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História Everybody's Broken - Complicated


Escrita por: lara_henio

Notas do Autor


Oi sumida, rs
Gentee me perdoa!!! Fiquei enrolada com vestibular e precisei dar uma pausa em todo o resto da minha vida, incluindo a fic. Mas agora estou de volta e os capítulos voltam certinho toda sexta feira!

Capítulo 11 - Complicated


Fanfic / Fanfiction Everybody's Broken - Complicated

“Sou esperto o bastante para saber o que não conheço

Sou bobo o bastante para ficar quando sei que devo ir”

 Jon nunca tivera tanto assunto com a psicóloga como naquela segunda, mesmo ocultando os acontecimentos do dia anterior. Como Julia sumira o dia inteiro, ele ficara atormentado sem saber o que fazer e ela explicou receosamente que estivera com o primo. Jon não se abalou, não viu problema naquilo, mas depois da última vez que o vira talvez devesse se preocupar, não devia? Ele e Julia não estavam juntos, ela estava desimpedida, ele não tinha o direito de cobrar comportamento algum dela.

Contou à Dr. Wayle sobre o desabafo de Julia seguido por suas ideias de sair do apartamento e se afastarem.

- Eu já esperava isso dela há mais tempo – confessou a psicóloga que nunca a vira.

- Eu não, mas não tenho nada para fazer ela ficar, não tenho como garantir que vai dar tudo certo. Talvez devêssemos tentar outra coisa, outro método.

- Posso te encaminhar para um especialista em hipnose, você pode consultá-lo paralelamente a mim.

- Pode ser.

- O que mais me conta? – perguntou com um sorriso amigável.

Contou sobre suas conversas com Emilly, ela se tornara sua única amiga desde que David e Tico se afastaram.

- Você não os procurou?

- Não, primeiro porque eles precisam se recompor disso tudo, depois porque quero falar sobre a possibilidade de continuarmos com a banda, mas preciso de um pouco mais de tempo.

- Como está indo com as músicas?

- Estou quase pronto – sorriu ele.

- Você tem medo de que Julia saia antes de terminarem os treinos?

- Não, não por isso, mas não é justo que ela tenha que fazer isso.

- Você sente algo por ela? – perguntou fazendo-o arregalar os olhos – Em alguns casos de amnésia, o paciente guarda o apego emocional às pessoas mesmo sem se lembrar delas.

- Não acho que seja esse o caso. – deu de ombros – Talvez eu simplesmente tenha aprendido a gostar da companhia dela. Ela é uma boa pessoa, não merecia passar por isso, pior é que ela realmente me...

Ele hesitou sem conseguir dizer a palavra.

- Ama? – completou a psicóloga.

Ele assentiu.

(...)

Julia despediu-se da primeira turma do dia, teria alguns minutos livres antes de começar a próxima aula. Pegou o jornal do dia em seus classificados, analisara todos os imóveis para alugar e seu maior problema seria conseguir arcar com as despesas sozinha. Quando se mudara com Jon, a banda pouco dava lucros, mas foi uma questão de pouco tempo até a renda dele ser maior, sempre dividiram as contas. Desde que eles ficaram famosos com o primeiro CD, Jon praticamente arcava com tudo sozinho, ela continuava trabalhando por amor à profissão, seu salário não se fazia necessário perto do que ele ganhava, mas para ela se sustentar sozinha...

Seu peito andava confrangido desde que percebera que seu maior sacrifício estava por vir, teria que deixar o emprego ao qual se dedicava por puro amor e ir em busca de algo que desse algum dinheiro de verdade. Uma realidade que milhões de pessoas enfrentavam todos os dias, limitar suas paixões a hobbies e dedicar horas de trabalho a algo que pouco os agradava.

Ela não tocou mais no assunto com Jon, andava sempre com um jornal na mão sem que ele soubesse de suas tramóias. Além de tudo, Daniel estava de volta em sua vida, não podia negar a ajuda que ele tanto precisava, combinara que o visitaria aos sábados, mas no dia seguinte ao incidente ele já cobrava sua presença.

