1. Spirit Fanfics >
  2. Eu, você e os bilhetes de amor >
  3. Toda regra tem uma exceção, exceto essa

História Eu, você e os bilhetes de amor - Toda regra tem uma exceção, exceto essa


Escrita por: YOUGOT7JAMS

Notas do Autor


Olá, gente bonita! Como vão? Bem? ❤️
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer pelo carinho de todos. Fico muito feliz com todo o amor que vocês estão dedicando a mim e a essa história. Muito obrigada!
Principalmente a Letícia, a criaturinha incrível que me suporta, faz rituais cibernéticos anti-bloqueio-criativo e também me dá ótimas dicas sobre óculos de grau. E a Laura, minha beta que é uma amiga maravilhosa e sempre me força a escrever logo os capítulos :P
Enfim, eu gostei muito de escrever esse capítulo. E espero que vocês gostem também, hehe
Boa leitura ~

Capítulo 4 - Toda regra tem uma exceção, exceto essa


Fanfic / Fanfiction Eu, você e os bilhetes de amor - Toda regra tem uma exceção, exceto essa

Se nem o Google Maps sabia qual rumo minha vida estava tomando, por que eu é que deveria saber?

Tudo que eu sabia, de fato, é que estava prestes a matar aula pela primeira vez na vida.

Estávamos escondidos no estacionamento do colégio, esperando que Jongdae – o garoto mais velho que trabalhava durante meio período na biblioteca – finalmente sumisse de vista. Mesmo pós-graduado em centenas de filmes clichês adolescentes, nunca pensei que um troço como aquele fosse tão emocionante. E talvez realmente nem fosse algo tão extraordinário assim. Mas agachado ali, com um braço de Yixing envolvendo meus ombros, eu me sentia incrível.

Quando se tem um garoto bonito por perto, e à uma distância perigosamente pequena, não se pode ficar pensando na morte da bezerra. E que se lascasse o tal bibliotecário. No duro mesmo. Não me importava de sair dali com uma advertência, se fosse por Zhang Yixing.

Falando no demônio, o garoto mais alto apoiou a cabeça contra a minha, suspirando com certo alívio.

— Ufa! Ele já foi...

Concordei, balançando a cabeça. Nenhum de nós teve a iniciativa de se levantar dali e se afastar daquela mureta de tijolos vermelhos, como se quiséssemos que os toques tímidos durassem para sempre. E, de fato, eu me perdia cada vez mais naquele contato gentil, desde os braços que se encostavam acidentalmente até a ponta dos dedos que acariciavam a minha pele exposta pelo uniforme de mangas curtas.

Respirei fundo, criando coragem para me afastar.

— Então podemos ir.

— É — ele respondeu baixinho, afastando o braço que se apoiava em meus ombros. — Podemos.

Hello from the other side parecia tocar ao fundo como trilha sonora, numa melodia tão desastrosa quanto minha própria existência.

Quando finalmente nos levantamos, o sujeito segurou em meu braço, como se estivesse guiando um deficiente visual. Meus óculos haviam caído durante a corrida, assim como o tal bilhetinho que antes eu amassava entre os dedos. Por sorte, tinha outro guardado na mochila. Mas ele não precisava saber. Assim, deixei que o dito-cujo me guiasse até a saída, segurando meu braço de um modo delicado.

As pessoas tinham uma mania horrorosa de achar que eu não enxergava um palmo à minha frente, e eu costumava odiar isso. “Sou míope, seu energúmeno. E não cego”. Mas, de uma forma estranha, gostava – até mais do que era permitido – dos dedos longos de Yixing segurando meu antebraço.

Quase por instinto, soltei um resmungo quando ele se afastou, de repente, assumindo uma postura defensiva à minha frente.

— Onde vocês pensam que vão?

Era Kim Jongdae, o bibliotecário, parado a poucos metros de nós com os braços cruzados. Típica cena clichê onde os personagens principais eram pegos no flagra tentando fugir.

Pelas barbas do profeta! Mas que ideia de jerico eu fui arrumar...

O garoto ainda tinha o corpo cobrindo o meu parcialmente, os braços estendidos, como se fosse o galã de um filme protegendo a garotinha indefesa.

— Estamos tentando matar aula — Yixing admitiu, e eu levei uma mão à testa, desacreditado na inocência do cidadão.

— Matar aula — ponderou o outro, ajeitando os livros que carregava debaixo do braço. — Mas por quê?

Respirei fundo, vasculhando minha mente à procura de algo que pudesse nos salvar daquela situação.

— Po-porque...

