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História Eu tentei - The space between


Escrita por: Eric_Elgae

Notas do Autor


Olá pessoas queridas!

Demorei pra atualizar né?

Depois do cap eu converso com vocês. Hoje sem avisos especiais.

Boa leitura, nos vemos lá embaixo!

Capítulo 13 - The space between


Fanfic / Fanfiction Eu tentei - The space between

Ela gritava com Espartan. Estava colérica, agitava as mãos, e o pobre coitado tentava se explicar.

-Mas Srta Pandora, eu não sei...

-Não sabe, não sabe... IDIOTA! Não sabe que pôs meu plano a perder? Há, mas eu não vou pagar sozinha por isso, em absoluto.

Ela tentou se controlar. Pude ver de longe, escondido atrás de algumas caixas, que ela massageava as têmporas. A voz diminuiu o tom.

-Suma da minha frente. E não pense que irá receber um centavo sequer, eu deveria cobrá-lo por não ter feito o serviço.

Espartan ainda quis contestar a afirmação dela.

-Mas Srta, eu gastei uma quantia considerável...

-Agradeça por estar vivo por enquanto.

Arregalando os olhos, Espartan gaguejou algo e saiu correndo da frente de Pandora. Ela esperou que ele saísse, e falou algo, imagino eu, que no celular para alguém.

Foi quando, para minha surpresa, ouvi ela me chamar.

-Então rapaz, vai continuar me seguindo sem explicar o motivo?

Não havia nada a fazer a não ser encarar o problema. Respirando fundo saí detrás das caixas que achei que impediriam minha identificação e a encarei.

-Como soube que eu estava aqui?

-Não pude deixar de notar que estou sendo seguida já há algum tempo. E me lembro de você no bar. Agora, antes que eu te machuque, me responda o porquê disso.

Tive que sorrir apesar do nervosismo.

-Suas ameaças não me intimidam. Te segui por curiosidade apenas.

-Curiosidade?

-Sim. Ontem eu ouvi sua conversa com esse cara, e por acaso, conheço bem as empresas Solo. Fiquei curioso.

Ela me encarava com uma expressão analítica. Com certa arrogância, ela deu as costas e começou a caminhar.

-Na próxima vez cuide da sua vida, ou as coisas podem ficar ruins para o seu lado.

-Não fico preocupado com suas ameaças, já disse. E antes que vá embora, saiba que eu estava cuidando da minha vida. Por isso te segui, mais nada.

Pandora parou na porta do galpão e virou o rosto.

-Então vai ter que me explicar essa história. Mais tarde iremos jantar.

Admito que fiquei confuso.

-Jantar?

-Eu encontro você. Esteja pronto a noite.

E sem dizer mais nada, ela foi embora.

Levei alguns segundos até recuperar o controle e ir atrás dela, mas o carro já estava longe. Como eu iria encontrá-la se sequer tinha falado algo sobre local ou tinha como fazer contato?

Simplesmente pensei que ela era maluca. Entrei no meu carro e resolvi seguir em frente.

De qualquer forma, aquela história estava encerrada.

Eu pelo menos achava.

-- -- --- -- --

Quando cheguei em casa naquela tarde, fui surpreendido por um cheiro de comida maravilhoso. Não pude conter o sorriso.

-Shun?

-Aqui na cozinha Ikki.

Assim que cheguei, fui recepcionado pela expressão gentil do meu irmão.

-Hey. Está tudo bem? Me esqueci de alguma data tipo aniversário ou coisa do tipo, ou é só um momento de irmãos?

-Só um momento de irmãos. Sinto sua falta.

-Pare de drama, Shun. Nos vemos todos os dias no trabalho.

-No trabalho agimos como profissionais. Eu quero meu tempo de irmão com você.

Eu no fundo amava o apego de Shun comigo. Mas obviamente não poderia dizer isso em voz alta, senão o sentimentalismo dele beiraria a frescura.

-Está bem... O que é esse cheiro bom?

-Aquele cozido de carne e legumes que você gosta. E de sobremesa sorvete de creme e calda de chocolate.

Sorri genuinamente feliz com o gesto dele. Se tinha alguém que eu amava além do Seiya e da Saori... Esse alguém era o Shun.

-Fico te devendo mais uma...

-Me devendo?

Encarei seus olhos grandes e gentis.

-Modo de falar. Me dá um minuto, vou trocar de roupa.

Foi uma tarde maravilhosa. Conversamos muito, demos muitas risadas, e Shun finalmente me contou algo que eu já desconfiava.

-Há quanto tempo estão juntos?

-Não... Não estamos juntos ainda. Por isso queria conversar com você.

O olhar de Shun era meio apreensivo.

-Shun... Você não tem que me pedir permissão para namorar, sabe?

-Não é isso Ikki... Eu só... Sabe... Queria uns conselhos.

-Conselhos?

