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História Eu, você e a Lua - Capítulo IX


Escrita por: p3trova

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 10 - Capítulo IX


"Quando você não está aqui, eu sufoco. Quero sentir o amor correr pelo meu sangue. Me diga, é agora que desisto de tudo?" -  Writing's on the Wall, Sam Smith. 

 

Deixou a boneca de pano escorada na cama. Levantou-se preguiçosa, levantando os bracinhos para alongar-se, seu corpo diminuto estava dolorido por ter permanecido tanto tempo naquela mesma posição.

Desceu as escadas correndo e levou um esporro do pai para que fosse mais cuidadosa, uma vez que estava de meias e poderia cair já que o piso de madeira era escorregadio. Desacelerou os passos, obedecendo.

Caminhou atrás do pai em direção a sala de visitas e franziu o cenho, não se lembrava de o pai ter comentado sobre receberem visitas aquela tarde. Ao chegar na vasta sala, um homem alto e um garoto pré-adolescente, de belos cabelos prateados, estavam ali, aguardando-os.

Mais tarde a pequena Hyuuga descobriria que aqueles eram Hiroshi e Toneri Otsutsuki. Mais tarde ela também descobriria que aqueles dois gostariam de unir o clã Otsutsuki com o clã Hyuuga.

Seja lá o que aquilo significasse.

 

- Vocês podem pedir para que sirvam o jantar. – Toneri pediu a uma senhora, rechonchuda de óculos redondos, que aguardava a ordem ao lado da vasta mesa. Hinata, na outra extremidade, estranhou o fato de uma mesa tão grande para somente os dois.

- Huh, seremos apenas nós? – A Hyuuga perguntou mais baixo do que pretendia.

- Hm? Ah, sim. Eu queria que você se sentisse mais à vontade, Hinata-chan. Se não me falha a memória, você costumava ser muito tímida. – O homem sorriu-lhe e o rosto de Hinata corou levemente.

- Ah, bem. Acho que melhorei um pouco nisso, afinal não sou mais uma criança. – Abaixou os olhos perolados para as mãos que brincavam com o tecido do vestido lilás. – Desculpe, não quis parecer rude. – Levantou os olhos arrependendo-se do que havia dito, saiu naturalmente, antes que ela pudesse evitá-lo.

- Sem problemas. – Toneri soltou uma risadinha nasalada. – Fico feliz em saber.

O jantar começou a ser servido e Hinata teve que se concentrar para não parecer uma idiota de queixo caído. Uma enorme variedade de comidas típicas do País da Água se encontrava ali, chegava a imaginar que era desperdício toda aquela comida apenas para eles dois, desejou que Naruto e Sasuke estivessem ali para se alimentarem também. Uma vez que pareciam eras desde que eles tiveram uma refeição adequada.

Ficara tão concentrada em experimentar a maior quantidade que conseguisse das iguarias ali dispostas que se esqueceu completamente de seu objetivo principal naquele lugar: Conseguir respostas do homem a sua frente. Ele a observava com expressão divertida, esperando que ela se satisfizesse para então começar um diálogo. Percebendo os olhos claros cravados em si, a mulher ajeitou-se em sua cadeira, com as bochechas extremamente avermelhadas. Imaginou que parecia uma boba esfomeada, não que naquele momento ela não fosse uma.

- Eu... Preciso de algumas respostas. – Pronunciou tentando parecer mais firme do que realmente estava, evitava o olhar de Toneri a todo custo, os olhos intensos do homem a deixavam desconfortável.

- Sei disso. Então, pode perguntar o que quiser. Farei questão de esclarecer suas dúvidas. – Sorriu.

- Por que nós fomos atacados e como você sabia onde estávamos? – Franziu as sobrancelhas tentando parecer tão séria quanto desejava, encarando-o por fim, desejando ler em suas expressões se o que ele lhe diria era verdade.

