Assim que saí do Pub Lucas correu ao meu encontro.
-Pow, que aconteceu? Que é isso no seu braço?- perguntou ele meio desajeitado.
-Não foi nada. Tá tudo bem... Eu só preciso ir embora, tenho que me despachar.- disse enquanto caminhava em direção á praça de táxis.
Leandro atravessou-se no meu caminho parando-me.
-Esse braço tá machucado sériamente, eu vi quando você caiu e se cortou, eu tava indo no banheiro. Fui eu que falei pro Lucas pra gente vir pra rua que você era capaz de tar saindo logo.- disse ele virando-me para o lado contrário.- Nós vamos ao hóspital.
-E porquê que achas que eu estava a ir para a praça de táxis? Eu sei que preciso de ir ao hospital, mas vocês não precisam, por isso com licença.- respondi voltando á minha trajetória inicial. Logo senti alguém agarrar-me pela cintura.
-Não, não... nós vamos levar você! Eu disse que ia levar você em casa hoje por isso nós vamos levar você no hospital também!- disse Lucas empurrando-me para o carro que eles tavam a usar.
-Mas tá tarde, vocês tem que ir descansar.- respondi.
-Nada disso, nós estamos de férias...- responderam os dois.
Logo percebi que ou vai ou racha e eu não ia conseguir sair dali sozinha.
-Ok, então despachem-se.- disse começando a seguir Leandro em passo de corrida.
-Calma , assim você ainda cai.-disse Lucas
-Não te preocupes, já desci ruas bem ingremes com estas botas a correr e nunca caí.- respondi. (EU estava com umas botas de salto alto tipo plataforma.)
Ele nem respondeu, só veio ao meu lado. Assim que chegamos ao carro Leandro o destrancou e estava pronto a entrar.
-Oh caçula, quem falou que você ia dirigir?- perguntou Lucas.Enquanto isso eu sentei-me no banco de trás.
-E porquê? Eu cheguei primeiro.- respondeu Leandro. O meu braço ardia.
-A canalha vai continuar a brincar ou vai se despachar?- perguntei deitando a cabeça fora do carro.
-Canalha?- perguntou Leandro com cara de espanto a olhar para mim. Logo comecei a rir.
-Desculpa... É que canalha é uma expressão que usamos na minha terra para chamar de criança.- esclareci.
-Ah tá...- respondeu Leandro e Lucas começou a rir e acabou por entrar no lugar do pendura.
Lá Leandro entrou no carro ligou-o e fomos a caminho do hospital. A meio caminho Lucas virou-se para trás.
-Tá tão calada... que tá acontecendo?- perguntou.
-Queres mesmo que te diga?- respondi.
-Tá doendo?- voltou a perguntar.
-O quê que tu achas?- voltei a responder.
-Tá mal humorada hein, fui eu?- perguntou novamente.
-Pow Lucas, cala a boca um pouco, deixa a moça descansar!- disse Leandro.
-Valeu Leandro!- respondi e logo deitei a cabeça para trás.
Logo começou a tocar uma musica mas tava zonza e não percebi logo o que era.
"Quando dizias que a luz dos teus olhos era eu, hoje sorris e perguntas porque é que não deu?
Estou cansado de viver num mundo só teu, dá-me um segundo ainda não te disse adeus."
Apercebi-me que era o meu telemóvel a tocar.
"Alex? A esta hora? Será alguma coisa com as aulas??"- pensei e resolvi atender.
-Tou Alex, passou-se alguma coisa?- perguntei.
-Isso pergunto eu, onde estás? viemos ao pub a tua procura e disseram que te despedis-te e que te cortas-te, não percebi nada.- respondeu ele.
-Na segunda explico tudo. Eu estou bem, vou agora ao hospital, não se preocupem.- respondi.
-Que foi que a besta do Alex te fez para te despedires?- perguntou.
-Nada, não chegou a tempo. Mas segunda falamos agora preciso desligar que vou entrar no hospital.- respondi.
-Ok até amanhã, liga-me amanhã por favor.- disse ele.
-Ok, eu ligo txau.- respondi desligando.
Leandro e Lucas já estavam na rua a minha espera, peguei nas minhas coisas para sair do carro quando Leandro abriu a porta e Lucas tirou-me as bolsas da mão.
-Eu levo isso.- disse Lucas sorrindo.
-Eu conseguia levar, mas obrigada na mesma.Já vi que te custa ser contrariado.- disse rindo.
Entramos na ala de urgência (ER) e dei a minha entrada no sistema de atendimento. Logo o médico chamou-me e Lucas fez questão de me acompanhar.
"A sério? se tiver de levar pontos vou passar a maior vergonha da minha vida."- pensei enquanto entrava no consultório.
-Boa noite menina Marla, então diga lá como fez isso enquanto eu examino a ferida.- disse o médico.
Foi no trabalho, mas não tenho seguro.. ou melhor tem mas como me despedi nem quero pegar.- respondi.
-Mas como foi?- perguntou.
-Foi a separar uma briga de bebados, acabei por cair e cortar-me nos cacos que estavam no chão.- respondi.
-É tá limpo, mas vai ter que levar pontos.- disse o medico.
-Po... pon... pontos?- gaguejei.
-Sim, ficou muito aberto e fundo.- disse ele.
-Ok... tudo bem, vamos la.-respondi.
Mal o médico saiu já comecei a bater o pé e a tremer.
-Oi Ma?
-Que foi?
-Porquê cê tá tremendo?- perguntou Lucas.
-Nada!- respondi.
-Então se acalma.- respondeu ele segurando-me na cara e olhando-me fixamente nos olhos. Então é que tremi mais.
Lá o médico voltou com a minha ficha e mandou-me para o bloco de soturas. Mais uma vez o Lucas veio atrás de mim. Entrei e deitei-me na ,maca estendendo o braço.
