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História Eu Vou Proteger Você - Hiatus - Capítulo II


Escrita por: ruoyeer

Capítulo 2 - Capítulo II


Fanfic / Fanfiction Eu Vou Proteger Você - Hiatus - Capítulo II

"Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura"
             (Friedrich Nietzsche)

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   Não sei exatamente o por que de ter sonhado com aquele dia, o dia do assassinato dela, há muito tempo não pensava nesse dia, não sofria mais por isso... por isso estou com medo de dormir e esse pesadelo vir novamente, passo a admirar o teto, nesse cômodo que por mais que seja grande estou sentindo falta de ar, meu peito está apertado ao lembrar do seu sorriso. "Mãe eu sinto tanto sua falta" eu não posso viver o resto de minha vida lembrando desse dia, porém é impossível...foi apavorante sentir que um pedaço do meu ser se foi com ela. Lembrar daquele dia, um suposto assalto em que a renderam enquanto estava no volante dirigindo rumo a casa dos meus avós -ela iria passar as férias conosco- e minha irmã mais nova estava no banco de trás do carro ao meu lado apavorada ao ouvir aqueles homens gritando e xingando minha mãe; mas por incrível que possa parecer eu sinto que eles não queriam nada nosso e sim tirar a vida da minha progenitora, ouço os seu gritos em pesadelos até hoje pedindo que não fizesse nada conosco nós éramos apenas crianças... Seus olhos em desespero ainda vem em minha mente, a arma apontada para sua cabeça enquanto seus olhos queriam chorar por que no fundo estava preocupada com os filhos que estavam ao fundo do carro...porém eles não tiveram pena, dó, ou clemência, atiraram contra o carro com nós três ali sem defesa alguma, eu vi minha mãe cair o rosto contra o volante, uma das balas acertou minha irmã, e eu? chorava... eu chorava; eu só consegui chorar enquanto eles levaram um pedaço do meu coração, me tiraram a única pessoa que se importava comigo de verdade... depois disso eu apaguei, nao ouvi mais nada, e carrego comigo a única cicatriz visível no corpo onde uma bala se alojará abaixo do pulmão mas eu sobrevivi; sobrevivi para desconfiar se realmente aquilo foi um assalto ou algo mais...
      Levanto da cama atordoado, sinto meu coração acelerar; meus devaneios sobre esse dia me tiram a paz, decido decer até a cozinha para beber água e tentar por um momento esquecer esse pesadelo. Encostei no balcão com os copo nas mãos e lembro do rapaz da boate, por que me lembro dele? Eu não sei exatamente o porque mas seus olhos me lembram algo do meu passado que eu não quero lembrar. Eu amo minha mãe é claro, mas pensar nela ou naquele dia me faz sofrer, o olhar dele me fez lembrar dela. Volto ao meu quarto e tento dormir, novamente fico esperando o sono vir...

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    Levanto atrasado para o trabalho; bem, ao menos hoje não vou ficar naquele lugar olhando para as paredes o dia todo então fico feliz que só vou ficar meio período e planejar algo para a noite, preciso urgentemente de uma bebida para acalmar meus nervos. Tomei um banho rápido e coloco a roupa social, e vou direto ao meu carro- já que não dá tempo comer nada- indo em direção a casa de yoongi torcendo para que o humor dele esteja melhor que o meu.

- demorou... dormiu com outra desconhecida e perdeu a hora?

-Hyung falando assim até me sinto um cafajeste que leva todo dia uma para cama.....

- e o que você é?  Por que últimamente e isso que faz no final de semana...

-eu ja disse que eu estava bêbado, pare com isso, você já foi pior do que eu ... - falo bufando de tédio; com certeza ele não está de bom humor.

- aonde vai depois do trabalho?

-hum? Como assim?

-eu sei que não vai ficar em casa, aonde vai?

-provavelmente dormir a tarde toda, e a noite na mesma boate de sempre... E você?

-Não sei, por que você vai para uma boate em plena terça-feira?

-não sei, eu sinto que quero ir lá...só isso...você não vai comigo?

- eu não quero encontrar certas pessoas por lá então não sei....- ele realmente está mal, nunca vi yoongi abrir mão de tanta coisa por causa de alguém.

