História Everyday Girl - O melhor encontro de todos

[ Emma ]

Um mês

Logan demorou meia hora para chegar ao tal lugar onde iriamos. Era legal ficar com ele. Ele era divertido, cheiroso e um tanto gato. Quem em sã consciência não aceitaria sair com ele de novo? Vai saber o nível de doidice dessas pessoas.

— Onde exatamente estamos indo? — perguntei enquanto ele estacionava o carro

— Boliche — ele respondeu parando e desligando-o — Você gosta?

— Não sou a melhor jogadora mas eu amo muito — disse — Vai ser o melhor encontro da minha vida.

Acho que eu me exaltei demais. Abaixei a cabeça e sorri timidamente. Logo ele apoiou sua mão sobre a minha e isso me deixou tão bem. Acho que Logan me deixava bem. Nós entramos e como sempre, o clima que aquele espaço de jogos transmitia era incrível. Fazer o que, é a vida. Nós pegamos os sapatos e logo fomos para uma das pistas vazias e então BOOM, iriamos ter o melhor encontro de nossas vidas. Cheias de batatas fritas, refrigerantes e strikes. Tá, se a vida fosse muito boa rolaria uns beijos.

O que seria melhor do que isso? Eu estava de folga daquele hospital deprimente, eu estava com um cara legal que aparentava gostar muito de mim e por mais rápido que isso tenha ido eu gostava muito dele e estávamos nos divertindo. Nada poderia dar errado.

Logan era tão lindo. Seus olhos tinham outro brilho quando estávamos juntos, o que eu pude reparar muito nesse um mês desde que saímos pela primeira vez. Ele ia muito no hospital me ver e era tão bom saber que tinha alguém que se importava com você, tirando as amigas. Ele ainda não me pediu em namoro, mas já rolaram vários beijos entre nós e cara, como eu amava. Me distrai dos meus pensamentos quando ouço ele gritar de alegria por ter feito outro strike... seguido.

— Eu sou o rei do boliche — ele disse e nos abraçamos em comemoração — anda, sua vez.

— Tudo bem, rei do boliche — falei — me deixe mostrar que sou capaz de te vencer.

— Mostre tuas vantagens, rainha do boliche — ele disse e eu me virei para ele e sorri. Se ele era o rei, e acabou de me chamar de rainha, algo a mais tinha entre nós e vou dizer, EU QUERO ISSO. Não foi fácil, e no fim ele acabou perdendo.

— Nossa, como eu estou cansada — disse sentando-me depois de quase uma hora jogando. Eu estava amando passar um tempo com Logan, ele era tão divertido e gentil e lindo. Eu acho que eu o amo.

— Não é apenas você, anjo — ele disse sentando-se do meu lado e me fazendo corar. Comemos mais e tomamos mais refrigerante do que aguentávamos, resultando me fazer sair correndo para ir ao banheiro.

Eu voltei e o vi sentado mexendo no celular. Eu não sei, mas já sentia ciúmes dele de qualquer forma. Ele já era meu e isso estará concreto dentro de semanas, nem que eu o peça em namoro. Sentei-me novamente e ficamos jogando conversa fora. Observei seu sorriso umas quinhentas vezes em quinze minutos. Era tão espetacular quanto a lua em noites calmas.

— Sabe — ele disse levantando, me fazendo levantar também — eu gosto muito de você.

— Ah é? — perguntei ironicamente e sorri em seguida — muito bom saber

— Não, é sério Emma — ele disse — Você é tão linda e tem um sorriso tão cativante. Eu me apaixonei desde a primeira vez que te vi.

Eu estou chocada. Seria agora que ele me pediria em namoro? Ele se aproximava e quando íamos nos beijar, meu telefone vibra. Mensagem das meninas. Afastei-me, pegando meu celular.

“ C- HANNA SOFREU UM ACIDENTE

R – COMO É?

O QUE? ONDE? QUANDO? ME DIZ ONDE VOCÊS ESTÃO

N- COMO? SOCORRO

C- ESTÃO LEVANDO ELA PARA O HOSPITAL. KENDALL ESTÁ DESESPERADO

ESTOU INDO PRA LÁ ”

— Vamos — disse desesperada — Hanna sofreu um acidente.

Então saímos correndo do boliche. Deixamos os sapatos, pagamos nosso tempo e corremos para o estacionamento. O que será que aconteceu? Kendall deve estar mais arrasado que todas nós. Desde que Hanna nos contou que ele se declarou, ela estava tão ansiosa para o pedido de namoro dele. E agora isso? NÃO ACEITO.

