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História Eu, um Gamer e um Bebê - O destino contra mim


Escrita por: Ambre_SweetLove

Notas do Autor


Oiii, demorei de novo mas finalmente postei!
Estava meio ocupada com a semana de provas, mas olhe só: FÉRIAS!!!
SIM! Férias :3 quem sabe agora eu consiga ser mais rápida? kkkk
Estou muito feliz, não só por isso, mas também por cada um de vocês que estão lendo. Sério, vocês não imaginam o quanto alegra meu dia ver um novo comentário ou favorito de vocês! Fico tão bem em saber que estejam gostando... E falando nisso, adivinhem só: ESTAMOS EM RUMO AOS 100 FAVORITOS!!! YEEEH
Sim... Estou muito feliz! Mas lembrando que isso só foi possível graças a vocês, queridos leitores <3 muito obrigada!

Então... Agora desfrutem deste capítulo, e da fic, que como falei, está em reta final. E sabe, estou pensando em fazer uma surpresa no fim! Mas bem... Aproveitem, espero que gostem, e Obrigada!
AMO vocês <3
#RumoAos100

Capítulo 14 - O destino contra mim


Fiquei assim um bom tempo, até ir parando de chorar aos poucos, me dedicando somente ao abraço. Ela não disse nada, apenas continuou a me acariciar. Logo, esfreguei -me nela e separei, a encarando. Ela sorriu e levou as mãos ao meu rosto, alisando minha bochecha; eu não conseguia sorrir, então apenas suspirei e segurei sua mão, enquanto ela continuava com as carícias.

-Ambre... Eu...

-Se for pedir desculpas novamente... Por favor, não fale nada...

- ... - Ela suspirou e fechou os olhos, me abraçando de novo.- Pode me fazer um favor?...

-Sim...?

-Seu irmão... Eu quero...  Não... Eu preciso conversar com ele... Você disse que está morando com o Nathaniel, então, por favor, será que poderia?...

-Não se preocupe... Falarei com ele...

-Obrigada...  - Ela aproximou e beijou minha testa.- Eu não queria ter demorado tanto...

-Tudo bem... O importante é que você está arrependida...

Ela sorriu.

- Bom... Depois de saber que eu iria ser avó... Acho que finalmente encontrei coragem para tomar uma atitude!... Mas mesmo assim, eu me segurei por tanto tempo...

-Mãe...

-.. Sim?...

-Estou feliz por saber que você se preocupava com a gente... Não precisa mais pedir desculpas... Pelo menos não para mim. Eu te entendo... Muito bem....

-Ambre...

Eu sorri fraco.

-Então... Poderemos nos encontrar mais vezes?

-Sim! - Ela sorriu também.- Mas não muito frequentemente... Sabe, por causa do seu pai...

-Eu entendo... -Suspirei.- Ei, como ele ficou... Depois daquele dia?...

-... Nervoso... -Ela desviou o olhar.

-Ele fez algo com você?...

-Ele não se atreveria... Eu sei lidar com ele de alguma forma...

-Hum... - Eu agarrava a barra da minha blusa de forma ansiosa.

-Não se preocupe... Apesar de tudo ele não fez mais nenhuma besteira... Ele está bem... - Acariciou meus cabelos.

-Obrigada...

Sorri encarando seus olhos. Era tão bom ter ela ali, junto comigo... Era tão bom saber que minha mãe, realmente, me amava... Era tão bom ver que ela me entendia... Era tão bom vê-la ali...

Continuamos a nos encarar até o celular dela tocar. Ela afastou, pegando o aparelho e visualizando entre um suspiro. Me olhou.

-Eu preciso ir...

- ... O-

-Francis não sabe que vim aqui... E por hora, melhor não saber...

Abaixei a cabeça. Ela veio até mim e levantou meu rosto, beijando minha testa sorrindo fraco.

-Entrarei em contato assim que possível... Com você... E com seu irmão... Se cuidem!

Hesitou em se afastar, mas logo sorriu fraco, retirando as mãos de meu rosto e saindo andando, em rumo ao caminho de casa. A observei ir, e sorri, suspirando. Aquela era a minha mãe...

