1. Spirit Fanfics >
  2. Everybody's Broken >
  3. Who Says You Can't Go Home?

História Everybody's Broken - Who Says You Can't Go Home?


Escrita por: lara_henio

Notas do Autor


Olha que feio essa bicha mal educada que nem dá oi para as pessoas, né? kkkkk
Gente, desculpa, fui postando no automático e nem me liguei sobre colocar notas.
Obrigada aos favoritos!
E fiquem tranquilas quanto à frequência, os capítulos estão prontinhos, só preciso vir aqui soltar mesmo, então não correm o risco de eu sumir, ok? kkkk

Capítulo 6 - Who Says You Can't Go Home?


Fanfic / Fanfiction Everybody's Broken - Who Says You Can't Go Home?

“Estas são minhas ruas, a única vida que conheço

(...)

Há apenas um lugar ao qual pertenço”

Tico, David e Claire já haviam partido quando Henry encontrou Julia na recepção do quinto andar, onde Jon estava.  Chamou-a para entrar, mas vendo que ela não tencionava segui-lo, disse que precisava conversar sobre ele.

 Julia evitou olhar em sua direção, mas sentiu que ele a encarava. Henry confirmou todas as suspeitas que já tinha, conversando com David e Tico concluiu que Jon realmente “voltara” sua memória em quatro anos, no momento exato de seu acidente anterior. Como os exames não acusaram nada, a perda de memória fora caracterizada como trauma psicológico.

- Tem tratamento? – indagou Carol.

- Tem cura? – completou Julia.

- O tratamento será feito por acompanhamento com a psicóloga, a mesma que esteve aqui hoje. – virou-se para o paciente – Jon, a partir de amanhã você frequentará psicoterapia três vezes por semana. Quanto à recuperação, serei bem sincero com vocês, em casos psicológicos não se pode ter nenhuma certeza, algumas pessoas recuperam a memória em semanas, outras nunca recuperam. Não tem como saber, tudo vai depender de como ele reagir ao tratamento.

Julia passou as mãos pelos cabelos recobrando o fôlego.

 - A boa notícia é que ele já pode ir para casa.

“Seria mesmo boa?”

Carol ajudou-o com suas coisas aproveitando para se despedir do filho e avisá-lo que já tinha passagem comprada para um vôo no mesmo dia. Julia isolou-se a um canto do corredor tentando pôr as idéias em ordem, Henry aproximou-se ajeitando os papéis que mal cabiam em seus braços.

- Julia, acha que consegue...

 - Sim. Não se preocupe, eu só preciso de um tempo.

- Claro.

Julia despediu-se da sogra demorando o máximo que pôde sabendo que Jon a aguardava no carro.

- Julia, você... – Carol suspirou – seja paciente, apenas.

Meneou a cabeça afirmativamente e entrou no carro. Novamente evitou olhar em sua direção tendo a estrada como desculpa, mas sentia os olhares furtivos dele. Aquele não era Jon, não era como se fosse, era um desconhecido em seu corpo, um moleque de 18 anos que pouco sabia sobre a vida. Assustou-se ao ouvir sua voz.

- Minha mãe me contou... rham – pigarreou limpando a garganta – minha mãe me contou que nós nos conhecemos na faculdade.

 - Sim, nós erámos do mesmo turno, mas você era de outro curso.

- E um ano depois, eu tranquei a matrícula e fui viver de música – disse como quem tenta se convencer.

- Deve parecer loucura para você, mas deu certo.

 - Quem diria...

 - Olha só.

Deu play no rádio sabendo que o CD de Runaway estaria ali dentro e, como esperava, Jon ficou extasiado ouvindo sua própria voz em uma gravação de verdade. O que também ajudou a mantê-lo distraído o caminho inteiro para que não precisassem conversar.

- Nós moramos aqui? – perguntou assim que ela desligou o carro já no estacionamento do condomínio.

- Sim – sorriu pela primeira vez perto dele.

Apresentou o apartamento, o que não tomou muito tempo dados os pequenos cômodos que o compunham, não era um apartamento barato, de fato, mas era compacto.

Jon tateou cada instrumento que achava pelo caminho, basicamente cada cômodo tinha um. Sim, até mesmo o banheiro tinha maracas enfeitando a parede.

Julia deixou-o novamente distraído com os instrumentos e ocupou-se em chamar Claire e os rapazes para pedirem pizzas em um jantar de boas-vindas pelo retorno de Jon ao apartamento, mesmo que o clima não estivesse para comemorações, seria uma ajuda para que ele se sentisse à vontade em casa.

