História Ever After - Interativa DL - Capítulo 03

[No Dia Seguinte...]

 Todas as noivas já haviam chegado e já estavam em seus aposentos, guardando as suas malas, ou então descansando da viagem. No entanto, Maya e Umi estavam sentadas na sala de estar e tentavam se comunicar. Sim, tentavam. Não é nada fácil conversar quando uma está sem a voz presente.

- Então, Umi, você e o Laito-kun estão bem próximos, não? - Indagou a loira que somente viu um ruborizar de bochechas da rosada. - Você gosta mesmo dele?

 Umi fez que sim com a cabeça e abriu um sorriso bobo nos lábios, se recordando do que tinha feito por causa do vampiro. Isso sim era amor de verdade, segundo ela, quando no caso tinha dado a voz e a sua vida como princesa dos sete mares, apenas para ficar com o amor da sua vida.

- Com licença. - Ayaka se pronunciou chegando mais próxima das duas garotas que estavam conversando. - Poderia me juntar a vocês? - Indagou tímida.

- Claro. - A loira assentiu e abriu um largo sorriso, até porque no tempo que estivera na torre, não conversava muito e se sim, apenas com a mãe, o que era bem difícil, já que a própria viajava bastante, enquanto a menina dava um jeito de se virar sozinha. Observou a acastanhada sentar-se ao lado de Umi, e soltar um profundo suspiro. - O que houve, Aya-chan?

- A-Aya... -chan? - Indagou confusa pelo apelido recém-criado pela loira para com ela, que ficou constrangida e corou imediatamente.

- M-Me desculpe. Eu nem te conheço direito e já venho lhe colocando apelidos. - Xingou-se mentalmente, pelo, insulto de acordo com a própria feito com a acastanhada.

- Não, não. - Negou sorriso Ayaka. - Não é isso, é que, nunca tive amigas, sabe? E é meio novo esse setor de apelidos, mas não me incomodo nem um pouco.

- Oh, que bom. - Sorriu e suspirou de alívio Maya. - Como eu havia perguntado antes... Há algo que a pertuba?

- Mais ou menos. Fui meio que forçada a vir para cá, e ficar longe de meu pai. Sinto saudades. - Abaixou a cabeça melancólica, porém logo a levantou porque sentiu uma mão a confortando em seu ombro direito, Umi estava a confortando, e ela sentia isso, por mais que não pudesse falar, ainda possuia sentimentos, e um deles agora é a falta que sentia de sua mãe, mesmo com as discussões que as mesmas tinham constantemente. - Também sente isso Umi? - A rosada concordou. - Pelo menos temos isto em comum. - Sorriu.

 Em uma outra parte da mansão, mais especificamente no jardim, Luna estava observando a paisagem florida juntamente ao vampiro dono de cabelos arroxeados. 

- Luna-chan, você ficou feliz por ter ficado comigo? - Perguntou infantilmente o vampiro que apertou o urso de pelúcia ainda mais contra o seu peito.

- Gostei, Kanato-kun. - Sorriu gentilmente a garota. - Aqui com você é bem melhor do que com a minha madrasta.

- O que houve com seu pai... E sua mãe? - A indagação do Sakamaki fez a morena suspirar tristemente e olhar para o outro lado.

- Prefiro não tocar neste assunto. - Murmurou - Não gosto de lembrar, mas... - Levantou a cabeça e o observou com um sorriso. - Eu prometo que quando estiver pronta para falar, eu te direi. Está bem?

- Como consegue ser tão amável, Luna-chan? - Disse o arroxeado a colocando contra a parede, erguendo os seus dois braços ao lado da cabeça da garota, largando o urso para o lado. Este mesmo ato fora inesperado, e deixou a garota de olhos arregalados. - É loucura dizer que já te amo? - Indagou ele acariciando a bochecha da morena.

- K-Kanato, n-nos conhecemos ontem - Sussurrou timidamente corando e sentindo como se o coração fosse sair pela boca naquele momento. - C-Como pode ter tanta certeza?

- Se quer saber bem a verdade, desde que colocou os pés naquele salão, eu e Teddy gostamos muito de você. - Sorriu e riu para ela. - Na verdade, só o Teddy que gostou, porque naquele momento eu já começei a te amar, Luna-chan. E agora que é somente minha noiva, poderei demonstrar os meus reais sentimentos por ti.

- O-O que quer dizer com isso? - Perguntou inocente a garota que observou Kanato se afastando e pegando novamente o seu ursinho e seguindo pelos ladrilhos escuros a frente estática.

- Se meu amor for recíproco, não me importarei de lhe fazer a mulher mais feliz que já existiu... - Disse e saiu caminhando.

 O peito subia e descia e levou a mão a testa assustada ainda pela declaração feita tão precocemente. A pergunta que não queria calar dentro de si, era se o sentimento que o vampiro nutria por ela, era o mesmo que ela por ele.

 Um pouco mais afastado o arroxeado conversava animadamente com seu ursinho.

