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História Eu tentei - Besta acuada


Escrita por: Eric_Elgae

Notas do Autor


Olá pessoas ^^

Desculpem ficar uma semana sem atualizar. Aconteceram um problemas cavernosos semana passada e eu perdi totalmente a cabeça pra aparecer por aqui. Mas consegui graças a Deus resolver tudo e voltamos a vida.

O capítulo de hoje não tem nenhum aviso a mais.

Boa leitura!

Capítulo 8 - Besta acuada


Fanfic / Fanfiction Eu tentei - Besta acuada

 

Suspirei. Não é que eu me orgulhasse das minhas atitudes naquela época. Não me orgulhava mesmo.

-A princípio pensei em arrebentar a cara dele. Mas se eu fizesse isso ele com certeza me exporia ao ridículo contando a situação toda ao Shun, aos outros... Pior, ele poderia mesmo tentar algo contra... Sabe, contra ele. Não podia correr esse risco, se ele era capaz de me ameaçar, poderia fazer coisa pior. Então engoli toda a minha raiva e fingi.

-Fingiu?

-Fingi que estava tudo bem. Que eu era mesmo relapso em relação ao que tínhamos e que eu iria me dedicar mais. Mas ele precisava colaborar.

Saga me olhava fixamente.

-Você o manipulou.

-Sim. Deixei que se passassem mais duas semanas depois disso. Nesse tempo fui extremamente bondoso. Enchi ele de presentes, mimos, dei toda a atenção que ele quis.

-E depois?

-Durante esse período eu fiz vídeos. Fotos. Captei os piores momentos dele. Os mais ridículos. A hora em que fazia manha. Os momentos de birra. A vozinha infantil. Os momentos de troca de fralda e banho, e de mamadeira então... Como aquilo era ridículo.

-Ikki... Apesar das ameaças dele, você o considerava ridículo antes disso ou só depois desse episódio?

-Desde sempre, se quer saber. Diabos Saga, ele era um homem feito. Por que raios não foi atrás de algo que era adequado a idade dele? Eu posso aceitar o cuidado com os bebês do orfanato tranquilamente, mas se inspirar neles pra bancar o bebezão? Me poupe.

-Representando esse papel, ele era inofensivo, certo?

-Sim, de qualquer forma era sim.

-A ameaça surgiu quando ele viu a possibilidade de te perder então?

-É.

-Você acha que fez bem a ele Ikki? Representando esse pai que ele não teve?

Aquela era um pergunta difícil de responder. Ainda mais por conta dos acontecimentos na história toda.

-No começo talvez sim... Mas depois... Não.

-Você se sentiu bem durante o tempo que fez o papel de “pai” dele?

-Me senti ridículo, mas achava que estava fazendo bem pra alguém, e achava que isso poderia me fazer bem também um dia, não sei dizer ao certo.

Saga sacudiu a cabeça.

-Continue.

-Eu... Ao final dessas duas semanas  o coloquei de castigo. Disse que ele precisava ser punido pelas atitudes feias de destruir o quarto, sujar tudo e todo o resto. Ele começou a chorar, fazer manha, dizer que estava com medo. Mas eu como bom pai tinha que corrigi-lo ainda que aquilo não me agradasse.

-E...

-Eu estava filmando tudo. O coloquei no colo. Assim que abaixei sua fralda, o estapeei.

Saga piscou algumas vezes.

-Que cena terrível de imaginar. Consegue me descrever com mais detalhes?

-Posso tentar...

-Então tente.

Procurei as melhores palavras para descrever a cena. Acho que fui bem.

-Eu posicionei o celular por trás de uns livros, de forma que ele filmasse o quarto de frente. Gastei um bom dinheiro com microcâmeras e um sistema conectado ao meu computador para filmar o resto da cena. Usei mais duas câmeras, deixei uma com o zoom bem próximo da cama, e a outra em um enfeite do móbile. Levou um dia pra arrumar tudo de forma que o Kassa não desconfiasse de nada. Quando achei que tudo estava pronto, o levei para o quarto. Ele estava de fralda, camisa do pijama e uma chupeta pendurada no pescoço. Sentei-me na sua cama e mandei que ele se sentasse ao meu lado. Ele fazia a vozinha irritante de sempre. Eu disse que estava ali por que ele precisava ser castigado. Ele tinha sido um mau menino quando rabiscou o quarto e destruiu os presentes que o papai tão carinhosamente havia dado a ele... Como a expressão dele era patética.

Saga me analisava sem piscar. Acho que me excedi na descrição naquele momento.