(...)

David e Tico zombavam contando coisas que nunca aconteceram desde que saíram da faculdade, ora contavam outras peraltices que ele jamais suporia que viesse a fazer.

- Não, sem chances, isso é mentira!

Tico gargalhou em resposta à incredulidade dele.

Por algumas horas, todos pareciam ter esquecido a morte de Phillip, como se ele ainda estivesse em casa com seus pais. Claire ajudava na manutenção das bebidas distribuídas aos copos de cada um.

- É impressão minha ou você está evitando ficar a sós com ele? – perguntou na cozinha com Julia a seu lado.

- Como?

- Na verdade, você está evitando lidar com ele. E com o esquecimento.

- Eu não quero chateá-lo, mas não vou conseguir disfarçar minha angústia.

 - Ele não pode pedir isso a você.

- Eu me sinto mal por dificultar as coisas para ele.

- Jules, você entendeu tudo errado, não é bom você escandalizar e exigir uma recuperação imediata dele, mas é inevitável que você fique mal com tudo isso. Sua dor não é maior que a dele, mas não deixa de ser consideravelmente grande.

- Eu não sei o que fazer.

Foram interrompidas pelo toque da campainha, a pizza já havia chegado e não haviam convidado mais ninguém. Julia abriu a porta deparando-se com um par de olhos verdes e cabelos pretos que tanto conhecia.

 - O que... ? – começou a perguntar indignada.

Daniel arrastou-a para dentro entrando junto, todos os presentes voltaram seus olhares para a porta.

- O que ele está fazendo aqui? – David foi o primeiro a vociferar.

- Pergunta para ele! – respondeu Claire sentindo a intenção dele de atacar Julia.

- Daniel, o que você quer? – Julia apertou seu braço implorando para que ele saísse.

 - Então é verdade? – perguntou olhando para Jon – Você realmente não se lembra de nós?

Seu tom era risonho e debochoso como sempre, até mesmo Jon percebeu que o estranho o confrontava.

- Como você ficou sabendo? – Julia continuava dando leves puxões.

- Você não leu os jornais? – virou-se para encará-la – Aliás, você está péssima. O que eles todos estão fazendo aqui?

- Daniel, vai embora – Claire ordenou.

- Ah, não! – ele encarou Julia novamente – Só pode ser brincadeira! Vocês vão continuar juntos?

- Não é da sua conta – gritou Julia.

- Ele nem faz ideia de quem é você!

- Eu vou recuperar a memória com o tratamento – Jon revoltou-se com o estranho, afirmando uma certeza que ninguém tinha.

Daniel ignorou-o.

- Jules, vem embora comigo, vocês já nem estavam mais juntos antes... – segurou o punho com o qual ela o puxava – Você pode ficar lá em casa, não vai te faltar nada.

- Cala a boca, Daniel! – torceu o braço livrando-se dele – Vai embora! Só pode ser brincadeira você vir até aqui achando que eu iria embora da minha casa com você. Nós estamos passando por um momento delicado, não tenho tempo para as suas piadas.

Daniel pareceu ofendido com sua reação, o sorriso sarcástico distorceu-se em uma expressão raivosa, mas ele obedeceu à ordem e bateu a porta ao sair.

- Sério mesmo que ele veio te buscar? – perguntou Claire incrédula.

Jon aproximou-se.

- Ele disse que nós não estávamos mais juntos, por quê?

- Jon, eu... – Julia respirou fundo tentando se acalmar.

- Ele está certo, – Tico adiantou-se – pela primeira vez tenho que concordar com esse canalha, vocês tinham terminado antes do acidente.

- Cala a boca, Tico! – Claire gritou recebendo um olhar repreensivo de David.

- Nós não tínhamos terminado! – Julia rebateu no mesmo tom de voz alto.

- Ok, Jon, ela te traiu de novo com ele, – David tomou partido sem se importar com a expressão das duas – você saiu de casa e adiou o término para a volta. Adivinha só: você voltou sem memória e só te contaram que vocês namoravam, parece que muita gente aqui perdeu a memória também ao omitir a separação.

Era uma indireta para Claire e Carol, as únicas que a defendiam. Aquilo parecia virar uma guerra entre sexos. Jon ficara visivelmente perturbado com toda a nova história, sem saber como reagir.

- Eu não acredito que você fez isso! Vamos embora agora! – Claire gritou puxando ambos os rapazes para fora do apartamento sem nenhuma despedida.