- Teddy, você viu? - Indagou animadamente ao urso. - Eu consegui me declarar a Luna-chan! Só falta ela dizer que sente o mesmo por mim. - Olhou para baixo encarando a pelúcia, como se estivesse escutando o que Teddy teria a dizer. - Oras, se ela não sentir o mesmo por mim... - Alargou um sorriso sádico nos lábios. - Terei de a transformar em uma belíssima boneca da minha coleção, porém jogarei todas fora e ficarei somente com Luna Elisabeth White, a minha noiva, só e somente minha.

 Dentro de um dos aposentos da mansão estava Mahina, deitada confortavelmente, de acordo com a própria com as pernas abertas e mexendo em sua playlist, tentando escolher alguma música que despertasse o seu interesse em escutar tal som.

 Entretanto, para o seu espanto, sentiu o outro lado da cama de casal com os lençóis em branco afundar, e virou a sua cabeça rapidamente para o possível ser que teria se encontrado deitado ali.

- Shu? - Indagou confusa - Puta que pariu, nem aqui você me deixa em paz? - A fala da albina fez o loiro rir nasalmente, ainda de olhos cerrados.

-  A beldade xinga, que contraditório. - Disse com um sarcasmo em sua voz, fazendo a garota o olhar indignada. 

- Olha só, eu não sei o que você quer aqui, porém, nada é justificativa para ficar me enchendo a porra da paciência, seu merda. - Fora interrompida de prosseguir com os xingamentos para com o vampiro, já que o próprio em uma velocidade absurda a puxou para o seu colo pelo pulso da jovem, que aparentava estar assustada pela ação tão repentina.

 Os olhos que estavam cerrados, se abriram, revelando a Mahina um belíssimo par de olhos azuis tão similares a safiras a encarando como se quisesse ver por detrás de sua alma. Entretanto o loiro também fora pego de surpresa pelo par de olhos vermelhos da albina o encarando irredutível, tentando ao menos não transparecer para o Sakamaki a sua frente, que eram de pura confusão, não sabia ao certo se o odiava, ou se só o desprezava, ou então... Seria possível amá-lo? Não, ela negaria isso até a morte. Do que ela tinha certeza, era que já estavam ligados há muito tempo, mesmo antes de se conhecerem, talvez até mesmo antes de terem nascido.

[Em outro cômodo...]

- Porra, Ayame, será possível que tu não fica diva em nenhuma roupa?! - Exclamava a fada deitada de barriga para baixo na cama da loira e observando fixamente a porta branca a sua frente, furiosa porque pela trigésima troca de roupa, a garota ainda não teria ficado "diva" ao seu ver. - Tu sabe que tem de fazer isso pra conquistar o senpai, né?

- A culpa não é minha que uma certa pessoa levou mesmo a sério o que eu tinha dito. - Disse a voz vinda do banheiro, fazendo a rosada revirar os olhos em desagrado. - E, não era crush?

- Crush, senpai, parceiro de foda... Que se dane! - Dizia Rosalie olhando para as unhas, que por sinal, precisavam já ser feitas novamente. - Cadê você que não aparece, hein?

- Tô pronta. 

 Ayame apareceu com a trigésima primeira roupa que a fada havia dado a ela, e cruzou os braços, esperando uma resposta da jovem a sua frente, que estava de boca aberta.

- Caralho, puta que me pariu, buceta... - Xingava tudo o que podia e se levantava da cama indo a frente da loira que não entendia nada do que a rosada estava a dizer. - Você tá diva! Se eu fosse lésbica, pegava, hein?

- Sei. - Revirou os olhos. - E agora o que eu faço, senhora capitã? - Indagou com deboche na sua voz.

- Que bom que sabe a sua posição aqui. - Sorriu vitoriosa, e saiu empurrando Ayame até a porta e a colocando para fora, mais precisamente. - Bye! - Despediu-se e fechou a porta praticamente na cara da loira que bufou e seguiu andando pelos corredores.

 A garota insultava de todo e qualquer jeito a rosada, que na concepção dela a ajudaria a desestressar, de tirar a enorme vontade de matar a fada por tudo.

 Todavia, ela lembrou-se que se não fosse Rosalie, ela jamais teria chegado neste local, e teria fugido do lugar em que antigamente chamava de lar, entretanto hoje em dia já não era mais a mesma coisa pois a mesma era feita de empregada e era brutalmente ameaçada pelas suas meia-irmãs, que sempre a tratavam mal, sem contar a sua madrasta, que verdadeiramente retirou a máscara depois que o pai faleceu.

 Os pensamentos se tornaram escassos ao deparar-se com um quadro bonito na sua percepção, porém um tanto curioso.

 Curioso porque ali representado por meio da pintura, aparentemente ao seu ver eram os trigêmeos vampiros, entretanto, não conseguia de maneira alguma ter o conhecimento de quem era a mulher de longos cabelos roxos e o olhar de felino esverdeado, ao mesmo tempo que poderia ser qualquer visitante que teria uma vez chegado a mansão, também poderia ser um possível familiar dos Sakamaki's.

- O que faz aqui?

O mundo não é perfeito

A vida não é um mar de rosas

Há felicidades sim

Mas o que há mais no mundo para as pessoas que chegam a ela antes

É o sofrimento

Então não se iludam pensando que tudo será o mais perfeito possível

Porque não será assim

Nunca será assim.