-Eu me lembro da babaquice dele, quase miando em uma tentativa estúpida de imitar choro ao se encolher todo. Me levantei e desafivelei o cinto... Hahaha...

Acho que aquele lado meu Saga não tinha visto ainda. A minha risada de certo soou meio...

Maquiavélica.

-Qual a graça?

-A expressão dele. “Não papi...”, “Desculpa papi...”... Há, pelos deuses. Dobrei o cinto e me sentei. Mandei que ele se aproximasse e se deitasse por cima das minhas pernas. O virei de modo que ficasse com a bunda de frente para a câmera. Ele escondia o rosto nas mãos e ficava fungando.

-Então...

-Eu disse que iria usar o cinto se ele não se comportasse, mas por hora ia bater com a mão. Ele tinha que ficar quieto, pois ia aprender uma lição. Se tinha sido homenzinho para agir de forma errada, tinha que ser homenzinho para aguentar a punição. Dei o primeiro tapa com gosto, e ele soltou um urro um tanto exagerado e ficou esperneando de um jeito ridículo como eu nunca sequer imaginei antes. Prossegui estapeando e ele pulava, pedia “Por favor papi, chega...”. “Eu vou ser bonzinho papai, chega papai, por favorrrrrrrr...”

A expressão de deboche com nojo estampada no rosto de Saga estava realmente me dando nos nervos.

-Deixei a pele dele bem marcada. O escândalo que ele fez foi simplesmente ridículo. O coloquei pra dormir depois de colocá-lo no colo e fazê-lo repetir coisas como: “Eu serei um bom bebezinho”, “Não vou magoar o meu papi” e coisas do tipo. No dia seguinte dei início ao que culminaria no nosso rompimento.

-Por que eu sinto que não deveria ficar surpreso com mais nada depois de tudo o que você já me disse?

-Eu estou tentando te contar.

-Sim... Desculpe, prossiga. Não vou mais interrompê-lo.

-No dia seguinte eu comecei a pesquisar mais sobre Kassa. Eu sabia que ele trabalhava em uma companhia de produtos de exportação renomada. Era uma espécie de diretor da empresa, por isso morava bem. Era bom no que fazia. Ele só tinha na vida seu trabalho nas empresas Solo e...

Saga arregalou os olhos.

-Um momento. Você disse empresas Solo?

-Sim.

-Os Solo, responsáveis pela maior parte de transportes marítimos do país?

-Os conhece?

Saga deu um sorriso meio debochado.

-Se conheço? Meu irmão trabalha lá. É um dos diretores, há pouco tempo se não me engano foi promovido a vice-presidente. Mas é um mundo muito pequeno. Desculpe, continue.

Saga começou a mexer no computador enquanto eu continuava meu relato.

-Bem, eu fui até o prédio onde ele trabalhava. Eu pensei em acabar com ele expondo todas as cenas que coletara nos últimos dias. Nenhuma empresa séria permitiria que um funcionário que em sua intimidade se comportasse daquele jeito continuasse a trabalhar ali caso fosse exposto. Mas a questão seria como eu faria aquilo.

Saga resmungou algo, me incentivando a continuar. Mas mantinha os olhos fixos na tela do computador a sua frente.

-Pensei bastante em como expor Kassa de um jeito que eu permanecesse incógnito. O jeito mais fácil seria espalhar uma boa montagem pelo email da empresa, mas isso poderia ser contornado mais facilmente. Agora, se eu pudesse fazer com que os vídeos fossem exibidos no lugar certo para as pessoas certas... Eu me veria livre. Por que ou ele seria mandado embora e consequentemente iria sumir no mundo, ou seria remanejado na melhor das hipóteses pra algum lugar distante.

 -Pensou em tudo.

-Tentei ao menos.

-E como fez?

-Observei. Observei por algum tempo e então por coincidência, descobri um dos técnicos de informática disposto a fazer serviços extras se fosse bem pago. Essa parte que foi um tanto quanto indigesta.

-Indigesta?

-Eu conheci Jango. Um tipo mal encarado, convencido, até arrogante. Ele tinha uma estranha mancha no rosto. Topou me ajudar contanto que eu o pagasse.

-E quanto pagou a ele?

-Não foi em dinheiro.

-Não?

-É complicado...

Saga olhou para o relógio na parede.

-Bom, se precisa falar mais que o necessário prossiga. Faz parte do seu rompimento com Kassa essa situação?

-Foi o preço que paguei para me ver livre dele.

Saga ajeitou os cabelos atrás das orelhas.

-Vamos lá. Não nego que fico curioso quando você me diz que há algo novo a me contar.