— Porque estamos saindo juntos — o cabeça-oca respondeu, fazendo qualquer desculpa esfarrapada desaparecer da minha mente. — Nós vamos... passear.

Que Deus me ajude.

Eu estava seriamente dividido entre dar no pé ou morrer de um infarto do miocárdio ali mesmo. Meu coração batia tão forte que eu precisei levar o punho fechado ao peito, na esperança de que isso pudesse acalmar os batimentos cardíacos. Não sabia ainda o que me deixava mais nervoso. Se era o risco que corríamos de levar uma suspensão, ou a voz de Yixing que parecia ecoar dentro da minha cabeça, repetindo “saindo juntos” milhares de vezes.

Porque estamos saindo juntos.

Estamos saindo juntos.

Saindo juntos.

Saindo. Juntos.

Não sabia ao certo onde foi que assinei concordando com uma relação sadomasoquista. Porque, com todo o respeito, conviver com um sujeito daqueles era um sofrimento diário.

— Entendi... — Jongdae respondeu finalmente, observando-nos com certo divertimento. Era óbvio que o demônio estava se preparando para nos enviar diretamente para o quinto dos infernos, e isso ficou bastante claro quando ele começou a fuçar no bolso de suas calças com a mão livre, soltando uma risadinha contida. — Então vocês vão precisar disso.

Tentei espiar por trás dos ombros de Yixing, vendo o garoto mais velho estendendo um objeto que não consegui identificar muito bem. Pelo tilintar, eu podia jurar que eram chaves. E realmente eram. As chaves do cadeado de sua bicicleta.

Antes de aceitar aquele possível presente de grego, o idiota inclinou o corpo e fez uma, duas, três reverências. Quatro. Parei de contar no cinco, quando o bibliotecário o tocou no ombro, dizendo que não precisava exagerar. Sem dizer mais nada, Yixing já saiu me puxando pela camiseta do uniforme, me obrigando a sair dali meio cambaleando enquanto acenava em agradecimento.

A bicicleta de Jongdae estava presa ao poste de luz na entrada do estacionamento. Fiquei apenas observando enquanto o chinês travava uma luta contra o cadeado, um tanto atrapalhado ao experimentar cada uma das chaves para tentar abri-lo.

Yixing me ajudou a subir e sentar no cano próximo ao guidão, já que o treco não tinha uma garupa. E todo aquele nervosismo voltou com força máxima quando ele se posicionou atrás de mim, tentando equilibrar nós dois naquela magrela.

— Para onde vamos? — ele perguntou, apoiando o queixo em meu ombro.

O toque fez cócegas, e me arrancou mais uma daquelas risadas onde meus olhos praticamente sumiam. Mas Yixing não podia ver.

— Não sei — respondi, suspirando alto. — Me leve para qualquer lugar.

Ele segurou nos guidões, ajeitando os braços ao redor do meu corpo.

— E onde é que isso fica?

 

 

A pessoa pode até parecer inteligente, mas se já jogou a colher no lixo ao invés do potinho do iogurte, meu amigo, é porque algum parafuso falta. E, acredite, Yixing parecia ter desperdiçado todos os talheres de sua querida avó. Meu QI era ainda baixo demais para compreender um ser humano daqueles, principalmente se o sujeito em questão estava prestes a cair da bicicleta pela décima vez num intervalo de vinte minutos.

Como o bom samaritano que eu não era, agarrei o guidão com força e o amaldiçoei em voz alta, xingando daquele jeitinho meio lelé da cuca que só eu sabia. Era um palavrão pior do que o outro, mas o moleque parecia estar se divertindo com a situação. Ele gargalhava bem alto graças ao meu palavreado esquisito, preenchendo aquela rua estreita com o som gostoso das suas risadas.

No fim das contas, ele conseguiu se equilibrar sobre o troço, evitando nossa décima queda.

— Me lembre de cobrar pelos danos morais e físicos mais tarde — brinquei, recostando minha cabeça em seu ombro.

Ele se encolheu ao contato tão súbito, e seus dedos se acomodaram nos guidões, apertando-os como se estivesse nervoso.

Pode parecer estranho, mas, naquele momento, eu só conseguia pensar em como ele deveria estar bonito com os cabelos escuros sob o sol. Eu imaginava como os fios estariam bagunçados, praticamente dançando com a força do vento, dando-lhe uma aparência ingênua e desleixada. Era um Yixing que se sentia à vontade o suficiente para compartilhar suas risadas comigo. Era um Yixing livre.

Caímos outra vez antes de finalmente passarmos por uma estrada às margens do Rio Han. Não era um percurso para ciclistas, muito menos um dos parques da região, mas havia dois bancos de madeira onde podíamos parar para descansar. Foi ali onde dividimos um pacote de salgadinho e um suco de caixinha.