-Parece feliz...

-Ham? - Me virei. - Félix?...

-Olá, Ambre... - Ele sorriu e aproximou.

-O-o que está fazendo aqui?

-Vim te buscar! Faz um bom tempo que não faço isso... - Riu, me abraçando com um dos braço.

-Entendi... - Ri também, pegando no pulso dele.- Então vamos?

-Sim, desde que possamos conversar no caminho...

Assim que assenti, começamos a andar em direção ao apartamento do meu irmão, enquanto eu contava a ele o que tinha acontecido no meu dia, e como fora a conversa com minha mãe.Ele sorria e se atentava com cada detalhe. Deixei para falar sobre Armin por último, e corei de leve enquanto sorria fraco. Eu estava tão feliz por, possivelmente, gostar dele... Afinal, ele era tão fofo e divertido... Ok, talvez eu ache isso pois tenho motivos, mas mesmo assim!

Félix não argumentou, apenas sorriu suspeito, o que me fez emburrar. Ele riu e logo entramos no prédio, pegando o elevador e adentrando o apartamento. Assim que chegamos, sorri e corri até meu irmão, o abraçando carente e feliz. Ele riu e retribuiu, logo me encarando com a sobrancelha arqueada, me pedindo explicações. Contei o que fiz na cara de pau, afinal, ele conhecia a irmã que tinha, né? Ele suspirou e deu um peteleco em minha testa, ameaçando a me deixar de 'castigo'. Emburrei, e aperte ele, logo rindo fraco. Assim ficamos enquanto Félix observava de longe, se preparando para fazer o jantar. Logo depois, nossa n tarde e noite seguiram normalmente: comer, assistir, conversar, bagunçar, se preparar e ir dormir. Já estava tudo apagado, eu estava deitada pensativa e meu irmão acabara de sentar na cama, puxando a coberta para deitar. Aproveitei a oportunidade e me revirei, o encarando séria; ele me olhou e sorriu leve.

-Algo errado?

-Talvez...

-Me diz o que está acontecendo... - Esticou a mão, acariciando minha cabeça.

-Bem... - Fechei os olhos, aproveitando.- Não sei  como lhe dizer...

-É algo muito sério?... Pode confiar em mim, Ambre...

-...

-E então?....

 O encarei, ele parecia aflito, então apenas suspirei baixo e me aproximei, esfregando meu rosto em seu peito.

-Eu... Eu encontrei nossa mãe na saída da escola...

-O-o que? - Ele sentou surpreso, parando as carícias.

-Nossa mãe... Eu falei com ela assim que saí da escola... - Me sentei o olhando.

-A-ambre... Você sabe o quanto isso  foi perigoso? E se nosso pai estivesse olhando vocês e-

-Ele não estava... Mamãe estava sozinha....

-A-

-Nath... Eu acho que você vai compreender quando falar com ela...

-F-falar com ela? Mas-

-Nath!

-...

-Por favor... Você precisa ouvir o que ela tem pra falar... Você tem que entender...

Eu o encarava insistente, e ele me olhava enfraquecendo. Suspirou.

-Tudo bem... Desde que não seja nosso pai... E que seja por você...

-Obrigada!!!- Não me segurei, sorri largo e pulei nele, o abraçando.

Ele retribuiu, mas desviou o olhar preocupado. Eu nada disse, apenas fiquei séria e beijei a bochecha dele, o puxando fazendo-o deitar.  Dessa vez, o acomodei em meus braços, com sua cabeça um pouco abaixo no meu pescoço, afagando seus cabelos enquanto tentava dormir e fazê-lo se acalmar. Parece ter funcionado, pois ele logo se aconchegou e adormeceu. Sorri fraco, beijando o topo de sua cabeça e deitando mais pra baixo, lhe contando os detalhes que escondi sobre Armin. Ri fraco, antes de fechar os olhos abraçada a ele e dormir.

Na manhã seguinte, acordei e segui meus costumes como sempre;  exceto enquanto esperava Félix fazer o café, nesse momento, me sentei na sala com as pernas cruzadas e comecei a encarar o teto, pensativa.