      Continuamos o caminho em silêncio, ao chegarmos ao prédio fomos direto para nossas respectivas salas, enquanto eu arrumava alguns papéis olho para a estante de livros e fitando diretamente o porta retrato nele, minha família está ali, pai , mãe, minha irmã e eu pequenos, enquanto sorrio de forma infantil. Me levanto pegando o porta retrato e analisando cada traço daquelas pessoas; minha mãe é  linda com um rosto delicado, seus olhos escuros; sem querer acabo pensando no rapaz da boate. Eu sei eu sou um idiota por deixar que esses pensamentos tomem conta de mim e me façam sentir ainda mais a dor daquele dia.
   
    Passado o horário do meu expediente me dirijo a sala de yoongi para pudermos almoçar juntos, e como de costume descemos ao restaurante do prédio comercial. Yoongi trabalha conosco há alguns anos, não por que quer, e sim por obrigação mesmo que tenha pais ricos, esses mesmos pais querem que ele assuma responsabilidades antes de tomar posse da empresa da família; como nós estamos sempre juntos eu sei muito sobre sua vida apesar dele demonstrar ser alguém forte e  a prova de sentimentos; eu o conheço o bastante para saber quando ele só está fingindo ser forte. Hoseok o ex -namorado;ficante; seja lá qual era a relação deles- não era a pessoa pela qual eu tivesse uma amizade forte, mais de certa forma ele sabia colocar yoongi nos eixos e eu gostava disso e gostava dele também, ele parecia ser alguém agradável e bastante sorridente -sorridente até demais- porém a suposta traição de Hoseok me deu muita dor de cabeça ter que ouvir meu amigo passar semanas xingando-o e dizendo o quanto idiota ele foi.
      Sentamos em uma mesa ao fundo, um lugar bem reservado como eu e ele gostamos então pedimos nossos pratos como de costume algo simples.

-Hyung, tem certeza que não vai sair comigo a noite?

- eu não sei Namjoon, eu não quero encontrar Hoseok lá.

-já se passou quase um mês, você precisar parar de pensar nele hyung - falo em tom calmo, mas odiando essa situação.

- e você acha que eu não tento? - fala baixo, e baixando os olhos.

- tudo bem, de qualquer forma eu conheço muitas pessoas lá...vou chamar jimin para ir comigo.

- até você vai me trocar também? Pensei que fosse insistir mais um pouco - rir fraco em tom de brincadeira.

-sorry, eu não sabia que nós éramos comprometidos - dou um sorriso malicioso- que tal um beijinho para tirar essa sua cara feia? - faço biquinho para ele, e começamos a rir...

- Nós nos beijamos uma vez e não quero repetir esse trauma na minha vida... - fala ainda rindo..

- qual é; minha boca não é tão ruim assim, aliás lembrando desse dia me dá uma certa náusea sabe!- digo rindo e ele me acompanha.

- nós estávamos bêbados, e eu sinto como se estivesse cometendo um incesto quando beijei você, nem que fosse por brincadeira…

- Vamos comer, esse assunto ainda me assusta...- falo rindo da situação constrangedora que aconteceu.

     Depois de lembrar do episódio cômico que nos aconteceu naquela festa quando éramos mais novos e eu e yoongi costumávamos sair para fazer nossa caça noturna, yoongi é bissexual e eu sabia disso, no entanto nessa noite perdemos uma aposta e tivemos de nos beijar em cima de uma mesa com todas as pessoas olhando aquela cena trágica de dois bêbados se beijando; claro que não foi nada legal olhar para yoongi no outro dia e ver que beijei "meu irmão"; mas depois rimos muito daquela situação constrangedora. Depois de terminar nossa refeição, voltamos ao carro com intuito de voltarmos logo para casa eu só queria dormir a tarde inteira sem responsabilidades. Deixei yoongi em casa e me dirigi a minha; desci do carro e parei a frente da grande mansão que eu chamava de lar, um lar solitário e silencioso. Olhei para a faixada branca com tons de rosa bebê e um grande jardim a frente da varanda, aquela decoração dos jardins foi feita pela pessoa mais graciosa que vivia nesta casa; e como se quiséssemos  manter vivo a lembrança dela no jardim deixamos tudo da mesma forma como ela construiu , as pilastras e os modelos de flores ainda são os mesmos. Porém sinto que aquelas flores não tem o mesmo tom vivo de quando minha mãe cuidava delas. Ainda costumo ficar a maior parte do tempo sozinho nesse lugar - tirando os empregados - eu ainda me sinto sozinho, meu pai; bem não podemos dizer que ele sempre foi presente entre nós pois com sua viagens que duram semanas ou até meses eu só o vejo com certa raridade; a desculpa por trabalhar tanto? Segundo ele, precisa trabalhar o máximo para deixar um belo patrimônio para o filho "querido" passar a futura geração dessa família. Meu pai não é a melhor pessoa para se argumentar que na verdade eu queria seguir outra carreira; entretanto aceito isso por minha mãe que ajudou-o a construir tudo isso. Vou em direção ao meu quarto e diretamente tomar um banho para por fim ir dormir e compensar o sono perdido noite passada.