- Tenho espiões espalhados pelo País da Água, fomos informados de que um grupo procurava informações da Lotus Lunare. Não sei dizer ao certo como conseguiram essa informação, mas pelo que sei ouviram um de seus companheiros falar sobre isso, enquanto caminhava perto do riacho na fronteira da Vila Oculta da Névoa. – “Um de meus companheiros? Mas quem falaria sobre isso... Sasuke? Não, Naruto.” Foi o pensamento que cruzou a mente da Hyuuga, mas se aquele era o motivo do ataque, então Toneri tinha alguma ligação com a Lotus? Também estavam em busca dela? – Uma vez que sentimos uma ameaça à nossa vila, por conta da Lotus, eu dei a ordem para que exterminassem vocês. Porém, eu fui avisado de que você estava junto deles, Hinata. – A Hyuuga franziu o cenho, estranhando a falta do sufixo. – E eu não pude seguir com meu plano, eu não poderia matar você.

- Lotus? Vocês estão cultivando a Lotus Lunare? – Questionou, finalmente se dando conta da informação que Toneri lhe passara, aquilo era ótimo!

- Huh? – O Otsutsuki estranhou o fato de ela ter prestado dado ênfase apenas no detalhe da flor que sua vila vinha cultivando. Então eles realmente estavam atrás dela, huh? Aquilo era interessante. – Ah, sim. A algum tempo atrás, eu estava em uma missão pela vila Oculta da Névoa, pelos arredores do País da Lua. Não era grande coisa, eu apenas tinha que ficar de olho em alguns senhores feudais. Porém, neste tempo que estive lá, descobri que a Lotus crescia em um campo desabitado do País. Foi quando eu decidi que eu a roubaria. – O homem de cabelos prateados recostou-se sobre sua cadeira. Hinata mantinha os orbes claros fixos no mesmo, prestava atenção em cada detalhe proferido. – Então o fiz, por sorte, com muita pesquisa fui capaz de fazê-la florir longe do território do País da Lua. Mas, são flores muito frágeis, Hinata-chan. – Ele pausou por um momento parecendo ponderar suas próximas palavras. - Elas me lembram de você. – Ele sorriu e a Hyuuga corou mais uma vez, abaixando o olhar por um instante, os olhos azuis de Toneri queimavam como brasa. Voltou os olhos para o rosto do homem que continha feições suaves, analisando-a por completo. Aquilo era desconcertante, pigarreou fazendo Toneri sair do transe. - Bem, agora você já sabe porque foram atacados e eu sinto muito por isso. Qual sua próxima pergunta?

- Acredito que esta seja óbvia, não é? – A Hyuuga tomou um tom mais sério ao lembrar-se de seu primo, o que surpreendeu o Otsutsuki, que a olhava questionador. – Por que você trouxe Neji-nii-san de volta à vida? Como fez isso? Por que... por que ele? – Sua voz se tornava mais urgente a cada palavra e quando deu por si, Hinata estava de pé agarrando a barra da toalha de mesa apertando-a firmemente de modo ameaçador, Toneri percorreu o corpo da Hyuuga com o olhar e adquiriu um tom sério suspirando logo em seguida.

- Porque este era o único modo de chegar a você. – Foi direto e Hinata arregalou os olhos levemente. – Veja bem, a muitos anos venho fazendo pesquisas sobre trazer os mortos de volta à vida, uma vez que meu clã fora dizimado. – O homem de cabelos prateados riu com desgosto e levantou-se, caminhando pela sala de jantar, os olhos perolados cravados em suas costas. – Eu demorei anos para conseguir fazer progressos com isso, você sabe, nem mesmo os melhores ninjas médicos conseguiram tal feito, como eu poderia sozinho? Eu roubava informações dos hospitais de todos os cantos pelos quais eu era designado a missões, mas minhas pesquisas nunca evoluíam, pelo contrário. Eu perdi minhas esperanças até que... até que eu encontrei a Lotus, uma flor tal delicada e singela. Tal frágil como a vida que corre em nossas veias e foi naquele momento que tudo mudou. – Toneri voltou-se para uma Hinata extremamente concentrada. – Pesquisando mais sobre a Lotus eu descobri ser capaz de fazer o impossível com ela, curar as mais temíveis enfermidades e até mesmo trazer de volta à vida aqueles que nunca deveriam ter ido. Mas, eu não poderia fazer isso sozinho. Nos pergaminhos antigos que consegui a informação eles eram bem claros: “Só será capaz de executar tal feito aquele que possuir os olhos que tudo vê. “ Primeiramente eu pensei que Neji seria a melhor escolha. Você pode imaginar a minha decepção ao descobrir que o gênio Hyuuga estava sete palmos abaixo da terra. Foi por isso que eu o trouxe de volta, para que ele pudesse me ajudar a ressuscitar aqueles que desejo, ressuscita-los por completo. Com sua verdadeira alma e sangue correndo pelas veias, coração batendo ardente e fôlego preenchendo os pulmões, não apenas uma casca vazia movida por chakra. – Parou de falar de repente deixando a morena incomodada com o silêncio, Neji não tinha sangue correndo em suas veias, nem mesmo ar em seus pulmões, então isso significava que...

