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História Everybody's Broken - Lost Highway


Escrita por: lara_henio

Notas do Autor


Oláá! Quase esqueço que hoje é dia de postar, uma bela memória a memória a minha hahaha mas cá estou, espero que gostem!

Capítulo 14 - Lost Highway


Fanfic / Fanfiction Everybody's Broken - Lost Highway

“Eu não sei para onde estou indo
Mas eu sei onde estive
Eu tenho medo de voltar

(...)

Diga adeus ao passado
Pise fundo, não há freios nesta rodovia perdida”

Parou a metros de distância da portaria perguntando-se se realmente não havia outro jeito. Não, não havia. Daniel não atendera suas ligações, não respondera suas mensagens e não aparecera no hospital, só lhe restara abrir mão de seu horário de almoço para ir pessoalmente até o apartamento.

O porteiro não anunciou sua chegada e, como não sabia se ele abriria a porta, foi direto para a chave de reserva no extintor e entrou. Uma música alta vinha do quarto, caminhou até lá chamando seu nome.

Daniel estava deitado assistindo uma mulher cantar na TV, segurava um copo de whisky.

- Daniel... – murmurou ela.

Ele levantou os olhos e a visão de seu rosto a deixou horrorizada. Seus olhos estavam vermelhos, tinham olheiras inchadas e roxas, a boca estava ressequida e branca.

- O que você quer? – rosnou ele.

- O que você fez...? – aproximou-se da cama.

- Eu estraguei tudo – declarou sem remorsos – até meu emprego, dessa vez. Minh... nossa família está me mandando dinheiro.

- Por quê? – sussurrou ela.

- Ah, não me venha com essa! – gritou ele levantando-se da cama.

Atirou o copo contra a parede fazendo com que se estilhaçasse em um estampido alto, Julia encolheu-se dando um passo para trás.

- Mas você disse que... – pensou em todas as expectativas de recuperação que ele tivera dias atrás – e estava tão...

Daniel gargalhou jogando a cabeça para trás. Julia já o vira em todos os estados alcoólicos desde uma leve tontura até o coma, mas nunca vira aquela agressividade em seu olhar, era psicótico.

- Ah, sempre achando que vai fazer o bem a todos e tornar o mundo melhor, não é mesmo, Jules? – avançou em sua direção apertando seu rosto com uma mão só – Você achou que era só vir aqui com esse rostinho lindo e eu me converteria. Você não pode me salvar, você não pode ajudar ninguém! Sabe o que você faz? Você destrói todos ao seu redor! Você e esse rostinho angelical acabam com tudo o que vêem pela frente!

Julia ficou vermelha, balançou o rosto libertando-se da mão que o apertava, mas Daniel segurou seus braços e começou a chacoalhá-la conforme gritava.

- Você acabou com a vida dos seus pais, que sempre te deram tudo o que você queria, fizeram tudo por você, você os largou por causa de um playboy, deixando minha tia em prantos por anos! Ninguém na nossa família consegue pronunciar seu nome em voz alta por lá, sabia? Você acabou comigo, com tudo o que eu sentia por você até a semana passada! “Poderia ter te trocado por qualquer um”. – exclamou fazendo voz fina, ainda apertando os braços dela, chacoalhando com força e respingando cuspe conforme gritava – Você acabou comigo sem um pingo de consideração, como se você nunca tivesse se entregado com 16 anos dizendo que me amava! Você acabou com o Jon, torturou ele com os seus draminhas até o último minuto quando o cara nem sabia quem você era! Você acaba com todos por causa dele, mas até com ele próprio você sacaneia! Qual é a sua?

Soltou-a repentinamente, Julia quase caiu para trás com o choque, mas virou-se de costas para ele e correu para fora do apartamento. Não soube como conseguira chegar até o hospital, um grito histérico subia e descia por sua garganta enquanto ela o segurava. Algumas lágrimas caíam para liberar o fluxo imenso por trás, mas ela o conteve, aumentando a velocidade de seus passos enquanto ouvia os ecos de Daniel em sua cabeça.

Sharon ainda estava na recepção, o que significava que seu intervalo ainda não terminara, pegou o elevador guiando-se até a cantina onde Amber poderia estar almoçando antes de começar seu turno. Varreu o lugar com os olhos sem qualquer sinal da amiga, todos a olhavam por seu rosto distorcido em uma expressão atormentada. Ela não tinha um plano b, estava prestes a desabar e sabia que precisaria do apoio da amiga quando isso acontecesse.

Henry almoçava na mesa de seus colegas quando a viu sair do elevador e estancar ainda na entrada, já vira aquela expressão em seus olhos cheios d’água. Levantou-se caminhando apressadamente até onde ela estava, passou um braço por seus ombros e a conduziu de volta para o elevador até chegarem em sua sala. Fez com que ela se sentasse em sua cadeira e virou-se para pegar um copo de água, Julia enterrou o rosto nas mãos e seu corpo começou a balançar conforme soluçava.

Não sabia o que doía mais, se as palavras dele, os apertões ou estado físico e mental em que ele estava. Seus soluços soavam altos, não ouviu o bip de Henry soar.