"O que eu posso usar como desculpa pra conversar com ele?... Quer dizer, acho que agora para nós é normal chegar o nada puxando assunto... Mas eu gostaria de algo que realmente o prendesse... Quer dizer, que o fizesse ficar um bom tempo comigo... as será que ele já não ficaria bastante junto a mim só de eu pedir? Não... Ainda tem meu rival... Aquele PSP! Falando nisso ele levou o meu... Ei, se eu pedir de volta talvez consiga o abordar pelo menos. Mas mesmo assim, preciso de algo a mais como....'

Olhei em volta até me deparar com um envelope branco em cima da estante. Me certifiquei que não fosse algo pessoal de ninguém e me aproximei, pegando papel.  Era liso, sem informações... Então, apenas o abri e puxei o documento de dentro, arregalando levemente os olhos.

"O ultrassom..."

Na hora, as cenas de meu pai furioso a ameaçar-nos passaram em minha cabeça, e soltei um suspiro triste, voltando a envelopar o exame. Mas, então,lembrei  que não adiantava nada eu ficar ali tentando esquecer aquilo... Já tinha acontecido! E era passado... E não devemos esquecer o passado... Somente aprender com ele...

"Estou parecendo uma anciã..."

Ri com meu pensamento e tirei o documento de dentro, abrindo o mesmo enquanto o acariciava e sorria fraco, um tanto feliz. Logo, senti alguém tocar meu ombro olhando o papel curioso, enfim sorrindo também.

-Então... Esse é meu sobrinho? -Sorriu meigo.

-Sim... -  Sorri.-  E é o meu bebê...

Ele continuou a sorrir e me abraçou por trás, beijando minha testa. Ficamos assim por um tempo, até Félix gritar da cozinha para qual fomos logo em seguida. Comemos e no arrumamos, guardei o documento em minha bolsa e ajeitei a mesma em meu ombro, esperando Nathaniel e me despedindo do ex-mordomo. Seguimos juntos para a escola, enquanto eu sorria animada para mostrar os exames, não só há Armin, mas aos outros também.

Assim que adentrei o prédio, me separei de Nathaniel e fui em direção a sala de aula, onde provavelmente a pessoa que eu mais queria ver estava. Mas não foi bem ela quem encontrei.

-Ambre! Finalmente chegou!

-Bom dia, Ambre!

Eram Li e Charlotte. Segurei firme a alça da bolsa e sorri, entrando.

-Bom dia a vocês duas... Estavam me esperando?

-Digamos que sim e não! Mas enfim...Queríamos conversar com você!

-Fiz algo errado? - Brinquei.

-...

O silêncio delas já pesava sobre mim.

-Okay... O que aconteceu?

- Ambre, nós não aguentamos mais...

-Do que estão falando?

-Seu tal 'segredo'... Queremos saber mais sobre ele...

-Q-quer dizer que vocês-

-Nos conte! Agora...

"E-elas estão me... pressionando?"

Travei. Eu ia contar a elas, eu iria! Mas eu precisava estar preparada... E no momento, isso é uma coisa para qual eu não estava pronta...

-E-ei... eu não c-consigo ainda... Por favor, me deem um pouco mais de tem-

-Por que você não confia em nós, Ambre?

-E-er?

-Qual o problema em nos contar um segredo? Pretende o esconder mesmo depois de sermos as únicas a querer ficar com você? Ou será que esse segredinho não passa de uma forma  que usou para se livrar da gente?

-... O que está querendo dizer, Li?...

-Cai na real, Ambre... Desde que começou a esconder coisas da gente, está ficando cada vez mais distante. Além de estar se aproximando mais daquele grupinho irritante...

-... Por que está dizendo essas coisas? Pensei que tínhamos nos resolvido aquela vez que...

-Que você desmaiou? Só dei uma aliviada porque fiquei um pouco preocupada... Mas você  já está bem, então posso te pressionar!

"Você está claramente dizendo isso assim?.. Por que tão de repente?..."

-...

-E então, Ambre? Vai nos contar?...

-Por que estão fazendo isso comigo?...

-Nós? Fazendo isso com você? A pergunta é por que VOCÊ está fazendo isso conosco!