- Neji-nii-san não foi capaz de ajudá-lo a trazê-los de volta à vida. – Toneri assentiu. – E você acredita que eu serei capaz. – Sua afirmação saiu com um tom de pergunta e Toneri assentiu mais uma vez.

 - Hinata, por acaso você já ouviu alguma vez sobre o tenseigan? – Perguntou esperançoso vendo a Hyuuga franzir a testa e balançar a cabeça negativamente. – Entendo. Bem, eu imagino que com você a meu lado nós seríamos capazes de mudar tudo. Nós podemos trazer de volta todos aqueles mortos de forma injusta na quarta guerra, ou até mesmo antes. Todos aqueles que a morte abraçou egoisticamente sem nos dar a chance de lutar por suas vidas. Se eu tiver você e seu clã a meu lado, nós podemos tornar nosso mundo um lugar mais justo... – Ele se aproximava devagar da morena que processava cada palavra dita por ele. – Se conseguirmos o tenseigan, poderemos ter tudo. Imagine só, Hinata-chan. Um lugar onde sua família viveria completa e feliz. Sem selo da maldição, sem qualquer rivalidade. Seus pais, seu tio, primo e irmã. Completos. Como descendentes de Hamura, somos capazes de fazer isso, juntos.

Os olhos perolados tornaram-se lacrimosos ao imaginar como seria. Aquela imagem de sua vida em que todos aqueles que se foram estariam presentes era o que sonhava desde que era apenas uma garotinha. Não teria sofrido pela morte da mãe, do tio e muito menos do primo, o gênio Hyuuga que se fora por sua culpa. Assustou-se levemente saindo do transe ao ouvir seu nome ser pronunciado.

- Hinata. – Chamou e mais uma vez ela estranhou a falta do sufixo de respeito. Encarou os olhos brilhantes do homem a sua frente, relutante. Sentia-se ligeiramente desconfortável com a aproximação repentina. Ele, em seguida, abaixou-se suportando o peso do corpo no joelho esquerdo e delicadamente segurou a mão alva da Hyuuga. Sorriu galanteador tentando passar-lhe confiança, mas tal ato só fez com que o coração da moça batesse mais forte.  – Você aceitaria ser minha esposa? – O ar, de repente, passou a ser denso demais para que ela pudesse respirá-lo.

******

- Ouch, Sasuke! – Naruto reclamou ao trombar nas costas do amigo. Mais de uma hora haviam se passado desde o horário que fora combinado com Hinata, na clareira. Porém ela não apareceu. Por este motivo, os homens adentraram a aldeia novamente para que pudessem chegar até ela. Tiveram que desacordar uns três seguranças para que pudessem chegar ao seu destino.

- Veja por onde anda! – Sasuke resmungou de volta. Ambos os homens se encontravam parados em baixo da janela do quarto onde mais cedo Hinata se encontrava. – Você... – Sasuke interrompeu sua fala vendo Naruto prontamente forçar a circulação de chakra para os pés e colocar-se a escalar a parede.