- Já começou a procurar uma terapia? – perguntou a ele abaixando a voz e colando o celular à boca.

- Ainda não, estou trabalhando.

- De casa? Não é arriscado? Vá para o estúdio.

- Não precisa, eu tive um puta porre ontem mesmo e estou realmente ocupado para sentir falta...

“Da bebida”. Julia completou a frase mentalmente.

- Ocupado e está me ligando? – arqueou uma sobrancelha torcendo a boca.

Daniel riu baixo do outro lado da linha.

- Estou te atrapalhando?

- Não, mas eu achei que você estivesse ocupado.

- Não tanto assim, loira.

- Ai, tchau, Daniel!

(...)

 A semana passou mais rápida com todas as turbulências novas, todos estavam distraídos com novos pensamentos.

Jon buscara o terapeuta especialista em hipnose e logo na primeira sessão já desacreditou daquilo tudo, relatou para a Dra. Wayle, que apelou para medicamentos com estimulantes cerebrais, era sua tentativa da vez.

Daniel aproveitara as fortes emoções do domingo e passara a semana ligando para Julia todos os dias. Começara uma terapia em grupo para alcoólatras, mas o terapeuta sugerira que ele fizesse alguns exames médicos para saber se o álcool não causara danos permanentes em seu organismo. Julia insinuou que ele apresentava algumas mudanças graves de comportamento, podendo ou não ser decorrentes da bebida, ela iria com ele correr atrás do check-up.

Julia, paralelamente ao convívio com Daniel, marcara entrevistas de emprego e continuava dedicada aos anúncios diários de oportunidades. As aulas com Jon chegavam ao fim, ele já até poderia estar treinando sem ela, mas ela não queria dizê-lo.

Na noite de quinta feira ela dissera que ele já estava pronto para voltar para a banda, ele concordou silenciosamente.

- Qual o problema? – ela perguntou ao ver seu desânimo.

- Não sei qual será a reação deles, nem sei se eles toparão seguir em frente.

- Só tem um jeito de descobrir – indicou o telefone.

- As coisas ainda estão muito difíceis, mesmo que de alguma forma tenhamos superado a morte do Phillip, Richie parece só piorar, cada dia perdemos mais as esperanças nele.

- Você não superou o Phillip ainda e mesmo assim está dando o seu melhor para seguir em frente.

- Como assim? – ele franziu o cenho.

- Você visita o túmulo dele todos os domingos, Jon.

- Ah, sim.

Ele não havia pensado por que exatamente continuava fazendo aquilo, não era uma necessidade, já nem era um ato fúnebre, era apenas parte de sua rotina semanal. Na verdade, quando pensava em suas idas ao cemitério, já não era a imagem da cova ou a lembrança de Phillip que lhe vinham à cabeça, mas sim a certeza de que almoçaria com Emilly.

Julia não tocara mais no assunto da mudança, psicologicamente já começava a se preparar para deixá-lo, mas sentia sempre como se ele já a tivesse deixado há um mês, desde o acidente. Mais uma semana somava a esse período e era hora de fazer outra visita a Richie, dessa vez Tico também fora no mesmo horário e Julia resolvera aguardar na cantina. Dois funcionários conversavam atrás do balcão.

- O que você acha de eu tentar a vaga? – um rapaz pálido falava.

- O que você faria lá? É outro balcão, mas não tem nada a ver com o nosso aqui não – respondeu uma moça negra em tom divertido.

- Não é preciso muita habilidade para ser recepcionista, mesmo para um hospital.

Julia ouvia sorrateiramente enquanto decidia o que comer.

- Vai achando que é fácil... e pelo que eu entendi, estão procurando uma mulher para o cargo.

Estreitou os olhos como se pudesse ouvir melhor a conversa alheia, até que uma voz grave a fez pular de susto.

- Peça algo com bastante ferro, você continua pálida.

Henry sorriu ao vê-la virar-se com olhos arregalados.

- Ah, Dr. Crispin – não evitou retribuir o sorriso.

 - Como vai seu primo?

- Não anseio saber – brincou fazendo-o rir baixo.

- Imagino.

- Doutor, sabe se há uma vaga de emprego aqui no hospital?