-Ambre, apenas fale!

-...Parem, por favor...

-Ambre!- Li se aproximou, nervosa.- Apenas diga o que está escondendo! Não pode ser tão ruim quanto o que já fizemos com os outros, né? Ou pode?

-...Não fique usando o passado como argumento...

-Olha só... Além de tudo virou gente pra dar lição de moral... Pare de graça e venha logo aqui!

A morena se aproximou, puxando a alça de minha bolsa com força. Segurei firme o objeto envolvido em meu ombro,e fui levada junta, sento colocada contra a parede, enquanto as duas me cercavam, me encarando com seriedade. Não era tão ruim o fato e eu contar tudo a elas... Mas eu não queria que fosse dessa forma. Será que eu demorei demais novamente? Será que estou fazendo tudo errado de novo?... Meu coração começou a acelerar, senta minha respiração ficar pesada... Eu não queria desmaiar de novo, eu só queria... Sair dali... Eu não aguentava mais ser pressionada assim... E-eu...

-O que está acontecendo aqui?

Minha visão embaçou por alguns segundos, e fechei os olhos arfando baixo.

-Ambre! - Rosalya correu até mim, segurando meus ombros. - Ei, o que vocês duas estavam fazendo?

-Não é da sua conta! É assunto nosso!

-Exato e além do mais... Não iríamos fazer nada de mais, apenas conversar.

-Claro, estou vendo! Tanto que ela está quase passando mal, né?

-Quem é você para dizer algo?

-Amiga dela!

-Errado! Nós é quem somos amigas dela! Ainda me pergunto o que ela te ofereceu para ficar dizendo essas baboseiras por aí...

-Está insinuando o que?

-Que uma pessoa 'certinha' como você nunca seria amiga de uma garota como a Ambre!

-... - Abaixei a cabeça.

-A única a falar baboseiras é você! E aceitando ou não, eu não só posso como sou amiga dela! Eu a ajudo e gosto de passar meu tempo ao lado a Ambre, diferentemente de vocês, pelo o que eu vejo!

-Você nem sabe o que estava acontecendo, por que não cala a boca?- Charlotte interrompeu as outras duas.

-E em que lugar você acha que está para mandar nos outros assim?

-Em algum lugar acima de você, aposto!

Logo, a discussão entre as três se tornou um alvoroço, e eu não conseguia mais distinguir as vozes e falas. Eu estava mal. Me  sentia uma inútil por não poder fazer nada, então apenas deslizei pela parede, caindo sentada.

-Parem... Por favor... - Eu murmurava enquanto subia minha mão a cabeça, não aguentando mais.

A situação piorava a cada segundo, e elas comearam a dar passos a frente, cada vez mais próximas. Fechei os olhos esperando o pior, enquanto a vontade de chorar vinha a tona. Eu estava tão frágil... E odiava isso!

-Que confusão é essa!

-O que foram esse gritos? - Eram alguns professores e meu irmão.

-Ambre?... Ambre! - Nathaniel correu até mim, se abaixando.- O que aconteceu? Por que está no chão? Está machucada? Está bem? Por que estava chorando? O QUE ESTÁ ACONTECENDO??

Ele olhou feio para as garotas, que se calaram com a chegada dos adultos. Balancei a cabeça em negação e o abracei, fazendo-o se acalmar, preocupado comigo. Logo, os professores começaram a interrogar as outras e lhes pedir explicações; elas não aguentaram e começaram uma nova discussão, o que resultou na ida das três para a diretoria. Não fui acusada de nada, apenas sai como vítima e testemunha, e enquanto as três iam a direção, meu irmão me levou a enfermaria. Eu estava com pena... Era tudo culpa minha... E isso era o que me doía. Nathaniel passou as duas primeiras aulas ali comigo, conversando e tentando me confortar, mas eu me recusava a ouvir "A culpa não é sua". Bom, nãopor tanto tempo... Ele era insistente, e acabou por me fazer ver que não era só por minha causa toda essa confusão. Finalmente me senti mais leve.

