3 ANOS ANTES
- Vá, vai mais depressa. - falei baixo ao ouvido dele. Não podia arriscar que fossemos descobertos.
Senti-o acelerar os movimentos, fazendo com que eu não aguentasse mais.
- Ah foda-se Jordan! - gritei e arranhei as costas dele. A minha visão ficou cheia de pontinhos brancos e as minhas pernas tremiam. Ouvi-o rosnar e o seu corpo ficou menos tenso. O único barulho que se ouvia naquela casa de banho era o das nossas respirações aceleradas. Soltei-me dele e comecei a vestir a saia do meu uniforme. Aquela saia horrível passava dos meus joelhos mas, tanto eu como o meu grupo de amigas, gostávamos de dobrar as regras. Deixem-me explicar: A regra do colégio é que todos têm de usar uniforme. Ninguém nunca mencionou que não o poderíamos personalizar ao nosso gosto. Se a puxasse o suficiente por baixo da minha camisa branca, ela ficava a meio da minha coxa. Muito melhor. Claro que não éramos bem vistas por usarmos a saia tão puxada... nem por atarmos as pontas soltas da camisa à cintura. Mas estávamos habituadas a qualquer tipo de comentário e olhar desaprovador dessas raparigas (às quais nós chamamos amigavelmente de vagabundas) e dos professores. Já não queríamos saber.
Fechei os dois únicos botões que eu fechava habitualmente e dei um nó nas pontas soltas da camisa, tal como sempre.
- Char, o que vamos fazer agora? - Jordan olhou para mim com um sorriso malicioso.
- Não me chames isso - revirei os olhos - O meu nome é Charlotte e não Char. - disse pela milésima vez.
- Ok ok! - ele disse derrotado. - O Adam vem buscar-te? - engoli em seco.
- Sim, vem. - disse tentando parecer indiferente.
- Tencionas contar-lhe? - ele perguntou com um sorriso vitorioso.
- Que o estou a trair contigo? É claro que sim, vou aproximar-me dele e dizer 'Olha Adam, sabes o teu melhor amigo, o Jordan, então, deve ser a décima vez que o fodo na casa de banho do terceiro andar' - disse com uma voz irónica. - Só podes estar a brincar com a minha cara. - disse já zangada.
- Ah boneca tem calma! Mas ele vai acabar por descobrir!
- Não se mantiveres essa tua boca fechada.
- Eu acho que o devias deixar. - ele ia ultrapassar linhas bem definidas.
- Não o vou deixar. Cala-te! - disse, já, obviamente, irritada com toda esta conversa.
- Obviamente, tu já não sentes nad... - Empurrei-o contra o lavatório, interrompendo-o. Agarrei-o pelo colarinho da camisa e falei claramente para que ele entendesse.
- Cala. A porra. Da boca. - fiz uma pausa - Não abras mais a boca para falar sobre o Adam.
Ele sorriu maliciosamente e aproximou-se do meu ouvido.
- Estás a excitar-me assim.
- És nojento! - afastei-me rapidamente dele, correndo pelo corredor.
Corri até à porta de saída. O último toque da campainha tinha-se feito ouvir à 10 minutos. O Adam devia estar a chegar. Ele vinha ter comigo do outro lado desta estrada.
- CUIDADO! - foi a última coisa que ouvi.
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