Eu estava nervosa, desesperada e com muita vontade de saber como tinha acontecido. Do melhor encontro, se tornará o pior em questão de segundos. Chegamos ao hospital e nada podia me fazer ficar pior,  a não ser ver minhas amigas ali e então nós todas começarmos a ter ataques de desespero. Hanna era fundamental no nosso grupo, se ela... Não Emma, não pense nisso. Poderia ser só uma perna quebrada, um braço engessado, um....

— Alguém é da família? — perguntou a enfermeira — Preciso de um parente próximo dela. Mãe, irmã, namorado, qualquer um.

Então eu e Caitlin demos um empurrão em Kendall, que logo olhou assustado.

— Ele é namorado dela — disse Rachel

— Okay, venha comigo meu jovem — disse isso e Kendall a seguiu. Ficamos ali nos olhando como quem queria dizer “ AHÁ, ELE GOSTA DELA A PONTO DE ASSUMIR SER SEU NAMORADO” mas depois nos demos conta de que poderia ser mais grave do que um braço enfaixado.

[ Kendall ]

Do que eu me lembre, em dias de quartas não eram tão movimentadas as ruas aos redores do café. Tinham sim alguns carros, mas nada que ocorresse tal acidente. Bom, eu pensava assim até aquele dia em que Hanna foi atravessar a rua, calmamente para entregar um bolinho para a senhora Mendes, do outro lado da rua. Ela olhou para os dois lados como sempre fazia e mesmo de longe conseguia observa-la. Eu estava disposto a pedi-la em namoro no sábado. Já se passaram um mês e nesse um mês nós ficávamos juntos cada vez mais e eu amava aquela garota. Então meus pensamentos avoaram quando eu vi ela sendo jogada para longe por um carro e logo vendo-o sumir dali como um ( ou uma ) covarde. Eu corri para lá, mas não me deixaram toca-la. Liguei rapidamente para a ambulância que não demorou mais do que sete minutos para chegar. Caitlin, que tinha acabado de chegar no café com Carlos, entrou em desespero assim como eu. Hanna não podia ir assim, não agora que iriamos começar nossa história juntos.

Então dali fomos para o hospital. Caitlin logo avisou as outras rapidamente. Avisei Maggie e ela disse que cuidaria de tudo por ali. O caminho foi tenso, eu apenas conseguia pensar nela sorrindo e naquela noite nela me beijando. Não demorou mais do que vinte minutos para chegarmos no hospital. Caitlin foi a primeira a sair do carro, seguida de Carlos. Estacionei melhor e ainda ela me vinha a mente. Parei o carro, desliguei-o e sai correndo.

As amigas começaram a chegar assustadas e o ultimo casal que chegou foi Logan e Emma, que provavelmente estariam em algum encontro. Emma foi falar com a enfermeira dentro do hospital, mas logo voltou dizendo que não tinham noticias e que a única coisa que sabia é que levaram ela para a sala de raio X com urgência.

— Alguém é da família? — perguntou a enfermeira minutos depois que Emma tinha ido falar com ela— Preciso de um parente próximo dela. Mãe, irmã, namorado, qualquer um.

Eu estava parado. Eu não podia exercer tal função. Ashley não estava na cidade e a mãe dela havia ido viajar a trabalho dois dias antes. Então senti quatro mãos me empurrando, o que me fez corar um tanto.

— Ele é namorado dela — disse Rachel

— Okay, venha comigo meu jovem — ela pediu e então eu fui. Não havia como voltar. Chegamos a uma sala onde eu mal sabia o que era. Sentei-me em uma das cadeiras e logo um médico alto e de cabelos grisalhos, e alguns fios pretos perdidos, entra na sala.

— O que ela tem? — perguntei aflito

— Bom, o que vou te falar não é uma das melhores coisas, mas ela não corre risco como achamos que correria — ele disse — Ela teve uma batida forte na medula espinhal e as porcentagens dela ficar paraplégica são altas. Você, como namorado, vai ter que apoiar muito ela.

— PARAPLÉGICA? — perguntei — Não, não pode ser. Não.

— Fica calmo meu jovem — a enfermeira disse — ela já está sendo levada para o quarto. Fizemos alguns exames nela, mas ela precisará ficar alguns dias para sabermos se isso se agravará ou não.

Paraplegia? Porque com ela, meu Deus? O que ela fez? Ela é um amor, pelo menos comigo. Não estamos preparados para isso, mas eu tentarei ser tão forte quanto eu penso. Então fui levado de volta para a recepção, onde estavam todos esperançosos com alguma coisa boa.

— Você — disse apontando para Caitlin — Não vai desistir.

— Oi? — ela disse

— E nem você — disse para Rachel — ouse fazer isso para ver

— Que?

— Você — apontei para Emma — vai ter que ser a mais paciente e você — apontei para Nathalia — também não vai desistir.

— O que você está falando, Kendall? — perguntou Caitlin

— Hanna tem altas chances de ficar paraplégica — falei e elas me olharam assustadas.