Não  demorou muito, e Alexy chegou, 'trocando' de lugar com meu irmão, que fora chamado mais de quatro vezes mais insistiu em ficar ali comigo. Nos despedimos e comece a conversar com Alexy, contando cada detalhe, exceto sobre o ultrassom (anda queria fazer uma surpresa).

-... E vim para cá, enquanto elas foram falas com a Sra. Shermansky...

-Que confusão... Espero que a Rosa esteja bem! - Suspirou mas logo sorriu.- Mas e então, o que queria tanto mostrar ao meu irmão?

-Bem... - Sorri.- Prefiro te mostrar agora mes...

-O que foi?...

-Minha bolsa, a esqueci na sala...Alexy!

-Já entendi! Volto logo.

Ele sorriu animado e levantou,andando para fora da sala. Suspirei  cansada e me acomodei, olhando o teto pensativa, fechando os olhos por alguns segundos. Então, ouvi a porta se fechando e sentei levantando a cabeça.

-Ale-...

Me calei, séria.

-Não dessa vez...

-...Oi,Castiel... - Deite de novo, suspirando.

-... - Ele se aproximou de onde eu estava, parando com a mesma expressão de sempre.

-O que foi?... Não veio pegar alguma coisa ou algo assim? Não vou te atrapalhar!

-EI, não fale do que não sabe... Ninguém gosta de uma menina que acha que sabe tudo.- Suspirou, puxando uma cadeira e sentando.

-Ainda não entendi o por que está aqui...

-E importa?

-Bom, se estou falando isso, é por que importa sim!

-...Quer saber? Dane-se... - Virou o rosto.- Vim ver como você está...

-...Como?

-Melhor não pensar nada errado! Foi o Lysandre que me obrigou a vir...

-Ele te obrigou?... Por que ele queria que você viesse me ver?

Ele deu de ombros.

-Por bobagens...

-...

-...

O silêncio tomou conta do quarto.

-Bom, já fiz o que tinha que fazer, finalmente posso ir!- Ele se levantou e começou a andar.

-Ei,Castiel... - Eu estava pensando, até o momento.

-Já estou indo embora! - Seguiu.

-Lysandre falou pra você vir... Por causa da conversa que tive com ele, não é?

-... - Ele parou.-  Não sei do que está falando!

-Ele prometeu não contar nada do que eu falei, e com certeza não contou.- Desci da maca, ficando de pé.-  Mas o pouco que disse te deixou curioso, não é?

-Pare de falar besteira!

-Apenas admita!E então te deixo em paz...

-... - Ele olhou por cima dos ombros e suspirou, ficando de lado.-  Se for pra você me deixar em paz... Sim, eu fiquei curioso! Tem algum problema com isso?

"Eu sabia!"

-Não, nenhum! - Sentei novamente na cama da enfermaria.-  Mas sabe, se quiser dizer alguma coisa...

-Eu nem queria ter vindo, no fundo... Por que iria querer dizer alguma coisa?

-Você nem queria ter vindo... Se veio, é por que alguma coisa quer  fazer... Ou dizer...

-Não vim fazer nem dizer nada só...

-Só...?

-...

-... Vai falar?

-Cala a boca! Não me pressiona assim!

O olhei e soltei uma risada baixa, sua expressão fora engraçada.

-Que foi? Tenho cara de palhaço agora?

-Mais ou menos... Quer dizer... - O encarei segurando a risada.

-Ei! Escuta aqui! Quem te deu direito pra falar isso de mim? - Ele demonstrou revolta.

Não sei por que, mas eu estava achando aquilo muito divertido. Ele não parecia estar bravo, apenas disfarçando. Eu me sentia bem...

-Ambre, eu voltei! - Alexy chegou na porta cantarolando.

-Hum? - Castiel olhou pra porta e voltou a andar até a mesma.- Estou saindo! Chamem caso a situação fique perigosa...

Saiu.

"Ele estava oferecendo ajuda?... Mas o que-"

-Depois do Armin ter acordado cedo e se arrumado todo pra escola, sem eu precisa falar... Essa foi a coisa mais estranha que já vi! - O garoto entrou, olhando para a porta.

-O Armin fez isso?

-Sim... Parecia animado com alguma coisa... Da qual não me falou, aliás! O que foi esquisito, já que ele sempre me conta as coisas...