      Senti meu celular vibrar ao lado do travesseiro, me fazendo acordar, ainda meio sonolento atendo a ligação.

-Hyung, onde está?

-que? Quem é? - pergunto meio confuso,

-Hyung o celular vem com um indetificador de chamadas sabia? Seria bom olhar a tela antes de atender. - respondeu em tom irônico.

- Jimin?...ah... o que você quer?

- boa noite para você também. Você vai vir a boate hoje?

-vou, que horas são?

- 19:00 horas , venha logo... JungKook vai entrar para trabalhar e eu não quero ficar sozinho... - a última parte eu senti um dengo manhoso em sua voz.

- já estou indo, me espere...

      Encerro a ligação e vou até o banheiro tomar um banho e me arrumar, coloco uma calça preta justa rasgada, camisa manga longa e converse vermelho. Me sinto bem assim, me sinto sexy... pego chaves e celular e vou para o meu carro.
   Chegando a boate, poucas pessoas estão dentro desta e a luz baixa incômoda no começo logo fazem meus olhos se acostumar, vou em direção ao balcão das bebidas onde sempre jimin está de olho no "namorado" pois o mesmo trabalha na boate a algum tempo. Apesar  de ser menor, jungkook trabalha nesse lugar por que segundo ele, precisa ajudar os pais e jimin sempre está aqui quando pode cuidando do namorado, mesmo que ele seja um funcionário do local sempre vai haver os "engraçadinhos" flertando com o mesmo, e um jimin cheio de raiva por isso. Já não sei quantas vezes segurei jimin que jurava cometer um homicídio todas as vezes que mulheres e homens olhavam de um jeito digamos provocador para jungkook e isso me rendia boas gargalhadas no final, por ter que segurar aquela ferinha.

-cheguei amorzinho... - digo abraçando jimin pelo pescoço e recebendo um olhar serio de jungkook atrás do balcão.

-eu não faria isso na frente de jungkook -fala em tom de riso- ele é mais novo porém sabe esmurrar muito bem...

- jungkook não faria isso comigo, ele sabe que eu tenho uma queda nesses olhos dele...- falo olhando para o mesmo que ficou corado...

-Iahh pare com isso - Jimin bate em meu braço com força - como você pode falar isso na minha frente hyung ?!

- não se preocupe...- digo rindo - eu ainda gosto da outra fruta...

- Hyung, por falar nisso... - ele hesita um pouco - já sentiu atração por homens?

- Jimin que tipo de pergunta é essa? Você sabe que sou totalmente hétero ... - digo tentando segurar o riso e parecer sério.

- as vezes não parece...- ele diz então começa a rir da minha cara que agora se encontra seria...- Hyung você anda com um bissexual,  dois gays; fora o Hoseok que não está mais por aqui e quer que eu ache que o hyung e hétero?! ....- ele começa a gargalhar junto com jungkook e eu me sinto acusado diante disso, vou relevar isso; não quero estresse.... eles não precisam saber de algo que eu já fiz e provaria que eles estavam certos, porém essa história é melhor ficar só na minha mente.