— Suco de uva — ele disse, de repente, batendo nos próprios joelhos.

Ergui uma sobrancelha.

— O quê?

— Quero suco de uva na minha festa de aniversário.

Assenti, concordando. Ele parecia muito animado com a ideia, e até mesmo vasculhou sua mochila à procura de uma caneta. Sem pensar duas vezes, Yixing puxou meu pulso, onde escreveu “suco de uva” de um jeito apressado.

— Assim você não vai se esquecer — ele assegurou, voltando a escrever mais alguma coisa sobre o primeiro item. — E salgadinhos de polvo também.

Soltei uma risadinha nervosa, envergonhado pelo caminho que ele percorria com os dedos, segurando meu braço.

— Eu não vou esquecer.

Nunca fui exatamente um especialista no quesito matar aula. No entanto, observar o sol se escondendo entre os prédios altos da cidade, desaparecendo aos pouquinhos por trás da ponte, parecia ainda melhor do que as loucuras que os adolescentes costumavam aprontar nos filmes.

A bicicleta jazia agora esquecida apoiada contra um poste de luz, que logo se iluminou quando o dia virou noite. O rosto de Yixing, por sua vez, ainda era tocado pelos últimos resquícios de pôr-do-sol.

— Ei, presidente — ele chamou, dando um leve empurrão em meu ombro. — Sei de um lugar onde podemos ir.

— Hm?

Em resposta, olhei em sua direção, sentindo seus dedos buscarem timidamente os meus sobre o banco de madeira.

— Vou levá-lo para ver estrelas.

 

 

Devolvemos a bicicleta de Jongdae ao seu devido lugar, no estacionamento do colégio, e horas mais tarde já estávamos à caminho da casa de Yixing. Passei o dia todo ignorando as mensagens anônimas de estudantes à procura de conselhos. Só atendi as ligações da minha mãe, que pareceu extremamente aliviada em saber que eu estava bem e que meus órgãos não estavam à venda no mercado negro.

Aigoo! — reclamei, apertando o celular contra a orelha. — Já disse que estou bem, mãe.

Ela suspirou do outro lado da linha, parecendo decepcionada.

Não diga aigoo, moleque. A garotada de hoje não diz essas coisas bregas.

— Tá legal.

E onde é que você está agora?

Engoli em seco, nervoso.

— Na casa de uma pessoa... Um amigo.

Resolvi não mencionar que eu não estava dentro da casa de Yixing, e sim do lado de fora. Mais precisamente no telhado. Detalhes, detalhes...

É um garoto? — ela perguntou, animada, e a ouvi pedindo que meu irmão mais velho diminuísse o volume da televisão.

— Tchau, mãe.

Interrompi a chamada antes que a criatura sequer ousasse me fazer mais perguntas. Se tem uma coisa que herdei da minha mãe, com certeza foi a habilidade de dar conselhos ruins. As gírias herdei do meu avô mesmo.

Guardei o celular no bolso, porque deixar de olhar para o céu por um minuto que fosse já me parecia um tremendo desperdício. Eu estava usando meus óculos reserva, então podia ver tudo com perfeição, mesmo que eles ficassem extremamente tortos ao deitar minha cabeça sobre as telhas. Havia nuvens escuras e muito tênues ao redor da lua cheia, o que só fazia com que a paisagem ficasse ainda mais bonita. Uma camada brilhante parecia contorná-las, dando alguma vida às névoas acinzentadas.

Yixing dizia que não gostava de nuvens. Elas o atrapalhavam a contar estrelas.

E ali, deitado ao meu lado apontando para o céu estrelado, o sujeito parecia realmente estar contando cada uma delas. Às vezes, ele se distraía observando o movimento vagaroso das nuvens, e recomeçava tudo outra vez. Ele sempre franzia o nariz de um jeito engraçadinho quando se atrapalhava, e eu comecei a achar que suas caretas confusas eram a coisa mais linda desse mundo.

Era um pouco difícil admirar o céu noturno com ele ao meu lado. Nossos braços se encostavam de modo natural, como se a proximidade já nos fosse familiar. Mas não era. Não para mim, pelo menos. Sempre que trocávamos olhares – ora por acidente, ora de propósito – minhas mãos apertavam o tecido da calça jeans por instinto, tentando aliviar o nervosismo.

— Dezessete — ele sussurrou, tão baixo que quase não pude ouvi-lo. — Eu contei dezessete.

Ergui meu dedo indicador, acompanhando a sequência de estrelas até onde minha vista alcançava. E comecei a contá-las também, uma a uma, tentando não me perder.