-Que estranho... - Abaixei a cabeça, agora com meus pensamentos em Armin.

-Bom de qualquer forma... Trouxe sua bolsa!

-Obrigada! - Logo o encarei e sorri, pegando e abrindo a mesma.

-O que quer me mostrar? -Ele balançava as pernas ansioso, já sentado.

-Isso... - Sorri, puxando o envelope e entregando pra ele. 

-"Isso"?... - Pegou confuso.

Logo, encarou o branco curioso e puxou o exame , o abrindo e analisando. Um sorriso radiante se formou em seu rosto, e Alexy avançou me abraçando forte. Então, ele começou a falar enquanto me olhava e encarava o exame, animado,  me dizendo tudo o que imaginava sobre seu sobrinho, e como seriam as coisas que fariam. Eu ria, me alegrando só de vê-lo. Ficamos um bom tempo assim, até a enfermeira voltar perguntando meu estado. Escondemos o documento e eu a respondi, afirmando estar tudo bem. Logo, ela me liberou e agradeceu a Alexy; desci da maca e saímos da sala juntos, até o sinal bater. Corremos pra sala de aula, onde as três de antes já estavam. Suspirei baixando a cabeça e sentei no mesmo lugar de sempre, encarando cada uma. Li virou o rosto... Charlotte fingiu não me ver... E Rosalya, bem, sorriu fraco, desviando a atenção para o livro. Suspirei, prestando atenção na aula.

O sinal bateu depois do tempo determinado, e todos se retiraram para a aula de artes,exceto eu, que fiquei para, me sentindo culpada. Rosalya se aproximou devagar, pois também tinha ficado.

-Ei...

-Oi...?

-Oi... - Se sentou sorrindo fraco.- Ambre, não fique assim... Está tudo bem...

-Não, Rosa, não está... Olhe o que eu fiz com vocês...

-Ei, você não fez nada! Aquilo só aconteceu por que eu insisti em discutir com elas... Além do mais, você estava em apuros! Valeu a pena...

-... - A olhei, suspirando.-No que deu tudo isso?...

-Chamaram nossos pais! Vamos vir depois da aula para conversar...

-Ai meu deus, Rosalya eu- Bati minha mão na testa.

-Shhh... - Ela me abraçou.- Pense pelo lado bom... Pelo menos não foi você... E seu pai...

Arregalei os olhos e a encarei, sem saber como reagir.

"E-ela sabe?..."

-V-voc-

-Sim, eu sei... Félix me contou. Sinto muito por aquilo Ambre... -Suspirou, apertando o abraço.

-... - Suspirei também, fechando os olhos.

-Mas não se preocupe! Eu, o Alexy, seu irmão... Estaremos todos te apoiando! Não deixaremos ninguém tocar em você... Ou no seu bebê!

-... Rosa...

-Sim?...

-Obrigada... - Sorri fraco, a abraçando.

-Não me agradeça...

Ela sorriu,e afagou meus cabelos, logo separando e começando a conversar comigo. Me obrigou a mostrar o exame para ela (já que Alexy tinha comentado ante de sair), e assim fiz, o que resultou em uma reação tão animada quanto o do garoto. Eu ri e logo levantamos, correndo para a outra sala ao lembrar da aula de Artes; levamos uma bronca, mas só nos encaramos e rimos, entrando e indo para os lugares. O resto da manhã passou normal, e eu já me sentia melhor, apesar de meu coração estar apertado... Mas eu já havia me decidido... Depois de tudo o que aconteceu, eu finalmente contaria para elas! Em meus planos, tudo estava ocorrendo bem, exceto uma coisa que me preocupava...

"Onde está o Armin?"

Alexy tinha falado da atitude do garoto de manhã, e aquilo atiçou minha curiosidade. Mas, mais estranho que isso foi ele não ter dado as caras a manhã toda... Eu estava preocupada. Onde você está?... Meus pensamentos de aflição foram interrompidos quando avistei Li e Charlotte no andar de cima, perto da escadaria. Elas estavam agindo de modo suspeito, eu sabia...Afinal, as conhecia bem. Comecei a subir os degraus devagar, até ter uma visão completa da cena... De ambas preparadas para lançar um balde de água pela janela. Mas a quem elas estariam querendo acert... Rosa!