- De jeito algum que eu ficarei de vigia de novo, ‘tebbayo! – O loiro disse e lançou um sorriso a Sasuke que trincou os dentes com desgosto, seguindo os passos do Uzumaki no instante seguinte. Olhou mais uma vez para a ruela garantindo que não tinham sido vistos.

Ao adentrar o quarto, Sasuke nunca imaginou a cena que veria. Ao julgar pela cara de Naruto, ele tampouco cogitava. Hinata estava debruçada sobre o canto direito da cama, os cabelos caíam em cascatas pelas costas, ombros e rosto. As bochechas estavam rosadas e os olhos pequenos, o vestido lilás que o Uchiha a vira usar mais cedo tinha as alças caídas e a barra estava levantada acima do joelho. Uma garrafa de saquê jazia pela metade em sua mão esquerda. Um soluço deixou os lábios rosados da morena e Naruto engoliu em seco observando-a. A Hyuuga soltou uma gargalhada alta e jogou-se para trás, deixando o corpo cair no chão, alheia a presença dos homens ali. Do ângulo que estavam era possível ver a calcinha branca com alguns corações vermelhos que a morena usava, o rosto do Uzumaki ficou extremamente vermelho. Apesar da penumbra que o lugar se encontrava, era possível enxerga-la perfeitamente, cada detalhe de seu corpo era delineado pela luz da lua que invadia o quarto através da janela.

O Uchiha foi o primeiro a ter alguma reação, uma vez que mesmo que a Hyuuga lhe surpreeendesse ele era bom em não se manter em transe por muito tempo. Abaixou-se do lado da mulher que olhava o teto como quem olha um céu estrelado em noite de lua cheia. Sasuke delicadamente retirou a garrafa das mãos dela e pôde sentir o cheiro de álcool que ela emanava, qual era a daquela garota, afinal? Hinata finalmente encarou-o e quando o fez sorriu animada, um sorriso que o Uchiha nunca vira, especialmente vindo dela. O Uzumaki também não, talvez fosse por isso que o coração do loiro bateu incomodado ao ver tal sorriso sendo direcionado ao amigo. Sentiu uma fisgada inveja naquele momento, principalmente do fato de que Sasuke a estava tocando. Sentiu inveja também do modo que eles, naquele momento, pareciam íntimos. E sentiu-se o pior dos homens por sentir inveja de algo assim. O que estava acontecendo consigo?

O Uchiha passou um dos braços por baixos por debaixo do pescoço e o outro debaixo dos joelhos de Hinata, que riu animada ao sentir Sasuke levanta-la, balbuciando algo como “eu posso voar” ao ser elevada. O homem deixou-a sobre a cama e só no momento em que ela tentou ingerir um pouco mais da bebida amarga que sentiu falta da garrafa que uma vez esteve em suas mãos.

- Minha bebida! – Falou embravecida. Ora que audácia, ele realmente achava que podia invadir seu quarto e pegar sua bebida sem permissão? Ele que arrumasse uma para si. – Me devolva, eu preciso dela. – Embolou-se para dizer, já não conseguia distinguir o que saia de sua boca.

- Hinata-chan, você está bem? – Naruto aproximou-se da cama, uma vez que a mulher tentava levantar-se para tentar agarrar a mão do Uchiha que segurava a garrafa dela. – O que aconteceu?

- Na-naruto... – Sentou-se na cama com dificuldade, sua cabeça girava. Sorriu olhando para o loiro, tão lindo como sempre fora, mas sua expressão era de preocupação. Por que será? Ela não entendia. Naquele momento, não havia muitas coisas que ela entendia. – Tuuuudo bem... – Falou com voz arrastada, quase caindo da cama, se não fosse por Sasuke tê-la segurado.

- O que você pensa que está fazendo? Você disse que nos encontraria na clareira 00:00, por que diabos estava se embebedando?