-- --

Chegar até Jango não foi tão difícil quanto eu pensava. Bastou jogar charme para uma das atendentes e pedir para falar com alguém que pudesse me ajudar com uma certa “propaganda”. Logo me informaram que havia um tipo estranho que quando bem pago, fazia todo tipo de negócio sujo.

E acreditem, quando eu digo “negócio sujo”, é literal.

Jango me atendeu em seu horário de almoço. O homem devia beirar seus quarenta anos, era do tipo forte, em nada eu diria pela aparência dele que era um especialista em computação. Diria que ele fazia mais o tipo de trabalhador braçal.

E cheirava a cravo da índia. Não soube dizer se era o perfume dele, e se fosse o porquê diabos alguém usaria perfume de cravo.

De qualquer forma, fui direto ao ponto. Eu queria espalhar um vídeo pra toda a empresa, sem ser descoberto. Perguntei o quanto ele cobrava por esse serviço. Ele coçou a nuca e sorriu de maneira maliciosa.

-Isso nós negociamos, se eu aceitar fazer isso.

-Pago bem.

-Se eu gostar das suas razões, o serviço pode até sair de graça. O que tem nesse vídeo?

Hesitei em contar, mas afinal ele era a peça chave para a execução do meu plano.

-Quer ver? Vai ser melhor do que se eu explicar.

Ele deu de ombros.

-Tente não rir alto...

Me aproximei dele e fui mostrando os vídeos.

-Não terminei de editar tudo, preciso estar fora de vista e preciso tirar o áudio quando minha voz aparece. Mas é basicamente isso.

Jango mal piscava.

-Não acredito...

-Em que?

-Não acredito que o Kassa... Cara, ele é um dos figurões. Sabe? Está no topo da chefia. Peixe grande. Não consigo acreditar que ele se faz de bebê e...

Ele estremeceu.

-Curte essas paradas. Mas é você mesmo com ele?

-Sim, sou eu.

-Por que você quer fazer isso?

-Eu... Eu achei que seria uma brincadeira inocente quando tudo começou. Mas ele não é tão inocente quanto se fez. Por trás da máscara de bom moço há um réptil asqueroso. Ele me ameaçou e eu preciso...

-Acabar com ele.

-Sem me expor. Sim, é isso.

Jango pensou por alguns segundos antes de me perguntar:

-Como que funciona essa coisa?

-Que coisa?

-Essa coisa de se fazer de bebê e você bancar o pai, como é isso? É tipo uma tara de pedófilo covarde ou coisa do tipo?

-Não, na verdade passa longe disso.

Tentei explicar como pude a Jango que não havia conotação sexual na relação que eu tinha com Kassa. Sugeri que ele pesquisasse sobre isso, e ele disse que o faria. Seu olhar pareceu mais fixo em mim quando me perguntou se eu era gay.

-Isso não te interessa, eu quero saber do trabalho. Vai fazer?

-Me interessa sim. Eu topo o trabalho.

-E qual seu preço?

O sorriso de Jango foi um misto de satisfação e malícia.

-- --

Devo ter ficado quieto por algum tempo, pois ouvi Saga me chamando com certa curiosidade na voz.

-Ikki?

-Sim?

-Parou de repente. Está tudo bem?

-Está... É só... Hum...

-O que foi?

-Eu... Nada. De qualquer forma, eu tive que pagar pelo trabalho antes.

-E o que foi que Jango cobrou?

-Como sabe que foi algo?

-Só pelo seu tom e pela pergunta dele no final do que você me contou já percebi que o preço não foi pago em dinheiro.

-Não.

-Qual foi?

Suspirei.

-- --

-Uma noite?

-Uma noite. Só isso.

-Deixa eu ver se entendi: você faz o serviço se passar uma noite comigo? O preço é um transa?

Jango arqueou uma sobrancelha.

-Eu disse uma noite, não só uma transa. Claro que o sexo faz parte, não nego que quando pus os olhos em você...

Nem preciso falar que o fato dele falar que botou os olhos em mim já bastava, certo? Eu não teria que encarar nada que eu já não tivesse visto de qualquer forma.

Pelo menos eu assim achava...

-De qualquer jeito, eu tenho uma fantasia. Tem que ser com um homem. Você topa fazer isso?

-Uma noite pelo serviço?

-Mas não pode fugir.

-Não vou fazer nada que envolva ferimentos cara. Se eu ou você formos sair machucados...

-De maneira alguma. Não sou doente, não gosto de dor.

Não ia doer. Não ia ter machucados.

-Não tenho por que fugir então. Podemos fazer isso hoje?

-Tem tanta pressa assim?

-Mais do que você pensa.