-Ei, esperem!- Corri, até chegar lá em cima.

-Hum?! - Elas se viraram.- Olhe quem está aqui... Olá, Ambre! Veio ver a vingança?

-...Não façam isso...

-E o que nos impede?

-... Eu quero contar tudo... Mas se fizerem isso,  não poderei mais confiar em vocês... Então, por favor...

-...

Elas se entre olharam, e Charlotte abriu a boca.

-Você tem dois minutos...

-Obrigada... - Sorri aliviada e puxei  o exame, não sem antes as encarar.- Primeiramente, me desculpem por hoje mais cedo...E segundo...

Estiquei o papel. Ambas me olharam e pegaram o papel, o abrindo e puxando o documento.Analisaram, sem interesse ou surpresa alguma.

-Um exame de ultrassom? Por que nos deu isso?

-Está caçoando da gente ou algo assim?

-N-não, vocês entenderam errado... - Suspirei, tomando coragem e baixando a cabeça.

-Esse exame é meu... Eu estou grávida...

Elas arregalaram os olhos, desacreditadas, e olharam o exame várias vezes, antes de voltar a me encarar.

-Ambre, v-você...

-Sim... - Eu sorria.

-I-isso é...

-Simplesmente...

-... - Eu apenas sorria, somente.

-Pior do que eu pensava...

Meu sorriso se desfez.

-Isso é um bebê?... Um bebê, Ambre?! E já está tão grande... Quer acabar com sua vida?

-H-ham?

-Fala sério, Ambre... Com uma coisa dessas você não vai mais poder ficar saindo, nem indo pra balada com a gente... Nem ficar vários garotos. Não poderá fazer mais nada divertido!

-Concordo com a Li...

-Esse bebê só vai te prender! Atrapalhar sua vida... E já começou. Veja o que ele fez, te afastou de nós...

-O-o que  v-voc-

-Por que não o aborta logo?

Minha voz sumiu. Elas estavam mesmo falando tudo isso?... Me pedindo para fazer uma coisa dessas?... O que estava acontecendo... Não era pra ter sido assim... Não era pra ser assim!

-Verdade... Se fizer isso, além de livre, também poderá voltar a sair e ficar com a gente!

"Parem..."

-Sim, e além do mais, não acho que o pai desse bebê queira realmente assumir ele. Deve ser um desses garotos quaisquer com quem ela fala de vez em quando...

-Deve? Tenho com certeza que é! Ou senão... O Castiel?

"Não o metam nessa história, parem..."

-Eu sabia que se envolver com ele acabaria em burrada...

-Pelo menos ela ainda tem uma solução! Vamos, Ambre! - Li pegou em minha mão.- O primo da minha amiga já fez isso várias vezes com algumas garotas que apareciam grávidas lá na clínica dele... Com certeza vai resolver seu problema e-

-E então você poderá voltar para nós.

-Exatamente! Vem, mais rá-

-ME SOLTA! -Puxei meu braço forte, a fazendo se assustar.- EU NÃO VOU A LUGAR ALGUM, E MUITO MENOS FAZER ISSO! EU QUERO ESSE BEBÊ, E VOU FICAR COM ELE!

-...

Elas suspiraram

-Ambre, pare de cena... Prefere mesmo essa coisa do que nós? Justo a gente, que sempre estivemos do seu lado, mesmo você sendo uma das piores pessoas dessa escola? AS SUAS  ÚNICAS AMIGAS?

-UMA AMIGA NÃO DIRIA ESSAS COISAS! E NEM FALARIA PARA MIM FAZER ALGO TÃO ABSURDO!

-NÃO FALARIAM? ENTÃO UMA AMIGA SUA DEIXARIA VOCÊ PERDER A LIBERDADE ASSIM?