-Ora, você tem mais experiência que eu nesse aspecto... Eu fico... Meio... Perdido.

Suspirei fundo.

-Shun, você e June se conhecem a uma vida inteira. E ela claramente é apaixonada por você. Não há muito a se fazer. Chame-a para um cinema. Pegue na mão dela, e em um momento qualquer a beije. Deixa que ela faça o resto.

-Acha mesmo que isso funcionaria?

-Aposto com você. Três dias de irmão por minha conta nos próximos quinze dias se você fizer o que eu falei e funcionar.

-E se não funcionar?

-Você vem morar comigo por quinze dias.

O sorriso de Shun era digno de ser emoldurado.

-Mas... Você só está me beneficiando com isso. E você? Não ganha nada?

-Digamos que eu esteja em uma fase generosa. Sabe que apesar de tudo, minha alegria é a sua irmão.

Me arrependi na hora de ter dito aquilo.

-SHUN! Solta meu pescoço... SHUN, NÃO CHORA!

-IKKI!!!

Era por momentos como aquele que eu achava mesmo que Shun não podia ser meu irmão.

E também era por momentos assim que eu sabia que éramos os melhores irmãos do mundo.

-- -- --- -- --

Shun foi embora a tardinha. Foi um dia agitado, sem dúvida. Mas ainda não acabara.

Por volta das oito da noite, ouvi o interfone tocar. Curioso, atendi e tive uma surpresa.

-Desça. Estou pronta para jantar.

-Quem está falando?

-Mas que grosseria. Marca um jantar comigo e se esquece? Você me deve explicações Ikki. Ande logo.

Pandora. Só podia ser ela. Eu realmente me esquecera daquilo.

Me troquei rapidamente. Ao sair do prédio, encontrei com ela encostada no carro preto que usara de manhã, usando um vestido folgado e comprido, de cor azul marinho.

Estava muito bonita, diga-se de passagem.

-Como me encontrou?

Ela não me respondeu, apenas entrou no carro e destravou as portas. Dei a volta e me acomodei.

-Então...

-Vamos a um restaurante que aprecio. Lá poderá me dizer o motivo de me seguir e então decido se deixo você circulando livremente por aí ou não.

O tom dela era algo difícil de decifrar. Não soube dizer se era brincadeira ou não.

E foi assim que comecei a me envolver com Pandora.

-- -- --

Bom, eu contei como ela entrou na minha vida, certo? Provavelmente vocês devem estar pensando que não houve nada demais.

Eu saí com Pandora naquela noite... E em todas as outras. Após o jantar, e explicar parte da situação com Kassa, ela pareceu impressionada. E isso, aliado a boa comida, boa bebida e muita curiosidade, acabou nos levando para a cama.

E céus, era o melhor sexo que eu tivera nos últimos tempos. Ela realmente, nos momentos em que ficamos juntos, conseguiu me fazer esquecer do Seiya. No segundo dia, eu contei por cima que fazia tratamento com um psiquiatra. Ela nem ligou para isso.

E nos dias seguintes, fui descobrindo que ela era uma especialista em diversidade. Não fizemos nada além de sexo “normal”, mas eu vi vídeos onde ela dominava homens e mulheres, batia, torturava com plugues elétricos, cintos, chicotes, pregadores de roupa, cordas... Ela era quase tão afeita a provar coisas diferentes na cama quanto eu, apesar de notar que ela tinha uma severa inclinação a dominância.

De alguma forma nos sentimos conectados. Cada dia era uma surpresa, apesar de nada tão forte quanto o que eu já havia feito.

Por isso, me surpreendi quando ela foi me buscar logo após a consulta com Saga. Eu ainda estava em choque. Ter meus sentimentos expostos daquela forma era algo muito intenso, muito...

Perturbador.

E isso por que eu nem contara a Saga sobre estar saindo com ela. De qualquer forma, eu estava sobre forte tensão, e tentar me distrair com ela seria algo muito bem vindo.

Entrei no carro e sorri tentando disfarçar o turbilhão na minha cabeça.

-Então quero ver sua ideia de diversão.

-Parece tenso. O que houve?

-Ora... Eu te falei que faço consultas com um psiquiatra. Estou saindo de uma consulta. Sempre é... Hum... Muito intenso.

Ela pareceu considerar meu estado, e ignorou aquilo.

-Muito bem. Vamos então esquecer um pouco do mundo. Estou precisando disso.

-Nervosa com algo?

Ela franziu o cenho por um instante e falou em um sussurro.

-Problemas no trabalho.

Mas sorriu em seguida, um sorriso falso que eu conhecia. Quando não queria assunto eu exibia o mesmo sorriso.

-Mas tudo está certo.

Eu não queria falar. Ela não queria falar.

Portanto simplesmente seguimos em frente. Seria mais um dia de distrações.

E bom sexo.

