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História Everybody's Broken - Whole Lot of Leaving


Escrita por: lara_henio

Notas do Autor


Oiee!
Prometi e cá estou de volta com os capítulos toda sexta feira. Espero que gostem <3

Capítulo 12 - Whole Lot of Leaving


Fanfic / Fanfiction Everybody's Broken - Whole Lot of Leaving

“Então eu fecho os olhos e imagino tua mão na minha
Ainda ouço tua voz, e ela me leva de volta àquela época
Onde eu sempre encontrava motivos para ser forte
Parece que ultimamente há despedidas demais rolando”

Julia entrou no metrô com tempo suficiente para chegar ao seu primeiro dia de trabalho com uma pontualidade de se orgulhar. Sabia que mais cedo ou mais tarde, quando se mudasse do apartamento, Jon ficaria com o carro e ela provavelmente nunca mais teria condições de comprar um.

O cabelo pendia em uma trança lateral por sobre o uniforme branco do hospital, mais uma coisa que devia a Henry, ele conseguira o uniforme a tempo para ela. Só não diria que devia o emprego a ele, porque fizera a entrevista e passara pelo processo seletivo sozinha, mas ele a instruíra em cada detalhe. Fitou sua alpargata branca e concentrou o pensamento em algo que a acalmasse, coisa que praticamente inexistia em sua vida atual.

Henry dissera que ficaria aos cuidados de Sharon, uma de suas colegas de trabalho que, aparentemente, não se empolgara com a responsabilidade de treinar a novata. Tinha a impressão de já tê-la visto durante as visitas com Jon, cabelos curtos, pretos, franzina e emburrada. Julia trabalharia em dois turnos, como optara pelo dinheiro extra, pela manhã teria Sharon como companhia e à tarde conheceria Amber.

Sharon estava apressada para falar mil instruções sem que ela entendesse metade, o dia foi uma coleção de falhas e broncas, mas Julia tentou não se abalar tanto, segurou as pontas o dia inteiro até que Amber chegou para assumir o lugar de Sharon. Amber era o oposto da colega, cabelos loiros extremamente lisos, olhos alegres e feições amigas, não demorou para que as duas se dessem bem. Amber explicou-lhe o serviço desde o começo e só então Julia sentiu que conseguiria fazer algo direito.

Os afazeres nunca terminavam, chegavam pacientes para registrar, saíam pacientes, morriam pacientes, fora os procedimentos médicos que precisavam fichar. Já sentia falta de seus alunos chamando a “tia”, os instrumentos, as músicas...

(...)

Jon levantou os olhos em direção à porta desmontando o acorde que tocava no instante em que Julia chegou. Ela avisara que chegaria bem mais tarde desse novo emprego, ele fizera um jantar unitário e começara seu primeiro treino musical sozinho.

- Oi – murmurou ela trancando a porta.

- Oi, como foi o primeiro dia?

- Bem, eu espero. – deu um sorriso sem humor – E você, como foi a terapia hoje?

- Bem, eu espero. – riram juntos – Amanhã vou me encontrar com os rapazes.

- Vai falar sobre a banda?

- Se tudo der certo, sim.

- Boa sorte.

Arrastou-se até o banheiro, em poucos minutos soou o barulho de água caindo do chuveiro, Jon voltou para o treino sem ver quando ela saiu do banheiro e foi dormir. Julia não precisou fechar os olhos por muito tempo, o sono veio mais rápido do que ela conseguiu acompanhar, estava quase sonhando quando o celular a despertou com um susto. Seu primeiro pensamento desesperado foi de que o celular estava despertando e era hora de levantar-se para um novo dia, mas reconheceu o toque de chamadas.

- Alô? – sussurrou com voz enrolada.

- Agora você deu para beber? E eu achando que você pudesse me ajudar... – Daniel riu do outro lado da linha – Te acordei?

- O que você acha?

- Hoje foi seu primeiro dia lá, não foi? Ah, por isso...

- Estou cansada – falou por entre um bocejo.

- Okay, depois a gente se fala.

Ele abria a boca para se despedir quando ela desligou. Retornou a ligação apenas no dia seguinte em seu horário de almoço.

- Ainda está se mantendo integralmente ocupado com o trabalho?

- Não tanto quanto você, – brincou – mas eu comecei o tratamento individual com um analista.

- Jura? – ela arregalou os olhos.

- Sim, comecei hoje, quando a gente se ver eu conto melhor, tenho que ir agora.

(...)

Jon e David não tinham o direito de se atrasarem um só minuto, Tico os encontraria em seu horário de almoço e teriam 45 minutos cronometrados para almoçarem. A pressão do tempo fez Jon hesitar em conversar com eles, mas estava ansioso e eles já quase não se viam, não sabia quando teria outra oportunidade.

- E aí? – Tico cumprimentou-os puxando uma cadeira.

A mesa comportava apenas quatro cadeiras, Jon estava sentado de frente para David e ao lado de Tico. Fitou o vão entre eles.

- Gente, eu estive...

Todos o olharam, curiosos.

- Eu estive aprendendo e treinando as nossas músicas e... Bem, eu acho que estou pronto para voltar à banda.

Ambos franziram o cenho.

- Nós podemos fazer testes para guitarristas provisórios, não será fácil ou rápido, mas não é impossível.