Jango olhou no relógio.

-Eu saio depois das oito. Se quiser me encontrar as dez nesse endereço, estarei pronto para nossa noite. E de manhã, seu vídeo estará chegando aos olhos de toda a empresa.

-Eu não posso aparecer.

-Será uma vítima também, sem sequer ter a cara exposta. Deixe que dessa parte eu cuido. Sou profissional.

Ele estendeu a mão. Apertei selando nosso acordo.

-Então até mais tarde.

-- --

O dia passou rápido. Acho que mais ainda pelo fato da minha ansiedade estar a toda. Certifiquei-me de que Kassa ficasse tranquilo, e fui ao encontro de Jango. Se desse tudo certo, eu estaria livre no dia seguinte.

Eu já estava recuperado dos episódios cirúrgicos. Na verdade nem muito preocupado eu estava. Se não iria rolar um machucado ou coisa do gênero me bastava. Fiquei pensando sobre as coisas que poderiam acontecer, mas como Jango não me detalhara nada...

O endereço que Jango me passou era de uma casa em um bairro tranquilo, simpático até. Havia algumas casas iluminadas, mas poucas pela hora. Estacionei em frente a casa dele, um andar apenas, comprida, e de um tom de marrom escuro.

O jardim era bem cuidado. Ao lado do carro dele havia uma vaga, mas estacionei na frente dela mesmo. Caminhei até a porta e não demorou muito, Jango me recebeu. Usava camiseta e calça preta, parecia muito animado.

-Boa noite. Tudo bem?

-Tudo. Pronto?

-Tão direto assim?

Tentei parecer menos ansioso. Olhei em volta, mas nada havia na sala que demonstrasse algum tipo de fetiche.

-É que não tenho o costume de sair com caras assim...

-Relaxe. Vou cuidar bem de você. Aceita uma bebida?

Aceitei. E acredite ou não, eu me surpreendi.

Conversamos e bebemos por algum tempo. Jango fazia perguntas tentando me estimular a falar. Mas eu já conhecia aquele jogo.

Era o que eu mesmo costumava fazer.

Tirei a camisa em certo momento e vi os olhos de Jango brilharem. Ele tinha os olhos pretos, meio apagados. Me observou claramente não conseguindo disfarçar o desejo.

Fingi que não notei a cobiça. Me aproximei um pouco mais e vi que ele tremia um pouco. Aquela reação só poderia indicar uma coisa.

Nervosismo.

-Está tudo bem?

-Sim, sim...

Olho no olho foi o bastante para que ele não conseguisse se controlar mais. Começamos a nos beijar, e eu me surpreendi com o beijo dele.

Era forte, mas era bom. E fechando os olhos, de qualquer forma, eu só imaginava...

Só ele.

Ele.

Sempre ele.

Como não poderia ser diferente, me entreguei. Imaginei a boca que eu amava correspondendo aos meus beijos. E o melhor de tudo era que pelo menos até aquele momento, Jango não soltara um gemido sequer.

Aquele silêncio facilitava as coisas.

Prosseguimos de forma normal. Beijos, apertos, chupões...

Estávamos nus, e sim, eu me excitei dessa vez. O álcool apesar de não ser excessivo me relaxou e deu asas a minha imaginação.

Jango então fez uma confissão que me surpreendeu.

-Eu nunca chupei outro cara. Será que podemos fazer isso ao mesmo tempo?

-Nunca fez um “69”?

-Não...

Aquela expectativa... Eu já não estava ali, rolando com ele pelo sofá? Pelado? Por que achar que eu não iria continuar?

-Então vamos a sua primeira vez...

Nos posicionamos e tive que interrompê-lo algumas vezes. Jango estava meio nervoso, acabava mordendo ou arranhando e eu o alertava nesses momentos.

-Pode ir sem pressa. Temos tempo pela frente.

Ele realmente delirou a medida que eu o lambia. Tentava ao máximo segurar os gemidos, e assim ficou até o momento em que ficou de quatro. Com a voz abafada me pediu um tanto envergonhado:

-Pode me chupar? Aqui?

Afastando as nádegas ele começou a acariciar o ânus. Até então, por mais que não estivesse usando proteção nenhuma, estava tranquilo de lidar.

-Posso.

E comecei a trabalhar ali. Ele era limpo e por sorte não havia nada que me deixasse enojado ali.

Por enquanto.

Após alguns minutos eu parei para descansar a língua e fiquei masturbando-o. Curioso pela ausência de brinquedos, fantasias e coisas do gênero, resolvi perguntar:

-E então? Qual seu grande desejo que iria precisar de uma noite e você temeu que eu fugisse?