Quando eu era um pirralho, achava que as estrelas eram grandes e enevoadas. Lembro de ficar um tanto decepcionado após experimentar o meu primeiro par de óculos e descobrir que, na verdade, elas eram miúdas como pontinhos brilhantes. Como pedaços minúsculos de vidro sobre um manto azul-marinho.

— Catorze — sussurrei de volta.

— Não, não. — Ele negou com a cabeça, logo tratando de diminuir discretamente a distância entre nós ao passar o braço pelos meus ombros — Ali, bem ali. Tem mais duas.

Só percebi o que ele estava tentando fazer quando recomeçamos a contagem juntos. Yixing apontou para o céu, dizendo os números em voz alta, enquanto seus dedos em meus braços descobertos começavam a me puxar de leve.

O filho duma égua estava tentando me distrair.

Um. Dois. Três. E meu corpo se moveu um centímetro.

Quatro. Cinco. Seis. E Yixing encostou a cabeça contra a minha.

Sete. Oito. Nove. E, antes que eu me desse conta, estávamos abraçados.

Eu tinha minha cabeça deitada em seu ombro, sentindo o cheirinho gostoso em seu pescoço. Meus óculos deveriam estar mais tortos do que nunca, mas, pela primeira vez, aquilo não parecia me incomodar. O garoto ainda fingia estar contando estrelas, a mão livre erguida como se pudesse alcançá-las. Os dedos que me puxavam para mais perto, porém, tremiam, denunciando seu nervosismo.

Fiz um esforço descomunal para voltar a olhar para o alto, tentando me concentrar no dedo que apontava para o céu, seguindo a trilha de pontos luminosos. Mas ele não parecia mais estar contando. Meu corpo agora estava virado em sua direção, enquanto minha respiração ficava mais pesada à medida em que minha vergonha crescia.

— Eu perdi a conta — ele admitiu, mexendo distraidamente nos cabelos da minha nuca. — Presidente, me ajude a contar de novo.

Revirei os olhos, contrariado.

— Eu tenho um nome, você sabe.

O sujeitinho me ignorou completamente, se acomodando naquele abraço de forma que pudesse sustentar meu olhar. O cafuné que ele fazia em meus cabelos me fazia ter vontade de fechar os olhos. Mas, mais do que isso, me fazia ter vontade de beijá-lo. Seu rosto estava novamente perto demais, e tudo que eu mais queria no mundo era diminuir ainda mais a distância entre eles. O que me impedia de avançar aqueles poucos centímetros era que: 1) metade da minha coragem tinha arredado o pé dali com o rabo entre as pernas; e 2) a outra metade nunca existiu.

E talvez por isso uma pequena parte de mim tenha se sentido aliviada quando ele recomeçou a contar.

— Um — ele murmurou, bem baixinho, e a mão que estava em minha nuca desceu para as costas. — Presidente, você tem uma estrela bem aqui.

Com um movimento muito bem calculado, ele deixou um beijinho em meu maxilar, onde eu sabia haver uma pinta. Por instinto, meu corpo todo se encolheu. E pior: minhas bochechas começaram a arder tamanha era a minha timidez.

— Y-Yixing...?

Seu nome escapou dos meus lábios em forma de pergunta, embora eu soubesse desde o início a resposta.

— Conte comigo — ele disse, tentando soar divertido, embora estivesse tão nervoso quanto eu.

Era a minha vez de contar, e eu sabia disso. No entanto, o constrangimento me impedia de seguir com os planos de Yixing, então ele mesmo teve que segurar em minha mão e guiá-la até seu peito.

Agarrei-me em sua camiseta e inclinei o rosto, deixando um beijo rápido em sua bochecha.

— Dois — contei.

E, para ser sincero, o troço me pareceu um bocado fácil. Principalmente quando o garoto sorriu para mim, revelando as covinhas que eu tanto gostava.

— Três — ele rebateu, parecendo mais à vontade, e sua boca deixou um selinho suave na minha testa.

Beijei a pontinha de seu nariz, rindo do meu jeito desajeitado. Era mais fácil do que parecia, afinal.

— Quatro.

— Cinco.

— Seis.

Era como um jogo. No sete já estávamos rindo como dois idiotas, achando aquela coisa toda muito divertida. Eu não tinha ideia de onde vinha a coragem para beijar seu rosto tantas vezes. No queixo, nas têmporas, na testa. Cada vez era num lugar diferente, e a falta de espaços que ainda não eram marcados por nossos beijos deveria me deixar apreensivo, já que a boca era um dos poucos lugares que restavam. De uma forma estranha, tudo que eu conseguia sentir era uma baita ansiedade. Eu queria tanto beijá-lo...