Ela não ficaria para defender Julia, mas também não os deixaria ali para atrapalharem ainda mais as coisas entre os dois. Ficaram sozinhos no apartamento sem saber o que dizer.

- Você realmente me traiu duas vezes e todos os meus amigos ficaram sabendo? – sua voz soava envergonhada.

- Não, eu nunca te traí. – Julia falava brava ainda tentando inutilmente se acalmar – Daniel é meu primo.

Jon pareceu surpreso e confuso.

- E meu ex-namorado.

Definitivamente surpreso e mais confuso. Julia suspirou organizando os fatos mentalmente.

- Ele foi meu primeiro namorado, quando ainda vivia em Charlotte, entrei para a faculdade namorando, mas terminei com ele assim que nós nos conhecemos. Ele não achou que fosse por sua causa, achou que nós ainda voltaríamos, mas eu assumi estar namorando com você e um ano depois nos mudamos para cá.

Jon sentou-se no sofá mantendo os olhos fixos nela.

- Jon, entenda, antes de namorados nós éramos primos e amigos, eu o amo como um parente querido. Ele ficou péssimo com a minha mudança, ficou transtornado e com comportamento estranho, minha família aconselhou-o a mudar-se para cá e arranjar um emprego por aqui mesmo. Você sabia da nossa história, mas entendia que éramos uma família, ele virou um amigo próximo, frequentava nossa casa.

Sentou-se a seu lado no sofá umedecendo os lábios com a língua.

- Um dia ele me beijou à força, propositalmente na sua frente, você ficou em dúvida, seus amigos passaram a me acusar, porque nunca entenderam minha proximidade com Daniel. Mas você acreditou em mim.

- E a última vez? – perguntou com indiferença.

- Depois dessa primeira, ele viu que eu não voltaria com ele, surtou, começou a ter problemas com álcool. Problemas sérios, Jon. Fiquei preocupada, eu sou a única família próxima, me sinto na obrigação de ajudá-lo. Tentei entrar em contato com ele, aos poucos, visitei-o algumas vezes sem que você soubesse, na maioria das vezes ele nem me reconhecia ou não estava consciente. Na noite antes da viagem, eu o chamei aqui, ele pediu ajuda, disse que faria tratamento.

 - Eu descobri – deduziu ele.

 - Sim, e foi o mesmo escândalo.

- Você falando parece simples, por que me incomodou tanto na época?

 - Por causa do jeito dele, sempre querendo competir com você, sempre à espreita de que a gente se separe.

- Desculpe, – disse levantando-se – eu não posso concluir nada de forma justa agora, eu... eu não te conheço.

- Eu sei.

- Nós íamos nos separar? Digo, qual o sentido de estarmos aqui... se...

Julia tentou prender o choro que a invadia, mas lágrimas escaparam sem sua permissão, não queria chantageá-lo emocionalmente.

- Sinceramente, eu não sei, mas eu te amo, Jon. E em quatro anos eu te conheci o suficiente para saber que você também sentiu o mesmo por mim.

Jon arrependeu-se de tentar interpretar uma situação que não vivera (não se lembrava de ter vivido) e acabar julgando-a.

- Em algum lugar da sua mente tem alguém que eu preciso de volta, entende? Há um outro Jon aí dentro que também precisa de mim. Eu sei que não há nada que você possa fazer, mas não desista, por favor.

- Tudo bem, não se preocupe. Eu não vou desistir, prometo.

Ele sorriu divertidamente.

- Mas não precisa tentar me ocupar o tempo inteiro para me evitar.

Julia deu um riso baixo.

- Desculpa.

Jon franziu o cenho e olhou ao seu redor.

- Hm, onde tem travesseiro e cobertor? – indicou o sofá com a cabeça, anunciando que dormiria ali.

- Vou pegar – respondeu com um sorriso melancólico.

Forrou o sofá e mostrou em qual parte do closet ficavam seus pijamas e roupas. Jon trocou-se dentro do banheiro, o que a fez pensar em como teriam que usar aquela tática para se trocarem. Trocaram palavras de boa noite à distância e foram dormir, Julia na cama e Jon no sofá, mas ela aproveitou para deixar cair um pequeno choro de desespero e ele, um pequeno desespero a seco. Ele não sabia muitas coisas, mas seu grande amigo estava morto e outro estava em coma.


Notas Finais


Daniel passando para dar um olar e Jon fazendo a Glória ("não sou capaz de opinar") huehuehue tudo normal até aí


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...