- Jon...

Tico coçou a cabeça esperando para que todos fizessem seus pedidos ao garçom recém chegado.

- A questão não é apenas encontrar alguém que possa tocar, mas como nós podemos continuar a banda sem o cara que nos ajudou a formá-la?

David assentiu com a cabeça concordando com as palavras do amigo.

- Bom, Phillip morreu, foi um dos criadores da banda e, no entanto, nós continuaríamos sem ele, não fosse o Richie hospitalizado.

David tomou a palavra antes de Tico.

- Nós não temos clima para isso, Jon. Com que cara vamos tocar sabendo que Richie pode morrer a qualquer momento naquele hospital?

- Cara, uma hora o dinheiro vai faltar para todos nós, Tico está aí trabalhando e daqui a pouco seremos nós, trabalhando com algo que não gostamos apenas para preservar a memória dele. Não é só o Richie que está em jogo, somos nós, o que será de nós sem a música?

- Vamos ter que descobrir – concluiu David com expressão brava.

- Sério mesmo que vamos jogar fora nossas carreiras? – Jon aumentou o tom de voz.

- Dave, ele está certo, parece que nada funciona para a gente sem a banda, nós não podemos voltar para a faculdade em nossa cidade natal e fingir que nada disso aconteceu – Tico temperava sua salada.

Almoçaram em silêncio.

- Olha, – Tico despediu-se quando terminaram de comer – eu preciso voltar ao trabalho, vocês se resolvam e tomem uma decisão juntos. O que vocês decidirem eu topo.

David e Jon ficaram a sós evitando o olhar um do outro.

- O que você vai fazer, Dave? Digo, quando o dinheiro começar a faltar. Vai para a casa dos pais dizer que eles estavam certos e voltar para a faculdade de administração?

- Eu não sei.

- Mas o tempo está passando, nossa credibilidade também. Os poucos fãs que nós conquistamos estão achando que não existimos mais. A mídia que nós conseguimos já se esvaiu. Quanto mais tempo passar, mais difícil será.

- Você está certo, eu sei disso, eu só não sei por onde começar.

- A gente descobre.

(...)

Daniel a visitara em seu intervalo durante o turno da noite, Julia estava distraída com a cabeça em outras coisas. Já escolhera qual seria seu novo apartamento, mas faltava ajustar os detalhes da mudança e, principalmente, os gastos. Apesar de já estar inteiramente mobiliado, ainda teria gastos com outros utensílios e a única saída seria recorrer à poupança que tinha conjunta com Jon, mas não sabia quanto daquilo ela realmente tinha direito.

- Jules...?

Levantou os olhos para Daniel ignorando os olhares furtivos que as mulheres presentes na cantina lançavam sobre ele.

- Você prestou atenção em alguma coisa do que eu disse?

- Sim, em tudo, eu acho.

- Qual o problema?

- Desculpa, estava pensando em outras coisas.

- Tipo...?

Julia suspirou fundo e decidiu contar a verdade, uma hora ele descobriria e seria melhor que fosse por ela.

- Eu vou me mudar, vou sair daquele apartamento. Vou deixar o Jon.

Daniel arqueou as sobrancelhas com um sorriso.

- Isso é ótimo.

- Por isso mudei de emprego.

- Espera, para onde você vai? – deixou o sorriso se esvair.

- Para um apartamento aqui perto do hospital.

- Jules, você está louca? E se esse emprego não for suficiente para você se sustentar?

- Vai ser, sim.

- Com qual padrão de vida? – seu tom de voz era bravo.

- Eu não ligo.

- Não, você não pode fazer isso.

- O que você quer que eu faça? Vai dizer que era melhor eu ficar com o Jon? Logo você?

- Não, venha morar comigo.

- O quê?! – sua pele ficou vermelha de raiva, mas Daniel sorria de contentamento com sua mais nova ideia.

- Sim, você não precisaria arcar com nenhuma despesa, pode até voltar para seu antigo emprego – ele sorriu satisfeito consigo.

- Eu não vou morar com você! – enfatizou a última palavra.

Daniel ficou vermelho olhando-a com expressão ofendida.

- Por que não?

- Porque você sabe que não daria certo, mais cedo ou mais tarde você iria querer algo que eu não e nós iríamos nos desentender.

- Eu já sei que você não quer nada mais comigo.

- Sabe mesmo? Olha nos meus olhos e diz que você nunca mais vai tentar nada comigo!

Daniel olhou, mas não disse nada.

- Qual seria o problema? Você está deixando ele para trás, ele era a única barreira entre nós.

- Sério que você acha isso? Daniel, eu te deixei porque eu não sentia o mesmo por você, calhou de ser o Jon, poderia ter sido qualquer outro.

Arrependeu-se no mesmo instante de suas palavras. Era a verdade, mas uma verdade que nunca contara a ele porque sabia o quanto o machucaria e posta naquelas palavras soara péssima. Daniel se levantou em um pulo atraindo o olhar de todos os presentes e deixou o hospital. Julia pensou em segui-lo, em desculpar-se antes que ele fizesse alguma besteira, mas seu intervalo já havia terminado e precisava voltar para a recepção.

            


Notas Finais


Meus amores, preparem os corações para os próximos capítulos. So digo que: não está fácil...


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