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História Evanescente - Parte I - Querida Effy


Escrita por: ACeridwen

Notas do Autor


Oi.

Primeiramente essa é uma fic ― que, espero, um dia virará livro. Porque aqui aqui gente sonha grande ― completamente original. Com inspirações retiradas de alguns livros, que estão marcadas bem claramente na narração.

Antes de começarem a ler, deixo claro que a decorrência da estória está no formato de livro, ou seja, vocês não vão encontar a narração, o tempo e a estória igual ao das fics a que os leitores do site estão acostumados.

Conto com seus comentários, sejam eles opiniões, críticas, ou dicas.

(Obs: Irei destacar os melhores comentários e isso, obviamente, além de servir de publicidade para mim também servirá como divulgação para vocês, porque seus perfis ficaram visíveis para quem for ler minha fic)

Dito isso.

Sejam todos bem vindo a Einar! Agora sobrevivam.

Capítulo 1 - Parte I - Querida Effy


Fanfic / Fanfiction Evanescente - Parte I - Querida Effy

O frio que invoca flocos de neve do nosso céu cinzento é quase um prenúncio do que está por vir. Penso no trabalho que os participantes do Cisma terão esse ano. Além da dificuldade rotineira, claro.

Me encolho em meu casaco, minhas luvas e minhas botas, quando desço as escadas na direção da cozinha. Nosso telhado está quebrado, e a maioria das janelas trincada. Então o sopro frio e continuo do Inverno não está apenas lá fora, nas ruas de Einar, está aqui dentro de casa, e hoje particularmente também está dentro de cada uma das pessoas de nosso país.

Nós temos sorte. Minha família. Percebo isso quando os gêmeos vêm correndo em minha direção e seguram em minhas mãos, cada um em uma, com suas luvas felpudas. Carregando aquele ânimo que adultos, ou qualquer um com pelo menos pouca noção da realidade não tem.

— Eles estão mostrando ela na televisão, Neil — Dick saltita sobre seus pesinhos de bebê. A luva azul está apertando meus dedos.

— Ela vai usar uma atiradeira dessa vez — Duke não tão animado quanto Dick, mas ainda sim mais animado que a maioria das pessoas, também me puxa na direção da cozinha.

— É um arco e flecha seu burro!

— Não. Não é. É um besteiro!

Os cabelos cor de sangue guardados dentro de gorros, um branco, outro azul, contrastando com a luva. Sorrisos estampados nas sardas, contrastando com a ingenuidade.

O Cisma para meus irmãos é só mais um jogo, não devem sequer se lembrar do ano passado, eram muito pequenos. Então não os culpo por estarem falando de armas como se fossem doces. Não culpo ninguém que esteja dentro da segunda muralha.

Meu pai debruçado sobre a mesa, com os olhos em nossa televisão minúscula me lança um sorriso e sei que ele já está bêbado. Não pelo copo com a bebida ao seu lado, mas pelo sorriso. Meu pai não é dos que riem nas Efemérides do Cisma.

— Effy vai usar um besteiro esse ano, Neil — Topoline diz, em pé atrás do meu pai, apoiada em seus ombros. A voz baixa, a voz calma.

Os gêmeos trocam um "Eu não disse?" e me soltam. Agora se esquecendo da garota na TV, e do Cisma, e de todo o resto, para brincar de Marco Polo.

— Eu não sabia que tínhamos dinheiro para comprar armas — digo.

— E não temos — Topoline responde.

— Aparentemente nossa Effy aqui tem.

Também me debruço sobre a mesa para ver as imagens. Uma garota de cabelos castanhos vastos, sardas pontilhadas pelas bochechas e nariz, usando roupas pretas e azuis apertadas, dando saltos mortais enquanto atira setas em bonecos de palha. Effy, a melhor aposta de nossa Casta.

— Ela está bem melhor do que no ano passado — a voz da minha irmã é um murmúrio. Quase não escuto. — Talvez fique entre os três melhores.

— É... — digo. — Talvez.

Firmo meus olhos na tela da televisão, duvidando que uma arma possa ser benéfica de alguma forma. Effy acerta uma das setas na cabeça do boneco e uma nuvem gorda de fogo o consome.

"É" penso "Talvez"

Ficamos em silêncio. Um silêncio palpável e estranho. Demoro apenas um minuto para entender o que ele significa. Todas as datas que caem nas Efemérides do Cisma acabam se tornando tão notáveis quanto o vento. Incluindo aniversários.

— Line — Outra explosão vem da TV sobre a mesa. Mas agora de um Campeão de outra Casta. — Eu não me esqueci. Vou encontrar um presente para você.

— Não, Neil — ela faz um expressão engraçada para a situação. Como se ganhar presentes fosse um pecado. — Se for comprar algo, compre cebolas. Eu não sei o que fazer para o almoço hoje.

— Line...

Um som estridente vem da sala, nos fazendo saltar com o susto. Não sei de onde vem, mas uma faca enferrujada aparece na mão do meu pai, materializada a partir de algo chamado medo. O medo sempre está por aqui nas Castas mais baixas. Nós, Olhos-Azuis, sofremos com as inspeções de rotinas, cobradores de impostos e agiotas. Formas de perder dinheiro não faltam. Já ganhar...

— Dick bateu a cara na porta! — um dos gêmeos grita de onde veio o som. Os ombros de Line relaxam, livre de ter que falar sobre presentes.

— Vou ver se ele não quebrou o nariz outra vez — E ela está correndo com um choque loiro sobre a cabeça para socorrer o irmãozinho.

Respiro fundo e olho para a televisão novamente.

O Cisma acontece uma vez por ano, ministrado pela família real. Os Olhos-Dourados. Alguns encaram como algo desumano. Outros como diversão. Mas a palavra que eles estão usando ultimamente é "Purificação", um eufemismo de fato, para esconder os monstros que nos tornamos.

A bandeira de Einar aparece minúscula na tela da TV e de forma agourenta a energia elétrica acaba, apagando tudo. Duke começa a chorar, ele tem medo do escuro e, infelizmente, no quesito iluminação, os Invernos de Einar estão perdendo pontos.

Meu pai move as mãos, fazendo sinais breves:

"A luz acabou. Vai procurar o inspetor."

Notas Finais


Mesmo que esteja começando a ler agora que a fic está mais avançada, continue deixando comentários.

Lembrando que os melhores serão postos em destaque (E, consecutivamente, o perfil).


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