- Droga! – murmurou ele olhando hesitante para o bip e para ela e saiu.

Julia continuou entregue ao choro que a tomava, secava o rosto com as costas da mão, mas as lágrimas pareciam não cessar. Henry voltou quase dez minutos depois, quando ela finalmente já tinha se acalmado e apenas normalizava a respiração. Abaixou-se ficando de frente para ela na cadeira.

- Daniel voltou a beber, dessa vez não acho que eu possa ajudá-lo.

- Dê um tempo, ele está se entregando a uma recaída depois de um período de abstinência, ele não vai te ouvir agora – aconselhou passando a mão por seu rosto, secando as lágrimas que ainda havia ali.

- Não, ele não está normal, está perturbado e agressivo, alguma coisa mudou... para pior.

- Você não tem que carregar o peso de uma culpa que não é sua – pousou a mão em seu ombro.

Julia repeliu sua mão com um olhar grave.

- Ele está certo... Henry, você tem que se afastar de mim, eu... isso não vai dar certo.

- Eu não vou fazer isso, – replicou calmamente – eu sei que você não quer que eu faça isso.

- Eu sou egoísta, não vai ser bom para você – insistiu ela lembrando-se das últimas palavras do primo.

- Eu sei o que estou fazendo.

- Não! Afaste-se de mim, por favor.

Levantou-se deixando a sala, voltou para seu posto na recepção preparando-se para contar a história a Amber.

(...)

Jon encontrara um novo lar: o estúdio de ensaio da banda.

David lhe passara o endereço para o primeiro dia de testes para o guitarrista provisório, ele começara sozinho, mas logo o amigo aparecera para dar suporte. Jon tocava guitarra e conseguia avaliar melhor cada candidato, tentava não compará-los com Richie, mas era inevitável.

Estavam fazendo aquilo há dias, escolheriam seus preferidos e marcariam um dia para se reunirem com Tico e tocarem juntos com cada um deles, seria o decreto final para escolherem um e começarem os ensaios.

Um dos candidatos, que era fã da banda, mas pouco tocava, acabara de sair e Jon consultou o relógio em seu pulso pegando o celular.

- Alô? – soou a voz do outro lado.

- Preparada para o melhor almoço da sua vida? – brincou ele.

- Nossa, ontem era o melhor jantar da minha vida e agora isso?

- Pois é, aproveita bem, ruiva.

- Eu tenho que ir agora...

Emilly despediu-se e Jon chamou David para o encontro duplo que teriam, Claire encontraria os três no restaurante. David sentou-se no banco traseiro para que Jon e a moça ficassem lado a lado, ela o cumprimentou à distância quando pararam na porta da loja em que trabalhava.

- Você deve ser o David – deduziu ao fechar a porta e colocar o cinto.

- E você a ruiva, digo, Emilly – brincou ele.

- Ah, sim, Jon parece esquecer qual o meu nome, não é?

O almoço não durou muito, Claire não conseguia puxar muito assunto e Emilly ficara tímida com a presença deles, Jon e David conversaram entre si fazendo algumas piadas das quais as duas pouco riam.

A verdade era que Claire sentia-se mal por não ter mais contato com Julia e não conseguia aceitar o fato de Jon estar com outra, oficialmente. Perguntava-se como a amiga estaria se virando, David apenas mencionara que ela se mudara do apartamento e começara a trabalhar no Ocean Drive Hospital. A última vez que a vira fora no hospital; as coisas pareciam só desandar para Julia e ela não estivera presente, agora estava confraternizando com a suposta nova namorada de Jon.

- Eu vi o que você fez – comentou David ao telefone naquela noite.

- Ah é, o que eu fiz?

- Tratou a menina de forma hostil.

- Claro, é a minha cara tratar as pessoas com uma mágoa que não é minha. Não, espera, esse é você. Eu acabei de conhecê-la, não sei absolutamente nada sobre ela. Como você esperava que eu agisse? Como se ela fosse a Julia, minha amiga há três anos?

- Claire, o que há com você? Cada dia é uma desculpa diferente para nós terminarmos o dia brigados. Porra, ontem a gente brigou por causa de uma merda de um tripé.

- Eu estou cansada, okay? Amanhã a gente se fala.

Naquela mesma noite, Jon ligara para Tico confirmando a reunião de sábado no estúdio em que tocariam com os cinco candidatos preferidos e escolheriam aquele que seria o guitarrista substituto oficial.

- Fica tranquilo, sábado eu estarei lá no horário.

- Hoje eu apresentei a Emilly para o Dave e a Claire – contou pouco animado tentando quebrar a tensão que Tico carregava.

- Jon, eu falei com a família de Richie hoje – Jon ficou em silêncio – Ele não tem aberto os olhos há alguns dias, o ECG, a escala do coma, diminuiu. Ele está em coma profundo vegetativo.

- O que isso significa? – perguntou em um fio de voz.

- Que ele só tem uns 15% de chances de sobreviver, sendo bem positivo.

- Tudo bem.

Enquanto ele estivesse vivo estaria tudo bem.


Notas Finais


Daniel provando que quem é vivo sempre aparece e causando mais um pouquinho só para não perder o costume. Tadinho do Henry, gente...


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