- Huh? Ah… Bem eu... – Ela parou por um momento parecendo tentar se lembrar de algo. – Eu fui... pedida em casamento... – E soltou uma gargalhada alta que deixou os homens alertas com medo de que alguém fosse verificar o que estava acontecendo com a Hyuuga e os descobrissem ali. – Vocês acreditam? – Não, eles não acreditavam, achavam que era algum devaneio de uma mente afetada pelo álcool. – Vocês não... acreditam. – Ela falou em tom mais baixo, abaixou os olhos perolados perdendo o tom brincalhão. Naruto e Sasuke trocaram olhares por um momento tentando entender o que acontecia, mas perceberam que não conseguiriam nenhuma informação enquanto ela estivesse naquele estado, então era melhor que ela dormisse.

- Vocês não me acham atraente o suficiente? – Colocou a mão sobre o peito, em falsa mágoa, os olhos claros encheram-se de lágrimas e ela choramingou. – Pois saibam que há muitas pessoas que me acham bonita. – Levantou o indicador, reivindicando. – Eu posso ser muito atraente se eu quiser, sabia? – Ela sorriu, deixando seus olhos quase fechados. Os homens então perceberam que ela havia cochilado sentada, mas antes que pudessem deita-la mais um soluço escapou por seus lábios, alertando-a.

- Hinata… - Naruto chamou e os olhos perolados lhe encararam, magoados. – Você deveria...

- Deveria ter sido você... – A mulher interrompeu-o deixando o Uzumaki perdido na conversa. – Você deveria ter sido o único a me pedir em casamento... Eu sonhei com isso por tantas vezes. – A morena ajoelhou-se na cama e encarava Naruto na beirada dela. – Nós teríamos uma bela família, lindos filhos loiros e morenos de olhos azuis como os seus. Eu seria a senhora Uzumaki...

- Hinata. – Sasuke tentou, mas ela não lhe deu ouvidos, o Uchiha encarou o loiro que parecia perdido em meio às palavras da Hyuuga.

- Nós seríamos o casal mais feliz de Konoha! – Lágrimas preencheram os olhos claros e Naruto queria ser mais forte para que a fizesse parar de fazer aquilo consigo mesma, mas ele não era. – Se você... – Abaixou o olhar para as mãos, por um momento.

- Hinata! – Sasuke falou mais uma vez aproximando-se ainda mais da cama, mas ela ignorava a presença dele ali.

- Se você tivesse olhar para alguém mais, além da Sakura. Se você por um momento sequer visse que fui eu quem sempre esteve ao seu lado. Se você... Por um milagre... Me deixasse te amar! – A voz da Hyuuga foi se intensificando a cada palavra que saia de sua boca.

- Hinata, já chega! – Sasuke gritou e ela finalmente olhou em sua direção. As lágrimas molhavam suas bochechas e Naruto parecia preso a suas palavras enquanto encarava o vazia. O Uchiha puxou-a pelos braços e encarou-a com seriedade. – Você deve descansar, amanhã conversaremos sobre isso. – Anunciou largando o aperto no braço da morena, que os remexeu incomodada. Saindo da cama.

- Você. Não. Manda. Em. Mim. – Falou pausadamente atrás de Sasuke, o Uchiha virou o rosto a tempo de vê-la, em um ato infantil, mostrar-lhe a língua. – Mas... – Ela aproximou-se do armário onde mais cedo Sasuke se escondera. – Eu vou dormir, não pense que é porque você me disse para fazê-lo, mandão. – Sasuke encarou-a incrédulo, o que era aquela mulher? Sofria de algum tipo de bipolaridade quando estava bêbada. Francamente. Ela só lhe causava problemas.

Hinata cantarolava enquanto observava as roupas no armário, sendo assistida pelos dois homens ali presentes, Naruto agora, com um ar bem mais sério.

- Deixe-me ver... – Murmurava para si mesma enquanto decidia qual pijama deveria usar. Pegou uma camisola branca de seda que encontrou devidamente dobrada em uma gaveta e sorriu, satisfeita. Levou a mão até as costas do vestido lilás e bufou com a dificuldade para abrir o zíper. Talvez ela tivesse bebido demais. – Consegui! – Comemorou internamente ao finalmente abrir o zíper, Naruto e Sasuke observavam atônitos enquanto a mulher levantava a saia do vestido lilás.