Henry franziu o cenho com a pergunta.

- Sim, na recepção.

- Sabe quais os requisitos?

- Acho que nem experiência eles pedem, a última a ocupar o cargo era uma colegial. Claro que eles exigem um comprometimento e profissionalismo, mas nenhum currículo de ouro. Por quê?

- Estou interessada...

Henry estreitou os olhos.

- Não sei se o salário será do seu interesse... – ele imaginava a vida confortável que ela levava com a renda de Jon, mesmo sem saber se ela trabalhava.

 - Eu vou me mudar – murmurou olhando para o chão.

Henry ergueu as sobrancelhas entendendo as circunstâncias desfavoráveis que a levavam àquela decisão. Pensou rapidamente se seria ético favorecê-la de alguma forma, mas a expressão angustiada de Julia o fez sentir a necessidade de ajudá-la em algo. Endireitou a prancheta, retirou uma caneta do bolso do jaleco e rabiscou quatro números em um papel. Mostrou o valor tencionando dizer que estava bem abaixo do padrão de vida que ela talvez esperasse manter.

- Posso te ajudar, se você realmente quiser a vaga.

Julia fitou o papel com esperanças.

- Eu realmente quero.

(...)

Jon sumia aos domingos, certamente almoçava fora, mas ela nunca questionara, decidira fazer o mesmo. Não era muito agradável que ele soubesse de seu contato com Daniel, mesmo que ele não sentisse mais ciúmes ou qualquer outra coisa que fosse por ela.

Andou até o metrô mais próximo e depois andou até o apartamento dele, era consideravelmente longe e seu estômago protestou àquela caminhada antes do almoço.

Daniel fazia ótimas refeições, descongelando massas prontas ao forno e servindo com molho pronto. Qualquer coisa seria bem vinda para ela, torturada pela fome e a obrigação de puxar assunto com ele tentando não falar sobre sua própria vida.

- Estou tentando pegar mais clientes, aumentar minha carga horária para me distrair um pouco mais.

Ele dispunha a louça na mesa, olhava-a com sorrisos sinceros aos quais Julia retribuía, fascinada por vê-lo tão bem.

- É bom te ver assim, Daniel.

- Já você não parece tão bem – substituiu o sorriso por uma expressão séria.

- Não faça essa cara sóbria.

Daniel riu de seu trocadilho e começou a servir os pratos.

- É sério, Jules. O que há com o Bon Jovi?

- Você já deve imaginar, mas não quero falar sobre isso, okay?

Quase acrescentou “não com você”, mas ficou quieta esperando que ele assentisse. Quando o almoço terminou, ela o ajudou a retirar e arrumar tudo, depois começaram o verdadeiro trabalho. Juntaram caixas de papelão e começaram a esvaziar todo o estoque de bebidas que Daniel colecionava.

Whisky, vodka, cerveja, conhaque... garrafas e mais garrafas guardadas em cada cômodo do luxuoso apartamento,fora o mini bar construído a um canto da sala. Julia parou antes que a faxina fosse terminada, jogou-se no sofá com as pernas abertas, enrolou o cabelo e fez um coque alto.

Daniel terminou sozinho bem a tempo de entregar as caixas fechadas para o carregador que fora buscá-las.

- Para onde você mandou mesmo? – Julia perguntou ainda ofegante.

- Para uma boate de um amigo meu.

- Acho que está na hora de ir – falou referindo-se a si mesma.

Daniel protestou em vão perguntando o que ela tinha para fazer.

- Tarefas de casa – mentiu.

Saiu do apartamento tirando da bolsa uma lista de papel escrita por ela mesma, todos os endereços de apartamentos para alugar que encontrara. Entrou no metrô e passou o resto da tarde conhecendo cada um, todos tinham apenas um quarto, cozinha e banheiro, três cômodos extremamente pequenos em prédios sem portaria ou elevador, condições elétricas e sanitárias duvidosas. Concentrou-se em escolher o menos pior.

            


Notas Finais


Prometo que o próximo cap será um pouquinho mais emocionante hahaha
Até a próxima sexta!


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