-Ainda não entendi porquê que cê tá tremendo desse jeito.- disse ele.
-Lucas vai embora. O Leandro já deve estar a dormir na sala de espera.
-Duvido- respondeu.
-Já viste as horas?- perguntei.
-Poxa já são 04:30, será que ele tá lá ainda?-perguntou.
-Vai lá ver, vocês que vão para casa.- respondi.
-Eu vou ver, mas eu volto!- respondeu saindo depois de me dar um beijo na testa.
"E eu dizia que queria um irmão mais velho? já nao quero!!! Assim chato muito menos.Aliás isto não é um irmão, isto é um homem com falta de filhos para cuidar... a ver se ele não volta antes de acabarem de dar os pontos. E o médico que não vem porra."- pensava enquanto estava ali sozinha. Se bem que parece que o médico os deve ter ouvido, pois logo apareceu.Tratou do material, e desinfectou a ferida. Logo ele deu a anestesia. Mas quando ele pegou na agulha da sutura eu tremi este mundo e o outro.
"Desde aquele dia que as suturas enervam-me. Logo eu que nunca tive medo. Aquela gente traumatizou-me de tal maneira. Bem, tentar ter calma, vai passar."- pensava tentando manter a calam mas continuava a tremer e logo comecei a chorar. Pouco depois senti alguém segurar-me na mºao e a acariciá-la, então abri os olhos que tinha fechado para tentar acalmar-me. Era Lucas.
-Você tá tremendo tanto morena. Quê que cê tem?-perguntou ele.
-Não é nada, não te preocupes.- respondi.
-Porquê que cê tá chorando então?- perguntou ele acariciando-me a cara.
-Lucas , por favor não pergunta nada.- respondi.
-Tá quase menina Marla, tá quase. Não stresse. Eu já percebi que não são as agulhas, mas sim a da sutura apenas, não entendo é porquê. Mas tenha calma já so faltam dois pontos.- disse o médico.
-Ok... ok...- respondi.
-Calma eu estou aqui!- disse Lucas.
-Pronto já está. Já pode relaxar, só vou fazer o penso agora.- disse o médico.
-Obrigada doutor.- respondi.
-Algum trauma?- perguntou ele.
-É, é complicado, mas já suporto melhor.- respondi.
-Bem, esta semana não podes fazer esforço nenhum com o braço para não estourar os pontos. E na proxima semana tudo muito devagar.- disse o médico.
-Mas eu tenho mais um trabalho e eu estudo.- respondi.
-As aulas podes ir mas evita esforço no braço. agora trabalhar não.. eu vou passar uma baixa preciso do teu cartão de saude.
-Ok,- respondi entregando o cartão.
-Queres falar-me desse trauma?- perguntou ele.
-É uma longa história, a pior faze da minha vida. Não gosto de falar.-respondi.
-Tudo bem respeito. Aqui tens uma pomada uns comprimidos ligadura, compressas e adesivo. Vais tomar isso se tiveres dores a pomada deitas sempre que fizeres o penso uma vez por dia. podes molhar a frida descoberta desde que a seques bem antes de fazer o penso. E lembra-te nada de pesos.- disse o médico.
-Posso andar de mota?- perguntei.
-Podes, nada de pegar na motta se cair ao chão pede ajuda. - disse ele.- aqui está a baixa, E daqui a duas semanas vens tirar os pontos ok?
-OK- respondi- obrigada. - guardei as coisas.
Logo saimos do hospital.Leandro já não estava na sala de espera, Lucas tinha-o levado ao hotel.
Eu agradeci a Lucas e ia para o Underground para o metro, mas Lucas agarrou-me no braço.
-Onde cê vai?- perguntou.
-Casa porquÊ?- respondi.
-Eu disse que ia levar, não adianta tentar fugir!- disse ele.
Lá pôs a mão por cima do meu ombro e fomos para o carro. Decidi quebrar o silencio pelo caminho.
-Conheces-me á umas horas, que fazes aqui?
-Ajudando você.- respondeu ele a sorrir.
-Sinto-me etranha com isso.
-Calma, eu não vou desaparecer. Amanhã ou ainda hoje espero ver você de novo. Só vou levar você a casa agora pra você descançar e comer á vontade. Mas eu volto... só se você nao quizer.- disse ele.
-Deixa... Se me deixares em casa já tá de bom tamanho acredita.- respondi.
Logo cheguei a casa. O Lucas deixou-me na porta do prédio e logo acabou por ir embora. vi da janela das escadas quando o carro se afastou. Ao entrar em casa pousei as cisas puz a roupa a lavar e a que tirei na hora do corpo também. tapaei o penso que tinha sido feito a pouco tempo e fui tomar banho. Vesti um pijama e fui deitar-me. Eram 7:30 da mnha.Pus despertador no telemovel para as 15:00 e quando me deitei direita para dormi vi o envelope que me tinham deixado, no chão. Fui lá busca-lo e voltei a deitar-me. Ao abrir tiha uma nota de £100 e um pape dobrado. Voltei a guardar a nota no envelope e pousei-o na mesinha e desdobrei o papel para ler.
"Oi... É estranho tar aqui escrevendo quando nem tem uma hora que eu te conheci mas há algo em você que me chama e diz pra não me afastar. Eu não sei explicar o que é mas existe. Bem morena, eu só queria ser sincero com você, até porque eu não quero me afastar. É que se eu sinto isso é porque Deus quis assim eu acho. E é isso aí... Fé no Pai! Eu sei que a gente vai voltar a se ver. Aqui fica meu celular.
XXXXXXXXXXX- me liga!! Beijão Lucas.
P.S. Meus pais adoraram você... A tips é deles:D
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