- Oye! O que pensa que está fazendo? – Sasuke perguntou.

- O que parece? – Virou-se para eles. - Me preparando para dormir. – Dizendo isso, ela arrancou o vestido lilás para fora de seu corpo, deixando à vista apenas o conjunto de lingerie, de corações vermelhos, que usava.

Naruto, tinha grande habilidade quando se tratava de velocidade, mas ele não se lembrava de ter sido tão rápido em sua vida. Em um segundo o corpo da Hyuuga estava a mostra para eles, no outro o casaco preto com o símbolo dos Uzumaki a cobria.

- Não seja tão descuidada. – O loiro disse em tom sério, Sasuke e Hinata poderiam dizer que era raro vê-lo tão sério sobre alguma coisa. – Não se deixe ser vista por qualquer um.

O rosto da Hyuuga queimou e ela encarou as safiras perto de si. Agarrou a barra do casaco que tinha o cheiro de Naruto e abaixou os olhos, assentindo.

- Desculpe. – Murmurou para os dois enquanto seguia na direção de sua cama. Fechou o casaco em seu corpo e colocou-se debaixo das cobertas.

Sasuke suspirou aproximando-se da janela, o que diabos havia acabado de acontecer? Sentou-se no batente da janela e viu Naruto trancar a porta do quarto, para garantir que não seriam pegos ali dentro. O Uzumaki pegou dois futons que encontrou junto a vários outros em um armário e colocou-os o chão. Na frente da cama onde a Hyuuga estava completamente ferrada no sono.

Naruto dormiu sem dirigir-lhe uma palavra sequer. Sasuke imaginou que estivesse afetado pelas palavras de Hinata. Bufou novamente, aquela garota só trazia problemas para a missão e para ele.

 

Algumas horas haviam se passado e Sasuke continuava a encarar a rua que tinha iluminação precária aquela hora, via algumas poucas pessoas passarem por lá. Até que uma em especial lhe chamou a atenção.

Ele sempre se considerou uma pessoa realista. Mas não conseguia tirar os olhos do homem que caminhava tranquilamente por ali, poderia ser o cansaço, sua mente afetada ou a insanidade finalmente resolvendo dar as caras por completo. Ainda não havia descoberto qual desses motivos o fazia enxergar seu irmão mais velho, morto, caminhando pelas ruas da vila. Mas não pode seguir questionando-se se aquilo era real ou não, ao ouvir uma movimentação vinda da cama. Hinata levantou-se cambaleando e caminhou a até a porta, encolhida. O Uchiha segurou seu braço antes que ela saísse do quarto.

- Onde está indo?

- Preciso de um ar.

- Você tem bastante ar aqui. – Hinata encarou-o com os olhos lacrimosos e ele recuou um pouco, imaginava que ela ainda estivesse afetada pelo álcool, mas ao receber seu olhar percebeu que não.

- Eu... – Ela encarou o chão, depois a mão de Sasuke em seu pulso. Observou o rosto do Uchiha que parecia cansado, pequenas bolsas escuras se formavam em baixo de seus olhos e os cabelos estavam maiores que o de costume. O olho de cor púrpura era parcialmente coberto pela franja cumprida. Ele era lindo, a Hyuuga constatou. – Combinam com você. – Ela falou antes mesmo que percebesse, encarando os olhos de cores diferentes, que questionavam do que ela estava falando. – Seus olhos. – Ela sorriu gentilmente. – Combinam com você, não o esconda. – Levou a mão até a franja do Uchiha e tirou-a da frente de seu olho direito. Recolheu a mão, assim que percebeu o que fazia. Sasuke afrouxou o aperto na mão de Hinata involuntariamente e observou as bochechas alvas se tornarem rosadas.

- Sasuke-san. – Ela chamou depois de alguns segundos.

- Huh?

- Eu... vou aceitar. – Disse antes de recolher o braço que a ainda estava preso ao Uchiha, ele sabia que ela estava falando sobre o casamento e não foi capaz de dizer nada ao ver a Hyuuga sair pela porta rapidamente, deixando-o atônito encarando a madeira.