-EU NÃO ESTOU PERDENDO MINHA LIBERDADE! VOCÊ SÓ DIZ ISSO POR QUE NÃO AGUENTA VER EU ME APROXIMAR DE OUTRAS PESSOAS! PRINCIPALMENTE PELO FATO DE AGORA NÃO TEREM COMO SE SAFAR DE CASTIGOS OU QUALQUER COISA ASSIM, JÁ Q UE A IRMÃ DO REPRESENTANTE NÃO ANDA MAIS COM VOCÊS!!

-ENTÃO ESTÁ ADMITINDO QUE NOS TROCOU, É ISSO!

-EU NUNCA TROQUEI VOCÊS! NA VERDADE, FIZ ISSO PARA NOS APROXIMARMOS MAIS! MAS JÁ VI QUE NÃO FALE APENA... Afinal... VOCÊS NÃO PASSAM DE DUAS IMBECIS EGOÍSTAS QUE SÓ PENSAM EM SI MESMAS!

-Exatamente como você há um tempo, não lembra?

Me calei, ofegante as encarando. Elas me olhavam sérias, com um certo desprezo e nojo. Recuperei o fôlego, passando as costas da minha mão em meus lábios, fechando os olhos.

-Pelo menos eu escolhi mudar... E vocês? Preferiram continuar a ser como antes... Egoístas... E ainda resolveram me dizer tudo isso... Não sei como consegui ficar com vocês por tanto tempo... Vocês não merecem de denominar amigas... Afinal, são apenas aproveitadoras...

-... Você...

-Não fale comigo... Esqueçam tudo que já passamos até agora... Não quero mais olhar para vocês... Li, Charlotte...

-... - A morena me encarou, cerrando os olhos séria.- Ambre, você irá se arrepender por isso... Por nos tocar, por se envolver nessa situação horrenda, por nos falar essas coisas achando que tem direito de algo... Você vai se arrepender muito... Guarde isso!

Foi tudo o que disse, antes de se virar andando.Charlotte me encarou com sua expressão neutra, e se virou de frente pra mim, aproximando e esticando a mão que segurava o papel.

-Isso é seu... Depois não diga que não avisamos, loira...

Falou, antes de se virar e seguir Li. As observei até ambas sumirem de vista e, quando isso aconteceu, me desabando em lágrimas. Abracei forte o papel, enquanto soluçava e praticamente gritava , sem conseguir me conter. Aquilo me doía... Me machucava... Eu estava tão despedaçada internamente... Por que as coisas são dessa forma? Por que quando acho que vai ficar tudo bem algo assim acontece?... Por que eu não consigo ter uma vida feliz?... Não sei responder...Eu não sabia responder... Então,apenas chorei. Sim, eu só podia chorar...

Fiquei um bom tempo naquele estado, até me acalmar. O exame se encontrava a,assado em meu abraço, e minha cabeça doía de tanto eu chorar. Suspirei fechando os olhos, e brevemente levei minha mão a barriga, a acariciando.

-... Você não vai fazer nada disso comigo... Você não tem culpa... Não as ouça, okay?...

Suspirei novamente, e olhei pra cima. Será que algo poderia me fazer sorrir agora?... Espera... Eu sei, não de algo, mas de alguém...

"Armin..."

Limpei meu rosto molhado, passando a barra de minha blusa várias vezes na esperança de tirar a vermelhidão junto. Me levantei, me recompondo, deixando de lado aquele momento ruim, aproveitando para colocar o balde em um canto longe dajanela. Respirei fundo e comecei a andar pela escola, verificando sala por sala, canto por canto. E então, depois de muito andar, finalmente  ouvi sua voz..

-Armin...

Eu sorri, fazendo minha melhor expressão, abraçando o ultrassom contra os peitos, até chegar na porta animada, sorridente por poder vê-lo.

-AR-

Me calei, assim que me deparei com a cena... De Armin por cima de uma garota, sorrindo, com a mesma rindo corada e segurando os braços dele. Dei um passo atrás, sentindo minha boca e coração estremecerem.

"Lynn... Você voltou..."


Notas Finais


E então, o que acharam? Gostaram? Está bom? triste? Legal? Feliz? Teorias? O que esperam para o final?
Comentem e compartilhem :3 (se quiserem ughuhhu)

Vamos lá gente, vocês são os melhores!!

Thanks por lerem!


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