-- -- --- -- --

No dia seguinte comprei o remédio. Li a receita e a bula com atenção, e comecei a noite. Meio comprimido durante dois meses.

Se havia uma esperança... Por menor que fosse...

Eu batalharia por ela.

E o tempo passou assim. Não senti nenhum diferença significativa na semana em si. Saori me acompanhou e confesso que me senti bem mais tranquilo com ela por perto.

No dia anterior a consulta com Saga, contei tudo a Saori, sobre meus encontros diários com Pandora. A princípio ela ficou satisfeita. Mas quando viu a foto dela, sua expressão tornou-se rígida, quase como de uma estátua.

-O que foi?

-Eu a conheço. Há algum tempo já a conheço. Ela trabalha nas empresas Yama. É Pandora Heistein.

-A conhece de onde?

-Os Yama são uma forte empresa concorrente dos negócios da minha família. Várias vezes Pandora e seus aliados entraram em disputas com os negócios dos Kido e se não atrapalharam, causaram uma bela dor de cabeça. Os Yama são na verdade uma espécie de disfarce, os Heinstein que realmente comandam tudo. Se verificar os papéis, verá que os Heistein são os donos, e Yama não passa do nome fantasia. Tudo a mesma empresa, a mesma direção, os mesmos negócios.

Fiquei meio surpreso com aquela notícia.

-Mas a concorrência não significa problema. O problema em si é a personalidade dessa mulher. Ikki, eu já tratei pacientes que se relacionaram com ela. E posso garantir que são pessoas imensamente feridas. Muitas de forma irreversível.

Ela me fitava de maneira séria.

-Não posso te obrigar a nada, mas posso te dar esse aviso: afaste-se de Pandora enquanto é tempo. Ela é capaz de te tragar para um buraco profundo. Ela é manipuladora, dissimulada, perigosa. Caso você a contrarie, posso te dizer sem problemas que ela irá desejar se vingar... E não poupará esforços para isso. Nem enxergará limites para te magoar onde achar que doa mais.

Parecia que Saori falava de outra pessoa para mim. Só acreditei no aviso por que eu conhecia a pessoa que estava me dando o alerta.

Ela sacudiu a cabeça, e me fitou outra vez.

-E como será com Saga? Se encontrará com ele amanhã?

-Sim, é o combinado. Espero que ele tenha falado com você, teremos que fazer a consulta aqui.

Ela pareceu surpresa.

-Oras, ele me disse que precisaria pedir meu consultório emprestado provisoriamente, que estava reformando o dele... Mas por que você sabe disso?

Abaixei a cabeça, ligeiramente envergonhado.

-Eu... Eu... Saga me confrontou, e eu acabei exagerando... Destruí o consultório dele.

Saori inclinou a cabeça e aquilo me deixou mais envergonhado, o modo como ela me olhava me fazia sentir pequeno.

-Mas... Bom, vocês entraram em um acordo sobre isso?

-Sim, eu vou... Pagar a reforma. E ele me exigiu comprometimento absoluto no tratamento.

-E você...

-Com certeza vou seguir a risca tudo que ele disser. Há uma chance de que eu... Ele me deu uma esperança.

-Esperança de que exatamente?

-De... Ficar bem.

Saori ergueu os olhos e pareceu pensar em algo. Ela simplesmente suspirou.

-Muito bem. É isso que todos queremos. Quanto à reforma, pague ele e depois me dê os valores gastos, eu irei ressarcir você.

-Não precisa Saori, eu posso pagar.

-Eu sei que pode. Mas eu que pedi a ele que cuidasse de você. E sei que Saga pode ser bem invasivo. Portanto, assumirei esses custos, tudo bem?

Bem... Não recusaria aquela gentileza.

-- -- --- -- --

Saga estava de bom humor. Quando cheguei no dia seguinte ao consultório de Saori, ele já estava lá. Saori permaneceu sentada no fundo da sala que ele usava temporariamente.

-Boa tarde Ikki.

-Boa tarde.

-Sente-se, por favor. Hoje quero ser objetivo.

-Vamos lá...

Aguardei um pouco. Saga parecia mais animado que o normal.

-Tenho boas notícias. E uma outra não tão boa. Qual quer ouvir primeiro?


Notas Finais


Pois é. O capítulo de hoje está encerrando algumas coisas que o Ikki queria mostrar. É mais um capítulo de ligação mesmo.

Na sexta posto o próximo. A demora foi por que a história teve uma ligeira mudança no final que não estava me agradando. Sabe quando você sente que falta algo?

Eu tava assim vendo o final... Aí parei, pensei, pensei, pensei...
E finalmente veio a ideia que eu achei perfeita.

Por isso a demora, revisar algo já construído e ter que repaginar deu mais trabalho que escrever e postar direto. Mas finalmente a fila andou.

Mais uma vez peço desculpas pela demora e agradeço a paciência.

Um beijo enorme no kokoro lindo de vocês e até o próximo ^^


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