******

As ruas de Konoha estavam desertas, afinal era tarde da noite em plena quinta-feira. O pequeno café estava vazio e ela tinha a ligeira impressão de que os donos do local a olhavam questionando quando ela iria embora para que pudessem fechar. Girou o copo de barro em suas mãos analisando seu formato, devia admitir que a vila ficava sem graça sem eles ali. Os dois. O chá verde fumegante formava uma pequena fumaça pelo ar, suspirou. Esperava que eles estivessem bem e desejava que voltassem logo, eles três. Estava cansada após um longo dia de trabalho e gostaria muito de uma noite de descanso, deixou o copo de chá para trás e levantou-se despendido do casal que esperava impacientemente que ela fosse embora. Grossos. Agarrou o Jaleco branco com a escrita “Haruno” no canto direito e começou a fazer o caminho para sua humilde casa. Seria ótimo ter uma noite de sono, seria ótimo poder passar um dia de folga tranquilo sem imprevisto, seria..., mas não era, não em seu cotidiano. Avistou a amiga loira correr em sua direção esbaforida e cessou os passos ao alcançá-la.

- Sakura-chan! A Tsunade-sama... – Parou a frase para tomar um ar, correr do hospital por aí procurando pela rosada não era uma tarefa fácil. Os orbes verdes a encaravam sérios. – Tsunade-sama acordou!

Não precisou ouvir mais nada, correu em direção ao hospital da maneira mais rápida que pôde, com Ino logo atrás. Adentrou a vasta sala de espera e subiu as escadas, não se deu ao trabalho de bater na porta e deixou o jaleco branco em cima de uma das cadeiras, de qualquer jeito. Aproximou-se da Hokage, um tanto diferente daquela que todos conheciam. Vários equipamentos estavam ligados a seu corpo, sua pele estava fina como papel e vários hematomas roxos jaziam por seus braços pelas tentativas de fazê-la expelir o veneno por completo. Ela estava magra como nunca antes e seus olhos castanhos não tinham brilho algum, mas ela tentou um sorriso singelo ao ver a imagem preocupada de sua aprendiz a encarando. Os olhos de Sakura encheram-se de lágrimas e ela tirou o cabelo loiro do rosto da mais velha.

- Tsunade-sama. Como você se sente?

- Estou... bem... – Disse devagar, tão baixo que a Haruno teve que aproximar-se para escutar o que dizia.

- Você se lembra de alguma coisa do que aconteceu? – Ela perguntava devagar e agora não controlava as lágrimas que escorriam por suas bochechas. – Viu a loira assentir com dificuldade, apenas mais uma pergunta e ela deixaria que sua mestre descansasse, sabia que não deveria força-la. Mas esteve por tanto tempo esperando por uma reação que não podia se controlar.

- Quem... – Ponderou por um momento se deveria perguntar aquilo, mas o fez. – Quem fez isso com você? – Os olhos castanhos arregalaram-se minimamente e Sakura podia jurar ter visto uma lágrima formar-se ali. Tsunade respirou fundo unindo forças para responder, sentia o corpo extremamente cansado drenar suas energias.

- Foi... – Inspirou o ar com força, sentindo o pulmão queimar com o ato. - Ji... – Sakura aproximou-se ainda mais tentando compreender as palavras que saiam de sua boca. – Jiraya...

Os olhos de Sakura se arregalaram e aquela foi a última coisa que a Hokage disse antes de cair em um coma profundo novamente.


Notas Finais


Gente, não posso dizer perdão o suficiente pela demora desse capitulo, confesso que foi um pouquinho complicado para mim, porque eu sempre achava que estava ficando maçante demais!
Enfim, esse capitulo era para ser um pouco explicativo, então me desculpem se ficou chato de ler.
Prometo compensar em breve.
Era para ter saído na sexta passada, mas com o fim do semestre, meus horários estão uma loucura.
Então, o Toneri não perde tempo, não é mesmo? E nossa flor de cerejeira, finalmente apareceu! Quem ai gosta da Sakura? ô/
Então, espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar!
xoxo


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