Maria Joaquina gritou em sinal de desespero. – AI MEU DEUS, ME ESCONDE, ME ESCONDE. – Gritou enquanto tentava esconder o rosto no peito de Cirilo.
. – Oi, meninas e meninos. – Cumprimentou uma das gêmeas e nós respondemos com um “oi”. – Oi, prima. – Continuou, cumprimentando Maria Joaquina.
. – Oi. – Majo respondeu um “oi” abafado sem tirar o rosto do peito de Cirilo.
. – Prima? – Chamou a outra gêmea.
. – Quê?
. – Meninas, o papo tá ótimo, mas nós precisamos ir colocar as mochilas na sala ou vamos perder os lugares. – Daniel se pronunciou percebendo que Maria Joaquina não queria mesmo se mostrar.
. – An. – Falou uma das gêmeas virando o olhar para ele. – Ai como eu queria estudar na mesma sala que vocês só para poder ficar o tempo inteiro com você, Danizinho.
. – Nossa, seria tão perfeito estudar com você. – Falou a outra gêmea. – A Maria Joaquina falou que você é um dos mais inteligentes da classe. – Continuou. – O que você acha de me ajudar com uns assuntos qualquer dia desses, hein, lindinho?
. – É, pode ser, a gente marca. – Disse Daniel soltando um sorrisinho forçado.
. – Gente, eu vou indo na frente, depois a gente se encontra. – Carmen falou e saiu andando sem dar tempo de a turma responder.
Eu já havia percebido que durante todo esse diálogo das gêmeas com o Daniel, ela tinha mudado de humor, estava ficando vermelha e d cara fechada. Deduzi que estivesse enciumada. Depois eu vou procurar saber direitinho tudo o que aconteceu enquanto estive fora, isso da Carmen com ciúme do Daniel vai estar no meio, tenho certeza.
. – Nós precisamos mesmo ir, meninas. – Daniel falou e saiu andando.
Nós acompanhamos Daniel, deixando as gêmeas falando sozinha.
No caminho:
. – E aí, Alicia, o que achou da escola? – Mário puxou assunto.
. – Achei enorme. – Falei. – Tipo, bem enorme.
. – Ah, isso é por causa da gente. O dono da escola construiu esse andar porque nós nos recusamos a sair daqui. – Valéria gritou.
. – You is very beautiful, Ally. – Bibi falou.
. – Thanks. – Falei. – You is very beautiful, too. – Continuei. – In fact, all of you are. (A: É aquele avisinho de sempre.)
. – An? – Paulo questionou sem entender nada.
. – Vocês todos são lindos. – Falei.
. – An. – Ele respondeu. – Gracias.
. – Ué, fala Espanhol? – Perguntei sorrindo para ele.
. – No. – Respondeu. – Quién está hablando español aquí? No estol hablando español.
. – Uau. – Falei. – Estou admirada.
Ele me olhou e sorriu. Que sorriso lindo. Eita garoto lindo da porra! Okay, Alicia, pode parar, ele tentou destruir o teu cabelo.
. – Gente, já chegamos? – Majo perguntou e então vi que ela ainda estava abraçada em Cirilo (de lado) e era ela quem estava guiando ela.
. – Já estamos chegando, Majo. – Daniel respondeu e vi Cirilo fechar a cara.
. – Então, Alicia, algum boy? – Marcelina perguntou.
. – Na verdade não, mas já namorei em Londres. – Falei.
. –Ata. - Marce falou.
Chegamos na sala. A Carmen e o Daniel já estavam lá, sentados em seus lugares que por acaso eram afastados, provavelmente por arte da Carmen. Nós distraímos tanto no caminho que nem vimos o Daniel se afastar.
. – Ué, vocês sempre sentam em cadeiras próximas, o que foi que rolou, hein? – Paulo perguntou.
. – E pode vazar logo daí, Daniel, vai pro teu lugar que aí é o meu. – Jaime falou.
. – Carmen, que bicho te mordeu? – Maria Joaquina perguntou.
. – Acho que foram dois bichos, e ambos começam com S. – Jorge disse e Carmen fechou ainda mais a cara, mas Daniel não disse nada.
. – Ata, entendi. – Paulo disse. – Vaza daí, cara, vai logo pro teu lugar, para de coisa.
Daniel não disse nada, apenas se levantou puxando sua mochila e sentando em uma cadeira na frente de Carmen, que sentava na segunda da última fileira. (A: Vou fazer um desenho mostrando os lugares para vocês entenderem melhor e colocar como capa do próximo capítulo.)
Eles colocaram as mochilas tão rápido nos lugares que logo percebi que cada um tinha um lugar separado ali.
. – Ally, geralmente eu sento na frente do Paulo, porque a Bibi me obriga a senta atrás dela, mas eu vou passar a sentar nessa cadeira aqui, ela está vazia, porque uma menina saiu da escola. – Maria Joaquina deu uma pausa para ajeitar a mochila na cadeira. – E assim eu fico ao lado da Bibi e ao lado do meu namorado ao mesmo tempo. – Continuou. – Então fica com essa cadeira aí na frente do Paulo.
. – É sério? Não tem outro lugar não? – Brinquei provocando Paulo.
. – Já vi que é marrenta. – Paulo falou.
. – Já vi que é chato. – Falei e mostrei a língua para ele.
. – Isso vai dar namoro. - Jorge falou e eu olhei estranho para ele que sorriu.
Coloquei minha mochila na cadeira, mas continuei em pé e apoiada na mesa da carteira, como os outros.
Ficamos conversando por pouco tempo, pois logo o restante da turma, a parte que eu não conhecia, chegou e uma professora entrou na sala. Era negra, com longos cachos que iam até abaixo de seus seios. Não era nem muito alta e nem muito baixa, olhos negros e lábios não muito carnudos, mas cheinhos. Muito bonita.
. – Bom, pessoal, antes de começar a aula, eu quero e devo apresentar dois novos alunos que eu espero que seja muito bem aceitos aqui. – Ela falou com um sorriso no rosto. – Podem entrar.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.