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História Every Day - 00.02


Escrita por: stopbitchin

Notas do Autor


Estou a pensar em postar um capítulo por semana!!

Capítulo 3 - 00.02


* Adam P.O.V *

Há dois dias que estou impedido de a ver. Nenhum médico me veio informar sobre o estado dela. É nestas alturas que uma pessoa começa a imaginar todas as possibilidades. Será que ela piorou? Será que não sobrevive? Será que foi só um choque?

- Senhor Merrick? - uma enfermeira baixinha e vestida do aborrecido azul marinho que é habitual por aqui aproximou-se da cadeira onde eu estava sentado há mais de 5 horas. 

- Sim? - perguntei ao encará-la sem me levantar.

- Você é aquele senhor que vem cá sempre pela menina - ela fez uma pausa e observa a prancheta que tem na mão, folheando diversas folhas. - Charlotte? - ela olhou para mim e sorriu levemente.

- Sou sim, sabe dizer-me como ela está? - Levantei-me rapidamente e continuei a encará-la. Era agora. As informações por que tanto esperei. Ou pelo menos, achava que sim.

- Eu não tenho autorização para o informar de nada. - ela começou - Mas o Doutor Curtis quer vê-lo. - ela acrescentou, sem tirar os olhos da papelada na mão dela.

- Ah.. Sim claro.

- Siga-me por favor. - Ela disse, virou-se, agora a encarar o caminho à sua frente, e começou a andar, comigo atrás.

O caminho foi silencioso da nossa parte. A pequena enfermeira à minha frente não disse mais nada e eu também não disse nada. Uma porta pela qual nunca tinha entrado foi aberta e a enfermeira olhou para mim à espera que eu passasse pela mesma.

Do outro lado da porta estava um corredor largo e comprido. Parecia até que não tinha fim. O chão branco era tão polido que quase consegui ver o meu reflexo no chão. A enfermeira andou novamente à minha frente e eu continuei a segui-la. 

Uma avaria no elevador levou a que tivessemos que passar pela única secção do hospital que ainda me assombrava: as urgências. A mulher à minha frente aproximou o cartão eletrónico de identificação que tinha no bolso e logo a porta se abriu. Ela avançou e eu continuei a segui-la entrando agora nas urgências. A porta atrás de mim fechou-se o que me fez acreditar que não era automática, ou seja, tanto para entrar como para sair daqui precisaríamos do cartão de identificação. 

Olhei em volta e comecei a interiorizar o local. O espaço amplo estava coberto de macas e pessoas a correr de um lado para o outro com as suas batas perfeitamente brancas. Várias pessoas ocupavam as macas: umas com pés ou braços inchados e outras com cortes que provavelmente levariam alguns pontos e estariam curados daqui a umas semanas. O que eu não via eram os problemas sérios. Mais à esquerda, perto da porta automática que leva à rua, estão as macas tapadas. Grandes cortinas azuis estão penduradas à volta das macas. Essas são as macas dos problemas. Podemos ouvir gritos altos ou o silêncio assustador. Nunca se sabe o que está atrás dessas cortinas.

O barulho abafado da sirene de uma ambulância aproximava-se. O barulho cessou quando esta estacionou mesmo à frente da porta. Dois médicos, um alto e um médio, deslocaram-se rapidamente para a frente da porta, que abriu instantaneamente para que estes tivessem acesso ao veículo. Estes saíram do meu ângulo de visão ao desaparecerem por detrás da porta, agora aberta, da traseira da ambulância.

- Está a ouvir-me? - a enfermeira que me abordou inicialmente estava a chamar por mim uns passos à minha frente. Notei então que tinha parado de andar para observar melhor o local. 

- Ah, peço desculpa - disse quando uma mulher loira vestida com uma bata branca (provavelmente uma médica) se aproximou de mim, quer dizer, não de mim pois eu estava parado à frente de uma grande estante que tinha diversos tipos de material médico: seringas, compressas, sacos de soro, e várias outras coisas que por mais que me esforce, nunca me lembro do nome. 

Continuei então a andar atrás da enfermeira que riu baixo, nem sei bem porquê. 

Cinco minutos depois, uma outra porta foi aberta com o cartão eletrónico e estava agora numa secção já conhecida por mim e pela Char: os cuidados intensivos. Há três anos atrás, quando ela chegou aqui depois do acidente e depois da cirurgia, ela foi enviada para aqui. Quando finalmente me deram a notícia da sua morte cerebral, foi opção da mãe dela lhe indicarem um quarto, em vez de uma sala nesta secção. Não sabia bem como aquilo funcionava mas sempre me falaram na política dos 3 anos. Naquele dia fazia 3 anos do acidente e ninguém mencionou mais tal coisa.

- Ele vem ter consigo aqui. - A enfermeira disse com um sorriso reconfortante e apontou para uma cadeira na enorme e populada sala de espera - Sente-se um pouco até ele chegar.

Fiz como ela disse e limitei-me a esperar. Uma rapariga, que aparentava uns 13 anos, estava meio deitada na cadeira ao meu lado abraçada a um urso de peluche. O que será que ela estaria aqui a fazer? 

- Senhor Merrick? - um homem de bata branca aproximou-se de mim.

- Sim? - Levantei-me para lhe apertar a mão. - É o doutor Curtis? - perguntei.

- Sou sim. - ele disse - E tenho boas e más notícias. 


Notas Finais


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