Paramos de contar quando ele cuidadosamente retirou os meus óculos, guardando-os nos bolsos largos de sua jaqueta. Por um momento, as risadas sumiram, e a tensão estava de volta. Eu podia sentir o coração dele pulsando contra a minha mão.

Éramos dois adolescentes desajeitados. Mas, naquele momento, isso parecia incrível.

— Ei, presidente. Você tem uma pintinha bem aqui também.

Seu dedo indicador tocou levemente a pinta que eu tenho perto da boca, arrancando de mim um sorrisinho contido.

— Não é uma pintinha — brinquei. — É uma estrela.

Ops! Foi mal, caramba. Saiu.

Graças ao bom Deus, Yixing não pareceu achar aquilo a coisa mais ridícula do mundo. Pelo contrário, ele agora sorria ainda mais. Seu sorriso morreu aos pouquinhos quando ele passou a deixar um carinho gostoso na minha cintura, o que só me deixou ainda mais nervoso. A coisa piorou de figura quando, num toque singelo, ele roçou seu nariz contra o meu.

— Você me acharia maluco se eu dissesse que quero te beijar agora?

Pisquei algumas vezes, tentando me convencer de que eu estava de fato ouvindo aquilo, e não imaginando a cena toda na minha cabeça. A respiração que se confundia com a minha, no entanto, era prova mais do que suficiente de que aquilo era real.

— Eu já acho — respondi, num sopro de voz.

E ele me beijou.

Eu estava prestes a reformular a minha resposta quando seus lábios tocaram os meus, um arrepio bom fazendo meu corpo estremecer em seu abraço. Era a minha segunda experiência com beijos, mas era como se fosse a primeira.

De modo hesitante, subi minha mão que descansava sobre seu peito até sua clavícula, trilhando um caminho lento e desajeitado até sua nuca. Acariciei os fios escuros e macios, ao mesmo tempo em que aprofundávamos o beijo.

Yixing tinha gostinho de pasta de dente e suco de uva. Tinha sabor de juventude, e toques mornos que deixavam caminhos invisíveis sobre a pele do meu braço.

Quando ele se afastou, separando nossos lábios em busca de ar, permaneci de olhos fechados.

— É a primeira vez que beijo um garoto — ele admitiu, acariciando minha bochecha. — Me desculpa se eu estiver fazendo errado.

Abri os olhos, encontrando Yixing a me observar com carinho.

— Você... Você foi muito bem, na verdade.

— Eu posso fazer de novo?

Em resposta, eu inclinei meu rosto para frente, tocando seus lábios outra vez. Enrosquei meus dedos em seu uniforme e até mesmo ousei puxar a gravata xadrez para baixo, tentando dar um fim em qualquer distância que pudesse ter sobrado. Ainda mergulhado numa timidez palpável e com inexperiência à flor da pele, deixei que ele me guiasse.

Pela primeira vez, decidir se deveria inclinar meu rosto para a esquerda ou para a direita não era importante.

A preocupação de estar beijando Yixing em cima de um telhado não era importante.

O medo de errar não era importante. Afinal, a vontade de acertar sempre seria maior.

No fim, o garoto não conseguira contar as estrelas, como queria. Ou talvez ele nunca pretendesse contá-las. Fazendo parte dos seus planos ou não, olhar para ele entre um beijo e outro, assim como dividir risadas baixinhas sob o céu noturno, me dava a mesma sensação de quando eu colocava meus óculos após um longo período de tempo sem usá-los.

Era como se eu pudesse ver através de tudo.

E, ainda melhor, como se eu visse o mundo pela primeira vez.

 


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAAAAAA HUADSÇLKJHFDS NEM SEI O QUE DIZER, SOS
Eu nunca me acostumo a descrever esse tipo de cena, mas espero que tenham gostado ❤️
To super atrasada para terminar de responder os comentários do último capítulo, me desculpem por isso. Eu raramente tenho tempo no computado e não gosto de responder pelo celular porque acaba ficando muito pequeno, e ninguém merece uma resposta ruim :((

💻 Links úteis (talvez não tão úteis assim):
▪️ Pintinha perto da boca do Junmyeon, pra quem quiser apreciar: http://imgur.com/a/8w9CK
▪️ Meu twitter, pra quem quiser me matar, me dar uns beijos ou enviar bilhetes de amor: https://twitter.com/yougot7jams
▪️ Jornal sobre as fanfics "Eu, você": http://bit.ly/2bIz5HG

Beijinhos e até o próximo capítulo ❤️


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...