-Devo... Há... Devo... Falar agora?

-Se tiver vontade...

Jango virou a cabeça e sorriu.

Já eu perdi o sorriso na hora.

-- --

Saga tomou um copo de água.

-Antes que continue, eu acabei de falar com meu irmão.

-Seu irmão?

-Sim. Me adiantei para saber detalhes sobre o tal Kassa. A história que ele me contou foi realmente estranha.

-O que ele te contou?

Saga sacudiu a cabeça enquanto resumia a conversa.

-Um dia chegou um e-mail com um link para um vídeo. Todos os setores da empresa receberam esse e-mail: RH, contabilidade, jurídico, telemarketing, propaganda... Logo menos ele e os outros diretores tiveram acesso ao material onde um dos representantes da empresa interpretava um bebê bizarramente malcriado que apanhava e fazia birra. Além de momentos em banho, troca de fraldas, situações realmente inapropriadas para alguém na posição de Kassa. O que cada um fazia em sua vida privada não dizia respeito a ninguém ali, mas aquele tipo de exposição poderia afetar a imagem da empresa. De imediato a solução seria a demissão do funcionário.

-Hum... Jango me contou a mesma história.

-Pois é. Mas os outros acabaram intervindo a favor de Kassa. Ele não foi demitido, mas remanejado para um país latino. No mínimo cinco anos por lá. Teria que recomeçar a vida do zero. Ele não reagiu bem a notícia.

-Imagino que não.

-Kanon disse que ao conversar com ele, notou o desespero que havia tomado conta de Kassa. Ele tremia, chamava alguém de maldito, disse que aquilo não iria ficar daquele jeito. Insistiu que não poderia ir embora, que ele tinha uma vida construída ali, pessoas que precisavam dele, inocentes...

-Cínico.

-Independente da sua opinião, ele pareceu sincero. Mas se aquilo chegasse aos ouvidos do herdeiro dos Solo, todos corriam o risco de acabar indo pra rua. O rapaz que estava sendo treinado para assumir o controle da empresa era... Radical em alguns aspectos. O erro de um era o erro do grupo. Aquela situação era inadmissível. Kanon foi explícito: remanejo imediato ou demissão. E o remanejo significava que ele iria naquele dia mesmo para outro país, sem sequer olhar para trás. Diriam que ele foi às pressas cobrir um dos CEOS da região do México que sofrera um acidente. E Kassa não teve saída a não ser aceitar.

-Exatamente como Jango me contou.

-Então expondo ele a todos, você planejou a situação com a intenção de mandá-lo para longe?

-Não. Imaginei que ele surtaria e seria preso por tentar matar alguém lá dentro, ou se mataria ao se dar conta que fora demitido e não tinha outra perspectiva fora dali. Kassa adorava aquele emprego. Nunca sequer cogitara a chance de sair da empresa.

-Então seu plano...

-Saiu melhor que o planejado. Obviamente ele me ligou para me acusar, mas eu me fiz de vítima. O interrompi gritando, falando sobre a minha imagem, que eu devia aparecer nos vídeos então já que ele agia daquele jeito só comigo, minha vida ia acabar e não lembro mais o que. Sei que ele acreditou em mim.

-Isso foi baixo.

-Foi o que eu precisei fazer. E fiz. Kassa desapareceu, e com ele as ameaças e aquele estilo de vida que no fundo me sufocava.

-Nunca mais teve notícias?

-Nunca. Nem me interessei.

Saga me estudou por um longo tempo.

-O que é?

-Esse plano foi arquitetado de maneira cruel. Isso apenas pela menção de prejudicar alguém que você só tem nas suas fantasias. Você destruiu a vida de um homem.

-Não exagere. Ele está empregado no lugar que gosta, ganhando bem, e ainda teve a oportunidade de viver em outro país. Se ele reclamar, o faz de barriga cheia. Quem sabe lá ele não se dê bem com seu fetiche?

Saga meneou a cabeça em negativa.

-Mudar a força, abandonar seus hábitos e costumes, perder a familiaridade, tudo isso pode sim levar uma pessoa ao desespero e a morte. Não me surpreenderia se soubesse que ele morreu. Mas afinal, me tire a grande dúvida.

-Sim?

-Qual o preço pago para que isso tudo acontecesse?


Notas Finais


Pois é, o lado negro do Ikki apareceu finalmente...
Bem, espero que tenham gostado. Nos veremos na semana que vem. Quero agradecer imensamente a companhia, o carinho, os reviews e os novos favoritos. De <3, obrigado mesmo viu?
Beijos e abraços e até semana que vem!


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