     Ainda no ensino médio eu nunca havia pensado sequer em ficar com um garoto, meu pai me ensinou assim e meu tio que vivia conosco na época sempre aparecia com diversas mulheres e dizia que ser gay era algo ridículo, mas como yoongi era bissexual eu me sentia confuso entre achar os dois sexos atraentes. Mas no terceiro ano do ensino médio eu me envolvi com alguém, um garoto pelo qual eu sentia muita atração mas não durou muito. Somente yoongi sabe desse ocorrido; e fora esse garoto eu só me envolvi com outro numa boate em uma noite qualquer; então podemos dizer que não sei ao certo se isso é ser hétero; porém eu não vou admitir para jimin e jungkook que eu já senti atração por homens.
      Olhando ao redor da boate, observo algumas poucas pessoas conversar e beberem enquanto meus dois amigos - numa cena totalmente gay - pegam nas mãos e trocam carícias, olhando assim até me sinto sozinho agora - continuo a vagar meus olhos pelo local até ver um certo rapaz que me chama atenção, o garoto de olhos escuros e cabelo castanho que eu tanto lembrará desde a última vez, ele está com a mesma camisa vermelha com a logo do local de trabalho que eu o vi pela primeira vez, enquanto fala com alguns rapazes numa mesa ao fundo do local, ele parece tenso, e seu rosto refletem um ar de constrangimento. Enquanto ele sai de perto da tal mesa para pegar algo, vejo os rapazes olhado seu corpo e cochichando algo que claramente se refería ao moreno que acabará de sair, continuo a observação levando meus olhos ao rapaz que voltará com algumas bebidas, ele ainda parece tenso com aquela situação e vejo um dos rapazes da mesa segurar  seu pulso e apertar seu glúteo e logo depois todos rirem da situação, porém o castanho que estava de pé diante da mesa fica ainda mais tenso e olha para baixo, então o vejo pedir para que eles parem, um deles se levanta e segura o pulso do moreno que estava com um semblante de medo, então todos se levantam e ficam ao redor do mesmo; logo o rapaz que segura seu pulso começa a puxá-lo para fora da boate, e pela primeira vez naquela noite ele olha para mim, diretamente nos meus olhos enquanto é guiado para fora do lugar, eu não estava com uma boa impressão sobre aquelas pessoas, o olhar que o moreno aflito direcionou a mim, me fez ficar inquieto. Olhei para a porta e percebi que eles já haviam ido para fora , então sem pensar mais me levantei  com o objetivo de ver que eles não iam fazer mal algum ao rapaz...

      Quando sai na rua procurando-os, vi eles se afastarem e entrar em um beco próximo a boate, eu os segui  e pude ver quanto o beco era mal iluminado, eu não sabia o que eles iriam fazer mais tinha um pressentimento de que algo ruim aconteceria, parei na entrada do beco me escondendo atrás da parede, então observei eles no final do lugar falando com o rapaz que estava realmente assustado...

-calma gracinha, nós não vamos fazer nada demais...- um deles falava em tom irônico.

- essa pele tão lisa, como será que ficaria marcada? - um outro falará agarrando o pescoço do menor que tentou se afastar com o ato.

-p.por f.favor não façam nada comigo, por f.favor...- o moreno falou de forma que eu pudesse perceber que ele estava quase chorando e nervoso.
       Então dois deles segurou os braços do moreno que estava mais nervoso ainda, enquanto o outro rasgava sua camisa, o mesmo deu tapas no rosto do moreno, enquanto esse chovara ele mandava-o calar a boca e um murro foi desferido no rosto do menor, eu não estava aguentando ver aquilo meu coração estava apertando e me senti sufocado. Quando o vi direcionar a boca ao rapaz que estava chorando e numa tentativa de beijá-lo; logo após o menor gritou parecia ser de dor; eu não conseguia sair do lugar; então numa ação que me esclareceu o que aconteceria ali o mesmo rapaz que antes batia no moreno; começou a retirar a calça do menor que mais uma vez caiu em desespero e chorando ainda mais alto; o vi suplicar para que não fizessem aquilo; eu não aguentaria ver isso... eu tinha que tirar ele dali; senti meu sangue ferver de raiva, meu punho cerrou e sai do meu lugar andando em direção a eles parei quando os três delinquentes notaram minha presença e o menor me olhou de forma assustada, eu não sentia mais do que raiva, eles não podiam fazer aquilo com aquela criatura tão doce que chorava diante de mim... eu não me importaria em cometer um homicídio naquele momento só para tirá-lo daquela situação. Eu senti meu peito apertar e minha respiração mudar enquanto ele olhava para mim... foi questão de segundos; mas senti vontade de protegê-lo, eu preciso tirá-lo daqui... nesse momento eu só queria esmurrar aquelas pessoas que pensaram em sequer encostar as mãos no corpo dele... e isso era o que eu iria fazer, mesmo não sabendo o motivo pelo qual estou sentindo isso...



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