História Eu te odeio! - Primeiro Dia de Aula (terceiro ano)

CAPITULO 2

Quando acordei, senti uma vontade louca de ir ao banheiro. A pior coisa é ter que ir ao banheiro de manhã com o "mastro" levantado, se é que você me entende.

Levantei e fui ao banheiro, quase dei um banho no sanitário. Se você for uma menina, nunca vai entender isso. Você pode até imaginar, hahaha...

Depois, tomei meu banho e fiz minha higiene matinal. Ao terminar, escolhi uma roupa qualquer e desci as escadas para tomar café.

Como sempre, só estava eu e as empregadas, que por acaso fizeram ótimas panquecas.

Meu pai já tinha saído, ele sempre sai cedo. Ele é engenheiro e arquiteto. Às vezes, sinto falta da sua companhia como um pai presente. Já minha mãe, ela morreu no meu parto. Tem horas em que me culpo pela sua morte, mas meu pai diz que eu não tive culpa nenhuma, que foi apenas uma fatalidade. Isso me conforta um pouco, mas mesmo sem conhecê-la, sinto sua falta.

Meu melhor amigo, Marcos, que também é meu vizinho, às vezes me dá uma carona. Sortudo, ele já tem até um carro, mesmo sem carteira de habilitação.

Bibi...

Era ele me chamando. Saí de casa e fui até ele, que estava no carro.

-E aí, trouxa, tudo bem? - disse ele com a mão no volante.

-Fala, viado.

-Mano, ouvi falar que a Amanda vai estudar na nossa escola, e eu não posso perder a chance de ficar com ela, cara.

-Boa sorte, porque minha namorada vai se mudar. Ela vai morar bem longe agora, e eu terei que viajar para poder vê-la.

-Sério, cara, que pena. Mas agora você pode pegar a Joyce, que vive te olhando. Além disso, ela é linda. disse ele.

-Tá louco? Eu sou fiel à minha namorada, e aposto que ela é fiel a mim.

-Se você está dizendo, hahaha... Estou brincando, cara.

Ele começou a rir, e eu não entendi. Então, joguei minha mochila nele.

Quando estávamos quase chegando, avistei o prédio da nossa escola.

Ele era todo azul, com o nome "Alfa" em letras enormes. Tinha várias janelas grandes de vidro, além de duas quadras e uma piscina.

Marcos estacionou o carro na garagem e logo entramos na escola, procurando nossas salas pelos corredores.

A minha era a 23 e a dele, a 26.

-Que saco, vamos ficar em salas diferentes.

-Tchau, mano. Eu vi que a Amanda está na minha sala. Disse ele com uma cara safada, e eu comecei a rir.

Ao chegar na minha sala, não vi nenhum dos meus antigos amigos. Acho que todos estão na turma do Marcos.

Decidi então sentar na quinta cadeira da primeira fila e comecei a ouvir música no fone.

Quando o grupinho da Erica e do Wes começou a rir feito hienas desesperadas.

Esses dois são uns doidos. Erica adora desenhos, ou melhor, "animes". Se ela me ouvir falando isso, ela me mata. Ela sempre diz que é uma... uma? Fujoshi ou fudanshi, ou algo assim.

E tem o Wes, um nerd branquelo meio loiro que fala super alto. Ele é muito extrovertido, mas até que é legal.

E tem o Nathan, um moleque que se acha mas é burro, só tira zero. Também tem a Deborah e a Chindel, que são bem legais.

Parece que tem um novo grupinho de garotas gostosas olhando para mim. Pisco para a Joice, que ri sem jeito.

E tem o grupo do fundo, só maconheiros. Hahaha... Estou zoando, eles são gente boa.

Comecei a sentir sede, então decidi beber água. Acabei esbarrando com o Eduardo, literalmente.

-Pô, Victor, seu otário, presta atenção - disse ele passando a mão na testa.

-Vá se fuder, Edu.

Ele se sentou na quinta cadeira da quinta fila.

Quando voltei para a sala, continuei a ouvir música de olhos fechados, já que não tinha nada para fazer.

Quando abri os olhos, vi que o idiota do Edu estava me encarando. Então, mostrei o dedo do meio para ele, e ele se virou rapidamente.

O tempo passou, e chegou a vez do primeiro professor, o de matemática. Aff.

Depois de algumas horas, chegou o quinto tempo, o tempo do professor de biologia.

No meio da aula, um garoto moreno do segundo ano entrou na sala.

-Boa tarde, professor. Posso falar uma coisa para eles?

-Sim, claro, desde que seja rápido.

-Tudo bem. Gente, este ano teremos o interclasses do segundo ano, e escolhemos a turma do terceiro ano para participar do nosso time. É só se inscreverem. Quem quer entrar?

-Eu vou! - disse eu.

-Eu também. Disse o Eduardo e mais dois meninos.

Que droga, o Eduardo vai, ele é muito melhor que eu no futebol.

O último tempo foi um saco, era geografia. No meio da aula, o professor disse:

“Turma, daqui a duas semanas, faremos uma acampamento comigo e a professora de biologia, a senhorita Rozi. Vamos passar três dias em uma trilha com barracas fornecidas pela escola, ou pelo menos deveriam. Agora, vou formar as duplas.”

Quando ele disse isso, todos começaram a reclamar.

-Poxa, professor, deixa a gente escolher as duplas.

-Podemos fazer trios?

E blá blá blá...

Não. disse o professor.

-As duplas serão formadas por meninos e meninas, para não rolar nada.

O professor começou a rir, e a sala ficou quieta.

-Estou brincando, pessoal. Mas não é necessário que vocês fiquem apenas com sua dupla o dia todo. Vamos formar as duplas agora. Erica e Wesley, Deborah e Caroline [...]

Enquanto ele terminava de formar as duplas, ele disse:

-Eeee... Victor e Eduardo.

-Não, professor. dissemos eu e o Eduardo, e a Erica começou a rir feito doida. Não sei o que ela tem na cabeça, deve estar pensando em alguma idiotice.

-Nada disso, não é permitido mudar de dupla. Agora, juntem-se com suas duplas, vou entregar um pote e uma folha com as instruções do acampamento.

-Ei, Victor, venha aqui - disse o Eduardo me chamando.

-Não, venha você.

-Pô, vem logo, Victor.

O professor nos olhou.

-Tá bom, estou indo.

Quando sentei ao lado dele, fiquei olhando para seus olhos como uma estátua.

-O que foi, Victor? Tá maluco?

Ele estava confuso.

-O quê? Não, nada.

O professor passou por nós e entregou um pote para guardar os materiais encontrados na floresta, e uma folha. Eu peguei primeiro do que o Eduardo, que tentou puxar da minha mão sem eu perceber. Isso me deixou irritado.

-Pô, Victor.

Eu puxei de volta com muita força, o que me desequilibrou e acabei caindo para o outro lado. Mas, quando estava caindo, agarrei automaticamente o braço do Eduardo.

E ele caiu deitado em cima de mim, fazendo com que a sala toda olhasse para nós.

Quando o sinal tocou, todos saíram da sala desesperados.

-Sai de cima de mim, Edu.

Eu o empurrei.

-Foi você que me puxou, seu doido.

-Cala a boca e sai logo.

-Tá, tá, tá.

Quando ele se levantou, ele apoiou a mão no meu peito e encostou o joelho no meu pênis.

Ele olhou para mim, todo vermelho. Pegou suas coisas, deixou o papel na mesa e foi embora.

Eu me levantei e comecei a ficar excitado.

O que diabos é isso? Estou excitado? Deve ser falta da minha namorada.

Tirei essas ideias da cabeça e fui procurar o Marcos para irmos juntos.

Mas não o encontrei em lugar nenhum. Então, resolvi ir a pé mesmo, já que estava sem dinheiro.

No meio do caminho, o Eduardo parou ao meu lado com sua moto e disse:

-Sobe aí...

Continua...